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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de português

Como deve atuar um Profissional ético na administração pública .

Sofia Edmundo: 71232682

Quelimane, agosto de 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

Como deve atuar um Profissional ético na administração pública .

Trabalho de Campo a ser submetido


na Coordenação do Curso de
Licenciatura em Ensino de
Português da UnISCED.

Tutor:

Sofia Edmundo: 71232682

Quelimane, agosto de 2023


Introdução

Na administração pública, a ética mostrará o caminho que o servidor deve seguir e pautar suas
ações em razão do cargo que ocupa. Sobre a ética na Administração pública, Bowman e Williams
(1997) argumentam que a ética no serviço público é um problema antigo, mais que o próprio
governo. Apesar de ser antigo, esse não é considerado resolvido, havendo a necessidade de buscar
sempre soluções mais apropriadas ao contexto atual e a discussão do ideal na Administração
Pública.

A ética no Serviço Público

Os primeiros achados que se tem notícia do estudo da ética denotam da Grécia Clássica, com o
filosofo Sócrates (470-399 a.c.), que colocava a pergunta “como devemos viver nossas vidas?
sendo essa a principal questão a ser comentada pela filosofia” (ALECASTRO,1997, p. 6). Contudo,
esses estudos foram essências para se chegar ao entendimento de ética, como afirma Alencastro
(1997, p.6):

 A ética é um problema a ser resolvido desde muito tempo atrás, o que vem fazendo dele um
assunto importantíssimo, pois a convivência humana em sociedade, para que não seja
caótica, deve acontecer de forma ordenada. Por isso, são necessárias regras, leis 15 e normas
que regulem o relacionamento humano em todos os níveis de sua existência.

Ser ético significa refletir sobre as escolhas a serem feitas, importar-se com os outros, procurar
fazer o bem aos semelhantes e responder por aquilo que se faz. Em contrapartida, ‘ser moral’
significa agir de acordo com os costumes e observar as normas coletivas (MORAES, 2003, p.45).

A ética no serviço público compreende as atividades de interesse público e que são vinculadas ao
princípio da legalidade e sua responsabilidade é objetiva, isto é, os danos causados pelos seus
agentes são indenizados pelo Estado. Essa ligação com o interesse público, obviamente, confere a
esse tipo de prestação de serviço imensa responsabilidade e considerável carga moral. Para se
elucidar a ética no serviço público é necessário entender o conceito de serviço público, a saber:

 Serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material


fruível diretamente pelos administradores, prestados pelo Estado ou por quem lhe faça as
vezes, sob um regime de Direito Público, portanto, consagrador de prerrogativas de

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supremacia e restrições especiais- instituído pelo Estado em favor dos interesses que houver
definido como próprio no sistema normativo (MELLO, 1998, p.433).

Os servidores devem se pautar numa conduta ética de acordo com as normas e regras que a
instituição oferece, para que assim possam obter um programa positivo de gestão ética. Mesmo que
ainda não exista um modelo de gestão ética de abrangência universal de todos os segmentos e
órgãos públicos da União (ENAP, 2007), faz-se necessário a organização ir em busca de modelos
que ajudem na conduta ética de seus entes públicos.

Os princípios que regem a atuação do profissional da administração pública de acordo com


o Decreto 30/2001 de 15 de outubro.

A AP e os seus respetivos agentes, funcionários e titulares de órgãos estão sujeitos aos seguintes
princípios, conforme disposto pela Lei 14/2011 e pelo Decreto 30/2001:

