Você está na página 1de 21

Aula enfoque

Epidemiológico no processo
Saúde Doença
Processo saúde-doença

Processo saúde-doença
 Identificar fatores determinantes para o aparecimento e a
manutenção dos problemas de saúde
 Investigação etiológica
 Determinação de riscos
 Probabilidades
 Estabelecimento de evidências
Definindo saúde e doença
•A mais ambiciosa definição de saúde foi
a proposta pela Organização Mundial de
Saúde (OMS) em 1948: “Saúde é um
estado de completo bem-estar físico,
mental e social e não apenas a mera
ausência de doença”.
História natural da doença
• A história natural da doença é o curso da doença desde o início até sua
resolução, na ausência de intervenção. Em outras palavras é o modo
próprio de evoluir que tem toda doença ou processo, quando se deixa
seguir seu próprio curso. O processo se inicia com a exposição de um
hospedeiro suscetível a um agente causal e termina com a
recuperação, deficiência ou óbito. é remarcada a importância das
diferentes medidas de prevenção que podem ser realizadas
dependendo do momento em que se encontre a doença e deste modo
as atividades de prevenção primárias são efetuadas no período pré-
patogênico e são encaminhadas para promover a saúde e a proteção
específica; na prevenção secundária, as ações são o diagnóstico
precoce, o tratamento imediato e a limitação do dano; e a prevenção
terciária está focada na reabilitação.
CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA RELACIONADOS
COM DOENÇAS INFECCIOSAS
• Doença emergente: é uma doença transmissível cuja incidência
em humanos vem aumentado nos últimos anos doou que ameaça
aumentar em um futuro próximo.

• Doença reemergente: é uma doença transmissível previamente


conhecida que reaparece como problema de saúde pública após
uma etapa de significativo declínio de sua incidência e aparente
controlo.

• Agente: É um factor que pode ser um micro-organismo,


substância química, ou forma de radiação, cuja presença,
presença excessiva ou relativa ausência é essencial para a
ocorrência da doença.

• Hospedeiro: é uma pessoa ou animal vivo, incluindo as aves e os


artrópodes que, em circunstâncias naturais, permite a
subsistência e o alojamento de um agente infeccioso.
CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA RELACIONADOS COM
DOENÇAS INFECCIOS

• Infecção: é a entrada, desenvolvimento ou multiplicação de um


agente infeccioso no organismo de uma pessoa ou animal.

• Infectividade: é a capacidade do agente infeccioso de poder


alojar-se e multiplicar-se dentro de um hospedeiro.

• Patogenicidade: é a capacidade de um agente infeccioso de


produzir doença em pessoas infectadas.

• Infecção inaparente: é a presença de um agente infeccioso em


um hospedeiro sem que apareçam sinais ou sintomas clínicos
manifestos.

• Virulência: é a capacidade do agente infeccioso de produzir casos


graves e fatais.
CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA RELACIONADOS COM
DOENÇAS INFECCIOS
• Letalidade: é a capacidade do agente infeccioso de produzir casos
fatais.

é qualquer ser humano,


• Reservatório de agentes infecciosos:
animal, artrópode, planta, solo ou matéria inanimada, onde
normalmente vive e se multiplica um agente infeccioso e do
qual depende para sua sobrevivência, reproduzindo-se de
forma que possa ser transmitido a um hospedeiro
susceptível.

• Fonte de infecção: é a pessoa, animal, objecto ou substância de


onde o agente infeccioso passa a um hospedeiro.

• Portador: é um indivíduo (ou animal) infectado, que abriga um


agente infeccioso específico de uma doença, sem apresentar
sintomas ou sinais clínicos desta e constitui uma fonte potencial de
infecção para o ser humano.
CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA RELACIONADOS COM
DOENÇAS INFECCIOSAS

• Período de incubação: é o intervalo de tempo que


transcorre entre a exposição a um agente infeccioso e o
surgimento do primeiro sinal ou sintoma da doença

• Período de latência: é o intervalo de tempo que


transcorre desde que se produz a infecção até que a
pessoa se torne infecciosa.

