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UNIVERSIDADE KATYAVALA BWILA

FACULDADE DE ECONOMIA
DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DE CONTABILIDADE E
AUDITORIA

Anteprojecto para elaboração de monografia para obtenção do grau de Licenciatura em


Contabilidade e Auditoria, Regime Regular.

O PLANEAMENTO FISCAL COMO FERRAMENTA PARA OPTIMIZAÇÃO DOS


RESULTADOS DA ÂNGELO SOARES & FILHOS, LDA

Apresentado por:
Hávannah da Conceição Armando Luís Fernandes

Orientado por:
António Mamba U. Cambungo

Benguela,Junho,2023
UNIVERSIDADE KATYAVALA BWILA
FACULDADE DE ECONOMIA
DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO DE CONTABILIDADE E
AUDITORIA

O PLANEAMENTO FISCAL COMO FERRAMENTA PARA OPTIMIZAÇÃO DOS


RESULTADOS DA ÂNGELO SOARES & FILHOS, LDA

Apresentado por: Havánnah da Conceição Armando Luís Fernandes


Orientado por: António Mamba U. Cambungo

Anteprojeto para elaboração de monografia


apresentada como requisito parcial para
conclusão do Curso de Licenciatura em
Economia, Especialidade de Contabilidade e
Auditoria. Regime Regular.

Benguela,Junho,2023
ÍNDICE GERAL

1. INTRODUÇÃO 1
2. PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO 2
2.1 Fundamentação do problema 2
2.2 Formulação do problema 2
2.3 Objecto e campo de acção 3
3. OBJECTIVOS DA INVESTIGAÇÃO 3
3.1 Objectivo geral 3
3.2 Objectivos específicos 3
4. JUSTIFICAÇÃO DE INVESTIGAÇÃO 3
5. MARCO TEÓRICO 4
5.1 Gestão Fiscal 4
5.1.1 O Conceito de Gestão Fiscal 5
5.1.2 Importância da gestão fiscal 6
5.2 O Planeamento Tributário 6
5.2.1 Conceito de planeamento tributário 7
5.3 Gestão Tributária 7
5.4 Sistema Tributário Angolano 7
5.4.1 Caracterização do Sistema Tributário Angolano 8
6. Hipótese da investigação 9
7. Desenho Apropriado de Investigação 9
7.1 Tipo de Investigação 9
7.2 Tipos de Pesquisa 9
7.3 Métodos e técnicas de investigação 9
7.3.1 Métodos teóricos: 10
7.3.2 Método Empírico 11
7.4 População e Amostra 11
8. Estrutura da Monografia 12
9. Cronograma de Actividades 12
10. Referências Bibliográficas 13
1. INTRODUÇÃO

As empresas têm como principal objectivo a maximização dos lucros e também a sua
permanência no mercado, tendo em conta a realidade económica e social (sociedade pós-
industrial), que continuamente, para o alcance desses objectivos, ela precisa confrontar os seus
custos e proveitos e consequentemente obter os seus resultados. Ora, as empresas têm uma
responsabilidade com o Estado (tributos), e as mesmas podem usufruir do conhecimento do
sistema fiscal para reduzir ao máximo a carga tributária, que por sua vez, este mecanismo é
conhecido como Gestão Fiscal.

Visto que o sistema fiscal deve ser encarado como uma realidade dinâmica, em interacção com
o meio envolvente, mas sem perca do seu quadro de referência. O planeamento fiscal é um
conjunto de estratégias utilizadas pelas empresas para reduzir a carga tributária, cumprindo com
as obrigações fiscais de forma legal e ética. No contexto das empresas angolanas, o planeamento
fiscal é uma ferramenta importante para a optimização dos resultados, visto que os impostos
têm um peso significativo nos custos das empresas.

