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FACULDADE DE

ECONOMIA
HUAMBO
TRABALHO EM GRUPO DE GESTÃO FISCAL II

TEMA:

PLANEAMENTO FISCAL DO FECHO DE CONTAS:

Um estudo de caso da empresa office

4⁰ ano de Contabilidade e Auditoria

Período: Tarde

Docente:

_________________

Benvindo Ngota

Huambo, 2023
Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

ELEMENTOS DO GRUPO

Amélia Taty

Esperança Undo Moisés

Francisca Angelino

Florinda Amélia Matapalo Eduardo

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

RESUMO

O presente trabalho apresenta como objeto de estudo o Planeamento Fiscal do


Fecho de Contas (Um estudo de caso na empresa Office – Sociedade
Comercial, Lda), cujo o objectivo é demonstrar uma visão mais prática do que
se estuda na literatura, procurando identificar as formas lícitas a que as
empresas podem se apegar para minimizar os encargos fiscais e ao mesmo
tempo, procurar a maximização do valor da empresa.

Durante a elaboração deste trabalho, poder-se-á ver que no primeiro capítulo


apresentar-se-á um conjunto de conceitos teóricos sobre o plano fiscal, que ao
nosso ver, trata-se de uma questão de racionalidade económica, com o intuito
de minimizar os impostos a pagar. O plano fiscal trata-se de escolher a via
fiscalmente menos onerosa, consistente com a gestão normal dos negócios
pessoais ou empresariais.

Palavras Chave

Planeamento fiscal no Fecho de Contas; Plano Fiscal, Imposto.

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AGT – Administração Geral Tributária

IVA – Imposto sobre o Valor Acrescentado

II – Imposto Industrial

CII – Código do Imposto Industrial

MPME - Micros, Pequenas e Médias Empresas

INAPEM – Instituto Nacional de Apoio as Micros, Pequenas e Médias Empresas

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................................5
1. PLANEAMENTO FISCAL DO FECHO DE CONTAS..................................................6
1.1. PLANO FISCAL............................................................................................................6
1.1.1. Noções Gerais de Planeamento Fiscal...............................................................7
1.2. GESTÃO FISCAL DA EMPESA OFFICE – SOCIEDADE COMERCIAL, LDA...9
1.2.1. Reporte Prejuízo....................................................................................................10
1.2.2. Amortizações Aceleradas....................................................................................11
1.2.3. Lei das Micros, Pequenas e Médias Empresas..............................................12
CONCLUSÃO..........................................................................................................................13
BIBLIOGRAFIA.......................................................................................................................14
ANEXOS...................................................................................................................................15

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

INTRODUÇÃO
O presente documento constitui o trabalho em grupo da disciplina de Gestão
Fiscal II, que tem como tema: Planeamento Fiscal do Fecho de Contas (Um
estudo de caso na empresa Office – Sociedade Comercial, Lda), cujo o
objectivo é demonstrar uma visão mais prática do que se estuda na literatura,
procurando identificar as formas lícitas a que as empresas podem se apegar
para minimizar os encargos fiscais e ao mesmo tempo, procurar a maximização
do valor da empresa.

Planificar significa submeter a um plano estudado certa actividade ou processo.


Nestes termos, é um esforço perfeitamente natural, ainda mais quando se
pretende empreender uma tarefa complexa, como acontece ao nível fiscal.

A instabilidade normativa faz com que o plano fiscal delineado tendo em conta
uma determinada situação fiscal deixa de existir, o que pode trazer sérios
prejuízos para actividade empresarial, e naturalmente, administração fiscal vai
reagindo a tentação dos contribuintes e diminuir o lucro tributável.

A doutrina tem-se debatido acerca do conceito e natureza do plano fiscal.


