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Eqüidade em saúde

contribuições da epidemiologia

Marilisa Berti A. Barros


CCAS-DMPS-FCM-UNICAMP
Ciclo de Estudos da SVS - 13 julho de 2007
As
desigualdades sociais
em saúde
Brevíssimo Histórico
¾ No século XIX acumulam-se
observações sobre diferentes ocorrências
dos eventos de saúde segundo área de
moradia, ocupação, condições de vida...:
Villerme, Virchow, Engels, Snow,
Quetelet...
Mortalidade
Ruas de 1ª Classe: imóveis 1ª classe 1 em 51
2ª classe 1 em 45
3ª classe 1 em 36
Ruas de 2ª Classe: imóveis 1ª classe 1 em 55
2ª classe 1 em 38
3ª classe 1 em 35
Ruas de 3ª Classe: imóveis 1ª classe falta
2ª classe 1 em 35
3ª classe 1 em 25

Engels, F. – A situação da classe trabalhadora na Inglaterra


¾ No início do séc XX agregam-se análises
de Frost, Goldberger, Sydenstricker, Morris,
(Brasil) Josué de Castro, entre muitos outros.

¾ Identificavam as conseqüências da
economia e da política na saúde ou concluíam
que as forças sociais e econômicas
modelavam o padrão da saúde-doença das
populações (Berkman, 2004).
Na Inglaterra:
Black Report, 1982
Forte influência no desenvolvimento de
estudos nos países europeus.
Desigualdades sociais e eqüidade em
saúde
¾ Retomada de interesse no tema –
contextos econômicos e políticos:globalização
¾ Mudanças de enfoque e conceitos -
participação de diversificadas correntes de
pensamento e ação
¾ Crescimento intenso de publicações e
desenvolvimento de desenhos de estudo e
métodos e técnicas de análise
Década de 90: Iniciativas de
agências, fundações e países

OMS – força tarefa com iniciativa de 1996


OPAS –destaque para iniqüidades em várias reuniões,
financiamento de pesquisas,
ONU , UNICEF, BANCO MUNDIAL, FMI – 1997 - NHP
Fundação Rockfeller – Global health equity iniciative
União européia – prioridade para questões de pobreza e
desigualdade – publicações
Estados Unidos – conferências e agenda política

r E quit y in H e a lt h (ISEqH)
ã o da Inte rna ti on al Society fo
Criaç e 2 0 0 0 , e m Havana.
em ju n h o d
Equity in health and health care:
a WHO iniciative (WHO, 1996)

™ As diferenças sociais em saúde são


inaceitavelmente amplas e mostravam-se crescentes
em vários países.
™ Informações de rotina não detectavam essas
desigualdades.
™ Contexto: Os gastos sociais em saúde vinham
sendo restringidos.
™ Eqüidade em saúde precisa fazer parte das
agendas políticas dos governos de todos os países
Na América Latina
9 Tema das desigualdades sociais em saúde – anos 70 e 80.
9 Movimentos sociais de enfrentamento às ditaduras
militares
9 Movimento na saúde de Medicina Social, Saúde Coletiva,
Reforma Sanitária, epidemiologia social e epidemiologia
crítica (Almeida-Filho et al, 2004; Tajer, 2003; Krieger, 2003).
No Brasil o tema é muito trabalhado (Tema do 1o. cong de
Epidemiologia: Epidemiologia e desigualdade social: os
desafios do final do século..) especialmente na década de 90
com novos contornos e ênfases (Barata, 1997; Duarte et al,
2002; Nunes et al 2001).
As mudanças de
enfoques e conceitos
Desigualdade social Eqüidade

Estrutura social – Estratificação Social


Justiça social
Whitehead, 1992:
Iniqüidades em saúde são diferenças que
além de evitáveis são também injustas.

Diferenças, diversidade, disparidades,


distinção, desigualdades e iniqüidades
(Silva e Almeida Filho, 2000; Breilh, 1998)
International Society for Equity in
Health (ISEqH) - 2000

Eqüidade corresponde a
ausência de diferenças sistemáticas,
potencialmente modificáveis,
em um ou mais aspectos da saúde
entre grupos ou subgrupos populacionais
definidos social, econômica, demográfica
ou geograficamente.

