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EPIDEMIOLOGIA

TÓPICO 1 – A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS


TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

TENDÊNCIA ATUAL DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias: nos anos 30 as


DIP eram responsáveis por 45,7% das mortes no país, em
um levantamento em 2006 essa taxa era de 4,9% dos
óbitos, ou seja, uma queda considerável e um avanço no
tratamento dessas essas doenças.
TÓPICO 1 – A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

TENDÊNCIA ATUAL DAS DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS

DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias: ainda assim, são


responsáveis por 8,45% nas internações no país, essa taxa
é ainda maior em regiões como Norte e Nordeste.
TÓPICO 1 – A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS COM TENDÊNCIA


DECLINANTE

Algumas doenças são consideradas erradicadas hoje em


dia, alguns exemplos são:
• Varíola, erradicada em 1973
• Poliomielite, erradicada em 1989
• Sarampo, transmissão endêmica encerrada em 2000 e
em declínio.
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TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS COM TENDÊNCIA


DECLINANTE

A raiva humana é outro exemplo, considerada 100%


mortal, em 2008 houve um caso de cura, significando
então que é possível salvar mais vidas de portadores dessa
doença.
TÓPICO 1 – A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS COM TENDÊNCIA


DECLINANTE

Outras doenças estão em declínio ou também foram


consideradas erradicadas e o principal fator que trouxe o
declínio dessas doenças, foi a prevenção, através da
imunização, e para promover ainda mais a vacinação,
grande parte das empresas, ao contratar solicitam uma
cópia das carteiras de vacinação e contratam somente se
estiver em dia.
TÓPICO 1 – A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS COM QUADRO DE


PERSISTÊNCIA

Ainda que o Brasil é considerado um país referência de


imunização, algumas doenças persistem e estão em alta
incidência, um desafio para a saúde pública em vista de
sobrecarregar os serviços de saúde pública e elevar os
óbitos.
TÓPICO 1 – A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS COM QUADRO DE


PERSISTÊNCIA

Algumas dessas doenças são:

• Hepatites virais;
• Tuberculose;
• Meningites;
• Malária;
• Febre Amarela;
TÓPICO 1 – A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS EMERGENTES OU


REEMERGENTES

Uma doença emergente é uma doença que podemos


chamar de nova, ou que foi descrita recentemente (como é
o caso do HIV/AIDS) – ou, ainda, uma doença que já
existia em ocorrências isoladas ou remotas e passa a
mudar seu comportamento, tornando-se um problema de
saúde pública
TÓPICO 1 – A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS EMERGENTES OU


REEMERGENTES

As doenças reemergentes são doenças que já foram


controladas no passado, mas voltaram a incidir sobre a
população, como é o caso da cólera e da dengue.
TÓPICO 1 – A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS EMERGENTES OU


REEMERGENTES

E como combatemos as doenças emergente ou


reemergentes?

No que se refere a doenças reemergentes, como a dengue


e a Chicungunya, utiliza-se 10 itens de ações:
DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS EMERGENTES OU
REEMERGENTES

• Vigilância epidemiológica
• Combate ao vetor (mosquito)
• Assistência aos doentes
• Integração com atenção básica
• Ações de saneamento ambiental
• Ações integradas de educação ambiental
• Comunicação e mobilização
• Capacitação de recursos humanos
• Legislação e apoio ao programa
• Acompanhamento e avaliação
TÓPICO 1 – A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS EMERGENTES OU


REEMERGENTES

A AIDS é considerada uma doença emergente, visto que


era desconhecida até meados dos anos 80, o que trouxe
não somente problemas na saúde publica, mas também
problemas sociais ocasionada pelo preconceito dos
portadores da doença.
TÓPICO 1 – A SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DAS DOENÇAS
TRANSMISSÍVEIS NO BRASIL

