Você está na página 1de 16

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

Por uma Educação Inclusiva, Patriótica e de Qualidade!

CAPACITAÇÃO DE DIRECTORES DE ESCOLAS SECUNDÁRIAS NO ÂMBITO DOS


PRIMEIROS CEM DIAS DE GOVERNAÇÃO

LEGISLAÇÃO E ESCRITURAÇÃO ESCOLAR

Maputo, Fevereiro de 2020 0


Introdução

O Sector da Educação e Desenvolvimento Humano, como parte do Aparelho do Estado guia-se


por leis e normas que emanam de órgãos competentes e que devem ser observadas pelos seus
Funcionários e Agentes.

O presente documento foi preparado no contexto da realização do seminário de capacitação dos


Directores das Escolas do Ensino Secundário, visando apresentar a legislação aplicável na gestão
e escrituração escolar no Sector da Educação e Desenvolvimento Humano. Aborda questões
inerentes aos princípios de boa gestão e administração, com base nas leis, decretos, diplomas e
instruções ministeriais, assim como outros de índole pedagógico, designadamente, Plano
Estratégico da Educação, Planos curriculares e Programas de Ensino.

1. Princípios

Na sua actuação, todo o servidor público guia-se pelos princípios de legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade, eficiência, proporcionalidade, razoabilidade, estética, ética e
igualdade, Universalidade e Igualdade. Estes princípios significam:

 O da legalidade, todo o trabalho desenvolve-se nos termos da lei;

 O da impessoalidade, todos os actos praticam-se em nome do público, não sendo correcto


colocar o nome do gestor. Considera-se também que todos os cidadãos devem ser
tratados e atendidos como sujeitos de direito, isto é, o atendimento não deve ser
proporcionado apenas aos amigos.

 O da moralidade, todos os actos praticados no serviço público baseiam-se nos bons


costumes e na ética. Combinando a moralidade com a legalidade obtém-se um tratamento
justo.

 O da publicidade, nenhum trabalho ou procedimento efectuado no âmbito do serviço


deve ser mantido em segredo. Toda a informação deve ser de conhecimento geral (datas;
valores; documentos; aplicações; relatórios; prestação de contas).

1
 O da eficiência que considera que o serviço público produz o efeito esperado (na
aprendizagem do aluno, a guarda e a segurança dos documentos durante o tempo da
existência da escola). A eficiência deve estar sempre junto com a eficácia, pois não basta
fazer o serviço a tempo, é preciso que o serviço tenha qualidade e atenda as necessidades
reais dos cidadãos.

 O da proporcionalidade o serviço realizado deve estar adequado aos meios e aos fins e
atender às necessidades. Por exemplo, nos termos do artigo 94 do Regulamento Geral de
Avaliação, admite-se ao exame da 2ª época:

1º ciclo

- Tenha reprovado na 1ª época a um máximo de 4 disciplinas, se estiver inscrito na


globalidade;

- Tenha reprovado na 1ª época um máximo de 2 cadeiras, se estiver inscrito por área

2º ciclo

- Tenha reprovado na 1ª época a um máximo de 3 disciplinas.

 O da razoabilidade elege a solução mais razoável para os problemas sem se afastar dos
parâmetros legais.

 O da estética da sensibilidade que elege o reconhecimento do trabalho bem feito e o


respeito pelo outro.

 O da ética da identidade que defende os valores da competência, mérito, capacidade na


actividade profissional, e é contrário ao favoritismo, a recompensa ou reconhecimento
pelo trabalho bem feito.

 Universalidade e Igualdade: todos os cidadãos são iguais perante a lei, gozam dos
mesmos direitos e estão sujeitos aos mesmos deveres independentemente da cor, raça, do
sexo, origem étnica, lugar de nascimento, religião, grau de instrução, posição social,
estado civil dos pais, profissão ou opção política (Artigo 35 da Constituição da República
de Moçambique);

2
A ética da identidade inclui a estética da sensibilidade e a política de equidade. Os três
princípios juntos proporcionam o “saber ser”, “saber fazer” e “saber conviver” nas
dimensões prática, técnica e ciência. A combinação destes princípios determina o
comportamento (traços de personalidade e carácter) dos funcionários nas relações sociais
e de trabalho.

