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Epidemiologia

Introdução
● movimento na área da saúde:
- Medicina baseada em evidências
- Saúde baseada em evidências
● Pilares da epidemiologia:
- Quantificar
- Comparar
● ponto de vista etimológico (origem grega):
EPI= sobre
DEMOS= população
LOGOS= estudo

Definição Clássica:
"É o estudo da frequência, da distribuição, dos determinantes de saúde e da doença nas
populações, e sua aplicação nas medidas profiláticas de controle, de prevenção e de
erradicação dos agravos em saúde". (Last, 2001)

Definições antigas:
"Limitadas exclusivamente a preocupação com as doenças transmissíveis".

● Epidemiologia- estudo relacionado à saúde humana


● Epizootiologia- estudo relacionado à saúde dos animais

Cálculo de risco atribuível- cálculo da porcentagem de quantas vezes mais ocorre a morte
quando se compara duas situações (preso x pessoa não presa).

Diferença entre áreas


CLÍNICA
● Objeto- indivíduo doente
● Local da atividade- clínica, hospital, propriedade
● Procedimento diagnóstico- sinais clínicos e sintomas
● Perguntas- O que é? Qual doença? Como tratar?
● Objetivo- tratar e curar o indivíduo

PATOLOGIA
● Objetivo- indivíduo morto
● Local de atividade- laboratório
● Procedimento diagnóstico- descrever a doença, diagnosticar com base na resposta do
indivíduo.
● Perguntas- O que é? O que causou? Como causou?
● Objetivo- obter informações para benefício futuro- cura no futuro.
Obs: Necropsia não dá diagnóstico definitivo sempre, tem que haver uma junção com o
laboratório.

EPIDEMIOLOGIA
● Objeto- População (sadios, doentes e mortos).
● Local da atividade- campo (local em que a população vive.
● Procedimento diagnóstico- identificar os fatores responsáveis, determinar a frequência
e o andamento da situação. (Taxa de incidência, prevalência e mortalidade)
● Perguntas- Quantos e quais indivíduos acometidos? Onde ocorre? Quando iniciou?
Por que isso ocorre? Como prevenir/controlar?
● Objetivo- controle e prevenção da doença.
Obs: nem sempre tem um diagnóstico definitivo, porque nem sempre os testes são 100%
específicos e existem os falsos negativos e falsos positivos. As lesões irão indicar a patologia
(essa lesão é típica de uma infecção viral, por exemplo).

Princípios Básicos da Epidemiologia


● Nenhuma doença possui uma causa única. Ocorrem múltiplos fatores que intervém na
etiologia das doenças.
● Os agravos à saúde não ocorrem por acaso em uma população- ação de fatores que se
distribuem desigualmente na população.
● Conhecimento dos fatores determinantes das doenças - aplicação de medidas
preventivas para a resolução do problema.

Objetivos da Epidemiologia
● Determinar a origem de doenças de causas conhecidas.
- (Por que ocorreu? Por que aumentou o número de casos?)
- Ex: Volta do Sarampo devido aos emigrantes.
● Estudar e controlar as doenças que possuem causa desconhecida ou não claramente
definida.
- Ex: covid 19
- Edward jenner- observação de que o vírus da varíola bovina protege contra a
varíola humana.
● Adquirir o conhecimento sobre ecologia e a história natural das doenças.
- Estudo da doença no ambiente em que existe o agente e o hospedeiro- ex:
doenças transmitidas por artrópodes.
- Febre do Nilo. Equídeo n é fonte de infecção, só os mosquitos e as aves.
● Planejar e monitorar os programas de controle e de erradicação de doenças.
- Conhecimento da ocorrência da doença; conhecimento dos fatores
relacionados.
- Importante conhecer a existência da doença os fatores relacionados, os fatores
de risco, planejamento sanitário e monitoramento, medidas de controle e
erradicação. (Ex: Zé gotinha; área animal ex: brucelose)
● Avaliar os efeitos econômicos de uma doença e a análise dos custos e benefícios
econômicos de programas de controle.
- vigilância e sua importância.

Aplicações da Epidemiologia
● Descrição das condições de saúde da população:
- Determinação da frequência e das distribuições de eventos.
- Diagnóstico dos principais problemas ocorridos.
- Observação das características clínicas manifestadas pelas doenças.
- Emprego de testes de laboratório.
● Investigação dos fatores determinantes da saúde da população:
- Características peculiares ao grupo de doentes que serviram para identificar as
condições que propiciam a ocorrência da doença.
● Avaliação do impacto das ações para a alteração da situação de saúde:
- Programas e serviços de saúde.

Metodologia Epidemiologia
● A epidemiologia é uma ciência essencialmente observacional, descritiva e analítica.
● A epidemiologia estuda as doenças onde elas ocorrem, longe das condições
controladas das clínicas e laboratórios.
● Investigação epidemiológica.

Investigação Epidemiológica
1) Epidemiologia descritiva: por meio da observação, procura-se obter todas as
informações relacionadas com a natureza e a magnitude do problema- extensão,
espécies envolvidas, sexo, idade, estado físico, condições ambientais. (não existe
intervenção humana).
2) Epidemiologia Analítica: Análise das observações feitas anteriormente no estudo
descritivo, das quais procura-se formular e investigar hipóteses, com finalidade de
explicar os fatores que contribuem para sua causa.
3) Epidemiologia Experimental: por meio da experimentação, podem evidenciar
diretamente os fatores causais do agravo em estudo. Também é chamado de estudo de
intervenção. (existe intervenção humana).

Investigação Epidemiológica
Epidemiologista- características e virtudes
● Perfil investigativo
● Curiosidade natural
● Abordagem lógica
● Capacidade de reflexão
● Raciocínio lateral
● Imaginação viva
● Infinita prudência
● Conhecimento de microbiologia, imunologia e patologia.
● Interesse geral nos conhecimentos.
Conceitos de transmissão e dinâmica das doenças
Introdução

Saúde
● Conceito popular= ausência de doenças.
● Teológico é a perfeita e contínua adaptação de um organismo a seu ambiente.
● Definição inicial silêncio orgânico= no ponto de vista fisiológico existe um estado de
harmonia e equilíbrio funcional em que diversos sistemas e aparelhos não dão sinal de
irregularidade.
● OMS, 1998-> é o estado completo de bem estar físico, mental e social, é não apenas
ausência de doença.