DOENÇAS TRANSMISSÍVEIS EMERGENTES OU


REEMERGENTES

Hoje em dia, os números de portadores de HIV/AIDS vêm


aumentando consideravelmente em todo o país.
Para cada nova notificação de portador de HIV/AIDS,
receberá tratamento, desde que aceite, assim como será
contactados possíveis companheiros sexuais, assim como
distribuição de medicamentos e exames de graça.
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

ESTRUTURA PARA RESPOSTAS ÀS EMERGÊNCIAS EM


SAÚDE PÚBLICA

O que caracteriza ou não uma emergência em saúde


pública é a letalidade de uma doença (sua capacidade de
causar óbitos), sua virulência (capacidade de se espalhar),
magnitude (quantidade de pessoas afetadas) e
abrangência geográfica, entre outras.

Muitas destas doenças, como a dengue, as gripes, a


cólera, ou mesmo o sarampo, mobilizam o planeta como
um todo, e para isto, acordos internacionais devem ser
firmados, a fim de que todas as nações cumpram sua parte
na vigilância e controle das doenças.
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

O REGULAMENTO SANITÁRIO INTERNACIONAL

E para isto que existe um Regulamento Sanitário


Internacional, com regras claras para a vigilância das
doenças e de seus riscos para a saúde.

Para se mensurar quais seriam estes eventos, desenvolveu-


se um instrumento técnico chamado de algoritmo de
decisão. Uma espécie de escala de risco. Neste estão
considerados fatos como:
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

O REGULAMENTO SANITÁRIO INTERNACIONAL

• Potencial de impacto.
• Número de casos/óbitos novos e prevalência comum.
• Necessita assistência externa ou o local da ocorrência
dispõe de recursos para enfrentar?
• Há casos entre profissionais de saúde?
• Existe um agente patogênico transmissível conhecido?
• Ataca populações extremamente vulneráveis?
Refugiados, idosos, crianças?
• Fatores concomitantes adversos? Guerras, catástrofes
naturais?
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

O REGULAMENTO SANITÁRIO INTERNACIONAL

• Quais são os recursos humanos e a logística no local


onde ocorre o evento?
• O evento é incomum?
• Evolui de forma mais grave do que o esperado?
• É prevenível por vacina (imunoprevenível)?
• Ocorre em área de grande fluxo de viagens
internacionais? Locais turísticos?
• Pode afetar o comércio internacional? As viagens
internacionais?
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

EVENTOS EXTRAORDINÁRIOS EM SAÚDE PÚBLICA

E o que seria o evento extraordinário que requer imediata


notificação e providências? Viria a ser a ocorrência de uma
doença ou das condições que possibilitem que a mesma
ocorra com facilidade. Tanto mais grave o evento, maior o
nível de alerta quanto à possibilidade de propagar-se
através de fronteiras internacionais.
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

A REDE CIEVS - Centros de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde


No Brasil a Rede CIEVS é formada por centros que estão
situados dentro da Secretaria da Vigilância em Saúde no
próprio Ministério da Saúde e em Secretarias de Saúde
estaduais e municipais. Para uma informação chegar aos
CIEVS existe e-mail institucional, telefone gratuito e uma
página na web.

Notícias na mídia profissional ou não, boatos e rumores


também são investigados, pois podem ter sua origem em
fatos reais e/ou assustar a população indevidamente.
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

A REDE CIEVS - Centros de Informações Estratégicas e Respostas em Vigilância em Saúde

No entanto, o RSI – Regulamento Sanitário Internacional


prevê que em casos excepcionais possam ser aplicadas
medidas mais severas, como quarentenas e restrição a
viagens para áreas de risco iminente. Algumas pessoas e
situações podem ter a sua liberdade individual restringida
por algum tempo, em benefício da segurança dos demais.
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

A INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

A partir da ocorrência de qualquer doença inusitada em


uma região, seja esta transmissível ou não, se inicia um
processo de investigação da mesma para que seja
averiguada a possibilidade desta doença infectar ou atingir
mais pessoas. Isto vai fazer com que seja ou não
caracterizada como risco potencial para a ocorrência de
novos casos.
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

A INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

Quando ocorre o caso novo, um cuidadoso exame do


doente deverá ser realizado e amostras de sangue colhidas
para investigação sorológica do caso.