(Macinko & Starfield, 2002)


Desigualdades sociais
e epidemiologia
Críticas à Epidemiologia Moderna
¾Reducionismo biofisiológico
¾Absorção pela biomedicina
¾Ausência de teoria sobre padrões de
ocorrência da doença em populações
¾Desconsideração do contexto histórico e
social
¾Labirinto de fatores de risco
¾Dogmatismo sobre desenhos de estudos
¾Culpa a vítima
Pearce N, AJPH, 1996.
O desenvolvimento da
Epidemiologia Social
Epidemiologia social
O termo aparece em artigo de Alfred Yankauer
(editor do Am J Public Health), American
Sociological Review, 1950: The relationship of fetal
and infant mortality to residential segregation: an
inquiry into social epidemiology.

Livro de Gartly Jaco publicado em 1960: The social


epidemiology of mental disorders: a psychiatric
survey of Texas.
Leo G Reeder: Social epidemiology: an appraisal,
1969, Am. Sociological Association.
Epidemiologia Social

Tendências teóricas atuais: Krieger (2001)

1. Teoria psicosocial

Estresse físico e psíquico - vulnerabilidade à


doença. Fatores psicossociais gerados pela
interação humana afetando funções
neuroendócrinas (John Cassel, 1976).
2. Produção social da doença – Economia política da
saúde.
Década de 60 e 70-
Vicente Navarro (Int J Health Service-1971), Lesley
Doyal, Jaime Breilh, Laurell (nexo bio-psico-social,
desgate)...
3.Teoria ecosocial e perspectivas dinâmicas multi-
nível.

a. Teoria ecosocial – (Krieger, 1994)


b. Eco-epidemiologia – Susser, 1996
c. Perspectiva dos sistemas sócio ecológicos –
McMichael, 1999.
Correntes de pensamento e ação
(Gwatkin, 2000) :

™ Pobreza e saúde
™ Desigualdades em saúde
™ Iniqüidades em saúde
DIMENSÕES TRATADAS

Equidade Equidade nos


em Saúde X serviços de
Saúde

Eqüidade Horizontal X Eqüidade Vertical


(acesso baseado na necessidade)

(Silva & Iriart, 2002; Mooney & Jan, 1997)


Desenvolvimentos
metodológicos
Tópicos de desenvolvimento

™ Diversificação dos objetos/ eventos de saúde


que são submetidos à análise das desigualdades
sociais
™ Diversificação dos grupos/segmentos sociais
cujos diferenciais em saúde são analisados
™ Aprimoramento e diversificação dos
desenhos de estudo com desenvolvimento de
novas linhas de investigação, métodos e técnicas
de análise.
™ Desenvolvimento de novas medidas de
mensuração das disparidades
Os eventos (objetos) da saúde

™ Ampliação do espectro de objetos da


saúde sob análise escrutinando
padrões de desigualdade.

™ Objetos circunscritos com maior


especificidade
Ampliação do espectro de objetos dos estudos de
desigualdade

Mortalidade

Morbidade e Acidentes e
Co-morbidades Violências

Limitações
e Incapacidades

Atividades
da vida diária
Qualidade
de vida em saúde
o m o o b j et o
l i da de c
A morta
Mortalidade:

• Índices de mortalidade proporcional


• Taxas de mortalidade padronizadas por idade
• Taxas específicas por idade, gênero e por
causas específicas de morte
• Probabilidades de morte/ sobrevivência/
letalidade

Novos conceitos/ novos indicadores:


• Mortes prematuras - APVP
• Mortes excessivas – gap, brechas…
• Mortes evitáveis
Áreas de abrangência das unidades básicas dos serviços de
saúde e Distritos de Saúde. Campinas, 2003.
RAZÃO ENTRE AS TAXAS DE MORTALIDADE DO
ESTRATO 4 EM RELAÇÃO AO 1, SEGUNDO IDADE
NO SEXO MASCULINO. Campinas, 2001-03

3,5

2,5

1,5

0,5

0
05.-14 15.-24 25.-34 35.-44 45.-54 55.-64 65.-74

2001-03
Razões entre taxas de mortalidade do estrato 4 em
relação ao estrato 1 segundo causas de óbito.
Campinas, 2001-03
5
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
o
I N ter ma C V as
c
Fe
m
CM CM u a DI DC M c
o de dem i c- o mi
l m
e co Ca ho h
C ad
Morbidade
¾Morbidade: doenças letais e não letais,
presença de várias doenças, índices de
comorbidade, (interação entre quadros clínicos),
episódios agudos e condições crônicas, doenças
mentais.

