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CRISES SANITÁRIAS

Profª. Esp. Margareth de La Puente


CONCEITOS FUNDAMENTAIS

▪ SURTO

Acontece quando há o aumento repentino do número


de casos de uma doença em uma região específica.
Para ser considerado surto, o aumento de casos deve
ser maior do que o esperado pelas autoridades.

Ex: Na última década vem aumentando a detecção de surtos


de doenças meningocócica, em comunidades com precárias
condições de vida.
CONCEITOS IMPORTANTES
▪ EPIDEMIA

Se caracteriza quando um surto acontece em


diversas regiões. Uma epidemia a nível municipal
acontece quando diversos bairros apresentam uma
doença, a epidemia a nível estadual acontece
quando diversas cidades têm casos e a epidemia
nacional acontece quando há casos em diversas
regiões do país. 

Ex: Dengue; Leptospirose; Influenza.


CONCEITOS IMPORTANTES

▪ PANDEMIA

Uma doença se torna pandemia quando a epidemia


atinge níveis globais (vários países), ou seja, quando
o agente se dissemina em mais de um continente,
afetando um número grande de pessoas.

Ex: Covid-19; Gripe Suína, Espanhola e Asiática; AIDS.


CONCEITOS IMPORTANTES

▪ ENDEMIA

Não está relacionada a uma questão quantitativa.


Uma doença é classificada como endêmica (típica)
de uma região quando acontece com muita
frequência no local. As doenças endêmicas podem
ser sazonais (determinada época).

Ex: Casos de febre amarela comuns na região


amazônica.
Linha do tempo de algumas
crises sanitárias
CRISES SANITÁRIAS
▪ VARÍOLA

Teve seu primeiro registro no Brasil


em 1563 através dos povos europeus.
Contudo em 1904, se desenvolveu
uma violenta epidemia na cidade do
Rio de Janeiro e vitimou mais de
6.500 pessoas, levando Oswaldo Cruz
a pedir a obrigatoriedade da
vacinação.

REVOLTA DA VACINA
CRISES SANITÁRIAS

▪ FEBRE AMARELA

Seus primeiros casos notificados no


Brasil foram em 1685 no Recife pelos
povos oriundos da África. Depois
desse primeiro surto, a doença ficou
"desaparecida" por 150 anos,
quando fez um retorno em meados
de 1850 e já vitimou mais de 30 mil
pessoas.
CRISES SANITÁRIAS

▪ CÓLERA
O Brasil só conheceu a doença em sua
terceira onda global, ocorrida em 1855.
Em sua última epidemia pelo país (1991)
fez 2.035 óbitos até 2004, com a maioria
dos casos em estados do Norte e do
Nordeste. Os últimos casos de cólera
ocorreram em 2005, quando foram
identificados cinco casos em Pernambuco.
CRISES SANITÁRIAS

▪ GRIPE ESPANHOLA

Teve início em 1918 e se instalou na


Europa e nos Estados Unidos, no
entanto, em alguns meses já havia
chegado ao Brasil acometendo 65% da
população e registrando mais de 14
mil óbitos no Rio de Janeiro. Embora
não tivesse cura, desapareceu em 1920.
CRISES SANITÁRIAS
▪ MENINGITE

O Brasil viveu três grandes epidemias


em 1923, 1945 e (a mais grave) em 1974.
Apesar do aumento no número de casos,
o governo tentou manter a população
desinformada (Ditadura Militar), e só em
1975 pelo colapso na saúde foi iniciada
a Campanha de Vacinação.
CRISES SANITÁRIAS
▪ HIV/AIDS

O primeiro caso no Brasil foi registrado


em 1982. No entanto, apenas em 1986,
o Ministério da Saúde lançou o
Programa Nacional de Controle da
AIDS com a distribuição de camisinhas,
materiais informativos e de
antirretrovirais. Em 2023, mais de um
milhão de pessoas vivem com HIV no
Brasil.
CRISES SANITÁRIAS
▪ COVID-19

Em 2019, os primeiros casos foram


notificados na China. No entanto, no Brasil,
foram inicialmente notificados em
fevereiro de 2020. Desde então, a
pandemia e as ações governamentais
foram variadas, com reduções e aumentos
no número de casos, medidas como
lockdown e a vacinação. Em 2023, atingiu a
marca de mais de 700 mil óbitos no país.
HISTÓRIA NATURAL
DA DOENÇA E DA
PREVENÇÃO
Profª. Esp. Margareth de La Puente
Saúde é o completo estado de bem-
estar físico, mental e social, não sendo
meramente a ausência de doença ou
enfermidade.
OMS, 1948

Doença é um conjunto de sinais e


sintomas específicos que afetam um
ser vivo, alterando o seu estado
normal de saúde.
HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA

Tem início com a exposição do hospedeiro á agentes no


ambiente capazes de causar a doença que resultará na
recuperação, incapacidade ou morte.