Legislação

 Conceito

É o conjunto de leis de um Estado que estabelecem as regras sociais obrigatórias, impostas por
uma autoridade pública, de forma permanente, visando assegurar a moral, a ética, a
transparência, a responsabilidade e a probidade (https://conceito.com.br/legislação).
A questão da legislação é suma importância, porque estabelece os mecanismos de regularização
da sociedade e de fiscalização dos agentes públicos.

O Sector da Educação e Desenvolvimento Humano implementa a legislação aprovada pelas


entidades competentes em forma de Lei, Decreto, Diploma e Instruções. A seguir apresenta-se
uma parte da legislação aplicável também nos estabelecimentos do Ensino Secundário:

2. Leis

a) Lei nº 1/2018, de 12 de Junho,

Atinete à da Revisão Pontual da Constituição da República de Moçambique

No artigo 88, consagra à Educação como direito e dever de cada cidadão e que o Estado
promove a extensão da educação à formação profissional contínua e a igualdade de
acesso de todos os cidadãos ao gozo deste direito;

No artigo 41 estabelece que todo o cidadão tem o direito a honra, ao bom nome,
reputação, à defesa da sua imagem pública e à reserva da sua vida privada;

No artigo 37 estabelece que os deficientes gozam plenamente dos direitos consignados na


Constituição e estão sujeitos aos mesmos deveres com ressalva do exercício ou

3
cumprimento daqueles, para os quais, em razão da deficiência, se encontrem
incapacitados;

b) Lei nº 6/2004, de 17 de Junho,

Introduz Mecanismos Complementares de Combate à Corrupção;

No artigo 13 estabelece que, nenhum queixoso ou denunciante pode ser sujeito a medida
disciplinar ou ser prejudicado na sua carreira profissional ou, por qualquer forma, ser
perseguido em virtude da queixa ou denúncia dos crimes previstos na Lei.

c) Lei nº 16/2012, de 14 de Agosto,

De Probidade Pública

Sistematiza as normas que consagram os deveres, as responsabilidades e as obrigações


dos servidores públicos para assegurar a moralidade, a transparência, imparcialidade e a
probidade públicas;

d) Lei nº 19/2018, de 28 de Dezembro

Estabelece o regime jurídico do Sistema Nacional de Educação na República de


Moçambique e é aplicável em todas as instituições públicas, comunitárias, cooperativas e
privadas;

No capítulo I estabelece princípios gerais. No capítulo II consagra a estrutura do Sistema


Nacional de Educação (SNE). No capítulo III consagra a educação especial, vocacional e
à distância. No capítulo IV estabelece a gestão e a direcção do SNE. No capítulo V
consagra a implementação do SNE e disposições finais (VI).

e) Lei nº 10/2017, de 1 de Agosto,

Aprova o Estatuo Geral dos Funcionários e Agentes do Estado;

Estabelece os princípios e as normas que regem as relações jurídico-laborais do Funcionário


e Agente do Estado que exercem actividade na Administração Pública no País e nas
Representações do Estado Moçambicano no Estrangeiro.

4
Define os princípios (capítulo I), a forma da constituição da relação de trabalho no Estado
(capítulo II), o regime especial de actividade (capítulo III), a situação do funcionário em
relação ao quadro (capítulo IV), carreiras profissionais e funções (capítulo V), os deveres
(capítulo VI), os direitos (capítulo VII), a remuneração (capítulo VIII), formação (capítulo
IX), avaliação de desempenho (capítulo X), férias, faltas e licenças (capítulo XI), distinções e
prémios (capítulo XII), deslocações (capítulo XIII), liberdade sindical e greve (capítulo
XIV), responsabilidade disciplinar (capítulo XV), garantias de legalidade, inspecção e
impugnação dos actos dos funcionários (capítulo XVI), previdência social (capítulo XVII).