Saúde populacional
● Saúde pública: ciência que visa promover, proteger e recuperar a saúde humana por
meio de medidas de alcance coletivo. Ex: academias ao ar livre (promover), vacinas
(proteger), fisioterapia (recuperar).
● Saúde animal é uma ciência que visa promover, proteger e recuperar a saúde animal
por meio de medidas de alcance coletivo. Ex: programas de vacinação; recuperação
de situa pra debilidades.
- Animais de produção: otimização das funções produtivas (conceito
questionado)
● Saúde pública veterinária: aplicação dos recursos da medicina veterinária na
promoção da saúde humana. Ex: diagnóstico de leptospirose e brucelose (zoonose
onde o animal deve ser sacrificado); campanhas de vacinação contra raiva.

Infecção
● Invasão ou colonização do corpo por organismos (bactérias, fungos, vírus, helmintos,
protozoários), quer seja o hospedeiro prejudicado ou não. Porém nem toda infecção
resulta em doença. É uma competição vital entre o agente etiológico animado e um
hospedeiro. Portanto, uma luta pela sobrevivência entre dois seres vivos que visam a
manutenção da sua espécie.
● Endoparasitos: parasita/ infecção de órgãos e tecidos internos dos hospedeiros
(helmintos e protozoários)

Infestação
● Situação em que o agente se aloja, se desenvolve e se produz na superfície do corpo
do hospedeiro.
● Ectoparasitas: são aqueles que têm contato com a pele dos hospedeiros: artrópodes
(ácaros e insetos)- berne, carrapatos, pulgas.

Doença
● Ocorre quando uma infecção resulta em qualquer mudança no estado de saúde do
hospedeiro. É desencadeada quando a interação entre determinado organismo e
hospedeiro leva a um processo patológico caracterizado por dano ao hospedeiro.
● "Desajustamento ou falha nos mecanismos de adaptação do organismo, ou uma
ausência de reação aos estímulos cuja a ação está exposto (Rouquayrol)

Determinantes de doenças
● Doença e não ocorrer por acaso: há sempre determinantes para que a doença ocorra -
multicausalidade. Ex: covid 19.
● Doenças não são distribuídas ao acaso. A distribuição está relacionada aos fatores de
risco que devem ser estudados.
● Fatores de risco: fatores que estão associados ao risco de desenvolvimento de uma
doença, porém não são suficientes para causá-las.

Fatores de risco
● Predisponentes: idade, gênero, doença prévia. Ex: animais jovens: predisposição a
doenças no trato digestório, animais mais velhos, problema respiratório.
● Facilitadores: dieta insuficiente, condição de habitação. Ex: dieta básica, esgoto a céu
aberto.
● Precipitantes: exposição de um agente específico. Ex: contaminação por salmonela
através de um tubo de maionese em uma lanchonete, toxoplasmose por meio da carne.
● Agravantes: exposição refletida a um determinado agente. Ex: amianto em telhas
brasilit, exposição repetitiva ao barulho, radiação. Não vale para microrganismos.

Processo saúde- Doença


Conjunto de relações é variáveis que produz e condiciona o estado de saúde e doença de uma
população, que se modifica nos determinados momentos históricos e do desenvolvimento
científico da humanidade.

Tríade epidemiológica
● Ocorre da doença é resultado da interação entre três elementos do ecossistema
● Elementos agrupados em três categorias : agente etiológico, hospedeiro e ambiente.
● Elementos podem coexistir no determinado sistema sem que ocorra a doença.
● Qualquer desequilíbrio no estado de alguns deles é a sucessão de eventos necessários
para que a doença ocorra.
● Sucessão de eventos= processo epidêmico.

Processo Epidêmico

História natural da doença


● Estudo das relações entre o agente etiológico e os demais componentes do
ecossistema.
● Abrange o conhecimento da evolução da doença no indivíduo, na ausência do
tratamento, num período suficiente para chegar ao desfecho- cura ou óbito.

Características dos componentes da tríade:


1) Agente etiológico
● É a causa da doença
● Físicos: traumatismo, queimaduras, etc.
● Químicos: envenenamento, intoxicação, etc.
● Biológicos: infecções e contestações (vírus, bactérias, rickettsias, fungos,
protozoários, algas, endo e ectoparasitas
a) Morfologia
● Influência na penetração do agente, no meio de transmissão, etc.
● Tamanho (menor= melhor) e mortalidade.
Ex: Leptospira penetra na pele íntegra, vírus envelopados ou com uma gama grande
de agentes etiológicos.
b) Infectividade/ infecciosidade
● Capacidade do agente etiológico em penetrar e multiplicar-se em determinado
organismo. Ex: vírus da febre aftosa, vírus da gripe, mycobacterium sp)
c) Patogenicidade
● Capacidade do agente etiológico em produzir lesões específicas no organismo.
Identificada pela frequência das manifestações clínicas da doença na população. Ex:
vírus da peste suína clássica-> alta patogenicidade, brucella abortus.
d) Virulência
● Grau de severidade da reação das manifestações clínicas e reações patológicas que o
agente etiológico provoca no hospedeiro. Ex: vírus da raiva.
e) Imunogenicidade
● Capacidade do agente etiológico em induzir a resposta imune específica a partir do
hospedeiro - imunidade intensa e duradoura ou fraca e de baixa duração. Ex: vacina
da raiva possui alta imunogenicidade, necessário adicionar adjuvante para causar
irritação, sinalizando fortemente o organismo de que tem algo errado, conhecendo
melhor os antígenos inoculados do vírus (vacina mais oleosa)
f) Variabilidade
● Capacidade do agente etiológico em adaptar -se às condições do hospedeiro. Ex:
influenza vírus-> vacinação anual, vírus de fácil adaptação.
g) Viabilidade ou resistência
● Capacidade do agente etiológico sobreviver fora do hospedeiro no meio externo
(maior oportunidade de atingir hospedeiros suscetíveis).

Período de sobrevivência
Agente Esterco água solo
Brucella sp 5m 2m 7m
Mycobacterium sp 2a 12m 2a
Salmonella sp 12m 4m 5m
Bacillus anthracis 12m 3a 50a
Leptospira sp 2a 30d 50a

h) Especificidade
● Exigência dos agentes em infectar determinada espécie.
● Quanto mais específicos, maior será a dificuldade do agente se perpetuar.
Ex: vírus da anemia infecciosa equina= muito específico
Salmonella= pouco específica
i) Persistência
● Capacidade do agente etiológico permanecer em uma população de hospedeiro por
um tempo prolongado ou indefinido.
Ex: infecções crônicas persistentes, artrite e encefalite caprina, brucelose.