Assim, a implementação de um planeamento fiscal adequado pode contribuir para a


maximização dos lucros e para a competitividade das empresas no mercado angolano. Neste
sentido, é fundamental que as empresas angolanas conheçam as leis fiscais do país e busquem
assessoria de profissionais especializados para garantir a conformidade com as normas e a
eficiência no planeamento fiscal.

O planeamento fiscal é um processo fundamental para as empresas angolanas que desejam


optimizar seus resultados. No contexto actual, as empresas precisam estar atentas às constantes
mudanças na legislação tributária e às práticas fiscais adoptadas pelo governo. Nesse sentido, o
planeamento fiscal permite que as empresas avaliem e identifiquem oportunidades de redução
de impostos, como a utilização de incentivos fiscais, deduções e regimes especiais de tributação.

Para a implementação de um planeamento fiscal adequado, as empresas angolanas precisam


contar com profissionais especializados na área fiscal, como contabilistas e advogados
tributaristas. Esses profissionais têm o conhecimento técnico necessário para orientar as
empresas na definição de estratégias fiscais adequadas ao seu perfil e à sua actividade
económica.

Além disso, é importante ressaltar que o planeamento fiscal deve ser realizado de forma ética

1
e em conformidade com as normas tributárias. A utilização de práticas ilegais para a redução
de impostos pode levar a penalidades fiscais e danos à imagem da empresa, o que pode afectar
negativamente seus resultados financeiros e sua reputação no mercado.

Neste quesito, a finalidade do planeamento fiscal é permitir que as empresas possam reduzir a
carga tributária de forma legal e ética, aproveitando as oportunidades de incentivos fiscais e
deduções que a legislação tributária oferece. Através do planeamento fiscal, as empresas podem
analisar seus custos e despesas, identificando as áreas em que é possível reduzir a carga
tributária sem ferir as normas fiscais.

Além disso, o planeamento fiscal tem como finalidade garantir a conformidade das empresas
com as leis tributárias, evitando o pagamento de multas e penalidades fiscais decorrentes de
eventuais descumprimentos das obrigações fiscais. O planeamento fiscal também visa a
maximização dos lucros das empresas, uma vez que os impostos representam uma importante
parcela dos custos das empresas, e a redução da carga tributária pode contribuir para a melhoria
da rentabilidade das empresas.

2. PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO

2.1 Fundamentação do problema

O alargamento da base tributária representa para o Estado um aumento das receitas a curto
prazo, e consequentemente redução dos lucros das empresas. A problemática do presente
trabalho de monografia resulta das seguintes observações:

Desde a implementação da Lei 7/19, devido a reforma tributária e o contexto sócio- económico
que o País vivencia, constata-se que muitas empresas têm vivido um caos tributário, realidade
esta que não difere da vivenciada pela empresa Ângelo Soares & Filhos, Lda. É notório que a
elevada carga tributária suportada pelas empresas, resulta em prejuízos significativos no fluxo
de caixa das mesmas, reduzindo a sua situação financeira, pagando mais impostos, e, por outro
lado, o atraso no pagamento de algumas obrigações fiscais e algumas vezes, o não pagamento
das mesmas, por não apresentar no momento, liquidez suficiente para fazer face a tais
obrigações, incorrendo assim, no pagamento de multas e juros.

Além disso, configuram também uma dificuldade para as empresas a complexidade da


legislação tributária angolana, a falta de profissionais qualificados na área fiscal e a carência de
informações claras e precisas por parte das autoridades fiscais.

2
2.2 Formulação do problema

Partindo-se desta premissa, procura-se, através do desenvolvimento deste estudo responder o


seguinte problema de investigação:

De que maneira o planeamento fiscal pode ser usado na optimização dos resultados da empresa
Ângelo Soares & Filhos, Lda?

2.3 Objecto e campo de acção

O objecto do presente estudo assenta-se na gestão fiscal, e o seu campo de acção cingir-se-á na
optimização dos resultados da empresa Ângelo Soares & Filhos, Lda.

