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SAÚDE COLETIVA

Prof. Manassés Crispim


SAÚDE COLETIVA

Tem como objetivo melhorar as condições para EVITAR


doenças, além de prolongar a vida, promover a saúde física e
melhorar a qualidade de vida.
A saúde coletiva se divide em quatro tipos de
especializações:

Epidemiologia;

Gestão e análise dos serviços de saúde;

Promoção da saúde;

Saúde da família.
SAÚDE PÚBLICA

Tem como objetivo cuidar dos problemas de saúde como mortes,


doenças, agravos e riscos para saúde da população, ou seja, o
conceito de saúde para a saúde pública é a AUSÊNCIA DE
DOENÇA.
O Campo da Saúde Coletiva

Os antecedentes do campo da Saúde Coletiva no Brasil podem


ser compartidos em três períodos:

• Preventivista - denominado fase pré-Saúde Coletiva, durou os


primeiros quinze anos a partir de 1955;

• Medicina social - que vai até o final dos anos 1970;

• Período da Saúde Coletiva propriamente dita - se inicia no


final dos anos 1970.
CONCEITO DE SAÚDE

DOENÇA: A definição de doença segundo a OMS é:


“Conjunto de sinais e sintomas específicos que afetam um ser
vivo, alterando seu estado normal de saúde.”

SAÚDE: “É o estado de completo bem-estar físico, mental e


social e não apenas a ausência de doença”. (OMS,1948)
PROCESSO SAÚDE – DOENÇA

Expressão usada para fazer referência a todas as variáveis que


envolvem a saúde e a doença de um indivíduo ou população.

O conceito de saúde-doença estuda os fatores biológicos,


econômicos, sociais e culturais e, com eles, pretende obter
possíveis motivações para o surgimento de alguma enfermidade.
→ É importante entender que o modelo da história natural da
doença define dois períodos sequenciados para o
desenvolvimento de uma doença:

► período pré-patológico, que é antes do adoecimento;


► período patológico, acontece quando já ocorreu a
contaminação e o desenvolvimento da doença.
Medidas de Profilaxia e controle ligadas ao processo saúde-doença

De acordo com o conceito de saúde preconizado pela OMS, as causas


das doenças encontram se na relação do homem com seu meio
ambiente podendo ser estas, portanto, bastante extensas e variáveis:
▪ Agentes biológicos: podem pode chegar ao organismo transportados
pela água, ar, utensílios, mosquitos.

▪ Agentes físicos: calor, frio, eletricidade, radioatividade.

▪ Agentes químicos: podem contaminar o ar, água e os alimentos,


causando danos ao organismo.

▪ Ambiente: iluminação, má ventilação, ruídos.

▪ Outros: alimentação, miséria, habitação inadequada, tensão,


preocupações da vida.
As medidas ligadas à profilaxia e controle da saúde são
extremamente amplas, necessitando de um efetivo
compromisso de todos para sua conquista.

Podemos citar algumas medidas gerais de importância:


1. Proteção pessoal: engloba o cuidado e preservação com o corpo, bem
como a manutenção da saúde mental. São exemplos dessas medidas:

▪ Banho;
▪ Cuidado com os dentes;
▪ Boa alimentação;
▪ Imunização;
▪ Lazer;
▪ Atividades de relaxamento;
▪ Cuidado no uso de medicações;
▪ Cuidados ligados a pratica sexual;
▪ Cuidados relacionados a pratica profissional (uso de EPI´s), entre outros.
2. Investimento nas áreas da saúde e meio ambiente: a
fixação do homem em qualquer região está intimamente
vinculada à disponibilidade quantitativa e qualitativa, da energia
necessária à sua subsistência:

▪ Luz solar;
▪ Ar;
▪ Água;
▪ Alimento.
3. Medidas ligadas ao saneamento do meio ambiente:
saneamento básico é a condição essencial para o bem estar
humano, oferecendo situações de produtividade e melhor
atuação na vida em sociedade.
Alguns termos em saúde coletiva:

AGENTE ETIOLÓGICO - PATÓGENO


O agente etiológico é o agente causador da doença, aquele
que desencadeia os sinais e sintomas de determinada
enfermidade.

