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RESUMO PARA RESIDÊNCIA: 28/04/22 – EPIDEMIOLOGIA

EPIDEMIOLOGIA EPI (SOBRE) + DEMO (POPULAÇÃO) + LOGOS (ESTUDO).

Significa o estudo sobre aquilo que afeta uma população.

É a ciência que estuda o processo de saúde-doença em COLETIVIDADES humanas, e

ANALISA a distribuição e os FATORES DETERMINANTES das ENFERMIDADES, DANOS À

CONCEITO DE SAÚDE e EVENTOS associados a saúde coletiva. Além disso ela PROPÕE medidas específicas
EPIDEMIOLOGIA
de PREVENÇÃO, CONTROLE OU ERRADICAÇÃO das doenças e agravos a saúde e FORNECE

INDICADORES que sirvam de suporte à administração e à avaliação em saúde.

i. DESCREVER a distribuição e magnitude dos problemas de saúde das populações humanas;

ii.PROPORCIONAR dados essenciais para o planejamento, execução e avaliar as ações de

prevenção e controle e do tratamento de doenças; e estabelecer prioridades;


OBJETIVOS DA
EPIDEMIOLOGIA iii.IDENTIFICAR fatores etiológicos na gênese das enfermidades;

iv. IDENTIFICAR o agente causal ou fatores relacionados a agravos à causa dos agravos à saúde;

v. ENTENDER a causação dos agravos a saúde;


vi.DEFINIR os modos de transmissão;

vii. DEFINIR e DETERMINAR os fatores que contribuem para os agravos à saúde;

viii. IDENTIFICAR e EXPLICAR os padrões de distribuição geográfica das doenças;

ix. ESTABELECER os métodos e as estratégias de controle dos agravos à saúde;

x. ESTABELECER medidas preventivas;

xi. AUXILIAR o planejamento e desenvolvimento de serviços de saúde;

xii. PROVER dados para administrar e avaliar serviços em saúde;

A epidemiologia busca problemas de saúde em grupos de pessoas. Já o atendimento clínico, busca


investigar o problema de saúde individualmente.

DIFERENÇA ENTRE
EPIDEMIOLOGIA X CLÍNICA

DOENÇA TRANSMISSÍVEL Qualquer doença causada por um AGENTE INFECCIOSO/SEUS PRODUTOS que se manifesta
pela transmissão desse agente/produtos; de um reservatório a um hospedeiro suscetível;

>> Transmissão direta: Pessoa/Animal contaminado direto para o indivíduo suscetível;


EX: Covid ( De pessoa contaminada para outra pessoa suscetível)
>> Transmissão Indireta: Pessoa/Animal contaminado - Vetor (Animal/Ambiente) e aí para o
indivíduo suscetível.
EX: Zika - De pessoa contaminada para AEDES AEGYPTI do AEDES para pessoa suscetível;

DOENÇAS EMERGENTE: Doença transmissível que vem aumentando nos últimos 25 anos do

século xx. EX: COVID-19

DOENÇAS REEMERGENTE: Doença transmissível conhecida a mais tempo que após um período

de baixa incidência e aparente controle, ressurge. EX: Sarampo

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DOENÇA EMERGENTE
X QUAIS OS FATORES QUE CONTRIBUEM PARA O SURGIMENTO DE DOENÇAS EMERGENTE
DOENÇA REEMERGENTE
E REEMERGENTES?

1. Fatores Sociais - Empobrecimento, crescimento populacional, migração.

2. Atenção à Saúde - O uso de formas de atenção a saúde que pode contribuir para o

surgimento de doenças ou reincidências. Ex: Uso indiscriminado de antibióticos, que

aumenta a resistência bacteriana;

3. Produção de Alimentos - Como a produção de alimentos é globalizada, eles podem ser

veículos de transmissão caso não sigam normas corretas na produção, embalo, envio.
4. Conduta humana: Uso de drogas, sexo, viagens, dietas…

5. Mudanças Ambientais - Desmatamento e reflorestamento, imundações/secas, desastres

naturais; O maior contato do ser humano com animais silvestres, aumenta a transmissão de

vírus humanos e destes animais, surgem novas doenças.

6. Infraestrutura de Saúde Pública: Pouco saneamento, baixas medidas de vigilância

epidemiológica e sanitária;

7. Adaptação e mudanças microbianas - Mutações em vírus e bactérias, aumento de

resistência de fungos.