Afirma Nuno Sá Gomes que, numa economia de mercado a racionalidade da
gestão das actividades económicas, impõe aos agentes económicos, a
optimização dos respectivos custos financeiros, industriais e fiscais. Sendo
assim, a boa gestão fiscal pressupõe a minimização dos custos fiscais, que a
doutrina designa por economia fiscal ou poupança fiscal, sem prejuízo do
rigoroso cumprimento das leis tributárias pelos agentes económicos. (GOMES,
1991)

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

1. Noções Gerais de Planeamento Fiscal

De uma forma geral, e tendo bem presente que não existe na lei nem na
doutrina uma definição unívoca (e pacífica) de planeamento fiscal, podemos
dizer que este se trata de um conjunto de opções levadas a cabo por um
determinado contribuinte, que tem em vista a poupança de despesas fiscais,
pelo que não deve confundir-se o direito ao planeamento fiscal legítimo com
práticas abusivas ou até mesmo ilícitas, pois não estamos a referir-nos às
mesmas realidades. Esta conceção é corroborada por GERMANO MARQUES
DA SILVA, que considera que o “planeamento fiscal é a ordenação dos actos
do contribuinte em conformidade com a lei tributária, tendente ao não
pagamento, ao menor pagamento ou ao pagamento mais distante; pressupõe
sempre o respeito da lei e, por isso, não se verifica qualquer ilegalidade.Tal
conduta não se confunde com a sonegação fiscal que consiste em
procedimento fraudulento capaz de iludir o fisco para eximir o contribuinte ao
pagamento do imposto devido”.

Segundo Manuel Pereira, o planeamento fiscal nos tempos modernos


caracteriza-se por uma postura activa da parte dos contribuintes, que procuram
inserir a variável fiscal nas suas decisões e, assim, minimizar a carga fiscal que
recai sobre o contribuinte, desde que isso se reflicta em aumento dos
rendimentos após imposto. O uso de "normalmente" pretende significar que,
embora o que grande parte das vezes aconteça na gestão fiscal seja a
prossecução de um objectivo de minimização dos impostos a suportar, podem
hipostasiar-se situações em que tal não é o objectivo prioritário dentro da
estratégia prosseguida pela empresa, o que não impede que a variável fiscal
seja objecto de atenção de modo a que possa ser colocada ao serviço dessa
mesma estratégia. É que, por exemplo, uma empresa pode ter no seu
horizonte um aumento do lucro distribuível e, por isso, não poder usar certas
alternativas de minimização de impostos a pagar que afectam esse lucro. Por
outro lado, às vezes não se trata de minimizar os impostos a pagar pela
empresa, já que eles são suportados por terceiros, do que se trata é de gerir a
liquidação e o pagamento desses impostos da forma mais vantajosa para á
empresa, designadamente do ponto de vista financeiro ou sob uma perspectiva
comercial. Importa ainda considerar que a gestão fiscal se deve inserir numa

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

abordagem global da estratégia da empresa, o que significa que a minimização


dos impostos a pagar não pode, sem riscos, como um fim da mesma. Com
efeito, essa perspectiva global implica três ordens de considerações:

a) Uma abordagem multilateral: a gestão fiscal deve tomar em


consideração as consequências fiscais para todas as partes envolvidas
no negócio ou na transacção;
b) A consideração quer dos chamados impostos explícitos (os que são
pagos às autoridades fiscais) quer dos impostos implícitos ou ocultos (os
que estão associados às condições em que se efectivam as opções
favorecidas fiscalmente, que podem implicar uma eventual menor
rendibilidade antes de impostos dessas opções);
c) A importância dos custos não fiscais já que certas opções podem
minimizar os impostos a pagar mas acarretar o aumento de outros
custos. (PEREIRA, 2013)

Esta abordagem global significa que, em vez de se considerar a minimização


dos impostos a pagar como objectivo da gestão fiscal, a perspectiva correcta é
visar o aumento do rendimento após impostos. Por outro lado, resulta dessa
abordagem a necessidade de integrar o factor fiscal como um dos múltiplos
aspectos à considerar nas decisões de gestão, não podendo estas resultar
apenas de uma ponderação dos aspectos fiscais. Em qualquer caso, a gestão
fiscal recorre sempre, como já se referiu, a práticas lícitas, queridas ou
admitidas pelo legislador como formas legítimas de diminuição desses
impostos. As principais modalidades de gestão fiscal são, como também já se
indicou, as exclusões tributárias, os benefícios fiscais e as alternativas fiscais.
As duas primeiras já foram abordadas noutros capítulos deste Manual pelo que
importa agora ver de forma especial a questão das alternativas fiscais.
(PEREIRA, 2013)

1.1 PLANEAMENTO FISCAL DO FECHO DE CONTAS


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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