3. OBJECTIVOS DA INVESTIGAÇÃO

Com a realização deste trabalho busca-se responder ao problema de investigação formulado


anteriormente por meio dos seguintes objectivos propostos:

3.1 Objectivo geral

● Demonstrar o planeamento fiscal à empresa Ângelo Soares & Filhos, Lda, para o
exercício económico 2024 como meio de maximização dos resultados.

3.2 Objectivos específicos

Assim, os nobres objectivos específicos que permeiam esse trabalho são elencados:

● Fundamentar teoricamente o planeamento tributário;


● Descrever os procedimentos metodológicos da investigação sobre o planeamento
fiscal como ferramenta para a optimização dos resultados que norteiam a investigação;
● Apresentar um planeamento fiscal à Ângelo Soares & Filhos, Lda, como meio de
optimização dos resultados.

4. JUSTIFICAÇÃO DE INVESTIGAÇÃO

A justificativa para investigar o tema "O planeamento fiscal como ferramenta para optimização
dos resultados" está directamente relacionada à importância do planeamento fiscal como uma
ferramenta para a maximização dos resultados financeiros e a competitividade das empresas.

3
O contexto empresarial angolano é marcado por uma legislação tributária complexa, com
diversas obrigações fiscais e tributos a serem pagos. A implementação de um planeamento
fiscal adequado pode ser fundamental para que as empresas possam reduzir a carga tributária e,
consequentemente, aumentar a sua rentabilidade e competitividade no mercado.

Além disso, a investigação do tema pode contribuir para a formação de profissionais


especializados na área fiscal, capacitados a orientar as empresas na implementação de um
planeamento fiscal adequado. Isso pode impactar directamente na qualidade dos serviços
prestados pelos profissionais da área fiscal e, consequentemente, na melhoria da gestão
tributária das empresas.

Por fim, a investigação do tema pode contribuir para o desenvolvimento económico de Angola,
uma vez que empresas mais eficientes e competitivas podem gerar mais empregos, aumentar a
arrecadação fiscal e contribuir para o crescimento do país.

Dessa forma, a investigação do tema "O planeamento fiscal como ferramenta para optimização
dos resultados" é justificada pela sua relevância para as empresas, profissionais da área fiscal e
para o desenvolvimento económico de Angola.

Todavia, a opção pelo tema deve-se também, ao facto de este pertencer a linha geral de
investigação de “Gestão de Recursos Financeiros” da Faculdade de Economia da Universidade
Katyavala Bwila. Pois, é certamente uma prioridade que a faculdade tem na investigação deste
e outros temas, para contribuir no crescimento e desenvolvimento da região e do país.

5. MARCO TEÓRICO

5.1 Gestão Fiscal

Gestão fiscal é a área responsável principalmente pela gestão dos aspectos tributários de uma
empresa, que busca controlar e acompanhar directamente todas as actividades que possuem
ligação directa com os tributos, a fim de realizar a adequação e optimizar o planeamento
tributário.

Isso inclui acompanhamento e interacção com outros departamentos, visto que outras áreas
também possuem rotinas que interferem nas questões fiscais da empresa, o que faz com que o
foco da gestão fiscal não deva estar apenas na área responsável pelos impostos.

4
Consiste ainda, em fazer comparação racional e crítica dos planos feitos, com propósito de
seleccionar dos projectos planeado a mais adequada com objectivo de obter a eficiência fiscal.

Para que a gestão fiscal seja eficiente é necessário que dentre os meios projectados se faça uma
análise sobre os meios disponíveis de modo a permitir identificar os custos e risco que cada um
dos planos apresenta para seleccionar o plano que maximize a eficiência fiscal.

5.1.1 O Conceito de Gestão Fiscal

O conceito de gestão fiscal como a actividade que, em face de um determinado objectivo,


analisa de forma critica e comparativa os meios disponíveis e o seu tratamento fiscal, com vista
à identificação das opções disponíveis e à escolha da mais adequada, segundo uma logica de
maximização da eficiência fiscal, (Sequeira 2016, p. 53).

