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Tutor:
Na administração pública, a ética mostrará o caminho que o servidor deve seguir e pautar suas
ações em razão do cargo que ocupa. Sobre a ética na Administração pública, Bowman e Williams
(1997) argumentam que a ética no serviço público é um problema antigo, mais que o próprio
governo. Apesar de ser antigo, esse não é considerado resolvido, havendo a necessidade de buscar
sempre soluções mais apropriadas ao contexto atual e a discussão do ideal na Administração
Pública.
Os primeiros achados que se tem notícia do estudo da ética denotam da Grécia Clássica, com o
filosofo Sócrates (470-399 a.c.), que colocava a pergunta “como devemos viver nossas vidas?
sendo essa a principal questão a ser comentada pela filosofia” (ALECASTRO,1997, p. 6). Contudo,
esses estudos foram essências para se chegar ao entendimento de ética, como afirma Alencastro
(1997, p.6):
A ética é um problema a ser resolvido desde muito tempo atrás, o que vem fazendo dele um
assunto importantíssimo, pois a convivência humana em sociedade, para que não seja
caótica, deve acontecer de forma ordenada. Por isso, são necessárias regras, leis 15 e normas
que regulem o relacionamento humano em todos os níveis de sua existência.
Ser ético significa refletir sobre as escolhas a serem feitas, importar-se com os outros, procurar
fazer o bem aos semelhantes e responder por aquilo que se faz. Em contrapartida, ‘ser moral’
significa agir de acordo com os costumes e observar as normas coletivas (MORAES, 2003, p.45).
A ética no serviço público compreende as atividades de interesse público e que são vinculadas ao
princípio da legalidade e sua responsabilidade é objetiva, isto é, os danos causados pelos seus
agentes são indenizados pelo Estado. Essa ligação com o interesse público, obviamente, confere a
esse tipo de prestação de serviço imensa responsabilidade e considerável carga moral. Para se
elucidar a ética no serviço público é necessário entender o conceito de serviço público, a saber:
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supremacia e restrições especiais- instituído pelo Estado em favor dos interesses que houver
definido como próprio no sistema normativo (MELLO, 1998, p.433).
Os servidores devem se pautar numa conduta ética de acordo com as normas e regras que a
instituição oferece, para que assim possam obter um programa positivo de gestão ética. Mesmo que
ainda não exista um modelo de gestão ética de abrangência universal de todos os segmentos e
órgãos públicos da União (ENAP, 2007), faz-se necessário a organização ir em busca de modelos
que ajudem na conduta ética de seus entes públicos.
A AP e os seus respetivos agentes, funcionários e titulares de órgãos estão sujeitos aos seguintes
princípios, conforme disposto pela Lei 14/2011 e pelo Decreto 30/2001:
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a participação dos particulares. Adicionalmente, estabelece que a AP é responsável pelas
informações prestadas por escrito aos particulares, mesmo que não sejam obrigatórias.
Princípio da participação dos particulares: Determina que a AP deve promover a
participação, assim como a defesa dos interesses dos particulares na formação das decisões
que lhes digam respeito.
Princípio da decisão: Determina a obrigação de decidir sobre os assuntos apresentados
pelos particulares, seja em defesa de interesses próprios ou gerais.
Princípio da desburocratização, eficácia e da eficiência: Determina a necessidade de
uma estrutura administrativa que garanta maior proximidade dos particulares e resposta
mais céleres e eficazes.
Princípio da responsabilização da AP: Determina que a AP responde pelos atos ilegais
dos seus órgãos, funcionários e agentes no exercício das suas funções de que resultem danos
a terceiros, sem prejuízo do direito de regresso.
Princípio da fundamentação dos atos administrativos: Determina o dever de
fundamentar os atos que impliquem o indeferimento de um pedido ou a revogação,
alteração ou suspensão de atos anteriores.
Princípio da transparência: Determina a necessidade de publicidade da atividade
administrativa, dos regulamentos e demais normas de forma a informar
atempadamente os particulares, a sujeição da AP à fiscalização e auditoria e, ainda, a
proibição de aceitação de benefícios para favorecer uns em detrimento de outros.
Princípio da gratuidade: Determina que, como regra geral, o procedimento
administrativo é gratuito, salvo se legal e expressamente for fixado o contrário.
Adicionalmente, perante comprovada situação de insuficiência económica, o
particular poderá ser isento do pagamento de taxas, emolumentos e demais custos.
Princípio do acesso à justiça e ao Direito: Determina o direito de acesso aos tribunais na
defesa dos direitos e interesses legítimos dos particulares.
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Conclusão
Ao concluir o persente trabalho dizer que a administração pública não pode se afastar da ética, uma
vez que esse preceito pautará as relações entre a administração e o administrado. Devendo,
portanto, o servidor público basear suas ações dentro dos princípios éticos, já que mesmo os agentes
públicos estando condicionados à lei, somente não basta, pois a ética extrapola esses limites legais,
que vão além do legal e do ilegal, é mais do que ser honesto ou ser desonesto, do justo e do injusto,
do bem e do mal.
Para Carvalho e Alves (2004), a ética na administração pública vem, ao longo dos anos, sendo
criticada em função dos desvios de comportamento dos servidores públicos, os quais motivam a
carência de valores éticos que deveriam estar presentes no servidor público, tais como:
compromisso com a sociedade, excelência nos trabalhos realizados, alcance efetivo de metas, etc.
Referências Bibliográficas
(s.d.). Obtido em 17 de agosto de 2023, de https://ispg.ac.mz/images/regulamento/Decreto_n_30-
2001_de_15_de_Outubro_Normas_de_Funcionamento_da_Admin_Pb.pdf
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