Leavell e Clark

Para estudo das doenças, desenvolveram o modelo com o objetivo


de promoção á saúde e prevenção das doenças.
A história natural da doença é todo tipo de
interação entre três elementos:

Causadores da
AGENTES
doença

HOSPEDEIRO Homem/ animal

O lugar onde pode ocorrer


AMBIENTE a contaminação do
hospedeiro pelo agente
Características dos três elementos:

Biológico, químico,
AGENTES físico, nutricional

Idade, sexo, raça, educação


HOSPEDEIRO sexual, promiscuidade,
profilaxia

Geografia, clima, instabilidade


AMBIENTE familiar, moradia, recreações
inadequadas
Individuo Alterações Doença
Saudável Bioquímicas Clínica

Morte Cura
PERÍODO PRÉ-PATOLÓGICO

Ocorre antes do adoecimento, pelo desequilíbrio


na saúde do hospedeiro na presença dos agentes
e fatores ambientais que favorecem o
aparecimento da enfermidade.
PERÍODO PRÉ-PATOLÓGICO

Fatores Sociais

Fatores Socioeconômicos

Os pobres são mais


suscetíveis às doenças.
PERÍODO PRÉ-PATOLÓGICO

Fatores Sociais

Fatores Sociopolíticos

Distribuição dos recursos:


saneamento básico,
educação em saúde.
PERÍODO PRÉ-PATOLÓGICO

Fatores Sociais

Fatores Socioculturais

Indiferença, alienação,
baixa escolaridade.
PERÍODO PRÉ-PATOLÓGICO

Fatores Sociais

Fatores Psicossociais

Marginalidade, ausência de relações


estáveis, transtornos econômicos,
carências afetivas, falta de cuidados
maternos na infância.
PERÍODO PRÉ-PATOLÓGICO

Fatores Ambientais

Situação geográfica, solo, clima,


recursos hídricos, agentes químicos
e físicos, acidentes, perturbações
ecológicas.
PERÍODO PRÉ-PATOLÓGICO

Fatores Genéticos

No geral, determinam a maior


ou menor possibilidade das
pessoas quanto à aquisição de
doenças.
PERÍODO PATOLÓGICO

Já ocorreu a contaminação e a doença já se


desenvolveu, sintomas da doença começam a se
manifestar e o hospedeiro começa a sofrer com as
perturbações causadas pelo agente. Se não houver
tratamento, o quadro clinico pode evoluir para
sequelas permanentes ou até a morte.
PERÍODO PATOLÓGICO
Esse período se inicia quando a ação de um estímulo
altera a estrutura orgânica/psíquica do hospedeiro. A
partir de então, seguem-se 4 etapas deste período:

Fase Inicial (patogênese precoce) – nesta fase ainda não


há nem sinais nem sintomas e as alterações são
bioquímicas.
PERÍODO PATOLÓGICO

Fase Patológica Pré-clínica (diagnóstico precoce) – já


existem sinais e/ou sintomas de início da doença.

Fase Clínica (doença avançada) – a doença já se encontra em


estágio adiantado, com diferentes graus de acometimento.
PERÍODO PATOLÓGICO

Fase de Incapacidade Residual (resultados


finais) – a doença pode progredir para a
morte, cronicidade, incapacidade ou as
alterações se estabilizam.
PREVENÇÃO

Ação antecipada, tendo por objetivo impedir a


evolução de uma doença na comunidade ou
individuo. Tem seu desenvolvimento a partir de
dados epidemiológicos e patológicos.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA

Promoção da Saúde

Moradia e alimentação
adequada, renda,
escolaridade e áreas de
lazer.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA
Proteção Específica

Imunização, saúde ocupacional, higiene


pessoal e do lar, controle de vetores,
aconselhamento genético, proteção contra
acidentes, saneamento ambiental,
tratamento da água, esgoto e lixo.
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA
Diagnóstico Precoce

• Inquéritos para descobertas de casos na


comunidade;
• Exames periódicos, individuais, para
detecção de casos precoces;
• Isolamento para evitar a propagação de
doenças;
• Tratamento para evitar a progressão da
doença.
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

Limitação da Incapacidade

• Evitar futuras complicações;


• Evitar sequelas.
PREVENÇÃO TERCIÁRIA

• Reabilitação (impedir a
incapacidade total);
• Fisioterapia;
• Terapia Ocupacional.
NÍVEIS DE APLICAÇÃO DE
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO

PREVENÇÃO PRIMÁRIA

Estratégias para prevenir a exposição ao fator de risco


(tabagismo; ingestão de gorduras) ou para promover sua
cessação (tratamento para deixar de fumar).
NÍVEIS DE APLICAÇÃO DE
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO

PREVENÇÃO SECUNDÁRIA

Diagnóstico Precoce - Rastreamento para identificar a doença


num estágio inicial e então melhorar o seu prognóstico
(aumentar a probabilidade de cura ou prolongar o tempo de
sobrevida)
Ex: Papanicolau para detecção precoce de câncer de colo de útero.
NÍVEIS DE APLICAÇÃO DE
ESTRATÉGIAS DE PREVENÇÃO

PREVENÇÃO TERCIÁRIA
Prevenção de incapacidade através de medidas destinadas à
reabilitação.
Ex: O processo de reeducação e readaptação de pessoas com
sequelas após acidentes ou devido a sequelas de doenças.
DÚVIDAS???

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