¾Lesões: (acidentes e violências)


¾Deficiências Físicas
¾ Indicadores compostos: carga da doença
(DALY - AVAI)
Prevalência de doenças crônicas segundo
escolaridade PNAD, 2003

Doença de coluna ou costas Artrite ou reum atism o


30 26,91 20
15,62
25 20,08
15
20 14,49 14,42
% 15 8,97
% 10
10 5,01 4,45
5 5
0 0
0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos e + 0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos e +

Doenças do coração Insuficiência renal crônica


10 9 5
3,83
8 4
5,66 2,6
6 3
% %
3,2 1,79
4 2,81 2 1,25
2 1
0 0
0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos e + 0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos e +

Barros et al, 2006; C & SC. 11(4):911-26.


Prevalência de doenças crônicas segundo escolaridade
PNAD, 2003

Depressão Tuberculose
8 7,24 6,82 0,35 0,31
0,3
6 5,00 0,25 0,2 0,2
4,52
0,2
% 4 % 0,12
0,15
0,1
2
0,05
0 0
0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos e + 0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos e +

RPa=3,23
Câncer Diabetes
1 8
0,84 6,71
0,8
0,62 6
0,54
0,6 3,96
% 0,35 %4
0,4 2,21 2,13
0,2 2

0 0
0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos e + 0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos e +
Prevalência de doenças crônicas segundo escolaridade
PNAD, 2003
RPa=2,90

Hipertensão Tendinite ou sinovite


35 29,71 5 4,48
30
4
25 19,61 2,78 2,91 2,85
20 3
% 15 11,35 %
10,05 2
10
5 1
0 0
0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos e + 0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos e +

Cirrose Bronquite ou asm a


0,3 4,64
5
0,24 3,83 4,08
0,25 4 3,57
0,2 0,16
3
% 0,15 0,12 %
2
0,1
0,05 0,01 1
0 0
0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos e + 0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 anos e +
Saúde auto-percebida (indic. subjetivos)

Impacto da doença nas atividades da vida


diária e atividades instrumentais da vida diária, no
grau de independência e de autonomia.

Auto-avaliação da saúde (Subramanian &


Kawachi, 2003)

Qualidade de Vida em Saúde: dor, autonomia,


saúde mental, vida social, suporte social, bem
estar... (McDowell & Newell, 1996)
Qualidade de vida relacionada a Saúde
Medindo a Saúde - McDowell & Newell,1996.

¾- Limitações e Incapacidades Físicas- Activities of daily


living (ADL:7) e IADL (8)
¾- Saúde social: suporte, ajustamento, papéis sociais (13)
¾- Bem estar psicológico : 10
¾- Depressão: 8
¾- Estado Mental : Cognição , Demência (11)
¾- Dor: 9
¾- Estado geral de saúde e Qualidade de vida em saúde (21)
Além das várias dimensões
da saúde,
são objetos
privilegiados das análises
das desigualdades sociais…
As análises de desigualdade em saúde
passam a focar diferentes dimensões

Determinantes
e Fatores de
risco

Eventos de
Saúde-doença

Conseqüências
Serviços de saúde:

¾ acesso
¾ uso
¾ qualidade
¾ gastos
Evidências do efeito dos SS na redução do
impacto das desigualdades sociais.
o s
fo cad
s e n
a i
s s oci
nt o
m e
s s eg
O
Eqüidade – grupos sociais

NSE e classe social


Gênero
Etnia
Região geográfica
Grupos religiosos
Área de moradia...
Razão de Mortalidade Padronizada para algumas causas de
óbitos – 15 a 64 anos.Inglaterra e Gales, 1970-72.