Neste capítulo apresentar-se-á um conjunto de conceitos teóricos sobre o


plano fiscal, que ao nosso ver, trata-se de uma questão de racionalidade
económica, com o intuito de minimizar os impostos a pagar. Esta diminuição
dos impostos, pode ser efectuada, no entanto, por diversas vias, se bem que
as fronteiras entre elas sejam, por vezes, difíceis de traçar. Assim, é envolta
destas vias que se desenvolverá o tema em questão. Sendo o fecho de contas
um tema complexo, e havendo pressão de prazos, partilho algumas melhores
práticas para tornar o processo mas eficiente:

 Planear antecipadamente, em conjunto com os vários intervenientes -


tempo, recursos, responsabilidades.
 Começar já – é possivel começar a trabalhar mais cedo numa faze
preparatoria ao momento do encerramento das contas, com base em
valores provisorios. Com o uso de tecnologia é possivel extrapolar
valores, utilizar análises históricas de dados, validar se as fontes de
informação são adquadas, validar qualidade e totalidade da informação
e antecipar problemas.
 Ter o apoio de especialistas quando a falta de tempo e de recurso para
acompanhar os desenvolvimentos contabilísticos e fiscais em termos de
legislaçlão, jurisprudência, doutrina, o rescurso a especialistas permite
uma adquada validação do enquadramento contabilístico e fiscal das
operações;
 Apostar em tecnologia para um apuramento cada vez mais rápido e
preciso dos valores a considerar para efeitos do encerramentos das
contas, nomeada

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

1.1. PLANO FISCAL

Segundo Manuel Pereira, o plano fiscal é designado por diversos termos, na


qual, uma delas por gestão fiscal ("tax planning") - e outros denominam
planeamento fiscal, optimização fiscal ou engenharia fiscal – sendo que todas
elas consistem em minimizar os impostos a pagar por uma via totalmente legal
e lícita, querida até pelo legislador ou deixada por este como opção ao
contribuinte. (PEREIRA, 2013)

Assim, o plano fiscal trata-se de escolher a via fiscalmente menos onerosa,


consistente com a gestão normal dos negócios pessoais ou empresariais. É o
caso das exclusões tributárias, dos benefícios fiscais e das alternativas fiscais.
Trata-se de situações em que a economia fiscal "é, expressa ou implicitamente;
querida, desejada, ou, ao menos, sugerida pelo próprio legislador fiscal.
(PEREIRA, 2013)

Noutros casos, a diminuição dos impostos a pagar efectua-se através do que


se designa por evasão fiscal ("tax avoidance") e que outros apelidam de elisão
fiscal, que se traduz na prática de actos ou negócios lícitos mas que a lei fiscal
qualifica como não sendo conformes com a substância da realidade económica
que lhes está subjacente ou serem anormais. Nesta qualificação detecta-se, ao
contrário do que sucede na gestão fiscal, a intenção do legislador de abranger
tais actos ou situações pela tributação e de acordo com os padrões ditos
normais para a realização de tais actos ou operações. Estar-se-ia, assim,
perante uma poupança fiscal realizada através de factos ou situações que o
legislador tem a intenção de cobrir mas que, por esta ou aquela razão, não se
encontram expressamente previstos pela lei fiscal ou, se nela previstos, são
realizados em condições diferentes das normais, e que a lei fiscal, através de
normas gerais ou especiais anti-abuso, combate, promovendo as correcções
de impostos a que haja lugar tomando por referência os factos, situações ou
condições que são escolhidos como referência. Finalmente, a diminuição dos
impostos a pagar pode concretizar-se através do que se designa por fraude
fiscal em sentido amplo ("tax evasion") e que alguns autores denominam de
evasão fiscal, o que se consegue através de actos ou negócios ilícitos,
infringindo frontalmente a lei fiscal, pelo que se costuma dizer que actuam
contra legem (para se distinguir da evasão fiscal que para alguma doutrina
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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

actuaria extra legem). Na fraude fiscal viola-se directamente a lei, quer por
acção quer por omissão, não se pagando por via dela, no todo ou em parte, um
imposto cujo facto gerador se verificou ou obtendo-se uma vantagem
patrimonial indevida. A consequência normal da fraude fiscal é, uma vez
descoberta, além da entrega dos impostos a que haja lugar, a aplicação de
uma sanção penal fiscal, quer de natureza contraordenacional (coima) quer de
natureza criminal (prisão ou multa). Qualquer destas modalidades de economia
fiscal tem grande importância para a gestão das empresas e para o gestor,
constituindo até uma obrigação deste a tomada de decisões que, sendo lícitas,
conduzam à minimização dos impostos a pagar e consequente maximização
da rendibilidade após impostos, ou seja, fazer plano fiscal. (PEREIRA, 2013)