O Funcionário ou Agente do Estado que não cumpre ou que falta os seus deveres, abuso das
suas funções ou de qualquer forma prejudica a Administração Pública está sujeito a
procedimentos disciplinares ou a aplicação de sanções disciplinares, sem prejuízo de
procedimento criminal ou cível.

A finalidade da sanção é a educação do Funcionário ou Agente do Estado para uma adesão


voluntária a disciplina e o aumento da responsabilidade no desempenho. A falta de
cumprimento de deveres por acção ou omissão dolosa ou culposa, ainda que não resulte em
prejuízo para o serviço, é punível.

Os directores de escolas devem estudar e dominar os procedimentos relativos à instrução de


processos disciplinares para salvaguardar a defesa da honra e dos interesses da
Administração Pública.

f) Lei nº 23/2007, de 1 de Agosto

Estabelece o Quadro Jurídico-legal que disciplina o Emprego e a Segurança no Trabalho.


Aplica-se também às relações jurídicas de trabalho constituídas entre pessoas colectivas de
direito público e os seus trabalhadores, desde que estes não sejam funcionários do Estado ou
cuja relação não seja regulada por legislação específica (artigo 2).

5
3. Decretos

a) Decreto nº 5/2018, de 28 de 26 de Fevereiro

O Regulamento do Estatuto Geral dos Funcionários e Agentes do Estado operacionaliza


os dispositivos legais previstos no EGFAE em termos de procedimentos e competências.

b) Decreto nº 5/2016, de 8 de Março,

Aprova o Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento


de Bens e Prestação de Serviços ao Estado.

Visa conferir maior transparência e assegurar a efectiva implementação dos


procedimentos de contratação.

Os procedimentos sobre as aquisições de bens e serviços previstos neste decreto são


aplicáveis também para o fundo de ADE e receitas próprias.

c) Decreto nº 30/2001, de 15 de Outubro

Aprova as Normas de Funcionamento dos Serviços de Administração Pública.

No capítulo I define as disposições gerais. No capítulo II estabelece os princípios de


actuação da Função Pública. No capítulo III estabelece garantias particulares e da
Administração Pública. No capítulo IV estabelece garantias de imparcialidade. No V
estabelece as competências e delegação. No VI consagra a organização dos serviços.

d) Decreto nº 36/2007, de 27 de Agosto,

Cria o Sistema Nacional de Arquivo do Estado (SNAE) e aprova o Plano de Acção para a
sua implementação.

No artigo nº 3 classifica os arquivos em:

 corrente, objecto de consulta frequente;

 intermediário, objecto de uso pouco frequente e;

 permanente, objecto conservado e preservado em virtude do seu valor histórico.


6
No artigo 14, estabelece a avaliação dos documentos para determinar o valor quanto a sua
guarda temporal ou eliminação. Para o efeito, determina a criação das comissões de
avaliação, cujas funções se apresentam no artigo 10.

e) Decreto nº 42/2018, de 24 de Junho

Aprova o Regulamento de Gestão do Património do Estado.

No artigo 18 estabelece que a responsabilidade pelos bens afectos a um órgão ou


instituição do Estado é do respectivo dirigente; o Funcionário e Agente do Estado é
responsável pela correcta utilização e conservação dos bens a sua guarda. Nas residências
oficiais ou de funções dos titulares dos cargos governamentais e outros legalmente
estipulado a responsabilidade cabe ao respectivo utilizador.

No artigo 23 consagra que os bens do domínio público são impenhoráveis.

No artigo 24 estabelece que os bens de domínio público não podem ser transmitidos por
mera ocupação contínua e permanente, ainda que o Estado não reivindique a posse ou
propriedade.

4. Diplomas Ministeriais

a) Diploma nº 61/2003, de 11 de Junho

O Regulamento das Escolas do Ensino Secundário Geral estabelece os objectivos da


descola (capítulo I), as funções (capítulo II), os órgãos de direcção e suas competências
(capítulo III), organização do ani lectivo escolar (capítulo IV), a escrituração escolar
(capítulo V), constituição do corpo docente (capítulo VI), direitos, deveres e louvores do
aluno (capítulo VII), constituição dos agentes de serviço e auxiliares (capítulo VIII).