O princípio constitucional da liberdade de iniciativa económica concede um direito aos


contribuintes que visa na poupança fiscal. A esse propósito, Gomes (2005) assevera “A gestão
fiscal consiste no estudo e planeamento do acesso a benefícios fiscais e incentivos financeiros
e no uso de alternativas fiscais, permitidas pela lei, de modo a que sejam prosseguidos os
objectivos da empresa.”

No pensamento de Fernandes (2013), “a gestão fiscal consiste no estudo e planeamento do


acesso a benefícios fiscais e incentivos financeiros e no uso de alternativas fiscais, permitidas
pela lei, de modo a que sejam prosseguidos os objectivos da empresa”.

Ainda Sequeira (2016), desdobra o conceito da gestão fiscal em quatro pontos:

⮚ A maximização da eficiência fiscal é o objectivo da actividade da gestão fiscal;


⮚ A existência de um objectivo prévio e distinto do objectivo da actividade da gestão fiscal
propriamente dita pretende destacar que esta é instrumento em relação à estratégia da
empresa, servindo para apoiar a sua concretização;
⮚ A análise dos meios disponíveis e do seu tratamento fiscal é a parte central da gestão
fiscal, uma vez que é ela que vai permitir a identificação das opções disponíveis. Nessa
medida que ela seja comparativa, de modo a evidenciar as diferenças relevantes
existentes entre as diversas opções e, que seja crítica, procurando identificar os custos e
os riscos das opções e;

5
⮚ A identificação das opções é o resultado da análise feita e realça o papel da gestão fiscal
como meio de apoio à tomada de decisão pela empresa.

Por se verificar que a gestão fiscal é cada vez mais importante e indispensável no mundo
empresarial de hoje, foram disponibilizados diversos planos de estudos a nível académico sobre
esta temática, com vista a preparar profissionais de qualidade.

De acordo com um plano de estudo da INDEG Business School Borges (2011), afirma, “A
gestão e o planeamento fiscais têm vindo a revelar-se como elementos essenciais na gestão
global das empresas, sendo reconhecidamente uma fonte de geração de valor. A performance
empresarial passa, cada vez mais, também, pela eficácia e eficiência da Gestão Fiscal. Trata- se
de uma área de grande interesse e actualidade…”

De acordo com Mallard, Mazas e Selles (1994) a fiscalidade tem uma função social. Os
investigadores são da opinião que essa função representa o mais recente papel desempenhado
pela fiscalidade nessa óptica da fiscalidade, assegurando que “Gerir a fiscalidade, é intervir nas
escolhas fiscais que se oferecem à empresa, mas é igualmente um estado de espírito.”

O gestor tem um papel a desempenhar que consiste em procurar as soluções fiscais mais
vantajosas para a empresa. Os autores mencionam como indispensável para o desempenho, com
eficácia, do papel do gestor, este deve ser conhecedor e tomar em consideração a situação
fiscal actual da empresa, assim como integrar o contexto económico da empresa e as
desvantagens da operação na decisão fiscal. Apontam igualmente como importante o saber
antecipar ou atrasar uma decisão com vista à obtenção da máxima vantagem fiscal, o saber
avaliar as escolhas entre vantagens económicas e inconvenientes fiscais em certas situações,
(Mallard et al.,1994, p. 17).

Segundo um estudo de Alesina e Ardagna (2009), os incentivos fiscais baseados em redução de


impostos são mais propensos a aumentar o crescimento económico. Assim, os impostos são
uma evidência inevitável e da maior importância no dia-a-dia das empresas devido à conjuntura
actual dos mercados.