1.1.1. Noções Gerais de Planeamento Fiscal

Segundo Manuel Pereira, o planeamento fiscal nos tempos modernos


caracteriza-se por uma postura activa da parte do contribuintes, que procura
inserir a variável fiscal nas suas decisões e, assim, minimizar a carga fiscal que
recai sobre o contribuinte, desde que isso se reflicta em aumento dos
rendimentos após imposto. O uso de "normalmente" pretende significar que,
embora o que grande parte das vezes aconteça na gestão fiscal seja a
prossecução de um objectivo de minimização dos impostos a suportar, podem
hipostasiar-se situações em que tal não é o objectivo prioritário dentro da
estratégia prosseguida pela empresa, o que não impede que a variável fiscal
seja objecto de atenção de modo a que possa ser colocada ao serviço dessa
mesma estratégia. É que, por exemplo, uma empresa pode ter no seu
horizonte um aumento do lucro distribuível e, por isso, não poder usar certas
alternativas de minimização de impostos a pagar que afectam esse lucro. Por
outro lado, às vezes não se trata de minimizar os impostos a pagar pela
empresa, já que eles são suportados por terceiros, do que se trata é de gerir a
liquidação e o pagamento desses impostos da forma mais vantajosa para á
empresa, designadamente do ponto de vista financeiro ou sob uma perspectiva
comercial. Importa ainda considerar que a gestão fiscal se deve inserir numa
abordagem global da estratégia da empresa, o que significa que a minimização
dos impostos a pagar não pode, sem riscos, ser considerada como um fim si

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

mesma. Com efeito, essa perspectiva global implica três ordens de


considerações:

d) Uma abordagem multilateral: a gestão fiscal deve tomar em


consideração as consequências fiscais para todas as partes envolvidas
no negócio ou na transacção;
e) A consideração quer dos chamados impostos explícitos (os que são
pagos às autoridades fiscais) quer dos impostos implícitos ou ocultos (os
que estão associados às condições em que se efectivam as opções
favorecidas fiscalmente, que podem implicar uma eventual menor
rendibilidade antes de impostos dessas opções);
f) A importância dos custos não fiscais já que certas opções podem
minimizar os impostos a pagar mas acarretar o aumento de outros
custos. (PEREIRA, 2013)

Esta abordagem global significa que, em vez de se considerar a minimização


dos impostos a pagar como objectivo da gestão fiscal, a perspectiva correcta é
visar o aumento do rendimento após impostos. Por outro lado, resulta dessa
abordagem a necessidade de integrar o factor fiscal como um dos múltiplos
aspectos à considerar nas decisões de gestão, não podendo estas resultar
apenas de uma ponderação dos aspectos fiscais. Em qualquer caso, a gestão
fiscal recorre sempre, como já se referiu, a práticas lícitas, queridas ou
admitidas pelo legislador como formas legítimas de diminuição desses
impostos. As principais modalidades de gestão fiscal são, como também já se
indicou, as exclusões tributárias, os benefícios fiscais e as alternativas fiscais.
As duas primeiras já foram abordadas noutros capítulos deste Manual pelo que
importa agora ver de forma especial a questão das alternativas fiscais.
(PEREIRA, 2013)

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

1.2. GESTÃO FISCAL DA EMPESA OFFICE – SOCIEDADE COMERCIAL,


LDA

A Office – Sociedade comercial, Lda é uma empresa sedeada em Angola,


Província do Huambo – Cidade Alta.

Juridicamente a empresa caracteriza-se como uma sociedade por quota,


constituída por dois sócios que dividem um capital social subscrito e realizado
no montante de 200.000AKZ (Duzentos Mil Kwanzas) no qual, cada sócio
detém uma quota de 100.000AKZ (Cem Mil Kwanzas).

Os sócios da empresa fazem parte do Órgão de gestão e são estes que nos
seus esforços garantem que a empresa cumpra com as suas obrigações
fiscais.