Processo epidêmico
característica dos componentes da tríade
1) Hospedeiro
● todo indivíduo capaz de abrigar em seu organismo o agente causal da doença.
● Diversas características influenciam sobre suas estabilidades e enfermidades.
● Características próprias e variáveis.
1-1)Hospedeiro- característica própria- Não sofrem influência do meio ambiente.
a) Espécie: relacionada a suscetibilidade. Doença está limitada a uma única espécie ou a
um grupo de espécies
b) Raça: relacionada à suscetibilidade a determinadas doenças entre as raças.
c) Sexo: Devido as caracteristicas fifiologicas e anatomicas.
d) Idade: Suscetibilidade maior em indivíduos mais jovens ou mais velhos.
e) Suscetibilidade individual: diferença entre indivíduos dentro de uma espécie.

1-2)Características variáveis- sofrem influência do agente ou do meio ambiente.


a) Estado Fisiológico: gestação, lactação, subalimentação, estresse podem alterar a
suscetibilidade do hospedeiro ao agente.
b) Resistência imunológica: imunidade adquirida pelo animal
- passiva (advinda da mãe que vem do colostro e da gema do ovo)
- ativa (vacina e contato com o agente).

c) Densidade-
- proximidade entre os hospedeiros (animal/área)
- determina o risco de contágio
d) Ambiente: local em que ocorrem as alterações. Características que contribuem nas
condições fundamentais para o comportamento do agente etiológico e da população
suscetível.
- Características físicas, biológicas e socioeconômicas.

Características físicas
a) Clima
● Influência direta de diversas maneiras sobre o agente e sobre o hospedeiro
● Temperaturas elevadas (favorecem os insetos, que são vetores)
● Ventos atuam na difusão dos agentes
● Clima frio - interfere na resistência do hospedeiro
● Precipitações pluviométricas - disponibilidade de alimentos e alterações na densidade
populacional
● Secas determinam migrações
● Variações bruscas de temperatura - prejudiciais à sobrevivência dos agentes
etiológicos
b) Hidrografia
Rios determinam a disponibilidade de água para bebida, promovendo a concentração de
animais
Também servem como meio transmissor de doenças
Favoráveis à multiplicação dos agentes etiológicos e vetores
c) Topografia
Montanhas atuam como barreiras naturais na disseminação do agente etiológico
Altitude é desfavorável para sobrevivência e multiplicação de artrópodes transmissores de
doenças
Ex.: Chile, grande produtor de frutas
d) Solo
Fornece o suporte físico para todo o sistema de interações
Fornece os nutrientes essenciais (substrato) ao componente biológico e desenvolvimento
A cobertura vegetal alta favorece o microclima muito agradável a muitos agentes
Solo desértico não significa ambiente esterilizado, apenas uma maior dificuldade de
sobrevivência.

Características biológicas
● Fauna e flora são de fundamental importância na determinação da ocorrência de
enfermidades.
● Flora determina os elementos nutritivos para a fauna.
● Fauna determina a presença ou ausência do hospedeiro e de vetores.

Características socioeconômicas - influências do ser humano


a) Estrutura de produção
Produção em grandes ou pequenas ocupações de áreas
Densidade dos rebanhos - confinamento
Manejo dos animais - manejo diário e constante
b) Comercialização de animais
Aglomeração de animais provenientes de diferentes origens e propriedades
Feiras e leilões para bovinos, cães.
Participação de intermediários
Contato dos animais com diferentes agentes - comprar um rebanho com animais infectados
e misturar com os seus
Abrigos de animais, dia de vacinação contra a raiva
c) Consciência da comunidade
Nível de consciência sanitária dos indivíduos das comunidades influi sobre a ocorrência e
controle das doenças
Construção de fossas de tratamento de resíduos
Higiene ambiental - jogar lixo no lixo, não colocar entulho, não deixar esgoto à céu aberto
Hábitos alimentares - consumo de carne crua; frutas e vegetais sem higienização adequada
d) Emprego de tecnologia
Uso de ordenhadeira mecânica (assegura a qualidade do leite, mas se não higienizada
corretamente ela torna um problema para mastite), inseminação artificial (não precisa ter
manutenção de um macho, )
● Processo Epidêmico

Sistema Cíclico
● Sucessão de eventos para que ocorra determinada doença em uma população - CADEIA
EPIDEMIOLÓGICA

● O conhecimento da cadeia epidemiológica é de fundamental importância para saber


onde e como atuar, de forma a interrompê-la e impedir que a doença persista.
● Descobrir de onde vem, como ele penetra no organismo, como ele sobrevive -
importante para saber qual direcionamento tomar, como atuar e quais medidas.

Cadeia epidemiológica
Composta por 5 itens:
- Fonte de infecção - FI
- Via de eliminação - VE
- Meio de transmissão - MT
- Porta de entrada - PE
- Hospedeiro susceptível - HS
1. Fonte de infecção
● Todo hospedeiro vertebrado no qual o agente etiológico pode desenvolver-se ou
multiplicar-se, e do qual possui condições de acesso ao ambiente exterior
● O solo, objetos, mosquitos - NÃO são uma fonte de infecção
3 elementos atuam como fonte de infecção:
a) Doente - indivíduo doente
b) Portador - indivíduo portador, que possui o agente em diferentes características mas
pode não ter sinais clínicos
c) Reservatório - hospedeiro sempre da espécie distinta da qual se estuda. Ex.:
linfadenite caseosa, caprino e ovino (um é reservatório para o outro)
Rato é reservatório de leptospirose para as demais espécies
a) Doente
Hospedeiro vertebrado que apresenta os sintomas (humanos) e os sinais clínicos (animais)
da doença em decorrência do agente etiológico que alberga
Doente típico, atípico e doente em fase prodrômica.
I. Doente típico
Manifestação dos sintomas e dos sinais clínicos característicos da doença
Diagnóstico facilitado
II. Doente atípico
Manifestação dos sintomas e dos sinais clínicos diferentes daqueles que caracteriza, a
doença
Infecção virais por diferentes estirpes - diagnóstico dificultado
III. Doente em fase prodrômica
Manifestação dos sintomas e dos sinais clínicos inespecíficos no estágio inicial da doença,
porém não suficiente para caracterizá-la
Raiva em cães
b) Portador
Hospedeiro vertebrado que alberga o agente etiológico, porém não apresenta os sintomas e
os sinais clínicos da doença. No entanto, elimina o agente etiológico.
Não se sabe que o indivíduo tem o agente, mas ele está constantemente o eliminando
I. Portador são
● Não manifesta os sintomas e os sinais clínicos característicos da doença em nenhum
momento do processo infeccioso.
● Herpes vírus - não manifestam em nenhum momento
● O que tem importância epidemiológica mais acentuada na doença
II. Portador em incubação
● Não manifesta os sintomas e os sinais clínicos característicos da doença, pois está em
período de incubação. Porém já elimina o agente etiológico.
III. Portador convalescente
● Já apresentou o quadro clínico, bem como a cura clínica, mas continua eliminando o
agente.
● Leptospirose, febre aftosa.
● Não tem mais manifestação clínica, mas ainda consegue eliminar o agente
c) Reservatório
Hospedeiro vertebrado, de espécie diferente daquela considerada por nós, no qual o agente
O etiológico se instala, multiplica-se e é eliminado para o meio ambiente.