5.1.2 Importância da gestão fiscal

Além de proporcionar informações mais assertivas para que os gestores definam suas metas e
planeamentos, a gestão fiscal auxilia na optimização da recolha dos tributos, garante a
regularidade da empresa perante o fisco e ainda contribui para que a margem de lucro possa ser
maior, por meio da recolha adequada dos impostos, ou seja, do momento em que a

6
empresa é aberta, da definição do regime tributário até a realização de suas operações rotineiras,
é a boa gestão fiscal que vai garantir bons resultados e encontrar maneiras de maximizá-los.

5.2 O Planeamento Tributário

De acordo com Oliveira et al (2004) entende-se planeamento tributário como: Uma forma lícita
de reduzir a carga fiscal, o que exige alta dose de conhecimento técnico e bom-senso dos
responsáveis pelas decisões estratégicas no ambiente corporativo. Trata-se do estudo prévio á
concretização dos factos administrativos, dos efeitos jurídicos, fiscais e económicos de
determinada decisão de gerência, com o objectivo de encontrar a alternativa legal menos
onerosa para o contribuinte.

Para uma empresa obter sucesso, é de fundamental importância ter uma contabilidade bem feita
e um bom planeamento tributário. É nesse contexto que entra o papel do contabilista, tendo a
oportunidade de dar enormes contribuições á direcção da empresa.

Segundo Fabretti (2003), planeamento tributário é “o estudo feito preventivamente, ou seja,


antes da realização do facto administrativo, pesquisando-se seus efeitos jurídicos e económicos
e as alternativas legais menos onerosas”.

5.2.1 Conceito de planeamento tributário

Compreende-se que Planeamento Tributário é uma forma prudente de encontrar maneiras lícitas
e lacunas existentes na legislação tributária que permitem a redução dos encargos tributários a
serem pagos pelas empresas.

Dentro desse contexto, Fabretti1 enfatiza, além da importância do Planeamento Tributário, que
o mesmo “[...] exige, antes de tudo, bom senso”. O autor ressalta ainda que “o planeamento
tributário é um estudo preventivo (antes da ocorrência do facto gerador do tributo) produz a
elisão fiscal, ou seja, a redução da carga tributária dentro da legalidade [...]”2.

1
Fabretti, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2003, p.32.
2
Fabretti, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2009, p.9.

7
5.3 Gestão Tributária

Gestão Tributária “é o processo de gerenciamento dos aspectos tributários de uma determinada


empresa, com a finalidade de adequação e planeamento, visando controlo das operações que
tenham relação directa com tributos”3.

5.4 Sistema Tributário Angolano

Como em vários outros países, o Sistema Fiscal angolano é norteado pela Constituição da
República Angolana (CRA), que é responsável por definir as directrizes que e irão orientar o
funcionamento do mesmo.

De acordo a Constituição de Angola (2010), “o sistema fiscal visa a satisfazer as


necessidades financeiras do Estado e outras Entidades Públicas, assegurar a realização
da política económica e social do Estado e proceder a uma justa repartição dos
rendimentos e da riqueza nacional. (art. 101º).

Grande parte dos princípios do Direito Fiscal encontram-se consagrados na CRA, dentre estes
pode-se abordar o Princípio da Legalidade e o Princípio da Igualdade. No princípio da
Legalidade, pode-se conceber que, “os impostos só podem ser criados por lei, que determina a
sua incidência, a taxa, os benefícios fiscais e as garantias dos contribuintes…” (cfr. o nº 1 do
art. 102º da CRA). Cabe a assembleia (o parlamento) como representante dos contribuintes, a
responsabilidade da criação e aprovação das leis fiscais.

O princípio da igualdade declara que, “todos são iguais perante a Constituição e a lei...”, (cfr. o
nº 1 do Artigo 23 da CRA). É o princípio que garante que os impostos sejam estabelecidos de
forma equitativa, para permitir que cidadãos com a mesma capacidade contributiva sejam
tributados da mesma maneira.