A empresa está cadastrada no regime simplificado de imposto industrial, no


qual não se vê obrigada a possui uma contabilidade organizada. Mas sócios,
abraçaram o conselho de seus sobrinhos (estudantes da Faculdade de
Economia da UJES - Huambo), que sugeriram a apresentação de uma
contabilidade organizada para que a empresa pudesse deduzir 100% dos
custos suportados durante os exercícios económicos a luz do Artigo 60.º do
CII, sendo que os Relatórios e Contas da empresa são preparados pelos
respectivos sócios/gestores e assinados por um contabilista inscrito na
OCPCA, sem qualquer auditoria fiscal por parte deste.

Os sócios da empresa decidiram contratar seus sobrinhos (estudantes da


faculdade de Economia) para desempenharem as actividades nas áreas de
contabilidade e gestão fiscal, visto que no exercício de 2020 e 2021, a empresa
viu-se a pagar impostos elevados. Após a contratação destes, os mesmos
sugeriram que a empresa fizesse um planeamento fiscal de fecho de contas,
usando os seguintes métodos:

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

1.2.1. Reporte Prejuízo

Antes da execução do planeamos fiscal, a empresa estava na seguinte


situação:

Quadro Resumo - Demonstração de Resultados


Empresa.................................................................. Office - Sociedade comercial, Lda
Demonstração de resultados em............................ 31-12-2022
Valores expressos em........................................... AKZ

Designação Notas 2021 2020 2019 2019

Resultados líquidos das actividades correntes............ 7 600 000,00 4 522 503,90 -3 920 150,00 -6 420 150,00
Imposto sobre o rendimento...................................................... 35 -1 900 000,00 -1 130 625,98 0,00 0,00

Resultados líquido do exercício..................................... 5 700 000,00 3 391 877,93 -3 920 150,00 -6 420 150,00

A luz do n.º 1 do Artigo 48.º do CII, a empresa tem o direito de reportar os


prejuízos fiscais obtidos em exercícios económicos anteriores, até 5 anos e
deduzi-los à matéria colectável que se venha apuar dentro deste do prazo de 5
anos.

Assim sendo, após a execução do planeamento fiscal no fecho de contas,


verificou-se uma mudança nos impostos a pagar como demonstra o quadro
abaixo:

Quadro Resumo - Demonstração de Resultados


Empresa.................................................................. Office - Sociedade comercial, Lda
Demonstração de resultados em............................ 31-12-2022
Valores expressos em........................................... AKZ

Designação Notas 2021 2020 2019 2019

Resultados antes de impostos.......................................... 7 600 000,00 4 522 503,90 -3 920 150,00 -6 420 150,00
Pejuízos Reportados de Excercícios Anteriores (N-3)........... 0,00 -6 420 150,00 0,00 0,00
Pejuízos Reportados de Excercícios Anteriores (N-2)........... -3 920 150,00 0,00 0,00 0,00
Pejuízos Reportados de Excercícios Anteriores (N-2)........... -1 897 646,10 0,00 0,00 0,00
Resultados líquidos das actividades correntes............ 1 782 203,90 -1 897 646,10 -3 920 150,00 -6 420 150,00
Resultados extraordinários....................................................... 34 0,00 0,00 0,00
Imposto sobre o rendimento...................................................... 35 -445 550,98 0,00 0,00 0,00

Resultados líquido do exercício..................................... 1 336 652,93 -1 897 646,10 -3 920 150,00 -6 420 150,00

O quando acima demonstra claramente a influência do planeamento fiscal nas


Demonstrações Financeiras da empresa, no qual a empresa escusa-se de
pagar 1.130.625,98AKZ no exercício económico de 2020 e 1.900.000,00AKZ
no exercício de 2021, e pagar apenas 445.550,00AKZ de imposto industrial no
último exercício, em função do benefício fiscal atribuído por Lei no n.º 1 do
Artigo 48.º do CII na qual os prejuízos verificados em exercícios económicos

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

anteriores, são deduzidos à matéria colectável, de um ou mais, dos 5 (cinco)


anos posteriores.