EPIDEMIA X PANDEMIA X EDEMIA X SURTO

EPIDEMIA: Número elevado de casos de uma doença em ENDEMIA: Presença constante de uma doença em
determinado local e ao mesmo tempo. Um quantitativo determinado local, dentro de uma quantidade de casos
de casos maior do que o esperado e que estão esperada, por um período de tempo limitado.
relacionados.

PANDEMIA: Epidemia de larga distribuição, com grandes SURTO:Um TIPO de EPIDEMIA que ocorre em uma área
populações, de diferentes países ao mesmo tempo. geográfica limitada e pequena; ou atinge uma população
institucionalizada (Ex: Surto de Candidíase cutânea na
população de presidiários)

TIPOS DE EPIDEMIA: FONTE COMUM X PROGRESSIVA

FONTE COMUM: PROGRESSIVA:


Epidemia em que diversas pessoas contaminadas, Epidemia em que a infecção é transmitida de pessoa
apresentam sintomas após o período de incubação, o para pessoa/ animal para animal. Não é possível atribuir
que sugere que elas tenham sido infectadas ao mesmo agentes de uma única fonte.
tempo e/ou pelo mesmo agente infeccioso.
A investigação epidemiológica irá se basear em três pontos: QUANDO? ONDE? QUEM?

- QUANDO: Pois, ao surgirem novos casos ou uma explosão de casos é preciso saber
QUANDO eles aconteceram, para avaliar se há SAZONALIDADE (Dengue), Ciclos (Influenza)
ou Tendência Secular (Sífilis). Através das informações do QUANDO pode-se organizar para
ANTECIPAR a ocorrência e assim ter medidas preventivas (EX: Campanha para evitar água
acumulada no início do ano, Vacinação da Influenza no início do inverno, Distribuição massiva
de camisinha em período de carnaval, e de testes posterior a este período).

-ONDE: LOCALIZAR , onde se encontram os casos da doença, permite conhecer a extensão


e a velocidade de disseminação da doença. Saber se a doença é mais ou menos infecciosa.

- QUEM: SABER QUEM são as pessoas acometidas pela doença, e investigar seus
hábitos para descobrir grupos e fatores de risco.
TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA

Para a epidemiologia, DESCREVER os eventos não é suficiente. PRECISA-SE de mais informações que consigam
EXPLICAR o motivo dos acontecimentos, precisa buscar a CAUSALIDADE para saber como começou a transmissão e
organizar medidas para evita-la. Também precisa conhecer a população afetada para assim definir as características e
SUSCETIBILIDADES destas pessoas e assim estabelecer os fatores determinantes de adoecimento.

Deste modo a TRÍADE EPIDEMIOLÓGICA é composta pelo:


1. Agente - Precisa-se conhecer as características do causador da doença;
2. Ambiente - Precisa-se conhecer onde a doença se espalhou;
3. Hospedeiro - Precisa-se conhecer quais são as pessoas contaminadas, que características em comum elas dividem,
quais os fatores determinantes do seu adoecimento.
INDICADORES DE SAÚDE
Indicador de Saúde indica, revela a situação de saúde (ou um aspecto dela) da população ou de um indivíduo; é montado
a partir de dados referenciados no tempo e espaço e pela sua forma de organização e apresentação, facilitam a análise e o
olhar com significância sobre a realidade, através de sua simples leitura ou através do acompanhamento dos dados no
tempo.
CARACTERÍSTICAS QUE INDICADORES DEVEM POSSUIR PARA SEREM DE BOA QUALIDADE:
● Validade; Consiste em o indicador ter SENSIBILIDADE e ESPECIFICIDADE para medir aquilo que ele pretende. (Ex
ter um indicador que seja sensível aos dados da doença X e que não cruze os dados da doença X com a Y.
● Mensurabilidade:Ter dados fáceis de obter e de mensurar;
● Relevância: O indicador ser sobre um problema de saúde relevante;
● Custo-efetividade: Os resultados justifiquem a coleta de dados;
● Confiabilidade: O indicador pode ser reproduzido em outros locais;

Os indicadores mensuram dados sobre a


População: Demográficos; Socioeconômicos;
Saúde: Morbidade e fatores de risco; Mortalidade
Serviços : Recursos e Cobertura

TIPOS DE INDICADORES MAIS COMUNS


Proporção, É a relação entre frequências atribuídas de determinado evento.
índice ou No NUMERADOR fica a FREQUÊNCIA ABSOLUTA DO EVENTO a ser
distribuição investigado; Ex: Número de óbitos por doenças
proporcional Já no DENOMINADOR tem um caráter mais abrangente, sendo que o cardiovasculares, sobre o número total de
numerador compõe o denominador. óbitos naquela cidade.

