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EPIDEMIOLOGIA

EPIDEMIOLOGIA

• UNIDADE 1 – INTRODUÇÃO À EPIDEMIOLOGIA


- ASPECTOS CONCEITUAIS E HISTÓRICOS

• UNIDADE 2 – DEMOGRAFIA, SAÚDE E


GOVERNABILIDADE

• UNIDADE 3 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA


ETIMOLOGIA

• Portanto, de forma simplificada, o termo “epidemiologia” significa o estudo sobre a


população, que direcionado para o campo da saúde pode ser compreendido como o
estudo sobre o que afeta a população.

• A epidemiologia congrega métodos e técnicas de três áreas principais de


conhecimento: estatística, ciências biológicas e ciências sociais.
• A epidemiologia tem como princípio básico o entendimento de que
os eventos relacionados à saúde (como doenças, seus
determinantes e o uso de serviços de saúde) não se distribuem ao
acaso entre as pessoas. Há grupos populacionais que apresentam
mais casos de certo agravo, e há outros que morrem mais por
determinada doença.

• Em síntese, pode-se afirmar que a distribuição das doenças na


população é influenciada pelos aspectos biológicos dos indivíduos,
pelos aspectos socioculturais e econômicos de sua comunidade e
pelos aspectos ambientais do seu entorno, fazendo com que o
processo saúde-doença se manifeste de forma diferenciada entre as
populações.
EPIDEMIOLOGIA

Esta disciplina tem como propósito estudar as


políticas de saúde no Brasil frente aos seus
aspectos conceituais e históricos, a definição de
programas e políticas de saúde, a economia de
mercado, planejamento em saúde e indicadores
epidemiológicos. Além disso, daremos destaque à
construção história do processo saúde-doença.
EPIDEMIOLOGIA

Para atuar em qualquer área ligada à saúde, uma das primeiras


informações necessárias será o perfil epidemiológico da população
atendida por aquele serviço. Montar um serviço de atendimento à
saúde sem ter estes dados em mão seria tão absurdo como montar um
centro de atendimento às doenças tropicais num país gelado como o
Alaska ou o Canadá.
ALGUMAS DEFINIÇÕES...
Processo Saúde-Doença: saúde não é somente a ausência de doenças,
mas a possibilidade de acesso a uma vida em que as potencialidades do
indivíduo sejam alcançadas: bom desenvolvimento físico e mental, acesso à
educação de qualidade, proteção de contaminantes ambientais, condições de
trabalho dignas, acesso ao lazer, espaços sociais, organização comunitária,
expressão política, liberdade de expressão e etc...

também requer observar como e onde se processa o adoecimento, quais


recursos o indivíduo terá disponíveis para o tratamento, e como é a vida após
o evento.
ALGUMAS DEFINIÇÕES...
Magnitude: Algumas situações que afetam diretamente a saúde irão
causar custos sociais, hospitalares e familiares e necessitam de
recursos do sistema de saúde, levando em conta a recuperação e
possíveis sequelas temporárias ou/e permanentes.

Agravos: é definido pelas lesões e sequelas após a doença ou


acidente.
ALGUMAS DEFINIÇÕES...
relevância social e política: se a situação que afeta a saúde da
população e afeta de forma relevante a magnitude e há muitos
agravos se torna uma situação de relevância social e política afim de
se reduzir os casos e consequentemente reduzir os custos públicos,
sociais e familiares.
ALGUMAS DEFINIÇÕES...
Grupo de risco: é a amostra da população mais afetada pela
patologia ou acidente, apresentando a vulnerabilidade desse grupo.

Ex.: Pacientes com vulnerabilidade no sistema respiratório é um grupo


de risco para Covid-19.
História
Hipócrates já trazia reflexões e noções de transmissão de doenças, em sua
obra “Dos ares, águas e lugares” já apresentava essas observações há 400
anos A.C.

Hipócrates – pai da medicina


História
Século XIX – por muito tempo ideias errôneas a respeito ao contagio de doenças eram tidas
como verdade, como por exemplo a teoria dos miasmas, ainda assim, nesse caso salvou
diversas vidas já que as pessoas ficavam longe de lugares com potencial alto de contágio.