5.4.1 Caracterização do Sistema Tributário Angolano

Segundo Sequeira, (2014), o sistema tributário é o conjunto de impostos vigentes num


determinado país e aos órgãos do Estado que têm a função de administrar estes impostos. O
sistema fiscal angolano, embora tenha sido várias vezes alterado nas suas diversas normas de
acordo a reforma tributária em curso, já não compaginava (encadeava) com a realidade

3
Portal de auditoria. Teixeira, Paulo Henrique. O que é Gestão Tributária. 2010. Disponível em
http://www.portaldeauditoria.com.br/artigos/O-QUE-%C3%89-GEST%C3%83O-TRIBUT%C3%81RIA.asp
acesso em 01/07/2013 às 12h32min.

8
económica e social, nem se compatibilizava com os novos desafios preconizados pelo Estado
angolano, nos mais diversos domínios da vida do país.

É definido ainda como o conjunto de impostos existentes e vigentes num certo espaço e
englobando os órgãos que têm a função de administra-los, reportando-se sobretudo da
legislação fiscal existente. Sendo assim, o Sistema Tributário Angolano é entendido como o
conjunto de tributos constituídos em Angola, albergando os princípios e normas que regulam
tais tributos e os órgãos de tutela dos mesmos.

O sistema fiscal angolano apresenta duas características, uma estrutura cedular, com vários
impostos sobre os rendimentos auferidos por empresas e/ou indivíduos e um sistema único de
tributação.

⮚ Sistema cedular

Caracteriza-se pela existência de códigos de impostos para cada tipo de rendimento. No caso
de Angola, sobre o rendimento incide: IRT, II, IAC, IP (renda); Sobre o Património: IP
(propriedade e transmissão), IVM; Sucessões e Doações de bens móveis; Sobre o Consumo:
IVA; IEC e SELO.

⮚ Sistema único de tributação

Os lucros das empresas e das pessoas singulares são tributados num único imposto,
independentemente da sua origem.

6. Hipótese da investigação

Em consequência ao problema levantado, surgiu, à priori a seguinte hipótese:

O planeamento tributário na empresa Ângelo Soares & Filhos, Lda, permitirá a redução da
carga tributária, melhorando a gestão e contribuindo de certa forma para a maximização dos
lucros.

7. Desenho Apropriado de Investigação

7.1 Tipo de Investigação

A investigação é uma monografia que apresenta um estudo exploratório com análise teórica e
metodológica que conclui com o planeamento fiscal da empresa Ângelo Soares & Filhos, Lda,

9
dirigido ao aperfeiçoamento dos resultados actuais a partir de tomadas de decisões melhor
fundamentadas.

7.2 Tipos de Pesquisa

Atendendo os objectivos que se pretendem alcançar, o presente estudo enquadra-se numa


pesquisa de tipo descritiva, com um pendor qualitativo, olhando para a sua abordagem.

Pesquisa Descritiva: Trata-se de um tipo de pesquisa onde os factos são observados, registados,
analisados, classificados e interpretados Sem que o pesquisador interfira neles (Mascarenhas,
2011).

7.3 Métodos e técnicas de investigação

No campo do saber científico a escolha dos métodos a serem utilizados pelo pesquisador está
vinculada pelo fenómeno tomado como objecto de estudo.

Métodos têm origem na palavra grega, methodos que significa literalmente «caminho para
chegar a um fim» assim método é o caminho pelo qual se chega a um determinado resultado,
ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão de modo reflectido e deliberado
(Marconi & Lakatos, 2002) Os métodos de investigação expõem o tipo de procedimentos
científicos que seguirá o investigador no processo de solucionar o problema exposto.

Desta feita, no desenvolvimento desta investigação serão utilizados os métodos de nível teórico
e empírico, como se descreve a seguir.

7.3.1 Métodos teóricos:

Análise e síntese: este método será empregue para conhecer o estado actual do problema, tendo
como suporte o estudo de fontes bibliográficas. Todavia, o método exigirá uma prévia recolha
de informações através de diversas fontes na materialização do presente trabalho. Por outro
lado, o método sintético, será imprescindível na selecção dos conteúdos que interessam a
investigação.