2) via de eliminação- VE
● Via por meio da qual o agente etiológico é eliminado da fonte de infecção e tem
acesso ao meio exterior.
● Importância no estudo epidemiológico da doença- transmissão.
● Dependência do local de multiplicação do agente etiológico- patogenia da doença.
a) Secreções oronasais e expectorações (tuberculose, garrotilho, raiva, gripe, febre
aftosa)
b) Excreções: (fezes- salmonela, eimeriose, Verminoses, amebíase, esquistossomose/
urina- leptospirose, estefanurose, Dioctophyme renale
c) Leite: (Brucelose, Tuberculose, mastite).
d) Sangue: (anemia infecciosa equina, babesiose, Analisamos a? Malária, Doença de
Chagas, Febre amarela).
e) Exsudats de descargas purulentas (vagina- Brucelose, Tricomonosis, vibriosis)
f) Placenta (Brucelose, Sífilis)
g) Carcaças e órgãos internos - cadáver (hidatidose)
h) Descamações epiteliais- (Sarna, Micoses superficiais, Doença de Marek)
i) Secreção conjuntival (cinomose)
j) Sêmen (Brucelose suína).
3) Meio de transmissão - MT:
● Conjunto de elementos, animados ou inanimados (terra, água, objeto) , por meio dos
quais se dá a transmissão de um agente desde uma fonte de infecção até um
hospedeiro suscetível.
● No geral, o meio exterior é desfavorável aos agentes etiológicos.
● Alguns casos, a permanência no meio exterior é necessária para que se complete o
ciclo vital (verminoses).
a) Contato direto: quando ocorre contato físico entre a fonte da infecção e o hospedeiro
suscetível, transferindo o agente etiológico e não existindo a participação do meio
externo.
Venérea/ cópula- tricomonosis
Mordedura- raiva
Contato propriamente dito- doenças vesiculares.
Tipos:
● Transmissão de mãe para filho é por contato direto. (Alguns autores consideram
vertical)
● Transmissão hereditária
(Doença transmitida no momento do nascimento)
● Transmissão congênita: doença transmitida no útero ou in ovo
b) Contato indireto: considerando que existe um espaço entre a fonte e a infecção e o
novo hospedeiro, e a transferência do agente etiológico se dá por intermédio de um
veículo animado ou inanimado.
Tipos:
b-1) Ar ou aerógena:
- Aerossóis ou perdigotos: resultam de nebulizações de secreções oro-nasais em
decorrência da emissão explosiva do ar.
Gotículas de Flügge- diâmetro superior a 0.1mm
(Incapazes de atingir grandes distâncias- depósito no solo)
Núcleos infecciosos de wells- diâmetro 0.001 a 0,01mm
(Podem atingir hospedeiros e longas distâncias)
- Poeira: agentes com relativa resistência (dissecação) ao ambiente são ressuspensos no
ar atmosférico devido a movimentação.
*FONTE DE INFECÇÃO É SÓ ANIMAIS VERTEBRADOS.
b-2)Alimento e água:
- Alimentos: contaminação na sua origem (leite contaminado brucelose); silagem ou
micotoxinas; contaminação por manipulação inadequada.
- Água: principal meio de transmissão de doenças entéricas.(pode morrer um rato na
caixa de água e ter surto de Leptospira).
b-3)Solo:
- Importância quando nele o agente integrante realiza parte do ciclo evolutivo-
verminose.
- Transmissão de diversas doenças, tais como tétano, carbúnculo sintomático,
carbúnculo hemático.
b-4) Hospedeiro intercalado (paratênico, intermediário): invertebrado que não participa
ativamente na transmissão da doença, porém é indispensável para o ciclo evolutivo do agente
ou desempenho de papel na sua proteção durante a permanência no meio exterior.
Caracóis Lymnaea sp- fasciola hepática
- Intermediário (HI): aquele que se encontra na forma imatura do parasito.
Anopheles sp. / Plasmodium sp.
- Paratênico: aquele que transporta o parasita
Heterakis sp. / histomonas sp.
b-5) vetor: invertebrado que veicula o agente etiológico, além de fornecer condições para a
multiplicação ou para a proteção deste agente.
Vetor mecânico: invertebrado que transporta mecanicamente o agente etiológico, sem que
em seu corpo ocorra algum desenvolvimento deste.
Ex: patas (moscas domésticas); peças bucais (tabanídeos/ AIE)
Vetor biológico: invertebrado em que o agente etiológico necessariamente desenvolve parte
de seu ciclo de vida ou replicação, para que ocorra a transmissão ao hospedeiro.
Ex: babesiose
b-6) Fômites: objetos que podem levar o agente etiológico da fonte de infecção até o
hospedeiro susceptível.
Ex: raspadeiras, arreios, seringas, agulhas, instrumentos cirúrgicos, baldes, etc.
b-7) Outros meios de transmissão indireto: produtos de origem animal não comestíveis (lã);
produtos imunizantes (soros e vacinas); comunicantes: indivíduo que esteve em contato com
uma fonte de infecção ou ambiente contaminado.
Obs: Fômite é inanimado e comunicante é animado.
4) porta de entrada- PE
● Via por meio da qual o agente etiológico consegue penetrar em um novo hospedeiro.
● Associada ao meio de transmissão.
4-a) pele: contato direto -
● pele íntegra ou lesionada
● Mordedura
● Picadas de vetores
● Fômites
4-b) mucosas:
● Trato respiratório (Gotículas, poeira)
● Trato digestório (alimentos, água)
● Aparelho geniturinário (contato direto)
● Conjuntiva (vetores, gotículas)
● Ducto galactóforo (solo, fômites)
C) Onfaloflébica:
● Ferida umbilical
5) hospedeiro suscetível- HS
● Todo indivíduo capaz de abrigar em seu organismo o agente causal da doença, com o
qual poderá estabelecer várias relações.
● Características próprias e variáveis (espécie, raça, sexo, idade, resistencia
imunológica, etc.).