• Período de transmissibilidade ou infeccioso: é o intervalo


de tempo durante o qual o agente infeccioso pode ser
transferido directa ou indirectamente de uma pessoa
infectada a outra pessoa.
Modelo de transmissão de dos agentes infecciosos
• Transmissão -é a forma em que o agente infeccioso se transporta do
reservatório ao hospedeiro.
• Transmissão direta: transferência directa do agente infeccioso por uma porta de
entrada para que se possa efectuar a infecção.(transmissão de
pessoa a pessoa).
• Transmissão indirecta -Mediante veículos de transmissão ou
fômioes: objectos ou materiais contaminados, (brinquedos, lenços etc….

Vector: um insecto ou qualquer portador vivo que transporta um agente


infeccioso desde um indivíduo ou seus excrementos até um indivíduo
susceptível.
A tramnsmissao do vector pode ser de duas formas

• Mecânico: é o simples traslado mecânico do agente infeccioso por meio de


um insecto terrestre ou voador,
• Biológico: o agente necessariamente deve propagar-se (multiplicar-se),
desenvolver-se ciclicamente ou ambos (ciclopropagação) no artrópode-
vector antes que possa transmitira forma infectante ao ser humano.
Causalidade
• O conceito de causa O entendimento das causas das doenças e agravos à saúde é
importante não apenas para a prevenção, mas também para o correto diagnóstico e
tratamento. O conceito de causa é fonte de muita controvérsia em epidemiologia. O
processo pelo qual se faz inferência causal – julgamento ligando possíveis causas e seus
desfechos – é o principal tema da filosofia geral da ciência, e o conceito de causa tem
diferentes significados em diferentes contextos. Causa suficiente ou necessária
• A causa de uma doença ou agravo à saúde é um evento, condição, característica ou uma
combinação desses fatores que desempenham um papel importante no desenvolvimento
de um desfecho em saúde. Logicamente, uma causa deve preceder o efeito (desfecho).
Uma causa é dita como sendo suficiente quando ela inevitavelmente produz ou inicia um
desfecho, e é dita necessária se o desfecho não pode acontecer na sua ausência. Algumas
doenças são causadas por características genéticas individuais, enquanto outras causas
interagem com fatores genéticos para tornar certos indivíduos mais vulneráveis do que
outros. O termo causa ambiental é frequentemente usado para distinguir essas outras
causas dos fatores genéticos. Geralmente, existe algum componente genético e ambiental
em cada mecanismo causal.
Causalidade
No enfoque epidemiológico, não só interessa a descrição dos eventos em saúde e a quem atinge, onde e
quando, senão, também, está orientado para procurar explicações do porquê acontecem esses eventos. É o
processo de busca da causalidade que permite essas aproximações, com a finalidade de orientar as medidas de
intervenção adequadas e a posterior avaliação de sua efetividade.
O enfoque epidemiológico considera que a doença na população: i) não ocorre por acaso; ii) não está
distribuída de forma homogênea; iii) têm fatores associados que, para serem causais, cumprem com os
seguintes critérios: a temporalidade (toda causa precede a seu efeito, o chamado princípio do determinismo
causal), a força de associação, a consistência da observação, a especifidade da causa, o gradiente biológico
(efeito dose-resposta) e a plausibilidade biológica (Hill, 1965). O enfoque epidemiológico também considera
que a doença na população é um fenômeno dinâmico e sua propagação depende da interação entre a
exposição e a suscetibilidade dos indivíduos e grupos constituintes da dita população aos fatores determinantes
da presença da doença.
A Tríade Epidemiológica
Modelo de causalidade em epidemiologia amplamente aceite: a Tríade
Epidemiológica, que são descritos a seguir.
• A Tríade Epidemiológica é o modelo tradicional de causalidade das doenças
transmissíveis; nesse, a doença é o resultado da interação entre o agente, o
hospedeiro suscetível e o ambiente (Figura).
AGENTES:
• Nutrientes
• Tóxicos e/ou venenos
• Alérgenos
• Radiação
• Trauma físico
• Micróbios
• Experiências psicológicas
Agentes

Os agentes podem ser infecciosos ou não infecciosos e são necessários, mas nem sempre
suficientes, para causar a doença. Os agentes não infecciosos podem ser químicos ou físicos.
Os fatores do hospedeiro são os que determinam a exposição de um indivíduo, sua
suscetibilidade e capacidade de resposta e suas características de idade, grupo étnico,
constituição genética, gênero, situação socioeconômica e estilo de vida. Por último, os fatores
ambientais englobam o ambiente social, físico e biológico

