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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
AULA 3
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estratégicas e operacionais de forma que a sua ausência atinge diretamente
tanto as atividades de administração privada quanto da gestão pública.
Apesar do controle na administração pública, em primeiro plano, ser
voltado principalmente para a legalidade, uma vez que o agente público está
preso à prática de atos vinculados ou relativamente discricionários, não é restrito
apenas ao enfoque legal.
De acordo com Corbari e Macedo (2011, p. 47):
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margem de liberdade que a norma autoriza. Conforme o art. 37, caput, da
Constituição, os atos vinculados de controle são aqueles ligados aos princípios
da legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade, ou seja, são os itens
em que o órgão controlador é obrigado a verificar de acordo com o direito (Brasil,
1988). Ainda de acordo com o mesmo artigo da Carta Magna, os atos
discricionários de controles são aqueles relacionados ao planejamento
estratégico, ou seja, à implementação de ações baseadas no princípio da
eficiência que dependem da formação do administrador (Brasil, 1988). Essa ideia
também se encontra alinhada com o significado da fiscalização operacional
contida no capítulo da fiscalização contábil, financeira e orçamentária da
Constituição (art. 70, caput) (Brasil, 1988). Dessa forma, o controle interno
atende à atividade-fim com os resultados e a atividade-meio com as estratégias.
Nesse ponto, é vital que a função de planejamento seja interligado com o
controle. O planejamento é quem define os paradigmas para a medição dos
verdadeiros resultados para a avaliação de resultados (Bio, 2008).
Os principais ambientes que caracterizam o controle são a
predeterminação de objetivos e metas que o sistema deve atingir; um sistema
de aferição para o acompanhamento do desenvolvimento; a comparação do
resultado com as metas e objetivos pretendidos e a definição de meios de ajustes
para correção das metas e objetivos (Nash; Roberts, citados por Jund, 2003).
Assim, o planejamento e o controle são interligados, interdependentes e
responsivos, uma vez que os sistemas se nutrem num movimento circular
permanente de forma a oferecer ao administrador o retorno dos resultados de
seus atos, admitindo a avaliação do andamento e os atos de correção dos erros
e desvios. Normalmente, o mecanismo de controle é subutilizado porque existe
uma falsa imagem de que é somente um instrumento punitivo que visa identificar
as irregularidade de punir os culpados e na verdade é um sistema estratégico e
orientador de tomadas de decisão pelos gestores públicos.
Na administração pública, o controle interno serve também para limitar o
poder e permitir a fiscalização da utilização de bens e direitos público por
qualquer cidadão ou, no termo mais preciso, do contribuinte.
Hely Lopes Meirelles (2020) frisa que o controle tem, nesta ordem, uma
função vigilância, orientação e correção entre órgãos, poderes (externo),
autoridades e servidores (interno).
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TEMA 2 – PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS APLICADOS AO CONTROLE DA
ADMINISTRAÇÃO
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serviços e com candidatos aos cargos públicos e que vise o interesse público
por meio do mérito dos prestadores.
Pelo princípio da moralidade, não basta que o agente ou autoridade
públicos ajam de acordo com a lei, mas que pautem as suas condutas de acordo
com a ética e a probidade. No entanto, as condutas que são legais nem sempre
são imorais e, por isso, a Lei de Improbidade Administrativa, independentemente
de prejuízos ao erário, sanciona com a perda da função pública, a suspensão
dos direitos políticos de três a cinco anos e o pagamento de multa civil de até
cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente pela prática de “atos
de improbidade administrativa que atentam contra os princípios da administração
pública” (Lei n. 8.429/1992, arts. 11 e 12, III) (Brasil, 1992).