Cadeia Epidemiológica
1- Quem hospeda e elimina o agente etiológico? Fonte de infecção
2- Como o agente etiológico deixa o hospedeiro? Via de eliminação.
3-Que recursos o agente utiliza para alcançar um novo hospedeiro suscetível? Meio de
transmissão.
4- Como o agente etiológico penetra no novo hospedeiro? porta de entrada.
5- Quem pode adquirir a doença? hospedeiro suscetível.

INTRODUÇÃO
● População:
- grupo de organismos da mesma espécie, ocupando um espaço particular em um momento
particular.
-Características populacionais: número, densidade, distanciamento social
- Limite de uma população - natural (imposto pelos limites geográficos) ou arbitrário
(proposta de estudo científico).
- População contígua (vizinhos/ importante fator de risco)e separadas.
-População aberta (galinhas livres) e fechada (granjas darkhause).
-População de risco

● Ocorrência da doença:
- onde
- quem
- o que - quais são os sinais, os indicadores, número de enfermos
- quando
2 pontos devem ser levados em consideração: Distribuição Espacial e distribuição temporal.

DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS DOENÇAS


● Padrões de distribuição espacial
- Aleatório
- Agregado
- Uniforme
● Fatores determinantes - ocorrência da doença:
- presença do agente etiológico- vírus, bactérias, fungos e príons
- presença de hospedeiros suscetíveis (vertebrados)- cães (cinomose)
- presença de reservatórios (vertebrados) - morcegos hematófagos (raiva)
- presença de vetores (invertebrados)
Vetores mecânicos (mosquitos) - mastite
Vetores biológicos (carrapatos) - Anaplasmose
- ambiente propício à sobrevivência do agente etiológico e à sua transmissão
Bouba aviária, leptospirose.

Distribuição Espacial das Doenças


● Fatores determinantes- ocorrência da doença:
● Demográficos
● Ambientais
● Sociocultural - ex: esgoto ao céu aberto.
● Padrões geográficos das doenças:
- Doenças de distribuição mundial (tuberculose, cinomose, helmintoses)
- Doenças de certa limitação geográfica (dengue, malária, febre amarela)
- Doenças restritas geograficamente (ebola, peste equina, kuru)
- Áreas livres da doença (influenza aviária- Brasil, arboviroses- frio)
- Áreas livres da doença produzidas pelo homem (febre aftosa)
infecção prévia
vacinação
erradicação
● conceitos :
- Caso: é um indivíduo acometido por determinada doença.
-caso primário: é o primeiro caso de determinada doença a ocorrer em determinada
área.
- caso índice: é o primeiro caso de determinada doença registrado em determinada
área.
- caso co-primário: É o caso que ocorre imediatamente após o caso primário, antes
de transcorrido o período mínimo de incubação da doença, ou seja, teve a mesma
exposição que o caso primário ao agente etiológico.
- caso secundário: é o caso que aparece após o período próximo de incubação da
doença (em relação ao aparecimento do caso primário), ou seja, significa que se
originou a partir do caso primário.
● informações:
- local onde teve início a doença
- indicação dos possíveis fatores determinantes
- Sugestão do tipo da doença e da forma de transmissão.
- Indicação do padrão de disseminação.
- Indicação e sugestão de medidas de profilaxia

Formas de Ocorrência das Doenças


● Endemia
● Epidemia
● pandemia
● esporádica
● indene
Endemia: A doença ocorre em uma população dentro dos limites esperados.
- ocorrência constante, frequente, estável
- comportamento da doença bem compreendido, seu nível endêmico é previsível.
- Aplicação não somente às manifestações de sinais clínicos, mas também pela
detecção por testes laboratoriais (presença de anticorpos).
O que favorece? Combinação de fatores que permitem a manutenção do agente etiológico
naquela população:
- meios de transmissão
- densidade de hospedeiros suscetíveis
- fatores ecológicos-
Exemplos: Malária, dengue, Febre amarela, Raiva leptospirose, tuberculose, brucelose,
Anaplasmose, babesiose, Leishmaniose, esporotricose, parvovirose, cinomose Anemia
infecciosa Equina (região Centro Oeste do Brasil).

Epidemia: Ocorrência de uma doença em patamares acima dos limites esperados para o
período em questão.
- Ocorrência acima do nível endêmico.
- Não envolve necessariamente um grande número de casos de doenças.
- Em doenças animais, poderá ser utilizado o termo *EPIZOOTIA* .
- quando ocorre uma epidemia, a população deve estar sujeita a um ou mais fatores que
*não estavam presentes anteriormente.*
- O nível endêmico da doença deve ser bem conhecido para o reconhecimento de
EPIDEMIA.
Exemplo: Dengue
● conceitos:
- Foco: constituído pelos indivíduos doentes (casos) mas aqueles que estiveram em
contato com o doente (incluindo os comunicantes). É um grupo de indivíduos na
mesma condição de risco de contrair a doença.
- surto: constituído pelo grupo de casos originados de uma fonte de infecção comum,
em uma área e um determinado período de tempo limitados.
1)Epidemia instantânea: leptospirose, por exemplo. Tudo muito rápido e da mesma fonte.
2)Epidemia Propagativa: (epidemia progressiva, epidemia propagada, epidemia de contato)
● O aumento do número de casos ocorre progressivamente ao longo do espaço de
tempo.
● O caso primário elimina o agente etiológico, que pelos meios de transmissão,
originaram os casos secundários e serão novas fontes de infecção.
Doenças Respiratórias transmissíveis.
Pandemia: ocorre de determinada doença acima dos valores esperados e atingindo grandes
extensões geográficas.
● Em doenças animais, poderá ser utilizado o termo PANZOOTIA.

Ocorrência esporádica
Situação em que a doença ocorre de maneira irregular e casual.
● Implica que circunstâncias apropriadas ocorreram localmente, produzindo surtos
pequenos e localizados.
● Associada a um único caso ou a um grupo de casos.
● Questão: onde está o agente infeccioso quando a doença aparentemente desapareceu
de uma população?
Indene
● Não há ocorrência de doenças.