Hipotético-dedutivo: Seleccionou-se este método, pois vai permitir por sua vez, identificar o
problema, a formulação e verificação de hipóteses, a confrontação de feitos, a conciliação com
outras proposições teóricas e o estudo quantitativo dos dados.

10
Método histórico: Partindo do princípio de que as actuais formas de vida e de agir na vida
social, as instituições e os costumes têm origem no passado, por isso é importante pesquisar
suas raízes, para compreender sua natureza e função. (Maria de Andrade,2003).

Segundo Siena, (2007) No método histórico, o foco está na investigação de acontecimentos ou


instituições do passado, verificando sua influência no presente, considerando que é fundamental
estudar suas raízes visando à compreensão de sua natureza e função. Este método é utilizado
em estudos do tipo qualitativo.

Nesta senda seleccionou-se este método com intuito de que permitirá por um lado pesquisar as
raízes do sistema tributário através da revisão bibliográfica, para compreender sua natureza e
função, e por outro permitirá conhecer a história da empresa, desde a fundação as alterações
ocorridas quanto a política de impostos, visando a compreensão dos procedimentos face a
situação fiscal.

7.3.2 Método Empírico

Observação: Permitirá o exame dos procedimentos e políticas, adoptados pela empresa para o
controlo e procedimento fiscal.

Entrevista: é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma delas obtenha informações a
respeito de determinado assunto, mediante uma conversação de natureza profissional. É um
procedimento utilizado na investigação social, para a colecta de dados ou para ajudar no
diagnóstico ou no tratamento de um problema social. (Maria de Andrade, 2003). Permitirá obter
informações do gestor da empresa Sai frutos sobre o assunto em questão.

Semi-padronizada, será o tipo de entrevista a aplicar vai permitir um meio-termo entre a


padronização rígida e a despadronização.

Revisão Bibliográfica: este método visa a busca de informações bibliográficas, permitindo


assim navegar nas mais variadas obras científicas dos diferentes autores, a fim de obter
informações relacionadas com o tema em estudo; para de forma lógica e criativa, se possa então
fazer crítica e comparação, extrair conclusões entre outros aspectos a volta do tema em questão.

Segundo Carlos (2002), A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já


elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos

11
os estudos seja exigido algum tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas
exclusivamente a partir de fontes bibliográficas.

7.4 População e Amostra

Segundo Siena (2007), “a população ou o universo da pesquisa é o total de indivíduos que


possuem as mesmas características ou algum conjunto de especificações pré-definidas”.
Relativamente a amostra, é o processo de seleccionar uma parte representativa da população
para ser estudada. Amostra é parte do universo, seleccionado de acordo com regras próprias.

A população alvo define-se como “(...) conjunto de pessoas que satisfazem o critério de
selecção definidas previamente e que permitem fazer generalizações” (Fortin 2009, p.311).

A população sendo o conjunto dos elementos susceptíveis a mensuração, é formada pelas


demonstrações financeiras.

A amostra que servirá para a estimação deste estudo será seleccionada por conveniência e
trabalhar-se-á: As demonstrações financeiras dos anos 2021 e 2022.

8. Estrutura da Monografia

A estrutura do trabalho em apreço será composta por uma introdução e dois capítulos.

No primeiro capítulo abordaremos algumas teorias referentes ao planeamento tributário e,


portanto, fundamentando assim a nossa pesquisa. Também abordaremos alguns conceitos
específicos sobre Angola.

Por último, o segundo capítulo, debruçar-se-á a apresentação das metodologias utilizadas, a


caracterização da empresa, análise dos resultados e discussão, onde serão apresentados os
resultados da análise empírica obtidos na pesquisa.

E, por fim, como as normas académicas emanam, concluir-se-á o trabalho com as conclusões,
recomendações e referências bibliográficas.