Causa Burguesia Operários


(camadas médias e não qualificados
altas)
Câncer 75 130
D. End., Met. e Nutr. 90 130
D. Sangue e O. Hemat. 65 110
D. mentais 70 250
D. Sistema Nervoso 60 150
D. Sistema Circulatório 90 110
D. Sistema Respirat. 80 160
D. Sistema Genit. 60 155
D. Infec. e Parasit. 60 200
Ac. Env. e Violência 80 200
Todas as Causas 80 140

Laurell, AC, 1989


Processo Modo
de de
Trabalho Vida

Produção de valores Reprodução de


Mercadoria homens
(Prod objetiva) (Prod subjetiva)

Consumo de Consumo
homens de valores de uso
(Consumo subjetivo) (consumo objetivo)

Ciclo de valorização do
capital dominante

Ciclo de reprodução humana


Subsidiária ao capital

Fonte: Ortega OM Capitalismo y Enfermedad Obrera


In: Tecla JÁ Enfermedad y Clase Obrera
Inst Polit Nacional México 1982.
Perfil epidemiológico

Perfil reprodutivo

Estrutura de bens
Valores de uso Domínio Contra-valores

Funções e recurso orgânicos Natural Clima nocivo


de imuno-defesa, locomoção e Orgânico Elementos traumáticos
Sustenção reprodução, controle

Bens gerados no trabalho Contravalores gerados


e no consumo Classe social
“em si” no trabalho e no consumo
(simples e ampliado) (simples e ampliado)

Consciência objetiva de classe. Classe social Consciência alienada


Avanço da organização social “para si” repressão
e as forma solidárias de vida da organização e privatização
das formas de vida

Perfil de saúde-doença Casos


Medidas da Padrão de Distribuição e
capacidade morbidade probabilidade de
Vital
Padrão de “casos” segundo sexo,
Desenvolvimento e
crescimento Mortalidade idade, ocupação, etc..

Fonte: Breilh J Epidemiologia: Economia, Medicina y Política – Quito, Editorial Universitária,


1979, pg 217.Ortega OM Capitalismo y Enfermedad Obrera
Ocupação e classe social:

Kunst, 1997: abordagem hierárquica X abordagens de


estrutura de classes (E O Wright (1985); EGP (Erikson &
Goldthorpe, 1992)

Muntaner et al, 2004, diferencia classe social de


estratos sociais (E.O. Wrigth) – posições
contraditórias de classe - para analisar doenças
mentais
Barbeau et al, 2004: “Working class matters:...”
analisa o tabagismo na pop. americana.
Prevalência de fumantes (20-49 anos)

40
35
Escolaridade 30
25
% 20
15
10
5
0
<4 4a7 8 a 11 12 e +
Obesidade (18 e +) Masc p=0,03
Fem p=0,008

Homens Mulheres

25 Cage positivo (18 anos e mais)


20
15
15
%
10
10
5 %

0 5
<4 4a7 8 a 11 12 e +
Masc.: p = 0,7221 0
Fem. p = 0,0024 <4 4a7 8 a 11 12 e +
Masc p=0,0037
Fem p=0,0277
Média de pontos dos componentes do IQD segundo escolaridade
do chefe da família. ISA-SP, 2002.

10

7
mediadospontos

0
Cereais, p ães V erd uras e Frut as Leit e e Carnes e Leg umino sas Go rd ura t o t al Co lest ero l Só d io V aried ad e d e
e raí zes Leg umes p ro d ut o s o vo s aliment o s
láct eo s

0-3 anos 4-7 anos 8-11 anos 12 e + anos

Regina Fisberg, FSP-USP


Outras variáveis:
Condições da moradia, equipamentos,
seguro social, posse de bens, etc

Indicadores compostos:
NBI, IDH, Índice de privação, de exclusão
social, etc

Indicadores SE de indivíduos e de nível


de agregados
Gênero, etnia, religião…
Figura 2 - Prevalência de pelo menos uma doença crônica
segundo idade e gênero. PNAD, 2003.
% 90
80
70
60
50
40
30
20
10
0
19

29

39

49

59

69

79
9

+
a

e
idade
a

a
0

80
60

70
10

20

30

40

50
homem mulher

Barros et al, 2006; C & SC. 11(4):911-26.