Informações:
● Curso da doença- início, final e duração.
● Incidência, dinâmica da doença
● Origem do agente e o tipo da doença.
● Forma de transmissão
● Período de incubação e suas variações.

Variações na Distribuição Temporal das Doenças


1)Variação ou tendência estacional
● Verificação do nível endêmico pois o aumento substancial de casos poderia ser
confundido com um surto ou uma epidemia.
● Exemplos: bouba aviária no período chuvoso, gripe no período de inverno,
intoxicação no verão e leptospirose no verão. (Variações sazonais).

2)Variação ou tendência cíclica


● Flutuação na ocorrência de doenças com periodicidade de espaços e de tempo
superior a um ano.
● Relacionada a alterações periódicas na densidade de hospedeiros suscetíveis.
● Variação observada quando o agente etiológico apresenta alta patogenicidade, mas
confere imunidade duradoura.
● Exemplos:
- Rubéola
- Raiva (ciclo de 4 anos de periodicidade em raposas da grã Bretanha)
Óbito dos infectados
Redução da população suscetível

3) Variação ou tendência secular:


● Também denominada variação a longo prazo.
● Variação na ocorrência de determinada doença observada após longos períodos de
tempo.
● Tendência pode ser influenciada por vários fatores, mas geralmente………
● Ex: diminuição na ocorrência da doença:
Melhoria de medidas profiláticas, uso de vacinas como varíola e tuberculose em
humanos.
Tratamento de água de consumo.
Cólera

Formas de Ocorrência das Doenças


Nível endêmico:
● Conhecimento prévio do valor considerado normal para o local é o pedido analisado
para verificar o aumento ou a diminuição na ocorrência de doenças.
● Conhecer a ocorrência da doença nos últimos anos na população.
● A observação das flutuações na ocorrência é feita dentro de limites considerados
normais (cálculos estatísticos).
Estabelecimento do limite considerado normal:
● Coleta de dados- ocorrência de casos por meses ou ano
● Série histórica- variações durante o ano (estação, índice pluviométrico, vetores).
● Não utilizar período inferior a 5 anos (influência do caso)
● Não utilizar períodos muito longos (mudanças nas condições que interferem na
ocorrência da doença)
● Períodos estudados- 5 a 10 anos.
MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA
Introdução
● Conjunto de medidas adotadas com a finalidade de interromper a cadeia de
transmissão de uma doença- cadeia epidemiológica.

Componentes da cadeia epidemiológica


Fonte de infecção---via de eliminação---via de transmissão--- porta de entrada---hospedeiro.

● Ações profiláticas podem ser exercidas em qualquer fase da história natural da


doença: período pré-patogênico (isolamento, vacinas), período patogênico (fase
clínica e subclínica).
● Medidas profiláticas podem ser adotadas em 3 níveis:
1. Prevenção
2. Controle
3. Erradicação
● Ex: se a via de eliminação for o sangue, não utilizar a mesma agulha. Se o agente é
eliminado pelo leite, é necessário medidas de profilaxia. Se a porta de entrada é pela
via respiratória, a medida profilática é usar máscara.
1. Prevenção: consiste em evitar o aparecimento da doença na população. São medidas
adotadas onde a doença não ocorre ou poderá ocorrer. Ex: cercas, telas, oclusão de
entrada. Programa de biosseguridade.
2. Controle: conjunto de medidas empregadas com o objetivo de reduzir a frequência da
ocorrência de uma doença já presente na população. Consiste em diminuir os efeitos
da doença quando ela não pode ser evitada, ou seja, medidas adotadas para a
redução onde a doença ocorre.
3. Erradicação: conjunto de ações adotadas com a finalidade de eliminar a doença do
território. Trata-se de um procedimento radical e intensivo, cujo sucesso depende de
uma integração ampla, envolvendo diferentes segmentos profissionais e múltiplas
medidas sanitárias. Medidas para agir onde a doença ocorre.

Escolha das medidas profiláticas- processo de decisão:


a) Existência de recursos humanos (programas de combate) e financeiros (terei condição
de pagar os exames de todos os animais da propriedade?).
b) Disponibilidade de procedimentos de diagnóstico, exequíveis e confiáveis, bem como
insumos necessários. (Há laboratórios disponíveis na região para o diagnóstico?).
c) Características do agente etiológico e da cadeia epidemiológica da doença.
d) Prevalência e dispersão da doença na população.
e) Perfil do Sistema ecológico. Conhecer o ambiente para saber se existem
vetores(moscas estão presentes).
f) Relação custo benefício (A erradicação compensa?)
g) Risco para a espécie humana (São zoonoses?).

