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UNIVERSIDADE PÚNGUÉ

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ECONÓMICAS E CONTÁBEIS


EXTENSÃO DE TETE

Normalização contabilística
Princípios Contabilísticos.

Licenciatura em Contabilidade
Trabalho de Contabilidade Financeira

Janete Machirica

Tete, maio de 2023


Janete Machirica

Normalização contabilística
Princípios Contabilísticos.

Trabalho cientifico, a ser entregue ao curso de


Licenciatura Em Contabilidade, na cadeira de
Contabilidade Financeira 1, como um dos
requisitos parciais de avaliação,

Sob orientação de:

Docente: Emílio Ernesto Sande

Extensão de Tete

Tete, maio de 2023


ÍNDICE GERAL
CAPÍTULO I .............................................................................................................................. 1

1. Introdução............................................................................................................................ 1

1.1. Metodologia ..................................................................................................................... 2

1.2. Objectivos ........................................................................................................................ 3

1.2.1. Geral ............................................................................................................................. 3

1.2.2. Específicos ................................................................................................................... 3

CAPÍTULO II ............................................................................................................................. 4

2. Normalização contabilística ................................................................................................ 4

2.1. Conceito ........................................................................................................................... 4

2.2. A necessidade de normalização contabilística ............................................................. 4

2.3. Normalização Contabilística em Moçambique................................................................ 6

3. Princípios contabilístico ...................................................................................................... 6

3.1. Princípios Contabilísticos Geralmente Aceites em Moçambique ................................... 8

CAPÍTULO III ........................................................................................................................ 9

4. Conclusão ........................................................................................................................ 9

5. Referências bibliográficas ............................................................................................. 10

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CAPÍTULO I

1. Introdução
A globalização dos negócios, dos mercados de capitais e internacionalização de actividades, como
tendências económicas gerais, tem sido motivos que justificam a evolução da maioria das matérias
de natureza económica financeira e, também, contabilísticas. A adopção de práticas contabilísticas
diferentes em cada Pais, torna o processo de comparação dos relatos financeiros de diferentes
Países, uma tarefa difícil e acarretando elevados custos para as multinacionais que são obrigadas a
prepara várias demonstrações financeiras quanto ao número de países que opera.

É dentro deste contexto que o presente trabalho pretende falar sobre o processo de harmonização
contabilística internacional, até a sua adopção em Moçambique. Em termos de estrutura:

i. Introdução;
ii. Desenvolvimento;
iii. Conclusão.

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1.1. Metodologia
A metodologia utilizada para a elaboração deste trabalho foi a pesquisa bibliográfica. Segundo Gil
(2007), a pesquisa bibliográfica é um procedimento técnico de pesquisa, que consiste em
levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos,
tais como: livros, artigos científicos, páginas web entre outros.

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1.2.Objectivos

1.2.1. Geral
 Abordar acerca de normalização contabilística e princípios contabilísticos.

1.2.2. Específicos
 Conceituar normalização contabilísticas e seus princípios;
 Falar da normalização contabilística e princípios contabilísticos;
 Falar sobre a normalização contabilística e seus princípios em Moçambique.

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CAPÍTULO II

2. Normalização contabilística
A normalização contabilística consiste na definição de normas, regras e princípios que regulam a
apresentação de um quadro de contas e nomenclatura de uso internacional. Em matéria
contabilística, normalizar significa que as operações ou transacções realizadas tem de ser relevadas
em contas cuja definição, codificação, regras de movimentação e de valorimetria estejam
previamente definidas, sendo sintetizadas, apresentadas e divulgadas em modelos com formatos
normalizados.

Dentro desta perspectiva a teoria de contabilidade, designada de teoria normativa, tem como
objectivo estabelecer regras que conduzam à elaboração das demonstrações financeiras de forma
que estas proporcionarem a melhor medição e representação possíveis para os resultados e situação
financeira da empresa. Antes da existência do Plano Geral de Contabilidade e de outros
instrumentos de normalização contabilística, as empresas, em cada um dos seus sectores,
organizavam o seu plano de contas de acordo com as suas necessidades e conhecimentos
relativamente à organização.