Para além dos previstos no EGFAE, este diploma estabelece direitos e deveres do
professor (artigo 67 e 68). O diploma estabelece ainda a carga horária, assim como a sua
redução nos termos previstos nos artigos 70 e 71 em harmonia com a Resolução nº 4/90,
de 27 de Junho.

7
b) Diploma nº 7/2019, de 10 de Janeiro

Aprova o Regulamento Geral de Avaliação do Ensino, Alfabetização e Educação de


Adultos e Ensino Secundário Geral e tem como objectivo, estabelecer as regras de
avaliação do processo de ensino e aprendizagem. Aplica-se em todas as instituições de
ensino público, privadas e comunitárias (artigos 1 e 2). Define as disposições gerais
(capítulo I), intervenientes, modalidades, técnicas, instrumentos e tipos de avaliação
(capítulo II), escala e critérios de classificação (capítulo III), número de avaliações e
cálculo das médias (capítulo IV), conselho de avaliação e registo dos resultados (capítulo
V), condições progressão e de transição (capítulo VI), anulação de matrículas e faltas
(capítulo VII), exames (capítulo VIII) e fraude académica (capítulo IX).

c) Diploma nº 112/2007, de 23 de Agosto

Aprova o Regulamento de Organização do Processo de Exames e define os objectivos e o


âmbito de aplicação (capítulo I) e as fases do processo de exames (capítulo II).

Relativamente à realização dos exames, o director da escola tem uma responsabilidade de


estabelecer as condições de segurança das provas de exame antes e depois de realização,
incluindo os aspectos de codificação e separação dos canhotos. A conservação, a
segurança e o segredo dos códigos é da responsabilidade do director da escola (artigo 37).
A correcção dos exames integra um júri formado de 3 professores, sendo 1 presidente
(artigo 39).

d) Diploma n˚ /2017, do mês Agosto

Aprova as Orientações e Tarefas Escolares Obrigatórias (OTEO´s), apresentando os


objectivos do Programa do Governo (capítulo I), organização e administração escolar
(capítulo II), gestão da escola pós a abertura do ano lectivo (capítulo IV), orientações de
carácter geral (capítulo V), orientações específicas (capítulo VI).

e) Diploma nº/2019, de 26 de Agosto

Aprova o calendário escolar a vigorar no lectivo de 2020.

8
A organização do ano escolar é com base no calendário que é aprovado pela entidade competente
do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano. Este instrumento estabelece o seguinte:

 Período de realização das actividades preparatórias, lectivas e interrupções;

 Calendário de exames extraordinários e finais;

 Férias dos professores.

Ao planificar as actividades escolares, o director da escola orienta-se pelos objectivos e funções


da escola, plasmados nos artigos 1 e 4 do Regulamento das Escolas do Ensino Secundário e pelo
conhecimento individual e colectivo dos resultados do ano anterior, bem com pelas instruções
emanadas dos órgãos centrais e locais.

5. Outros documentos normativos

a) Plano Estratégico da Educação 2020-2029;

b) Plano Curricular do Ensino Secundário;

c) Programas de Ensino.

6. Instruções Ministeriais

a) Instrução nº 2/2001, de 26 de Fevereiro,

Atinente aos aspectos de planificação, organização, controlo e avaliação do processo


pedagógico;

7. Escrituração

 Conceito

A escrituração escolar é o registo sistemático dos factos e dados relativos à vida da escola e ao
desempenho do aluno. A finalidade da escrituração escolar é assegurar em qualquer época a
certificação da identidade do aluno, da regularidade nos estudos, da autenticidade da sua vida
escolar e do funcionamento da escola. Assim, cabe à escola organizar a escrituração para atender
pronta e pontualmente às solicitações relativas a informações e esclarecimentos.