Os fatores que representam causas componentes de doença incluem os fatores do agente,


hospedeiro e ambiente da tríade epidemiológica, assim como também do modelo de
determinantes da saúde.
Agente causal
• Um agente é um fator que está presente para a ocorrência de
uma doença; de modo geral, um agente é considerado uma
causa necessária porém não suficiente para a produção da
doença.
• Os agentes podem ser divididos em biológicos e não
biológicos; os agentes biológicos são organismos vivos capazes
de causar uma infecção ou doença no ser humano e nos
animais. As espécies que ocasionam doença humana são
denominadas patogênicas. Entre os agentes não biológicos,
encontram-se os químicos e físicos,
Agente causal
• Agentes causais
• BIOLÓGICOS
• Artrópodos: Sarcoptes scabiei, Phthirus pubis, Pediculosis sp.
Metazoários: N. americanus, T. solium, A. lumbricoides
Protozoários: E. hystolitica, G. lambia, P. falciparum Fungos: C.
albicans, H. capsulatum, C. neoformans Micoplasmas: Mycoplasma
pneumoniae, M. genitalium. Clamídias: C. trachomatis, C.
pneumoniae, C. psittaci. Rickettsias: R. typhy, R. prowazeki
Bactérias: V. cholerae, S. aureus, Y. pestis, M. tuberculosis Vírus:
Sarampo, HIV, Ebola, Dengue, Raiva Príons: CJD (Encefalopatia
espongiforme subaguda), Kuru
Não biológicos
• Químicos
• Físicos
• Pesticidas
• Aditivos de alimentos
• Fármacos Industriais
• Força mecânica Calor Luz Radiações Ruído
FATORES DO HOSPEDEIRO

• CARGA GENÉTICA
• ESTADO IMUNOLÓGICO
• IDADE
• CONDUTA PESSOAL
Hospedeiro

Hospedeiro: é uma pessoa ou animal vivo, incluindo as aves e os artrópodes que, em circunstâncias naturais,
permite a subsistência e o alojamento de um agente infeccioso .
A entrada do agente, biológico ou não biológico, no hospedeiro inicia o processo de infecção ou o período de
latência nas doenças não transmissíveis.
Infecção: é a entrada, desenvolvimento ou multiplicação de um agente infeccioso no organismo de uma pessoa
ou animal .
Somente a presença de agentes infecciosos vivos nas superfícies do corpo ou em peças de roupas de vestir,
brinquedos, ou outros objetos inanimados ou substâncias como água, leite ou alimentos, não constituem
infecção senão contaminação dessas superfícies. O desenvolvimento sobre o corpo de agentes patogênicos (ex:
piolhos) chama-se infestação.
Infectividade: é a capacidade do agente infeccioso de poder alojar-se e multiplicar-se dentro de um hospedeiro .
MEIO AMBIENTE
AGLOMERAMENTO
AR ATMOSFÉRICO
MODOS DE COMUNICAÇÃO – fenômeno
no meio ambiente que reúne o
hospedeiro ao agente, tal como:
• VETOR
• VEÍCULO
• RESERVATÓRIO
Reservatório
• Reservatório
• Os germes, patógenos ou não, habitam, se multiplicam e se mantêm em nichos naturais
específicos. O habitat normal em que vive, se multiplica e/ou cresce um agente infeccioso, é
denominado reservatório.
• Reservatório de agentes infecciosos: é qualquer ser humano, animal, artrópode, planta, solo ou
matéria inanimada, onde normalmente vive e se multiplica um agente infeccioso e do qual
depende para sua sobrevivência, reproduzindo-se de forma que possa ser transmitido a um
hospedeiro suscetível .
• Reservatórios humanos: O fato de que uma doença ou grupo de doenças tenha o ser humano
como reservatório é de grande importância prática, já que as medidas de controle que se adotam
podem circunscrever-se ao mesmo ser humano. Por exemplo, se uma doença pode ser tratada
com um antibiótico adequado, a ação direta é exercida sobre o sujeito como paciente e como
reservatório. O reservatório principal de doenças como as de transmissão sexual, hanseniase,
coqueluche, sarampo e febre tifóide é o ser humano.
• Reservatórios extra-humanos: Os animais podem ser infectados e também servir de reservatórios
para várias doenças do ser humano. São exemplos disso a brucelose, a leptospirose, a peste, a

Você também pode gostar