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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
AULA 6
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Este ato normativo estabelece que o Estado deve buscar identificar,
apurar e solucionar as irregularidades, os desvios, as fraudes e toda forma de
ilicitude que atinja a Administração Pública. Para isso, ela tem a obrigação de
implementar normas, procedimentos, sistemas e mecanismos internos para
promover a integridade, a auditoria e incentivar a denúncia de irregularidades.
Para isso, deve aperfeiçoar os seus códigos disciplinares de ética e de conduta.
Para a sistematização do programa de integridade, deverá ser
considerado na aplicação e atualização os riscos atuais das atividades de cada
órgão ou entidade. Consequentemente, isso implica na exigência da garantia de
aprimoramento contínuo e adaptação dos programas de compliance para
garantir a sua efetividade (Decreto n. 8.420/2015, art. 41, parágrafo único).
Para o governo federal, o compliance ou programa de integridade deverá
ser avaliado nos planos da existência e de aplicação (Decreto n. 8.420/2015, art.
42, caput). Para isso, é exigido primeiramente que haja o comprometimento da
cúpula do ente federativo e de suas entidades de forma que seja o apoio visível
e inequívoco ao programa de integridade (compliance) (Decreto 8.420/2015, art.
43, I).
Em segundo lugar, deve haver o estabelecimento de padrões de conduta,
código de ética, políticas e procedimentos de integridade que deverão ser
impostos a todos os servidores, empregados e administradores,
independentemente de cargo ou função exercidos, bem como a terceiros, como
fornecedores, prestadores de serviço, agentes intermediários e associados
(Decreto n. 8.420/2015, art. 42, II e III).
Em terceiro lugar, deve haver a promoção de contínuos treinamentos e
capacitação acerca do programa de integridade (compliance) (Decreto n.
8.420/2015, art. 42, IV). Em quarto lugar, a deve haver “análise periódica de
riscos para realizar adaptações necessárias ao programa de integridade”
(Decreto n. 8.420/2015, art. 43, V). E, em quinto lugar, deve haver a fidelidade
de registros e demonstrativos contábeis com todas as transações realizadas pela
administração e os respectivos controles internos que assegurem a segurança e
a confiança acerca dos relatórios e demonstrações financeiras (Decreto n.
8.420/2015, art. 42, VI e VII).
Em sexto lugar,
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Decreto 8.420/2015
Artigo 42
[...]
VIII – procedimentos específicos para prevenir fraudes e ilícitos no
âmbito de processos licitatórios, na execução de contratos
administrativos ou em qualquer interação com o setor público, ainda
que intermediada por terceiros, tal como pagamento de tributos,
sujeição a fiscalizações, ou obtenção de autorizações, licenças,
permissões e certidões.
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TEMA 2 – TRANSPARÊNCIA
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Corbari e Macedo (2011) chamam a atenção para o fato de que o princípio
da publicidade, por longos anos, esteve voltado para os atos oficiais, como as
leis e contratos, ouvidando-se da divulgação dos resultados, como as obras, os
serviços, as políticas públicas e os programas de governo.
A transparência, para efetivar o princípio da publicidade em relação ao
orçamento e às finanças públicas, foi acrescentada à Lei de Responsabilidade
(Lei Complementar n. 101/2000) pela Lei Complementar n. 131/2009. Como um
dos pilares dessa lei, a transparência tem como objetivo incentivar a fiscalização
e a participação da sociedade no controle das contas públicas pela promoção de
audiências públicas no processo administrativo e legislativo, bem como executar
as leis do plano plurianual, diretrizes orçamentária e leis orçamentárias anuais.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (2000), atualizada pela Lei
Complementar n. 156/2016, define que:
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A Lei de Responsabilidade Fiscal (2000, art. 48-A), para instrumentalizar
a transparência, exige que os entes federativos disponibilizem a qualquer
cidadão ou pessoa jurídica o acesso às informações:
TEMA 3 – GOVERNANÇA
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Isso exige dos administradores públicos um elevado grau de
responsabilidade fiscal e a redução dos graus de risco de manutenção de
políticas insustentáveis (Alesina; Perotti, 1996, citado por Corbari; Macedo,
2011).