Razão É a FREQUÊNCIA de um grupo de eventos relativa a FREQUÊNCIA de outro Ex Razão entre o número de casos de AIDS no
grupo de eventos. sexo masculino e o número de casos de AIDS
No Numerador vai um grupo de eventos A que está sendo investigado; no sexo feminino.
No Denominador vai um outro grupo de eventos B

O grupo de eventos do NUMERADOR NÃO TEM RELAÇÃO com o do


DENOMINADOR

Coeficiente ou É a RELAÇÃO entre o número de casos de um evento e uma determinada Ex;:número de óbitos por leptospirose no Rio
Taxa população, num dado local e época. de Janeiro, em relação às pessoas que residiam
nessa cidade em cada ano

Coeficientes relacionados a mortes infantis e maternas;


A mortalidade infantil ainda possuí outros 3 coeficientes;
neonatal precoce (0 a 6 dias); neonatal tardia (7-27 dias) e
pós-natal (28 a 364 dias).

Coeficientes ligados a letalidade, incidência e prevalência.


Foi definido para 2017-2021 um conjunto dos 23 principais indicadores em saúde, que devem funcionar de planejamento para os governos.
INDICADORES

1- Para municípios com <100 mil habitantes/ estados e municípios com > 100 mil habitantes . As mortes 14- Proporção de gravidez na adolescência na faixa
prematuras (30-69 anos) causadas por DNCT (Doenças circulatórias, pulmonares, diabetes e cancer) entre 10-19 anos;

2- Proporção de óbitos investigados de Mulheres em idade fértil 15- Taxa de mortalidade infantil

3- Proporção de registro de óbitos de causa básica definida 16- N° de óbitos maternos em determinado período e
local de residência

4- Proporção de vacinas selecionadas do CNV para <2 anos (Penta, Pneumo 10 , Poliomelite e Triplice Viral ) 17- Cobertura populacional estimada pela Atenção
Básica;

5-Proporção de casos de Doenças de Notificação Compulsória solucionados em até 60 dias a partir da data de 18 - Cobertura de acompanhamento das
notificação condicionalidades do PAB (Auxílio Brasil)

6 - Proporção de cura de casos novos de hanseníase 19 - Cobertura populacional estimada de saúde bucal
na atenção básica;

7 - Número de casos autóctones de malária 20-Percentual de municípios que realizam durante o


ano, no mímino 6 ações de vigilância sanitária

8- Número de casos novos de sífilis congênita em menores de 1 ano 21- Ações de matriciamento realizadas no CAPS com
a equipe de Atenção Básica

9- N° de casos novos de AIDS em < 5 anos 22- Número de ciclos com no mínimo 80% da
cobertura de ímoveis para controle da dengue

10 - Proporção de análises realizadas de água para consumo nos seguintes parâmetros (Coliformes fecais, cloro 23- Proporção de preenchimento do campo
livre e tubidez) “Ocupação” em notificação de acidentes de trabalho;

11- Razão de exames de Papanicolau realizados em mulheres entre 25-64 anos, na mesma área.

12- Razão de exames de Mamografia realizados em mulheres de 50-69 anos na população.

13- Proporção de Parto Normal no SUS e na saúde complementar

TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA
● Transição Epidemiológica ocorre quando há mudanças no padrão de morbimortalidade de uma população. E essas
mudanças são desencadeadas por outras mudanças.
● Mudanças nos padrões sociais, demográficos e econômicos, puxam a transição epidemiológica

Atualmente vive-se no Brasil uma Transição Epidemiológica, desencadeada pela Transição Demográfica e Nutricional;

TRANSIÇÃO EPIDEMIOLÓGICA TRANSIÇÃO DEMOGRÁFICA TRANSIÇÃO NUTRICIONAL


↑ Doenças Crônicas e ↑ da população idosa ↓ Fome e Desnutrição
Acidentes/Violência ↑ da expectativa de vida ↑ Obesidade
↓ Doenças infecciosas; ↓ mortalidade precoce
↓ fecundidade

No caso do Brasil, a transição tem ocorrido de forma atropelada. Com


momentos da Fase Epidemiológica anterior sendo sobrepostas pelo
novo modelo. SEM RESOLUTIVIDADE DE AMBOS PROBLEMAS.

Acaba criando a tripla carga de doenças:

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