Prevalência de Doenças crônicas segundo faixa etária PNAD, 2003

Doença de coluna % 70
Hipertensão
% 45
40 60
35 50
30
40
25
20 30
15 20
10
10
5
0 0
a
9 19 29 39 49 59 69 79 +
a
9 19 29 39 49 59 69 79 e
+
a a a a a a a e a a a a a a a
0
10 20 30 40 50 60 70 80
0
10 20 30 40 50 60 70 80

Artrite % 16 Depressão
%45
40 14
35 12
30 10
25 8
20
6
15
4
10
5 2
0 0

69

79
19

29

39

49

59

+
69

79

9
19

29

39

49

59

+
9

e
a
e
a

a
a

a
a

a
a

80
0
80
0

60

70
10

20

30

40

50
60

70
10

20

30

40

50

%10
Asma Doenças do coração
%30
9
8 25
7
20
6
5 15
4
3 10
2
5
1
0 0
69

79
19

29

39

49

59

69

79
19

29

39

49

59

+
9

9
e

e
a

a
a

a
a

a
80

80
0

0
60

70
10

20

30

40

50

60

70
10

20

30

40

50
0
1
2
3
4
5
6
%7
0
1
2
3
4
5
6
7
%8

0 0

0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
% 0,6
a a
9 9
0
a
9
10 10
a a
10 19 19
a
19
20 20
20 a a
29 29
a
29
30 30
30 a a
39 39
a
39
40 40
40 a a
a 49 49
49
50 50
50 a a
a 59 59
59

Tuberculose
Tendossinovite

60
60 60
a a a
Insuficiência Renal

69 69 69

70 70 70
a a a
79 79 79

80 80 80
e e e
+ + +
0
2
4
6
8
10
12
14
16
% 18

0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
% 4

0 0
a a
9 9

0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
% 0,6

0
a 10 10
9 a
a 19
19
10
a
19 20 20
a a
29 29
20
a
29 30
30
a a
39 39
30
a
39 40
40
a
a 49
40 49
a
49
Câncer

50
Diabetes

50 a
Cirrose

50 a 59
59
a
59
60
60 a
60 a 69
a 69
69
70
70
70 a
a 79
a 79
79
80
80 80 e
e +
e +
+
Prevalência de Doenças crônicas segundo faixa etária PNAD, 2003
Ingestão semanal de bebida alcoólica

35

30

Adolescentes 25

20

%
15

10
Prevalência de fumantes
5
20
0
18
12 a 13 14-15 16-17 18-19
16 idade (anos)
14

12
Masculino
% 10
Feminino
8

12 a 13 14 a 15 16 a 17 18 a 19

idade (anos)
Prevalência de doenças crônicas, segundo raça/cor. PNAD/Brasil, 2003.
Doença do coração Insuf. renal crônica
10 7
8,5 5,8
8 6
6,2 6,3 5
5,7
6
% 4,5 4
%
4 3 2,4 2,4
2,1
2 1,5
2
1
0
0

Depressão
Tuberculose
12 0,7
9,9 0,6
10 0,6

0,5
8 6,8 0,4
0,4
% 6 5,0 5,0 %
0,3
4 0,2 0,2 0,2
2,6 0,2

2 0,1

0 0

Tendinite ou sinovite Cirrose


7 0,7
6,3 0,6
6 0,6
Branca
5 0,5
4,1 Preta
3,8 0,4
4 3,2 Parda % 0,3
%
0,3
3 2,3 Amarela 0,2 0,2
0,2
2 Indígena 0,1
0,1
1
0
0 B ra n c a P re ta P a rd a A ma re la In d íg e n a

Barros et al, 2006; C & SC. 11(4):911-26.