Em 1847 era comum abortos e infecções graves na Maternidade de Viena, isso até entenderam
que as infecções se davam porque os estudantes de medicina dissecavam cadáveres em
decomposição nas aulas de anatomia e levavam patógenos cadavéricos até a ala de
Apenas décadas depois essa teoria foi confirmado por Louis Pasteur e Robert Koch.

maternidade do hospital.

Louis Pasteur e Robert Koch.


História

Londres sofreu com duas epidemias de cólera, em 1849 e


1854, graças a John Snow que lançou as bases do
epidemiologia, estudando as fontes de coleta de água e
associando com o contágio.

John Snow
1813 - 1858
História
Para comprovar as suas hipóteses, Snow comparou as companhias
fornecedoras de água da cidade e os distritos para quem forneciam a
água. Uma delas, captava a água acima do Rio Tâmisa, antes que este
entrasse na cidade. A outra captava a água abaixo da cidade, já poluída.
Depois de um estudo cuidadoso, ele publicou a seguinte tabela:
História

Em 1948 em Massachusetts, EUA, foram recrutados 5209 habitantes sem


doenças cardíacas diagnosticadas. Os indivíduos foram monitorados a cada dois
anos para identificar o que seriam os fatores de risco para doenças chamadas
cardiovasculares. Foi a pesquisa de Framinghan que estabeleceu a relação entre
tabagismo, atividade física, colesterol elevado e hipertensão arterial com o risco
de morrer por um ataque cardíaco ou de ter doenças cardiovasculares.
História

Após a 2ª Guerra Mundial (1939-1945) com a modernização de informação e com o


surgimento dos computadores, foi possível cobrir um maior campo das doenças como por
exemplo as doenças psicológicas.

Com os estudos do passado, é possível hoje prevenir a maioria das doenças transmissíveis e
poderá nos guiar para procedimentos para doenças ainda desconhcidas, como por exmplo o
próprio Covid-19
CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE ESTUDOS
EPIDEMIOLÓGICOS
• ESTUDOS OBSERVACIONAIS DESCRITIVOS
 Estudos caso-controle
os dados são coletados a partir de informações do passado, através da análise de registros, entrevistas e assim por diante.

 Estudos transversais
É observacional em que o pesquisador não interage com a população amostral de modo direto senão por análise e avaliação
conseguidas através da observação.

 Estudos de Coorte
Estudos de coorte fazem parte do grupo de estudos observacionais de cunho epidemiológico que se propõem a observar, em
uma população previamente definida, qual será a incidência de determinada doença ou fenômeno relacionado à saúde ou
doença.
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE UMA POPULAÇÃO

O perfil epidemiológico é uma espécie de retrato das condições de saúde de


uma população. Para compor este perfil precisaremos dos dados de
nascimento, expectativa de vida, informações sobre mortalidade, morbidade,
quais são as doenças que mais internam pessoas nos hospitais, quais as que
mais mortes causam e quais os motivos de dias perdidos no trabalho.
• BASES DE DADOS E INDICADORES DISPONÍVEIS

Para construir o perfil epidemiológico e estudar as condições de saúde de uma população, podemos (e
precisamos) lançar mão das bases de dados disponíveis nos principais sistemas de notificação.
Estes bancos de dados são de base populacional, quer dizer que se propõem a abranger todos os eventos
daquela natureza existentes na população nacional:

• SIM – Sistema de Informações sobre Mortalidade


• Sinasc – Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos
• Sinan – Sistema de Informações de Agravos sob Notificação
• SIH – SUS – Sistema de registro das internações hospitalares do SUS
• SIA – SUS – Sistema de registro de informações ambulatoriais
MORBIDADE E MORTALIDADE
Outra situação a ser medida, e de tanta importância como registrar o óbito, são
os registros de morbidade, isto é, situações que afastam as pessoas do trabalho
e provocam atendimentos nas unidades de saúde e hospitais.

De vez em quando você vai encontrar a palavra morbimortalidade: isto quer dizer
que estamos falando de todas as etapas deste processo em uma doença que
pode ser mortal.
SUBNOTIFICAÇÃO
Por diversas razões doenças ou óbitos podem ser subnotificadas, algumas delas são
incompetência no diagnóstico, proteger o morto de um diagnóstico pouco honroso. A
incompetência em diagnostico muitas vezes se dá pela falta de médicos para atestar o motivo da
morte ou para atestar a doença.