Vírus, bactérias, protozoários, fungos, platelmintos e


nematelmintos são alguns exemplos de agentes etiológicos.

HOSPEDEIRO: Organismo simples ou complexo, incluindo o


homem, que é capaz de ser ,infectado por um agente específico.
PLATELMINTOS E NEMATELMINTOS
ETIOLOGIA: Estudo das causas e origens das doenças.

PATOGENICIDADE: Capacidade de um patógeno causar dano


(doença) em um hospedeiro (ser humano).

PERÍODO DE INCUBAÇÃO: Tempo decorrido entre a exposição


de um animal a um organismo patogênico e a manifestação dos
primeiros sintomas da doença.

VIRULÊNCIA – VIRULENTO: Capacidade e rapidez que um


microrganismo possui para se propagar dentro de um
organismo, causando doenças.
PROFILAXIA: Denomina as medidas utilizadas na prevenção ou
atenuação de doenças. Ex.: medidas de higiene, vacinação,
cuidados com a alimentação, atividades físicas.

PREVENÇÃO: Conjunto de atividades e medidas que, feitas


com antecipação, buscam evitar as doenças.

PROMOÇÃO DE SAÚDE: Tem como objetivo educar as


pessoas para que elas façam escolhas saudáveis em suas
vidas.
ERRADICAÇÃO: Cessação de toda a transmissão da infecção
pela extinção artificial da espécie do agente em questão, de
forma a permitir a suspensão de qualquer medida de prevenção
ou controle.

FÔMITES: Objetivos de uso pessoal do caso clínico ou portador,


que podem estar contaminados e transmitir agentes infecciosos
e cujo controle é feito por meio da desinfecção. Exemplos:
toalhas sujas, talheres, ônibus, pipetas, estetoscópio...

FONTE DE INFECÇÃO: Pessoa, animal, objeto ou substância a


partir da qual o agente é transmitido para o hospedeiro.
INCIDÊNCIA

Número de casos novos de uma doença que ocorrem em um


mesmo local e período de tempo.

PREVALÊNCIA

Número de casos novos e antigos em determinado momento


em uma população.
BUSCA ATIVA
Busca de casos suspeitos, que se dá de forma permanente ou
não; visitas domiciliares periódicas do serviço de saúde em
áreas silenciosas e na ocorrência de casos em municípios
vizinhos.

CASO AUTÓCTONE
Caso confirmado que foi detectado no mesmo local onde ocorreu
a transmissão.

CASO ALÓCTONE (IMPORTADO)


Caso onde o doente adquiriu a doença em outra região de onde
emigra ou onde esteve ocasionalmente.
IMUNIDADE
Resistência usualmente associada à presença de anticorpos que
têm o efeito de inibir microorganismos específicos ou suas
toxinas responsáveis por doenças infecciosas.

ANTICORPOS
Proteínas produzidas por nossas células de defesa que
impedem (combatem) os patógenos para que não desencadeiem
danos ao organismo.
IMUNIDADE ATIVA
Ocorre quando a exposição a um organismo doente aciona o
sistema imunológico para produzir anticorpos contra essa
doença.

IMUNIDADE PASSIVA
Fornecida quando uma pessoa recebe anticorpos contra uma
doença, ao invés de produzi-los por meio de seu próprio sistema
imunológico. Um bebê recém-nascido adquire imunidade
passiva de sua mãe através da placenta e após o parto através
da amamentação.Também artificialmente pela inoculação de
anticorpos específicos (soro ou imunoglobulinas).
VETORES

São os animais que transmitem algumas doenças.

Doenças transmitidas por vetores são aquelas que precisam de


um intermediário para passar de um animal para o outro.