Prevalência de doenças crônicas, segundo raça/cor. PNAD/Brasil, 2003.
Doença de coluna ou costas Artrite ou reumatismo
25 16
21,2 13,4
19,8 19,1
20 18,6 12
15,7 8,8 9,3
8,6
15 % 8
% 6,0
10
4
5
0
0
Câncer
1,2 Diabetes
1,0 8
1 6,6
0,8
6 5,6
0,8
4,2 4,4
% 0,6 0,5 ,
% 4 3,2
0,3 0,4
0,4
2
0,2
0 0

Bronquite ou asma
Hipertensão
7
6,2 30
6
Branca 25 23,0 22,1
5 4,5
4,2 Preta 19,5
4,1 20 18,1 17,1
4 3,5 Parda
% % 15
3 Amarela
2
Indígena 10

1 5
0 B ra n c a P re ta P a rd a A ma re la In d íg e n a 0
Obesidade

25
20

Religião %
15
10
5
0
católica evangélica outra
Masc p = 0,9806
Fem p = 0,0218

Prevalência de fumantes (18 anos ou mais) Consome álcool ao menos 1 vez/semana


70
40
60

30 50
40
% 20 %
30

10 20
10
0
0
católica evangélica outra católica evangélica outra
Masc p= 0,0016
Masc p= 0,0016
Fem p= 0,0000
Masculino Feminino Fem p= 0,0000
Medidas da magnitude das
desigualdade sociais em saúde

Índices que sumarizam as diferenças:


¾ Diferenças relativas e absolutas (RR e RA)
¾ Índices de efeito e de impacto total
¾ Medidas cruas ou modeladas
(15 tipos de medidas)

(Kusnt, A., 1997; Schneider et al, 2002)


Pan Am J Public Health, 12 (6) (2002) –editor: Carlos Castillo-
Salgado
Desenhos de Estudos
(Borrel, 1997; Kunst, 1997)

Base Individual
transversais e longitudinais
desenvolvimento de técnicas de
linkage

Estudos de agregados – Ecológicos


Variáveis ecológicas ou de contexto
Desenvolvimento de métodos e linhas de
investigação
Análise espacial: diferencias intra-urbanos,
georeferenciamento, monitoramento das
disparidades pelos serviços de saúde.

Análises de séries temporais: mais recursos para


detectar diferenças nas tendências de eventos de
saúde entre grupos sociais.
Abordagens de curso da vida (Life-course
Epidemiology): Estudos longitudinais: efeitos de
condições intra-útero ou na infância sobre
resultados na saúde do adulto (Galobardes et al,
2004).
Desenhos e análise multinível
Fatores de nível de grupo, de vizinhança ou
populacional: importantes para análise
populacional, mas também para entender causas
das doenças nos indivíduos. Diez Roux (2004):
hierarquia de níveis; sistemas de múltiplos níveis de
organização (da sociedade às moléculas).

Análise do impacto da desigualdade social (do grau


de concentração de riqueza) sobre a saúde.
Carência relativa, exclusão, segregação, coesão
social...(Subramanian & Kawachi, 2004)
(Wilkinson, Kawachi, Subramanian, Linch...)
Equidade e serviços de saúde
Pa

%
rt
o
Ho

0
10
20
30
40
50
60
70
80
sp
i ta
la
Pu r
69,7

er
ic
ul
tu
ra
69,7

Pr Pr
ob é-
le na
m ta
as l
65,5

de
sa
H ùd
os e
Tr pi
62,4

at ta
am liz
.O aç
ão
do
nt
55,2

ol
óg
ISA-SP, 2002.

ic
Pa o
49,0

pa
ni
co
la
M u
47,4

am
Ex og
am ra
e fi a
de
38,9

pr
ós
Cobertura de ações de saúde pelo SUS.

ta
ta
33,2
Uso de serviços de saúde segundo
escolaridade do chefe de família, ISA-SP, 2002.

% 100 100
90 %90
80 80
70 68 67
70 70
58 58
60 60 53 54 52
50 50
40 40
30 30
20 20
10 10
0 0

Parto Hospitalar Pré-Natal Vacinação Vacinação gripe 60 Uso de serviço 15


<5anos anos e+ dias

% 100
90 87 90 91
80 76 78 Escolaridade
71
70 61 <4
57 60
60 56 50 4a7
47
50 43
41 8 a 11
40 35 36
30 12 e +
20
10
0
Exame Cons.Odonto Mamografia Papanicolau
Próstata
Condutas de hipertensos (em %) com 60 anos ou mais segundo
anos de escolaridade. ISA-Campinas, 2002.