O princípio da publicidade exige que o administrador público pratique
todos os atos administrativos com transparência. De acordo com o art. 37,
parágrafo 3º, inciso II, da Constituição, é necessário que os cidadãos conheçam
todas as ações do poder público e tenham o “acesso dos usuários a registros
administrativos e a informações sobre atos de governo a todos os documentos
que comprovam estes atos” (Brasil, 1988). Esse primado não exige apenas a
publicação de atos oficiais em diários oficiais, mas que sejam divulgados em
linguagem clara e inteligível ao cidadão comum. Também é necessária uma
assessoria de comunicação social eficiente para que a divulgação dos
programas de governo cheguem a todas as camadas da população pelos meios
de comunicação social. A Constituição prevê, no art. 37, parágrafo 1º, que
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A Carta Magna também prevê, no art. 144, parágrafo 7º, que “a lei
disciplinará a organização e o funcionamento dos órgãos responsáveis pela
segurança pública, de maneira a garantir a eficiência de suas atividades” (Brasil,
1988). Os estatutos de servidores públicos também preveem o dever de
eficiência.
Por fim, a eficiência é explicita quando disposta em normas ou implícita,
uma vez que, independentemente de disposição legal, os órgãos, autoridades e
servidores públicos têm o dever de buscar a perfeição.
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pode anular um ato discricionário pela ilicitude, mas não pode revogá-los por
conveniência e oportunidade (Oliveira, 2020, p. 498-499).
Por fim, é conveniente salientar que os atos discricionários estão sujeitos,
primeiramente, pela teoria do desvio de poder ou finalidade, o que permite a
invalidação pelo Judiciário quando estiver em discordância quanto à finalidade
da norma, por exemplo, a remoção de ofício de servidor por perseguição política
(Oliveira, 2020, p. 499). Depois, pela teoria dos motivos determinantes que
explicita que “a validade do ato administrativo depende da correspondência entre
os motivos nele expostos e a existência concreta dos fatos que ensejaram a sua
edição” (Oliveira, 2020, p. 499), como no caso da exoneração de ocupante de
cargo que, se for motivada, poderá ser anulada. Por fim, pela teoria dos
princípios jurídicos e o controle de juridicidade, que exige a compatibilidade
principiológica, como no caso de nepotismo.
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revogado já não atende ao interesse público. Nesse caso, o
refazimento do ato revogado seria, no mínimo, muito estranho.
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TEMA 5 – ELEMENTOS DO CONTROLE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
5.1 Competência
5.2 Forma
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5.3 Objetivo
5.4 Motivo
5.5 Finalidade
5.6 Tempo
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ocorre ordinariamente a cada ano, ou por correições e inspeções ordinárias ou
extraordinárias que poderão ser realizadas a qualquer tempo.
5.7 Abrangência
NA PRÁTICA
A Constituição prevê, no art. 37, que todos os atos, fatos e contratos com
a administração pública deverão respeitar os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência (Brasil, 1988).
Utilizando o que você aprendeu hoje, faça uma reflexão sobre uma notícia
publicada no jornal O Globo para verificar se os atos administrativos de compras
de suprimentos para as Forças Armadas citadas atendem aos princípios
constitucionais retrocitados, além da legitimidade, economicidade e motivação.
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condensado pelo valor de R$ 162,00. O Ministério do Exército informou
que cada caixa adquirida continha 27 “caixinhas” de 395g do produto.
“Dessa forma, pode-se concluir que o valor unitário de cada “caixinha”,
contendo 395g, foi adquirido pelo valor de R$ 6,00, correspondendo ao
preço médio de mercado do citado item.”, informou o ministério.
A Defesa sustenta ainda que os gastos globais com refeição dos
militares levam em conta a cifra de R$ 9,00 per capita dia. E justificou
a compra de produtos como leite condensado e chiclete. “O leite
condensado é um dos itens que compõe a alimentação por seu
potencial energético. Eventualmente, pode ser usado em substituição
ao leite. Ressalta-se que a conservação do produto é superior à do leite
fresco, que demanda armazenamento e transporte protegido de altas
temperaturas. De acordo com o IBGE, o brasileiro consome em média
5,6 gramas de doce à base de leite por dia. Por se tratar de um
contingente eminentemente jovem, o consumo, eventualmente, pode
ser até um pouco superior”. (Capelli, 2021)
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
_____. Lei n. 8.429, de 2 de junho de 1992. Diário Oficial da União, 3 jun. 1992.
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MEIRELLES, H. L. Direito administrativo brasileiro. 44. ed. São Paulo:
Malheiros, 2020.
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