2.1. Conceito
Normalização contabilística refere-se, portanto, a um conjunto de princípios, procedimentos e
critérios que devem ser uniformemente seguidos, no que diz respeito nomeadamente a
terminologia, âmbito e movimentação das contas, valorização dos elementos patrimoniais,
determinação dos resultados e apresentação das contas.

2.2. A necessidade de normalização contabilística


A informação financeira que é preparada para accionista e os demais interessados da informação
financeira, é preparada em conformidade a um conjunto de princípios e procedimentos que variam
de pais para pais, e por consequência deste fenómeno, acontece a ausência de comparabilidade dos
diversos relatos financeiros entre os países, o que leva as seguintes consequências:

a) Elevado custo na elaboração da informação financeira, uma vez que uma multinacional é
obrigada a preparar tantas demonstrações financeiras quanto ao número de países que
opera;
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b) Os investidores e outros utentes da informação financeira, têm de conviver com as
diferenças dos relatos financeiros em cada país, principalmente quando pretendem analisar
determinado sector de actividade à escala internacional, incorrem em despesas extra de
análise com as consequências negativas a elas associadas. Por exemplo, podem não se
aperceber de investimentos potencialmente lucrativos, uma vez que não compreendem ou
não confiam na informação financeira que lhes está associada; ou, ao não se darem conta
da natureza das diferenças contabilísticas, podem vir a tomar decisões financeiras pouco
correctas.

Em virtude de todas estas dificuldades inerentes ao processo de análise económico-financeira, a


concorrência entre os mercados de capitais mundiais é prejudicada e as empresas poderão ter de
suportar elevados custos de capital, em resultado das dificuldades criadas em torno da compreensão
da sua real situação económica e financeira. Mais ainda, a credibilidade da informação financeira
é posta em causa se uma empresa relatar diferentes resultados em diferentes países, para o mesmo
conjunto de transacções.

Por tudo isto, o número de interessados numa efectiva harmonização contabilística é cada vez
maior sendo de destacar a Interenational Accouting standard Commite (IASC), as empresas
multinacionais, as instituições financeiras de grande dimensão e diversas organizações.

Segundo BELKAOUI (1992:480) a harmonização contabilística, trairá várias vantagens, em


primeiro lugar, para muitos países que ainda não tem um adequado conjunto de normas de
contabilidade e auditoria, a adopção de normas internacionais não só iria eliminar os custos de se
fazer um processo completo de normalização contabilística, porque o processo de concepção,
promulgação e imposição de normas contabilísticas envolve custos consideráveis, mas também,
permite que os países façam parte da tendência contabilística dominante.

Em segundo lugar, com a crescente internacionalização das economias mundiais e o aumento da


interdependência entre nações, a harmonização contabilística facilita as transacções internacionais,
a fixação de preços e as decisões de afectação dos recursos económicos, tornando os mercados
financeiros internacionais mais eficientes. Por último, com a necessidade das empresas
aumentarem o seu capital através da emissão de acções ou obrigações, os fornecedores de capital
baseiam-se na informação financeira proporcionadas pelas empresas para a tomada de melhores
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decisões de investimento e financiamento, e os mesmos mostram uma tendência na preferência de
relatos financeiros comparáveis.

2.3. Normalização Contabilística em Moçambique


O actual modelo de normalização contabilística nacional para as empresas comerciais, industriais
e outras (que não estejam no ramo de seguros e bancário), foi introduzido com a publicação do
Decreto n.º 36/2006, de 21 de Setembro, que aprova o Plano Geral de Contabilidade.

O referido plano é a aplicação obrigatória nos seus vários aspectos, nomeadamente código e
modalidades de funcionamento de contas, terminologia, critérios valorimétricos, entre outros.