Conduta Total 0-4 5e+


Visita regularmente o médico 71,6 69,7 79,0 NS

Porque não?
Não achou necessário 66,7 69,5 52,1
Participa de atividade de grupo de 1,7 1,5 2,4
hipertenso
O que faz para controlar a HA?:
Toma medicamento de rotina 86,7 87,6 83,0 NS
Faz dieta sem sal 22,4 23,0 20,2

Faz atividade física 7,9 4,1 22,4 S

Faz regime para perder peso 3,3 1,7 9,0 S

Zaitune et al, 2006


Cad S Pública 22(2):285-94
Fatores associados à hipertensão
arterial em idosos. Campinas, ISA-SP

Naturalidade : não natural do Estado de São


Paulo ÆOR= 1,58 (1,01-2,48)

Escolaridade: 0-4 anos de estudo


OR = 1,67 (1,09-2,57)

IMC: >= 25 kg/m2 Æ OR= 1,57 (1,02-2,40)

Zaitune et al, 2006


Cad S Pública 22(2):285-94
Fatores associados ao sedentarismo no
lazer em idosos. Campinas, ISA-SP

¾ Menor nível socioeconômico


¾ Fumantes
¾Transtorno mental comum
¾Sexo feminino

Zaitune et al, 2007


Cad S Pública 23(6):1329-38
Fatores associados à não realização do
exame de Papanicolaou. Campinas, ISA-SP

Idade<60 RP= 2,01 (1,17-3,45)


Escolaridade: 0-4 anos de estudo
RP = 2,77 (1,07-7,12)
Cor/raça: parda/preta Æ RP= 2,35 (1,13-4,87)

Papanicolaou coberto pelo SUS: 43,2% Æ 56,8% cobertos


pelo privado
Cobertos pelo setor privado em Campinas: Pré-natal: 46,8%
Parto: 41,9% (Almeida e Barros, rev Panam salud Publica, 2005)

Amorim et al, 2006; Cad S Pública 22(11):2329-38


Fatores associados ao uso da vacina
contra influenza em idosos, ISA-SP

Idade ≥ 70 OR= 1,47 (1,09-1,99)


Escolaridade: ≥ 9 anos de estudo
OR = 0,64 (0,41-0,98)
Hipertensão: OR= 1,39 (1,03-1,87)

Francisco et al, 2006; Rev Panam S Pública 19(4):259-64


Eqüidade e atenção à saúde da gestante

Inquérito em amostra de 248 gestantes (270 sorteadas)


no município de Campinas em 2002. Comparação
-> renda familiar per capita (inferior e superior a 1 salário
mínimo)

Intensas diferenças sociais: no estrato de menor renda


predomínio de gestantes mais jovens, pretas ou
pardas, com baixa escolaridade, sem atividade
econômica e morando sem companheiro e em maior
proporção não planejaram a gravidez; menor número
de consultas e iniciaram mais tardiamente o pré-
natal.
Apesar das grandes diferenças sociais não houve
referência de maior morbidade do RN de pior NSE e
as diferenças nos percentuais de BP e de
prematuros não foram significantes.

Além disso, alguns indicadores de qualidade da


atenção,
ão mostraram-se mais adequados nas gestantes
de menor renda (usuárias dos serviços públicos): teste
HIV, parto normal, exames de rotina e alojamento
conjunto.

• A capacidade do SUS, numa rede de serviços bem


organizada, de reduzir o impacto das ineqüidades
sociais.