12
9. Cronograma de Actividades

Quadro nº 1- Cronograma de actividades

Nº de MESES
orde ACTIVIDADE Ab Ma Ju Ju Ag Se Ou No
m
r i n l o t t v
1 Escolha do tema e do orientador
2 Encontro com o orientador
Pesquisa bibliográfica
3
preliminar
Revisão bibliográfica
4
complementar
5 Colecta e análise de dados
Entrega do trabalho de
6
investigação ao orientador
7 Correcções e Adaptações
8 Redacção de Monografia
9 Revisão e Entrega do Trabalho
10 Apresentação do trabalho
Fonte: Adaptado pela autora

13
10. Referências Bibliográficas

Azevedo, P. A. (2011). Breves notas sobre o planeamento fiscal, as suas fronteiras e as


medidas anti-abuso. Porto: Vida Económica.

Bogdan, R. e Biklen, S. (1994). Metodologia. Porto editora, pag.48-52.

Campos, D. L. (2006). O Sistema Tributário no Estado dos Cidadãos. Coimbra: Almedina

Editora.

Carreira, G. (2019). IVA - Tudo o que precisa saber. Luanda: Plural Editores.

Pereira, M. H. F. (2005). “Fiscalidade”, Almedina, Coimbra.

Cauxeiro, I. (2016). Impostos -Tudo o que precisa saber (1ª ed.). Luanda: Plural Editores.

Englisch, J. (2009). Fundamental principles of Value Added Tax (VAT). Universitdade


Augsburg.

Glaser, B. e Strauss. A. (1967), Metodologia de investigação científica. Macmillan: Hillya


Editora.

Febretti, L. (2009). Contabilidade Tributária (11ª ed.). São Paulo: Atlas.


Fernandes, M. (2013). Gestão Fiscal e Benefícios Fiscais. Dissertação de Mestrado, Instituto
Superior de Contabilidade e Administração do Porto, Porto.
Fernandes, M. S. (2013). Gestão Fiscal e Benefícios Fiscais.

Gonçalves, F. (2013). Fiscalidade (2ª ed.). Luanda Angola: Texto Editores.


Marconi, M. d., & Lakatos. E. M. (2002), Técnicas de Pesquisa: Planeamento e Execução de
Pesquisa Amostragem e Técnicas de Pesquisa Elaboração, Analise e Interpretação de
Dados. Lisboa: Atlas.
Maria de Andrade, M. M. (2003). Fundamentos de Metodologia Científica (5ª ed.). São
Paulo: Atlas.
Mascarenhas, P. S. (2011). Manual para elaboração de trabalhos academicos (2ª ed.).
Ideiaviva.
Oliveira, L. M., Chieregato, R., & all, e. (2005). Manual de Contabilidade Tributária. (4ª
ed.). São Paulo: Atlas.
Sequeira, A. (2016). Planeamento e Gestão fiscal: Sistema Tributário (2ª ed.). Localidade:
Escolar.
Siena, O. (2007). Metodologia da pesquisa científica: Elementos para Elaboração e
Apresentação de Trabalhos Académicos. Porto Velho.

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Consultas na legislação:

Constituição da República de Angola. (2010). (1ª ed. Fevereiro). Luanda: Imprensa Nacional
Editora

Legislação Fiscal. (2018). Colecção Legislação Angola (7ª ed.). Luanda: Plural Editores.

Lei n.º 7/19, de 24 de Abril. (2019). Aprova o Código do Imposto Sobre o Valor Acrescentado.
Diário da República I Série. N.º 55. Lei n.º 17/19, de 13 de Agosto. (2019). Lei que altera o
Código do Imposto Sobre o Valor Acrescentado. Diário da República I Série. N.º 104.

Consultas na internet:

Angola. Administração Geral Tributária (Web: http://www.agt.gv.ao).

Angola. Banco Nacional de Angola (Web: http://www.bna.gv.ao).

Angola. Ministério das Finanças (Web: http://www.minfin.gv.ao).

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