1.2.2. Amortizações Aceleradas

Após a observância dos prejuízos não reportados pela empresa anteriormente,


identificou-se ainda outro método a que a empresa podia se apegar para
efectuar outra gestão fiscal, mais concretamente, acelerar as amortizações dos
exercícios. Isto é, uma vez que a empresa utiliza o método de quotas
constantes para amortizar os seus meios fixos, a mesma poderia apegar-se no
benefício fiscal previsto no n.º 3 do artigo 6.º do Decreto Presidencial n.º
207/15 de 5 de Novembro que estabelece o Regime de Reintegrações e
Amortizações dos bens do Activo imobilizado, que lhe permite a utilização de
outros métodos de amortização diferentes do método de amortização de
quotas constantes mediante autorização da AGT. A fim de se reduzir no
presente o imposto a pagar, a empresa deve optar pelo método de amortização
de quotas degressivas, no intuito de elevar os custos com amortização hoje e
pagar menos impostos. Desta feita, é possível notar no quadro abaixo as
variações nas amortizações dos exercícios e consequente mente nos
resultados obtidos pela empresa:

Quadro Resumo - Demonstração de Resultados


Empresa.................................................................. Office - Sociedade comercial, Lda
Demonstração de resultados em............................ 31-12-2022
Valores expressos em........................................... AKZ

Designação Notas 2021 2020 2019 2019

Amortizações............................................................................ 29 1 492 141,72 1 630 615,23 1 832 031,25 2 125 000,00


Resultados antes de impostos.......................................... 7 707 858,28 4 491 888,67 -4 152 181,25 -6 945 150,00
Pejuízos Reportados de Excercícios Anteriores (N-3)........... 0,00 -6 945 150,00 0,00 0,00
Pejuízos Reportados de Excercícios Anteriores (N-2)........... -4 152 181,25 0,00 0,00 0,00
Pejuízos Reportados de Excercícios Anteriores (N-2)........... -2 453 261,33 0,00 0,00 0,00
Resultados líquidos das actividades correntes............ 1 102 415,69 -2 453 261,33 -4 152 181,25 -6 945 150,00
Imposto sobre o rendimento...................................................... 35 -275 603,92 0,00 0,00 0,00

Resultados líquido do exercício..................................... 826 811,77 -2 453 261,33 -4 152 181,25 -6 945 150,00

Desta feita, optou-se pela adopção do método de quotas degressivas para


amortizar um gerador adquirido a 3.000.000,00AKZ (Três Milhões de Kwanzas)
pelo facto do mesmo sofrer muito desgastes nos primeiros anos de utilização,
no qual em 2018 amortizou 937.500,00AKZ, 644.531,25AKZ em 2019,
443.115,23AKZ e 304.641,72AKZ em 2020 e 2021 respectivamente. A estes
valores acrescentou-se 1.187.500,00AKZ de amortizações dos demais

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

equipamentos avaliados em 9.500.000,00AKZ que continuaram a ser


amortizados pelo método de quotas constantes.

Assim, o método de amortização por quotas degressivas permitiu a redução da


factura fiscal empresa nos primeiros anos, retardando assim o imposto a pagar
em 2021 de 445.550,00AKZ para 275.6031,92AKZ.

1.2.3. Lei das Micros, Pequenas e Médias Empresas

O terceiro e último método de planeamento fiscal sugerido pelos então


auxiliares de contabilidade e fiscalidade da Office – Sociedade comercial, Lda.,
é a inscrição a empresa no INAPEM. Na qual a empresa, teria uma redução de
35% na taxa 25% de imposto industrial, tal como estabelece o artigo n.º 20 da
Lei n.º 30/11 que aprova a lei das MPME. Logo, as implicações em termos de
impostos seriam:

Quadro Resumo - Demonstração de Resultados


Empresa.................................................................. Office - Sociedade comercial, Lda
Demonstração de resultados em............................ 31-12-2022
Valores expressos em........................................... AKZ

Designação Notas 2021 2020 2019 2019

Resultados antes de impostos.......................................... 7 707 858,28 4 491 888,67 -4 152 181,25 -6 945 150,00
Pejuízos Reportados de Excercícios Anteriores (N-3)........... 0,00 -6 945 150,00 0,00 0,00
Pejuízos Reportados de Excercícios Anteriores (N-2)........... -4 152 181,25 0,00 0,00 0,00
Pejuízos Reportados de Excercícios Anteriores (N-2)........... -2 453 261,33 0,00 0,00 0,00
Resultados líquidos das actividades correntes............ 1 102 415,69 -2 453 261,33 -4 152 181,25 -6 945 150,00
Resultados extraordinários....................................................... 34 0,00 0,00 0,00
Imposto sobre o rendimento. 16,25%..................................... 35 -179 142,55 0,00 0,00 0,00