9
A organização da vida na escola faz-se através de um conjunto de normas que visam o sucesso, a
progressão e a permanência do aluno nos estudos. Os documentos de escrituração escolar
encontram-se plasmados, de entre outros, nos Diplomas Ministeriais números 61/2003, de 11 de
Junho e 7/2019, de 10 de Janeiro, que aprovam os Regulamentos das Escolas do Ensino
Secundário Geral e Geral de Avaliação do Ensino Primário, Alfabetização e Educação de Jovens
e Adultos e Ensino Secundário, abaixo elencados:

O Regulamento das Escolas do Ensino Secundário Geral, no artigo 49 estabelece que para
escritura escolar, haverá em cada escola os seguintes instrumentos:

 Boletim de matrícula;

 Livro de turma;

 Livro de matrícula (frequência);

 Mapa de aproveitamento dos alunos;

 Livros de termos de exame;

 Processo individual;

 Livro de correspondência recebida;

 Livro de correspondência emitida;

 Livro de inventário;

 Livro de escrituração financeira;

 Pautas;

 Relatórios;

 Mapas de levantamento estatístico de 3 de Março e de aproveitamento.

A escrituração escolar é feita nos modelos de livros, mapas ou impressos aprovados pelo
Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano. Porém, a ausência desses modelos não
isenta a escola da obrigatoriedade de efectuar a escrituração.

10
Toda a documentação é escrita a tinta azul e em caligrafia legível. São proibidas rasuras ou
emendas nos livros de registos, de termos, de turma, despachos e nos demais documentos da
escola. Todos documentos da escola, incluindo os Boletins da República, devem ser arquivados
em lugar apropriado, enumerados e com o respectivo índice que facilite a sua localização
(artigo).

Em caso de mudança de director é obrigatória a passagem de testemunho, isto é, o director


cessante deve cumprir escrupulosamente a entrega do acervo documental da escola.

Dos vários instrumentos elencados para a escrituração escolar, destaca-se o livro de turma que é
o documento fundamental para o registo da frequência do aluno, planificação, avaliação,
controlo da carga horária dos alunos e professores, conforme os planos de estudo. Por
conseguinte, é um documento oficial da Escola.

Na acção de fiscalização e supervisão semanal, os directores das escolas devem prestar atenção
nos seguintes aspectos atinentes à escrituração do livro de turma:

 Controlo de assiduidade dos alunos e professores;

 Clareza de conteúdos dos sumários;

 Registo de notas, faltas e comportamento dos alunos;

 Preenchimento de todos os campos previstos.

O Regulamento Geral de Avaliação estabelece no artigo 69 que os resultados de avaliação dos


alunos são registados ao longo de todo o processo de ensino nos seguintes instrumentos:

 Mapa de registo de notas;

 Caderneta de desempenho pedagógico;

 Pautas;

 Livros de termos de frequências de exame;

 Livros de turma;

 Caderneta do aluno;

11
 Ficha cadastro.

Nos termos regulamentares, o registo dos resultados de avaliação estabelece o seguinte:

 Todos documentos devem ser preenchidos a tinta azul ou preta (notas positivas e
negativas, faltas justificadas, comportamento positivo, transita e aprova) e tinta vermelha
para informação de faltas injustificadas, comportamento não satisfatório, não transita,
reprova, excluído, perdeu direito a frequência perdeu o ano por comportamento (artigo
67);

 Alteração de uma nota é de única e exclusiva competência do Conselho de Avaliação


(artigo 65);

 O prazo de registo de notas no mapa é fixado pelo Director da Escola (artigo 70);

 O prazo para a entrega de caderneta de desempenho pedagógico ao delegado de


disciplina é estabelecido pelo Director da Escola (artigo 71);

 As pautas de frequências e de exames são preenchidas em triplicado e devem ser


encadernadas, de modo a garantir a sua conservação e durabilidade (72);

A ausência dos modelos oficiais dos instrumentos de registo de avaliação não isenta a
obrigatoriedade de realização da escrituração. Os instrumentos dever-se-ão apresentados com
todos os campos devidamente preenchidos e homologados pelo Director da Escola.

8. Considerações finais

A organização da vida na escola realiza-se através de um conjunto de normas que visam o


sucesso, a progressão e a permanência do aluno nos estudos.