A subnotificação se vale também, pela vergonha da população procurar ajuda médica para certas
patologias, ou pela ignorância em saber a gravidade da situação.

Ainda assim ultimamente está havendo um aumento das notificações não pelo aumento dos
casos, mas sim pela melhor qualidade em realizar as notificações.
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS
Cada população tem suas características especificas, mas em 1952 a ONU definiu indicadores parciais para
conseguir mensurar a quantidade e qualidade de vida. São eles:

• Condições de trabalho
• Ensino técnico (quantidade, disponibilidade e qualidade dos
profissionais de saúde)
• Saúde
• Nutrição
• Educação
• Recreação
• Transporte
• Habitação
• Segurança social
INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS

Em 1957, além de utilizar esses critérios para


definir a qualidade de vida, possou-se a utilizar
os dados de óbitos, passando a ser o mais
importante indicador epidemiológico.
SURTO EPIDÊMICO, EPIDEMIA, ENDEMIA E PANDEMIA
SURTO EPIDÊMICO: ocorrência da doença em uma região delimitada, como um bairro, um
prédio ou uma creche.

EPIDEMIA: ocorrência da doença em um grande número de pessoas ao mesmo tempo.

ENDEMIA: ocorrência coletiva habitual de uma doença que de tempos em tempos aparece
na mesma população.

PANDEMIA: ocorrência epidêmica de larga distribuição espacial, atingindo várias nações”


AS VARIÁVEIS DOS INDICADORES E ESTATÍSTICAS
• TEMPORALIDADE E SAZONALIDADE: algumas patologias se apresentam em períodos específicos e
podem ser cíclicos como por exemplo a influenza (gripe) que atinge as pessoas com mais força com
baixas temperaturas.

• VARIÁVEIS RELACIONADAS AO ESPAÇO – GEOGRÁFICAS, POLÍTICAS E


ADMINISTRATIVAS: Zona urbana, rural, países da América Latina, estados etc. são variáveis
geopolíticas de espaço. e levarmos em conta a organização político-administrativa do Brasil, podemos
separar por municípios e estados, mas para fins práticos no trabalho em saúde pública, agrupamos
estes dados geográficos em distritos sanitários e de acordo com o perfil epidemiológico daquela região.

• Precisamos ainda nos ater a fatores climáticos, ambientais e populacionais.


AS VARIÁVEIS DOS INDICADORES E ESTATÍSTICAS

• VARIÁVEIS DOS INDIVÍDUOS: IDADE, SEXO E RAÇA: Certas patologias


podem afetar mais uma amostra da população conforme a idade podendo afetar
mais idosos ou crianças por exemplo.

• Sexo, algumas complicações podem afetar mais homens e mulheres, por exemplo,
a osteoporose afeta mais as mulheres do que os homens.

• Raça/etnia: Complicações como câncer de pele afeta mais a etnia caucasiana


(branca) do que negros.
EVENTO SENTINELA

• Eventos sentinela são acontecimentos a princípio isolados, mas que


servem de alarme para a possível ocorrência de eventos semelhantes em
um mesmo contexto.

• Ex: suicídio de um trabalhador de uma determinada empresa, onde estão


ocorrendo mudanças, demissões ou sobrecarga de trabalho. O primeiro
caso acionará um alarme, exatamente como uma sentinela em seu posto
faria. Pode ser que este seja um caso único, mas não é bom arriscar a
deixar o assunto sem investigação epidemiológica.
EVENTO SENTINELA

• também se presta à investigação em áreas onde não exista sistema


de saúde bem estruturado e laboratórios à disposição para confirmar
se determinadas manifestações clínicas e sintomas pertencem àquela
doença específica de que todos tenham medo, pelo risco de se
espalhar, ou sua letalidade ou sua magnitude. Um exemplo para isto
é o ebola, outro é o hantavírus. Ambas são doenças bastante
perigosas e a ocorrência de um único caso suspeito em uma região
vai deixar todos em alerta.

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