Medidas Profiláticas Aplicadas a Fonte de Infecção


● Objetiva limitar a possibilidade da fonte de infecção transmitir a doença a um
hospedeiro suscetível.
1. Identificação da fonte de infecção:
● Primeiro passo para o controle da doença.
● Proceder ao diagnóstico, que poderá ser diagnóstico clínico, porém confirmado por
métodos laboratoriais - diagnóstico laboratorial.
● Quanto mais precoce a identificação da FI (Fonte de infecção) maior é o sucesso
obtido dentre as medidas profiláticas.
Medidas aplicadas a fonte de infecção
1. Identificação da fonte através do teste diagnóstico.
2. Notificação: comunicação oficial da ocorrência da doença à autoridade sanitária.
3. Isolamento:
● Segregação da fonte de infecção durante o período máximo de transmissibilidade da
doença.
● Objetivo: concentrar o potencial de infecção em uma área restrita e controlável.
✔Aplicável aos seres humanos (hospitais e domicílios).
✔Aplicada por instituições oficiais (UVZ).
✔Animais de estimação (semelhante aos humanos).
✔Animais de produção (limitações técnicas e econômicas).
3.1.Isolamento individual:
● Isolar a fonte de infecção em um local determinado pelas autoridades sanitárias ou
pelo proprietário.
● Acompanhado por medidas de desinfecção.
3.2.isolamento em grupo ou acantonamento:
● Isolamento de um grupo de animais na propriedade, colocando as fontes de infecção
em uma área restrita.
● Restringir ao máximo o seu deslocamento.
3.3.interdição ou isolamento da área:
● Linhas demarcatórias que estabelecem limites geográficos nos quais proíbe-se o
trânsito de animais e seus subprodutos.
● Também denominada cordão sanitário.
● Determinação pelas autoridades sanitárias.
● Zona infectada; zona de vigilância 10km; zona tampão 30km.
4. Tratamento:
● Tratamento específico para a doença, quando viável, objetivando interromper a
eliminação do agente etiológico.
● Na maioria das vezes é antieconômico ou inexistente.
● Risco da permanência da fonte de infecção como portador convalescente e/ou
portador são.
5. Sacrifício:
● Abate das fontes de infecção para a proteção do restante da população não acometida
pela doença.
● Aplicação economicamente justificável.
● Emprego nos casos de doenças graves e alta dirigibilidade.
● Respaldo legal.
● O sacrifício deve ser realizado no próprio local onde se encontra o animal.
Fatores limitantes:
● Disponibilidade dos meios de diagnóstico.
- Sacrifício seletivo de doentes típicos ou reagentes em testes imunológicos.
● Espaço e de hospedeiro
- Animais silvestres- equilíbrio ecológico
- Animais de estimação- implicações efetivas
- Animais de produção- relação custo benefício
● Características do agente etiológico
- Elemento de restrição ao emprego do sacrifício.
- Agentes com resistência às condições ambientais.
- Agentes que persistem na natureza (vetores/reservatórios).
● Métodos de sacrifício
- Rifle sanitário
- Abate de emergência
- Pistola de insensibilização
- Quimioterápicos
- Câmara de gás
6. Destruição de cadáveres:
● Cadáveres não devem ser jogados em correntes de água e suas proximidades.
● Não utilizar a carcaça como alimento.
● Impedir o acesso de roedores e vetores.
● Somente realizada necropsia por médico veterinário.
● Atenção as legislações ambientais
Formas de destruição:
● Enterramento
- Parte mais alta do cadáver a 1.5 m sob o nível do terreno
- Uso de produtos desinfetantes.
- Uso de produtos com odor que evitem atração dos animais.
● Incineração ou cremação
● Cozimento
- Condições de laboratório- autoclave
● Método químico
- Uso de ácidos, soda cáustica
- Método oneroso
● Compostagem
- Perspectiva com importante alternativa.

Medidas profiláticas Aplicadas ao meio de Transmissão


Objetiva destruir o agente etiológico no período em que se encontra nos diferentes meios de
transmissão, ou ainda, evitar que o agente etiológico tenha acesso ao hospedeiro suscetível.
CONTATO DIRETO: A intimidade de relações estabelecidas entre a fonte de infecção e o
hospedeiro suscetível restringe a situação preventiva nessa modalidade de transmissão.
CONTATO INDIRETO
1- transmissão Aerógena: é difícil a adoção de medidas profiláticas quando a transmissão se
dá por aerossóis (ausência de tempo suficiente).
Importância na distância entre a fonte de infecção e o hospedeiro suscetível.
Arejamento, ventilação sistemática, exaustão (eliminação valor, calor, produtos gasosos e
materiais, agentes etiológicos em suspensão- poeira)
Ação em recintos fechados - utilizar agentes físicos (radiação) e químicos (paraformaldeído)
Barreiras vegetais são de suma importância na produção animal.
2-solo
Ações que evitam a contaminação do solo.
Medidas insuficientes para limitar a propagação de doenças.
Medidas protetoras:
✔Tratamento e destino adequado dos excrementos
- Tratamento de esgoto e de água residuais.
- Esterqueiras ou dispositivos similares. Mecanismos que aceleram a decomposição
- Fossas sépticas: caixas de cimento.
✔Controle dos adubos orgânicos.
Medidas saneadoras:
- Drenagem das áreas pantanosas
- Aterro de depressões
- Correção do pH do solo - alguns agentes não sobrevivem com a correção do pH.
- Fornece condições adversas a muitos microrganismos
✔Adoção de práticas agrícolas- aração e gradagem do solo.
- Enterramento de ovos e larvas de parasitas.
- Exposição de agentes infecciosos à ação de oxigênio.
- Exposição de agentes infecciosos à ação de raios solares.
✔Limpeza e manutenção das pastagens.
- Vegetação arbustiva que obrigam vetores.
✔Rotação de pastagens. Aplicação de cal; descanso de pasto.
✔Limpeza e manutenção de áreas próximas às instalações.
- Abrigos para vetores e roedores. Ex Jardim na frente da clínica.

3- Água e alimentos
- Ações dirigidas que incluem a proteção (evitar a contaminação) e o tratamento
(descontaminação);
✔ Ações preventivas na condução da água até o consumo.
✔ Tratamento da água de consumo: filtração, sedimentação, desinfecção (hipoclorito de
sódio).
✔Proteção dos mananciais destinados ao abastecimento, com impedimento do afluxo de
esgotos, efluentes industriais, lixo, acesso de pessoas e animais.
✔leite, carne e produtos vegetais.
- Medidas aplicadas ao meio de transmissão para os alimentos: doença que acomete o
leite, então após o nascimento, separa o filhote da mãe.
4- Vetores
- Ação primordial é impedir sua proliferação.
Medidas defensivas:
✔Construção de habitações e instalações protegidas com tela e outros dispositivos.
✔Instalações desprovidas de frestas ou fendas.
✔Destinação adequada de excrementos e resíduos orgânicos.
✔Emprego de repelentes.
Medidas saneadoras:
- Destino adequado de excrementos e resíduos.
- Remoção de entulhos.
Medidas ofensivas:
✔Procedimentos de natureza biológica (machos estéreis, peixes macrófagos, agentes de
doenças de artrópodes.)
✔Procedimentos químicos (uso de inseticidas).
- Limitações sanitárias- toxicidade
5- Produtos Biológicos
- Controle de qualidade.
Teste de inocuidade de vacinas e soros.
- Controle de produtos utilizados em reprodução: sêmen e embriões.
- Inativa as vacinas com formal baque lactona.
6- Fômites
- Higienização rigorosa das instalações e dos utensílios.
- Desinfecção dos instrumentos de uso veterinário, utensílios e equipamentos.
- Desinfecção de veículos destinados ao transporte de animais e produtos de origem
animal.
- Necessário a retirada da matéria orgânica antes de desinfetar.
- Agentes físicos e químicos.
7- Outros
- Biosseguridade
- Boas práticas de produção- utilização de álcool, iodo, limpeza do ambiente, limpeza
do reservatório de água.
- Boas práticas veterinárias- Atendo um cachorro com parvovírus e depois atendo outro
animal com outra roupa. Trocar aventais, botas, lá ver as mãos.
- Boas práticas de fabricação- máscaras, luvas
- Boas práticas de manipulação de ambiente.