Resultados líquido do exercício..................................... 923 273,14 -2 453 261,33 -4 152 181,25 -6 945 150,00

Assim, inscrevendo a empresa no INAPEM, permitiu uma redução da factura


fiscal no ano em que pagou imposto, devido a redução da taxa de imposto que
baixou de 25% para 16,25%, ou seja, uma redução de 35% face ao beneficio
fiscal atribuído pelo facto da empresa está inscrita no INAPEM e localizar-se na
Zona B, nos termos no artigo 20.º da Lei 30/11 que aprova as MPME. Em
resultado deste benéfico fiscal, o imposto então apurado em 2021 reduziu de
275.6031,92AKZ para 179.142,55AKZ.

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

CONCLUSÃO

Assim, o planeamento fiscal é a actividade empresarial que, desenvolvendo-se


de forma estritamente preventiva, projecta os actos e fatos administrativos com
o objectivo de informar quais são os ónus tributários em cada uma das opções
legais disponíveis. Neste sentido, a empresa escolhe, entre duas ou mais
opções, de acção ou omissão lícita, aquela que impede ou retarda o fato
gerador de forma não simulada, anterior à ocorrência fato gerador, que vise
directa ou indirectamente a economia de impostos.

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

BIBLIOGRAFIA

Lei n.º 19/14 de 22 de Outubro Aprova o Código do Imposto Industrial

Lei n.º 30/11 de 13 de Setembro Aprova a lei das MPME

GOMES, N. S. (1991). Teoria Geral dos Beneficios Fiscais. Lisboa.

PEREIRA, M. H. (2013). Fiscalidade (4 ed.). Coimbra, Portugal: Edições Almedina, S.A.

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Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

ANEXOS

BALANÇO
Entidade.................................................................. Office - Sociedade comercial, Lda
Balanço em............................................................. 09-05-2022 Valores expressos em..... AKZ

Designação Notas

2021 2020 2019 2018


Activos não correntes:

Imobilizações corpóreas.................................... 4 6 100 000,00 7 700 000,00 9 300 000,00 10 900 000,00
Imobilizações incorpóreas................................. 5 200 000,00 200 000,00 200 000,00 200 000,00
Investimentos em subsidiárias e associadas.. 6 0,00 0,00 0,00 0,00
Outros activos financeiros.................................... 7 0,00 0,00 0,00 0,00
Outros activos não correntes............................... 9 0,00 0,00 0,00 0,00
6 300 000,00 7 900 000,00 9 500 000,00 11 100 000,00
Activos correntes:

Existências........................................................... 8 15 760 000,00 13 500 000,00 5 700 300,00 2 500 300,00


Contas a receber................................................. 9 3 500 000,00 3 560 000,00 1 000 400,00 800 400,00
Disponibilidades.................................................... 10 1 250 881,82 954 000,00 650 000,00 375 000,00
Outros activos correntes.......................................... 11 0,00 0,00 0,00 0,00
20 510 881,82 18 014 000,00 7 350 700,00 3 675 700,00

Total do activo.............. 26 810 881,82 25 914 000,00 16 850 700,00 14 775 700,00

C A PI T A L PRÓ PRI O
E A
P A S S I V O
Capital próprio:

Capital................................................................... 12 200 000,00 200 000,00 200 000,00 200 000,00


Reservas............................................................. 13 1 300 000,00 0,00 0,00 0,00
Resultados transitados............................................... 14 120 000,00 0,00 0,00 0,00
Resultados do exercício....................................... 5 700 000,00 3 391 877,93 -3 920 150,00 -6 420 150,00
7 320 000,00 3 591 877,93 -3 720 150,00 -6 220 150,00
Passivo não corrente:

Empréstimos de médio e longo prazos ................ 15 5 400 000,00 7 500 000,00 0,00 0,00
Impostos diferidos................................................ 16 0,00 0,00 0,00 0,00
Provisões para pensões........................................ 17 0,00 0,00 0,00 0,00
Provisões para outros riscos e encargos................ 18 0,00 0,00 0,00 0,00
Outros passivos não correntes........................... 19 0,00 0,00 0,00 0,00
5 400 000,00 7 500 000,00 0,00 0,00
Passivo corrente:

Contas a pagar.......................................................... 19 6 516 761,80 9 060 201,00 14 870 850,00 17 295 350,00
Empréstimos de curto prazo................................. 20 0,00 0,00 0,00 0,00
Parte cor. dos emp. a médio e longos prazos........... 15 0,00 0,00 0,00 0,00
Outros passivos correntes.................................. 21 7 574 120,00 5 761 921,05 5 700 000,00 3 700 500,00
14 090 881,80 14 822 122,05 20 570 850,00 20 995 850,00

Total do capital próprio e passivo.............. 26 810 881,80 25 913 999,98 16 850 700,00 14 775 700,00

18
Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

Demonstração de Resultados
Empresa.................................................................. Office - Sociedade comercial, Lda
Demonstração de resultados em............................ 31-12-2022
Valores expressos em........................................... AKZ

Designação Notas 2021 2020 2019 2019

Vendas...............................................................................................
22 29 839 709,24 21 971 344,95 10 411 490,83 4 772 500,00
Prestações de serviços.....................................................................
23 944 000,00 1 345 000,00 0,00 0,00
Outros proveitos operacionais...........................................................
24 0,00 0,00 0,00 0,00
30 783 709,24 23 316 344,95 10 411 490,83 4 772 500,00
Variação nos produtos acabados e
produtos em vias de fabrico............................................... 25 0,00 0,00 0,00 0,00
Trabalhos para a própria empresa.....................................................
26 0,00 0,00 0,00 0,00
Custos das mercadorias vendidas e
das matérias-primas e subsidiárias consumidas...........................
27 16 760 000,00 13 500 000,00 9 900 300,00 6 900 300,00
Custos com o pessoal 28 3 600 000,00 2 560 000,00 1 970 000,00 2 250 000,00
Amortizações............................................................................ 29 1 600 000,00 1 600 000,00 1 600 000,00 1 600 000,00
Outros custos e perdas operacionais...................................... 30 1 045 384,12 945 438,83 845 348,83 426 000,00

Resultados operacionais..................................................... 7 778 325,12 4 710 906,12 -3 904 158,00 -6 403 800,00

Resultados financeiros............................................................. 31 -123 125,12 -153 125,12 -15 992,00 -16 350,00
Resultados de filiais e associadas........................................... 32 0,00 0,00 0,00 0,00
Resultados não operacionais................................................... 33 -55 200,00 -35 277,10 0,00 0,00

Resultados antes de impostos.......................................... 7 600 000,00 4 522 503,90 -3 920 150,00 -6 420 150,00

Imposto sobre os rendimentos.................................................. 35 0,00 0,00 0,00 0,00

Resultados líquidos das actividades correntes............ 7 600 000,00 4 522 503,90 -3 920 150,00 -6 420 150,00

Resultados extraordinários....................................................... 34 0,00 0,00 0,00


Imposto sobre o rendimento...................................................... 35 -1 900 000,00 -1 130 625,98 0,00 0,00

Resultados líquido do exercício..................................... 5 700 000,00 3 391 877,93 -3 920 150,00 -6 420 150,00

MAPA DE AMORTIZAÇÃO - QUOTAS DEGRESSIVAS

N.
V. Aquisição Taxa V. Amortizavel A. Exercício A. Acumulada V. Contabilistico
º

31,25
1 3 000 000,00 3 000 000,00 937 500,00 937 500,00 2 062 500,00
%
31,25
2 3 000 000,00 2 062 500,00 644 531,25 1 582 031,25 1 417 968,75
%

31,25
3 3 000 000,00 1 417 968,75 443 115,23 2 025 146,48 974 853,52
%

31,25
4 3 000 000,00 974 853,52 304 641,72 2 329 788,21 670 211,79
%

31,25
5 3 000 000,00 670 211,79 209 441,18 2 539 229,39 460 770,61
%

31,25
6 3 000 000,00 460 770,61 143 990,81 2 683 220,21 316 779,79
%

31,25
7 3 000 000,00 316 779,79 158 389,90 2 841 610,10 158 389,90
%

31,25
8 3 000 000,00 158 389,90 158 389,90 3 000 000,00 -
%

19
Planeamento Fiscal do Fecho de Contas / 2023

20

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