A legislação dinamiza e aprimora as relações entre os gestores, professores, a comunidade, os


pais e encarregados de educação e alunos. A legislação estabelece, ainda, a postura, a conduta e a
responsabilidade dos gestores, professores e profissionais não docentes na qualidade servidores
públicos, por conseguinte, deve constituir preocupação dos gestores a actualização do acervo
documental de ordem administrava, financeira, patrimonial e pedagógica.

12
A escrituração escolar é o registo sistemático dos factos e dados relativos à vida da escola e ao
desempenho do aluno e do professor, bem com os funcionários não docentes. Assegura a
certificação da identidade do aluno, a regularidade nos estudos, a autenticidade da sua vida
escolar e o funcionamento da escola. Assim, cabe ao Chefe de Secretaria fazer a provisão dos
documentos e organizar a escrituração sob a orientação e supervisão do director da escola. Ele
deve organizar a secretaria, o arquivo dos documentos e capacitar os funcionários para atender o
público, pronta e pontualmente as solicitações relativas às informações e esclarecimentos.

A escrituração escolar deve ser realizada obedecendo os princípios de objectividade,


simplicidade, autenticidade e racionalidade.

Ao director da escola compete fazer cumprir as determinações centrais e locais, devendo


continuamente capacitar os docentes e os funcionários não docentes nos princípios da ética e
deontologia profissional.

Cabe, igualmente, ao director da escola zelar pelo rigor no processo de escrituração escolar em
geral e no registo dos resultados de avaliação.

9. Principais desafios

 Fazer a provisão e o estudo contínuo dos documentos normativos, envolvendo os


gestores, professores, pais e encarregados de educação;

 Proceder à provisão dos instrumentos de escrituração escolar previstos no Diplomas


Ministeriais nºs 61/2003 e 7/2019 que aprovam, respectivamente, os Regulamentos
das Escolas do Ensino Secundário Geral e de Avaliação;

 Capacitar os professores e funcionários da secretaria para pautarem por um


comportamento ético e íntegro no manuseamento e na escrituração dos documentos;

 Fazer a provisão e o estudo do manual de procedimento disciplinar e outros


documentos relacionados;

 Criar condições apropriadas para o arquivo, visando garantir a segurança e a


durabilidade dos documentos;

13
 Realizar a fiscalização e a supervisão periódica aos instrumentos de escrituração
escolar nos termos previstos no Regulamento de Ensino e de Avaliação;

 Reforçar as medidas de prevenção, combate e mitigação dos efeitos de absentismo


dos professores, funcionários e alunos;

 Criar e revitalizar os núcleos de prevenção de todas as formas de práticas de actos


ilícitas nas escolas.

14
4. BIBLIOGRAFIA

a) Assembleia da República, Lei n º 1/2018, CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, Maputo


2018;

b) Assembleia da República, Lei nº 18/2018, SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO,

c) Assembleia da República, LEI nº 17/2017, ESTATUTO GERAL DOS


FUNCIONÁRIOS E AGENTES DO ESTADO, Maputo 2017;

d) Assembleia da República, Lei nº 6/2004, MECANISMOS COMPLEMENTARES DE


COMBATE À CORRUPÇÃO, Maputo 2004;

e) Assembleia da República, Lei nº 16/2012, PROBIDADE PÚBLICA, Maputo 2012;

f) Conselho de Ministros, Decreto nº 30/2001, NORMAS DE FUNCIONAMENTO DOS


SERVIÇOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, Maputo, 2001;

g) Conselho de Ministros, Decreto nº 36/2007, SISTEMA NACIONAL DE ARQUIVO DO


ESTADO, Maputo 2007;

h) Conselho de Ministros, Decreto nº 42/2018, REGULAMENTO DE GESTÃO DO


PATRIMÓNIO DO ESTADO, Maputo 2018;

i) Gabinete do Ministro, Diploma Ministerial nº 61/2003, REGULAMENTO DAS


ESCOLAS DO ENSINO SECUNDÁRIO GERAL, Maputo, 2003;

j) Gabinete do Ministro, INSTRUÇÃO MINISTERIAL nº 2/91, Maputo, 1991.

15

Você também pode gostar