Carvalho Filho define a governança corporativa como “o conjunto de
processos, costumes, políticas, leis, regulamentos e instituições que disciplinam
a forma e os métodos pelos quais a empresa é dirigida, administrada ou
controlada” (2020, p. 742). Para o autor (2020, p. 743), a governança se constitui
em um “microssistema que norteia as ações e diretrizes da entidade” e envolve
o papel social nas relações entre sócios e organizacionais, entre a empresa, a
administração pública e a sociedade. Para que isso se efetive, os princípios de
governança corporativa devem se converter em recomendações objetivas que
conciliem a otimização do valor econômico de longo prazo no aspecto
quantitativo, propiciando a gestão da empresa no aspecto qualitativo.
O autor também afirma que, na gestão empresarial, são desenvolvidos o
compliance como compromisso de autonormatização, e as normas, como as
políticas e as diretrizes, para o exercício das atribuições da Administração
Pública para o impedimento, identificação e regulação de eventuais
inconformidades, bem como para instruir as ações e estratégias empresariais.
Corbari e Macedo ressaltam que:
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O segundo é o integrity (integridade), que tem como norte a honestidade,
a objetividade e padrões elevados de decoro e de probidade na gestão do erário,
os quais refletem na tomada de decisão e na qualidade dos demonstrativos
orçamentários e financeiros, bem como nos relatórios de desempenho.
Nesta linha, Matias-Pereira (2014) ressalta que a governança é a boa
prática formada pela “liderança, integridade e compromisso (relativos a
qualidades pessoais), responsabilidade em prestar contas, integração e
transparência”. O autor ressalta, ainda, que a governança é a exigência de que
todas as entidades públicas sejam transparentes e responsáveis por suas ações,
haja vista que os cidadãos são os principais destinatários do uso apropriado dos
recursos públicos.
A Lei que disciplina o estatuto das empresas públicas e sociedades de
economia mista determina a observação das regras de governança corporativa
(Lei n. 13.303/2016, art. 6º).
Carvalho Filho (2020, p. 316) constata que a ciência política moderna tem
conduzido o controle dentro da seara da accountability para indicar a análise de
elementos fundamentais da Administração Pública, como a gestão de recursos,
o exercício de atribuições e a condução das entidades da administração direta e
indireta. Para isso, recorre-se a um campo mais aberto e eficaz do controle com
dois fundamentos, que são a regulação estatal da vida pública e privada e a
emergência da democracia como modelo mais justo e popular de governo.
Por fim, o accountability (alocação de recursos e prestação de contas)
pode ser entendido como o procedimento em que as entidades do setor público
e os agentes públicos com poder decisório (inclusive pela gestão de fundos
públicos) se submeterão ao escrutínio externo adequado quanto ao
desempenho. Assim, o accountability ou princípio de responsividade consiste no
dever do administrador de prestar contas e ser responsabilizado pelo uso do
erário.
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TEMA 5 – ACCOUNTABILITY E O CONFLITO DE AGÊNCIA
NA PRÁTICA
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para os equipamentos a serem utilizados na própria obra; c)
especificação e quantificação, no Plano de Trabalho, da depreciação
registrada no orçamento; d) justificação da adoção de índices de
produtividade inferiores ao máximo, conforme faixa de variação
prevista na metodologia; e) utilização de produtividades tradicionais no
caso de serviços terceirizados; f) orçamento detalhado das atividades
de mobilização, desmobilização, canteiro e acampamento e seu
registro como custo direto; g) devolução dos saldos financeiros
remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas nas
aplicações financeiras realizadas, à entidade ou órgão repassador dos
recursos. Quando a aplicação do procedimento diferenciado resultar
em preço unitário ou preço global superior ao que seria obtido por meio
da utilização do método tradicional, o Exército deverá apresentar
relatório técnico circunstanciado, elaborado por profissional habilitado
e aprovado pela autoridade competente. (Consulta 019.281/2009-8,
2010)
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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______. Lei Complementar 156, de 28 de dezembro de 2016. Diário Oficial da
União, Brasília, DF, 29 dez. 2016. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/Lcp156.htm>. Acesso em: 14 out.
2021.
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