Medidas Relativas ao Hospedeiro Suscetível


1.Sacrifício:
● Individual ou em massa (despovoamento)- ocorrência de focos.
● Emprego em doenças com alta contabilidade ou doenças exóticas recentemente
introduzidas.
2.Quarentena
● Isolamento pelo tempo correspondente ao período máximo de incubação da doença.
● Tem por objetivo impedir a propagação da doença, caso o indivíduo venha a revelar
-se uma fonte de infecção.
● Em medicina veterinária, utiliza dependências especiais , denominadas quarentenários
(Animais importados e animais destinados à exportação).
● Emprego quando uma doença está na fase final de um programa de controle.
3. Imunoprofilaxia
● Período de indução da imunidade é o período de incubação da doença.
● Imunoprofilaxia ativa artificial (vacinas).
● Imunoprofilaxia passiva artificial (soro imune).
● Imunização passiva natural (colostro).
● Imunização ativa natural (pré imunização).
4. Quimioprofilaxia
● Individual ou massal
● Alternativa em situações em que a taxa de prevalência é alta e inviabiliza o
despovoamento.
● Limitações econômicas
● Antimicrobianos e antiparasitários.
● Utilização em alimentos (ração) e água.
5. Vigilância
● Observação pelo período máximo de incubação da doença, contado a partir do último
contato com a fonte de infecção.
● Difere da quarentena pois os indivíduos não são isolados.
● Em medicina veterinária, atividade implementada com a utilização de animais
sentinelas. Animais que têm maior suscetibilidade a uma determinada doença, são
inseridas no local.

MEDIDA RELATIVAS AO HOMEM


1-medidas GERAIS
● Uso de Epis

MEDIDAS RELATIVAS À COMUNIDADE


1- Educação em saúde:
● Conscientização.
● Esclarecimento.
● Orientação.
● Promoção à saúde.

EPIDEMIOLOGIA
Amostragem em Saúde Animal
Intro
● População:
- Grupo de organismos da mesma espécie, ocupando um espaço particular em um
momento particular.
- É o universo, o conjunto total de unidades existentes num determinado lugar em um
determinado tempo que apresentam características em comum.
Ex: bovídeos, bovinos, bubalinos.
- Tamanho da população- número total de unidades que compõem a população.
- Representado por "N".
● Amostra:
- Subconjunto de unidades da população obtidas de modo a representar a população de
origem, contendo todas as características da população.
- Diferença entre população e amostra - tamanho
- Tamanho da amostra- número de unidades representações
- Representada por "n"
● Amostragem
- Procedimento por meio do qual seleciona-se uma amostra a partir de uma população
com o objetivo de determinado estudo.
- Os resultados obtidos possam ser generalizados para a população de origem.
- Unidade de amostragem pode ser o indivíduo ou um grupo de indivíduos (leitões,
galpões, rebanhos, etc).
Razões
● Ordem prática:
- Logística (grandes populações)
- Demorado e dispendioso
● Qualidade do estudo
- Cuidado na amostragem
- Trabalho com maior rigor
● Estudo população hipotética.
- Testes (medicamento e vacina).
Finalidade
● Determinação de parâmetros populacionais
Conhecer a prevalência de determinada doença da população.
● Realização de Estudos Epidemiológicos
Verificar se existe associação entre a ocorrência de uma doença e a exposição a
fatores. (Ex:água de sapo)
● Estimar medidas em uma população:
Detectar se uma característica está presente ou não na população. (Ex: genes para o
albinismo/ detectado essa característica através de amostragem).
Principais aspectos
● Tamanho da amostra
● Representatividade da amostra
Amostra representativa significa que a população estudada é comparável e realmente
representada a população alvo.
Vantagens e limitações
● Baixo custo
● Maior rapidez na obtenção da informação.
● Otimização (atividade e de pessoas)
● Não empregado em pequenas populações.
● Não empregado no conhecimento de questão de uma população inteira- censo (limite
que não trabalha na amostragem. Indivíduo por indivíduo).
Tipos de Amostras
Probabilística
● Aleatória
● Equiprobabilistica
● Todas as unidades da população têm a mesma probabilidade de serem selecionadas.
(Ex: rifas)
● Representatividade da população.
Não probabilística
● Nem todas as und têm a mesma probabilidade de fazerem parte da amostra.
● Não possui representatividade da população.
● Ex: amostras de voluntários; amostras internacionais; amostras por conveniência
(animal mais manso); amostra prontamente acessível (rebanhos de mais fácil acesso);
Proprietários mais receptíveis.
Interferência Estatística
● Processo pelo qual se examina uma amostra e se obtém informações válidas para a
população da qual a amostra foi obtida
● Determinação de um valor populacional com base no valor de uma amostra.

Métodos de seleção das unidades da Amostra


AMOSTRAGEM ALEATÓRIAS SIMPLES OU SELEÇÃO ALEATÓRIA :
● unidades selecionadas da população por um procedimento aleatório.
● População não é muito grande
● População não é muito variável para a característica estudada
● Recursos: sorteios e programa de computador
● Necessário que todas as unidades tenham uma identificação.

Amostragem Estratificada
- Divisão da população em partes (estratos) de acordo com critérios diversos (sexo,
raça, idade, rebanhos, etc).
- Obtenção de amostra aleatórias dentro de cada estrato para constituir a amostra final.
- Melhora a acurácia da amostra- controle da possibilidade de amostragem aleatório
simples superestimar ou subestimar algum grupo.

Amostragem Sistemática
● Exige que as unidades componentes da população estejam em certa ordem de posição:
filas (Animais passando por um brete), carcaças na linha de processamento/
abatedouro.
✔Ordenar a unidade.
✔Determinar o tamanho da amostra(n).
✔Estabelecer o intervalo de seleção (N/n).
✔Determinar o número de arranque (entre 1 e intervalo de seleções).

Fração amostral
● É a proporção de indivíduos da população incluídos na amostra.
● Realização de amostragem padronizada.
● Fa= amostra
População real

Cálculo do tamanho da amostra para determinar taxas:


n'= p.q.z2
d2
n' tamanho da amostra independente do tamanho da população.
P prevalência esperada
Q= 1 - a prevalência esperada
Z= valor da distribuição normal padronizada (nível de confiança) para nível de confiança de
95%, z=1.96.
d variação admitida

n= n'.N
n'+ N

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