 Princípio da legalidade: Determina a atuação em obediência à lei e ao Direito e dentro dos


limites e fins dos poderes conferidos.
 Princípio da prossecução do interesse público: Determina que o interesse público deve
ser o fim principal da AP, sem, contudo, deixar de respeitar os direitos e interesses
protegidos dos particulares.
 Princípio da igualdade e da proporcionalidade: Proíbe qualquer privilégio ou prejuízo
em razão de fatores subjetivos ou convicções particulares ou sociais da AP, bem como
determina a necessidade de se optar, a cada momento, pelas medidas legais que acarretem
consequências menos graves aos particulares.
 Princípio da justiça e da imparcialidade: Proíbe a discriminação e a participação nos
atos, contratos ou decisões em que se tenha interesse próprio ou estejam em causa interesses
de personalidades e ou entidades próximas, tal como cônjuge, unido de facto, parente, afim.
21 e.
 Princípio da boa-fé: Determina que, tanto a AP como os particulares devem basear a sua
atuação na confiança mútua e nos valores fundamentais do Direito.
 Princípio da colaboração da AP com os particulares: Determina que a AP deve mostrar
abertura para prestar informações e esclarecimentos aos particulares, bem como estimular

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a participação dos particulares. Adicionalmente, estabelece que a AP é responsável pelas
informações prestadas por escrito aos particulares, mesmo que não sejam obrigatórias.
 Princípio da participação dos particulares: Determina que a AP deve promover a
participação, assim como a defesa dos interesses dos particulares na formação das decisões
que lhes digam respeito.
 Princípio da decisão: Determina a obrigação de decidir sobre os assuntos apresentados
pelos particulares, seja em defesa de interesses próprios ou gerais.
 Princípio da desburocratização, eficácia e da eficiência: Determina a necessidade de
uma estrutura administrativa que garanta maior proximidade dos particulares e resposta
mais céleres e eficazes.
 Princípio da responsabilização da AP: Determina que a AP responde pelos atos ilegais
dos seus órgãos, funcionários e agentes no exercício das suas funções de que resultem danos
a terceiros, sem prejuízo do direito de regresso.
 Princípio da fundamentação dos atos administrativos: Determina o dever de
fundamentar os atos que impliquem o indeferimento de um pedido ou a revogação,
alteração ou suspensão de atos anteriores.
 Princípio da transparência: Determina a necessidade de publicidade da atividade
administrativa, dos regulamentos e demais normas de forma a informar
atempadamente os particulares, a sujeição da AP à fiscalização e auditoria e, ainda, a
proibição de aceitação de benefícios para favorecer uns em detrimento de outros.
 Princípio da gratuidade: Determina que, como regra geral, o procedimento
administrativo é gratuito, salvo se legal e expressamente for fixado o contrário.
Adicionalmente, perante comprovada situação de insuficiência económica, o
particular poderá ser isento do pagamento de taxas, emolumentos e demais custos.
 Princípio do acesso à justiça e ao Direito: Determina o direito de acesso aos tribunais na
defesa dos direitos e interesses legítimos dos particulares.

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Conclusão
Ao concluir o persente trabalho dizer que a administração pública não pode se afastar da ética, uma
vez que esse preceito pautará as relações entre a administração e o administrado. Devendo,
portanto, o servidor público basear suas ações dentro dos princípios éticos, já que mesmo os agentes
públicos estando condicionados à lei, somente não basta, pois a ética extrapola esses limites legais,
que vão além do legal e do ilegal, é mais do que ser honesto ou ser desonesto, do justo e do injusto,
do bem e do mal.

Para Carvalho e Alves (2004), a ética na administração pública vem, ao longo dos anos, sendo
criticada em função dos desvios de comportamento dos servidores públicos, os quais motivam a
carência de valores éticos que deveriam estar presentes no servidor público, tais como:
compromisso com a sociedade, excelência nos trabalhos realizados, alcance efetivo de metas, etc.

Referências Bibliográficas
(s.d.). Obtido em 17 de agosto de 2023, de https://ispg.ac.mz/images/regulamento/Decreto_n_30-
2001_de_15_de_Outubro_Normas_de_Funcionamento_da_Admin_Pb.pdf

MORAES, M. C., & BENEDICTO, G. C. (2003.). Abordagem da importância da ética nas


organizações. . campinas: Cadernos FACECA,.

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