Exemplos de vetores: mosquitos, pulgas, ratos, moscas,


carrapatos, etc...
TIPOS DE VETORES

VETORES MECÂNICOS: aqueles que transportam o agente


infeccioso para o hospedeiro.
Ex.: AEDES AEGYPTI – CAUSADOR DA DENGUE,
CHIKUNGUNYA, ZIKA

VETORES BIOLÓGICOS: São aqueles onde os patógenos


necessitam realizar parte do seu ciclo nos vetores.
Ex.: TRIATOMA INFESTANS “BARBEIRO” – CAUSADOR DA
DOENÇA DE CHAGAS
PREVENÇÃO
Prevenção de saúde é um conjunto de atitudes que todos
precisam tomar para evitar determinados acontecimentos. Ou
seja, ela é uma precaução de alguns riscos.

“ato de impedir que aconteça”.


PROGNÓSTICO: Estimativa de como uma doença evolui em
cada paciente.

DIAGNÓSTICO: é a palavra da área da medicina que significa


a qualificação de um médico em relação a uma doença ou
condição física ou mental com base nos sintomas observados.

TRATAMENTO: é um conjunto de meios que se utilizam para


aliviar ou curar uma doença.
PREVENÇÃO PRIMÁRIA – Promoção da saúde

Visa evitar ou remover fatores de risco ou causais antes que se


desenvolva o mecanismo patológico que levará à doença.

É efetuada com frequência fora do sistema de assistência à


saúde, na comunidade:
Exemplos:
1. Cloração e fluoração da rede de água;
2. Leis que obrigam o uso do cinto de segurança em automóveis
e de capacites em usuários de motocicletas.
Atividades de prevenção primária em locais específicos:
Exemplos:
1. De trabalho (uso de tampões auditivos ou máscaras protetoras
de poeira;
2. Em locais especializados de atenção à saúde (uso de testes para
detectar o vírus da hepatite B ou o HIV em doadores de
bancos de sangue).

Outros exemplos deste tipo de prevenção, temos:


- Imunização (vacinação) contra algumas doenças infectocontagiosas
- Uso de preservativos para a prevenção de infecções sexualmente
transmissíveis.
- Educação alimentar, atividades físicas.
PREVENÇÃO SECUNDÁRIA – Recuperação da saúde

Detecta a doença precocemente quando ela é assintomática e


quando o tratamento precoce pode impedi-la de progredir.

Interrompe o processo da doença antes que se torne


sintomática.

Isolamento para evitar a propagação da doença.

Tratamento pra evitar a progressão da doença.


Exemplos:

1. Rastreio dos cancros do colo do útero, da mama, da próstata,


do cólon e reto.

2. Rastreio e vigilância da pressão arterial, glicemia ou


dislipidemia.
PREVENÇÃO TERCIÁRIA – Reabilitação da saúde

Este tipo de prevenção tem como objetivos:


1. Limitar a progressão da doença;

2. Evitar ou diminuir as conseqüências ou complicações da doença


como as insuficiências, incapacidades, seqüelas, sofrimento ou
ansiedade, morte precoce;

3. Promover a adaptação do doente às conseqüências inevitáveis


(situações incuráveis);

4. Prevenir recorrências da doença, ou seja, controlá-la e estabilizá-la


Por exemplo:
● Em pacientes diabéticos, a prevenção terciária requer mais do
que o controle adequado dos níveis glicêmicos;

Os pacientes precisam de exames oftalmológicos regulares


para a detecção precoce de retinopatia diabética, educação
para os cuidados usuais com seus pés, investigação e
tratamento de outros fatores de risco cardiovasculares e
monitoramento das proteínas urinárias, para prevenir
insuficiência renal.
PREVENÇÃO QUARTENÁRIA

Conjunto de ações que visam evitar danos associada às


intervenções médicas e de outros profissionais da saúde como
excesso de medicação ou cirurgias desnecessárias.
Assim, quando o tratamento for considerado pior que a doença,
deve-se buscar uma alternativa a esse tratamento.

Indivíduos em risco de tratamento excessivo.

Não está relacionada ao risco de doenças e sim ao risco de


adoecimento iatrogênico (excessivo intervencionismo
diagnóstico e terapêutico e a medicalização desnecessária).
13 98856-0635
Maná Crispim
@prof.crispim
mana.crispim.bio@gmail.com

Bons estudos!
Prof. Dr. Manassés Crispim
Biomédico Patologista Clínico
CRBM 35159

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