A competência para a alteração de quaisquer elementos do Plano Geral de Contabilidade bem como
a regulamentação sobre aspectos relativos à sua interpretação e aplicação foi atribuída ao
Ministério da Finanças. Em Moçambique o Plano Geral de Contabilidade constitui a peca mais
importante da normalização contabilística e tem por objectivo a normalização da contabilidade das
empresas, assegurando a homogeneidade do sistema de informação e controlo económicos
necessários à direcção da economia nacional. O plano Geral de contabilidade estabelece:

 Um código de contas;
 Uma terminologia;
 Modalidades e funcionamento das contas;
 Critérios valorimétricos;
 Métodos gerais de determinação dos resultados
 Modelos de elaboração de balanços e de demonstrações financeiras.

3. Princípios contabilístico
Os princípios contabilísticos são vistos enquanto regras básicas no macro regras, elaboradas a partir
dos objectivos da informação financeira, e atendendo às características desta e às necessidades dos
seus utilizadores. Assim, e em virtude de algumas confusões terminológicas, podemos falar em
princípios contabilísticos em sentido amplo e em sentido estrito segundo Cañibano Calvo et at.
(1985:304-305), a saber:

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Sentido amplo: os princípios contabilísticos são vistos enquanto fundamentos do sistema
contabilístico, ou enquanto qualquer tipo de regra, sejam regras gerais e básicas ou concretas e
detalhadas, englobando todos os conceitos do itinerário lógico, como sejam:
características/requisitos, objectivos e utilizadores, normalização contabilística.

Sentido estrito (sustentado pela epistemologia da discipline): princípios contabilísticos referem-


se apenas às macro regras básicas de um sistema contabilístico, obtidas como consequência dos
restantes elementos do processo dedutivo, aos princípios contabilísticos propriamente ditos,
referidos nos planos de contabilidade e aos quais usualmente se denomina de “geralmente aceites”.

O sentido amplo atribuído aos princípios contabilísticos é muitas vezes utilizado, já que os
princípios contabilísticos são amiúde vistos como “qualquer norma, guia ou diretriz emitida por
um organismo com autoridade reconhecida (...) são o producto final da normalização
contabilística” (Cañibano Calvo: 1985-306).

Uma vez definido o que se entende por princípio contabilístico, é necessário analisar qual o seu
principal objectivo.

Qualquer sistema contabilístico visa proporcionar informação o mais fiável e aproximado possível
da realidade, isto é, informação que transmita uma imagem verdadeira e apropriada (imagem fiel)
da entidade. Assim, a definição de um conjunto de princípios contabilísticos tem como objectivo o
alcance dessa imagem fiel.

Posto isto, para que um sistema contabilístico seja útil tem de cumprir os princípios contabilísticos;
ou seja, para que a Contabilidade seja um sistema lógico e coerente é necessário aplicar os
princípios contabilísticos, em conformidade com os objectivos e características da informação
financeira, que contribuam para o cumprimento destes e conduzam assim à obtenção de uma
imagem fiel da situação económica, financeira e orçamental da entidade.

Este objectivo é definido no PGC moçambicano ao referir que a aplicação dos princípios
contabilísticos aí apresentados “deve conduzir à obtenção de uma imagem correcta da situação
económica e financeira” (Decreto n° 36/2006, p.p 6).

A definição de princípios contabilísticos, isto é, das macro regras básicas de um sistema


contabilístico, resulta das necessidades de racionalização e homogeneização da apresentação da
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informação financeira aos seus utilizadores, com vista à obtenção da imagem fiel, constituindo
assim “um mecanismo capaz de expressar a realidade económica das transacções alcançadas” (Tua
Parede:1998-750).

3.1. Princípios Contabilísticos Geralmente Aceites em Moçambique


Com a introdução do novo PGC, foram introduzidos novos princípios contabilísticos. Neste âmbito
são aceites como princípios contabilísticos os seguintes:

Princípio da Continuidade: segundo o qual a empresa é uma entidade que opera num âmbito
temporal indefinido, entendendo-se, por consequência, que não tenciona nem necessita de entrar
em liquidação ou de reduzir significativamente o volume das suas operações.