Uma detalhada entrevista deverá ser feita, para descobrir


quem são os contatos, quais os hábitos de vida que
configuram risco. Perguntar em que lugares esteve o
doente também é muito importante para acrescentar como
hipóteses as doenças endêmicas destes lugares
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

OS PASSOS DA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

ETAPA 1 – COLETA DE DADOS


As unidades de saúde já possuem fichas padronizadas pelo
SINAN para investigação epidemiológica de doenças
suspeitas de risco. Nesta etapa deverá se proceder a uma
cuidadosa pesquisa. É importante saber onde o doente
andou, se esteve fora do país ou em local de risco para
outras doenças.
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

OS PASSOS DA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA


ETAPA 2 – BUSCANDO PISTAS
Nesta fase se investigará qual doença pode ser. Algumas
perguntas serão bastante pertinentes:
• Qual o tempo desde os primeiros sintomas?
• Seria transmitida por vetores?
• Quanto tempo levou a incubação?
• Qual a água que este usuário toma ou tomou?
• Qual seu padrão alimentar? Usa alimentos suspeitos de
risco, como peixes,
carnes cruas, mal refrigeradas etc.?
• Qual teria sido a forma de transmissão (sexual,
respiratória etc.)?
• Existem casos parecidos na região?
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

OS PASSOS DA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

ETAPA 3 – BUSCA ATIVA DE CASOS


Nesta fase é importante buscar e investigar cada caso
suspeito nas redondezas, afinal, este doente investigado se
movimentou por onde? Existem mais casos novos? Não
seria um surto? Se necessário, a equipe VE fará a busca
domiciliar de cada suspeito. E tão importante como
investigar é escutar o que aconteceu a cada uma daquelas
pessoas, para levantar novas pistas. Qualquer mínima
informação é importante!
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

OS PASSOS DA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

ETAPA 4 – PROCESSAMENTO DOS CASOS


Este é um trabalho de laboratório. Confrontando os dados
encontrados no local, analisando seu movimento no espaço
geográfico, colocando os casos em um mapa territorial,
para que haja seguimento. Muitas destas pesquisas são
realizadas com grandes amostras de pessoas e então
planilhas e mapas deverão ser construídos em busca de
respostas.
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

OS PASSOS DA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA

ETAPA 5 – ENCERRAMENTO DOS CASOS


É bem importante encerrar os casos para que se tenha o
registro efetivo e um banco de dados. O doente sarou?
Morreu? A suspeita não se confirmou? Os exames deram
negativo? Este caso deverá ser descartado ou arquivado
com a comprovação diagnóstica nos casos em que a
doença foi confirmada por exames e o doente sarou ou
morreu. Mesmo assim, muitos casos serão “carimbados”
com a definição de não esclarecidos.
TÓPICO 2 – EPIDEMIOLOGIA APLICADA – ENFRENTAMENTO DE SURTOS E EPIDEMIAS

OS PASSOS DA INVESTIGAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA


ETAPA 6 – RELATÓRIOS
Após o encerramento do caso, há uma importante missão
a cumprir – documentar tudo.
Em situações de eventos inusitados, após a coleta dos
dados dos primeiros casos, deve-se padronizar o conjunto
de manifestações clínicas e evidências epidemiológicas,
definindo-se o que será considerado como “caso”.
Este documento deverá ser enviado aos profissionais que
prestaram assistência médica aos casos, bem como aos
participantes da investigação clínica e epidemiológica,
representantes da comunidade, autoridades locais,
administração central dos órgãos responsáveis pela
investigação e controle do evento.

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