Solange D M Almeida e Marilisa B A Barros


Pan Am J Public Health,17(1):15-25,2005
As desigualdades sociais no
espaço urbano
Taxas de homicídios em homens, segundo
faixa etária. Campinas 1980 a 2005 .
Coef./100.000hab

300 266
250
200
150
100
50
0
85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05
05-14 15-24 25-34 35-44 45-54 55+

Fontes: Datasus/MS 1985–2003, SIM/SMS de Campinas 2004-2005


Figura

Taxas de
Homicídios
em homens
de 15 a 39
anos
segundo
áreas
de
abrangência.
Campinas,
2002-04.
Taxas de homicídios segundo estratos socioeconômicos
de setores censitários urbanos. Campinas, 2003-04.
Homicídio segundo estratos SE dos setores
censitários. Homens de 15 a 39 anos. (2003-2004)
Coef./ 100.000hab

300
264,6
250
196,4
200

150 124,7
100
47,2
50
16,6
0
Muito Baixo Médio Alto Muito
baixo Alto
Taxas de mortalidade segundo relação de
vizinhança com aglomerados subnormais de
setores censitários urbanos.Campinas, 2003-04.
Homicídio segundo estratos SE dos setores
censitários e vizinhança com aglomerados
subnormais. Homens de 15 a 39 anos.
Coef./ 100.000hab
120
99
100
79,4 82,3
80
64,8
56,6
60 52,2
46,8

40 28,9
24,3
20 14,3
7,4

0
Aglomerados Vizinhos Não Vizinhos
Subnormais

Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto


a nd o a s
Monitor s sociais
ua lda d e
desig
RAZÃO ENTRE AS TAXAS DE MORTALIDADE DO
ESTRATO 4 EM RELAÇÃO AO 1, SEGUNDO IDADE
NO SEXO MASCULINO. Campinas, 1990-92 e 2001-03

3,5

2,5

1,5

0,5

0
05.-14 15.-24 25.-34 35.-44 45.-54 55.-64 65.-74

1990-92 2001-03
Razões entre taxas de mortalidade do estrato 4 em
relação ao estrato 1 segundo causas de óbito. Campinas,
1991-94 e 2001-03
5
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
o
I N ter ma C V as
c em
CM CM de
u a DI C
c-M ic
F
lo dem D i m
o Ca ho
m ho
dec
C a

1991-94 2001-03
C S S D o ming o s

C S Flo rest a

C S S M arco s

C S S C rist o vao

C S Flo r ence

C S U B airro s

Figura 8 C S S M o nica

C S S Lucia

C S S Jo se

C S A er o p o rt o

C S V A leg re

C S O M aia

Coeficientes de C S It ajai

C S D IC III

mortalidade por C S S Quirino

C S B V ist a

homicídios em C S A nchiet a

C S Perseu

homens C S Ip aussurama

2000-2002
C S C M o ura

de 15 a 39 anos, C S P A q uino

C S C ap ivari

segundo área de C S D IC I

C S So usas

abrangência dos
C S V R ica

C S V alenca

Centros de Saúde.
C S S V icent e

C S S B ar b ara

Campinas, 2000-2002
C S Esmerald ina

C S Int eg racao

2003-2005
e 2003-2005.
C S C o nceicao

C S Fig ueira

C S S Od ila

C S T N eves

C S F Lima

C S Paranap anema

C S C Silva

C S V U niao / C A IC

C S Taq uar al

Nota: Excluídas as áreas de J. C S B Ger ald o

C S Ip e

Egídeo e Itatinga pela reduzida C S A urelia

população. Na área do CS C S Eulina

Ób/100.000 homens
C S C ent ro
Itatinga ocorreram 5 e 9 óbitos C S 3 1 d e M arço

nos períodos em estudo. 0 50 10 0 150 200 2 50 300 3 50 400 4 50 50 0 550


Taxas de homicídios em homens de 15 a 39
anos, segundo estratos socioeconômicos.
Campinas, 1995 a 2005.
400
394

350

300

250

200

150

100

50

0
95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05

Alto M édio-alto M édio-baixo Baixo Campinas

Fontes: Datasus/MS 1995–1999, SIM/SMS de Campinas 2000-2005


Figura 6 – Coeficientes de mortalidade (/100.000hab) por Causa
Externa do sexo masculino segundo Distritos de Saúde,
Campinas, 2000-2006.
240

200

160

120

80

40

0
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006

L N NO S SO

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