Princípios da Consistência: segundo o qual a empresa deve manter as suas políticas


contabilísticas durante os vários exercícios, devendo indicar no anexo as alterações consideradas
materialmente relevantes.

Principio da Prudência: segundo o qual a empresa deve acautelar nas suas contas a necessária
precaução para fazer face às estimativas decorrentes da sua actividade, sem que daí resulte a
constituição de reservas ocultas ou provisões excessivas que afectem a quantificação de activos e
proveitos por defeito ou passivos e custos por excesso.

Principio da Especialização dos Exercícios: segundo o qual a empresa deve reconhecer proveitos
e custos à medida que eles ocorram, tenham ou não sido recebidos ou pagos, devendo incluí-los
nas DF’s dos exercícios a que respeitem.

Princípio do Custo Histórico: segundo o qual a empresa deve efectuar os registos contabilísticos
com base nos custos de aquisição ou de produção.

Princípio da Substância sobre a Forma: segundo o qual a empresa deve contabilizar as operações
com base na substância e realidade financeira, e não atender à sua forma legal.

Principio da Materialidade: segundo o qual as DF’s devem evidenciar todos os elementos


relevantes conducentes a sua correcta apreciação pelos utentes.

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CAPÍTULO III
4. Conclusão
A contabilidade é a linguagem dos negócios, é uma ferramenta que pretende ser útil no processo
de tomada de decisão dos seus usuários. Ocorre que o processo de comunicação dos seus relatórios
com esses usuários fica dificultado pela existência de diferenças em seus modelos internacionais.

Analisando-se o processo de harmonização contabilística, depreende-se que o mesmo tem como


maiores benefícios: a facilidade proporcionada às companhias que pretenderem se capitalizar no
mercado de capitais internacional; a redução dos custos envolvidos com a migração de um sistema
contabilístico para outro, afectando empresas multinacionais que possuam subsidiárias em diversos
países; redução de custos para a realização de trabalhos de auditoria; além da já mencionada
comparabilidade das informações contabilísticas.

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5. Referências bibliográficas
1. BELKAOUI, A. R. (1992), Accounting Theory, 3rd Edition, The Dryden Press, Londres.
Disponível em <http://books.google.co.mz/books?id=fE9STcvKw-
QC&printsec=frontcover&dq=2.%09BELKAOUI,+A.+R.+(1992),+Accounting+Theory,
+3rd+Edition,+The+Dryden+Press&hl=en&sa=X&ei=LElMUveQMIXTsgbUt4GgAw&r
edir_esc=y#v=onepage&q&f=false htm>. Acesso em 26 Setembro de 2009;
2. CAÑIBANO Calvo, et all; Naturaleza y filosofia de los princípios contables. Revista
Espanhola de Contabilidade e Finaças, Vol. XIV, n° 47, Maio-Ag. 1985. Disponível em
www.ufrgs.br/necon/n8/2-08.pdf. Acessado em 02 de Julho de 2023 as 17:50h;
3. COMISSÃO DE NORMALłZAÇÃO CONTABILÍSTICA, Directriz Contabilística n° 18,
Portugal, 1997;
4. IUDÍCIBUS, S. (1989), Teoria da Contabilidade, 2ª Edição, 2ª tiragem, Atlas, São Paulo.
5. NOBES, Christopher (1996b), International Guide to Interpreting Company Accounts 1996-
97, FT Financial Publishing, Pearson Professional Limited, Londres Disponivel em
<http://books.google.co.mz/books?id=6BybXwAACAAJ&dq=NOBES,+Christopher+(1996b
),&hl=pt-PT&sa=X&ei=2klMUrCiFqWm0QXv24HABw&ved=0CCwQ6AEwAA, Acesso
em 22 Setembro de 2009;
6. Plano Geral de Contabilidade, aprovado pelo Decreto n.º 36/2006, de 21 de Setembro.
7. Plano Oficial de Contabilidade (2006), Decreto-Lei n° 36/06, de 25 de Julho;

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