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II - DA PROVA TESTEMUNHAL.
Na oitiva foram ouvidas as seguintes testemunhas:
Waldir Nunes - disse que conhece o casal, que sempre soube do relacionamento
entre a autora e o falecido Sr. Walter, que esse relacionamento era pú blico, que
ambos moravam juntos na mesma casa, que sempre os encontrava no posto de
saú de e no mercado da cidade, onde tinha conhecimento que quem provia
alimentos e o necessá rio para a vida do casal era o falecido e que lembra dos dois
na pandemia juntos e que o falecido veio a ó bito na presença da autora e que
estavam juntos, inclusive nos dois ú ltimos anos e que nunca se separaram;
Nome- disse que conheceu o Sr. Walter, que o mesmo era companheiro da autora,
que viviam juntos na mesma casa em Arapei-SP há mais de dezessete anos, que
eram vistos sempre juntos como marido e mulher, que a cidade toda sabia que
eram "marido e mulher" que os via sempre no posto de saú de e que também os via
no mercado da cidade, onde o Sr. Walter fazia compra para casa, que eram
carinhosos um com o outro vivendo em harmonia. Que no dia do falecimento se
recorda que o Sr. Walter passou mal dentro da casa que vivia com a autora e que a
mesma o levou para o hospital onde veio falecer;
Nome- disse que conhecida o casal, que eles viviam juntos muito tempo e que
estavam juntos nos ú ltimos dois anos, que toda cidade sabia que eles viviam juntos
como casal e que o falecido que provia com o sustento da casa e que veio a passar
mal dentro da casa que vivia com a autora e que infelizmente veio a falecer nos
braços da autora;
Nome- disse que conhecia o falecido Sr. Walter, que ele vivia com a autora na
mesma casa, que conhecia o falecido desde criança e que inclusive uma semana
antes do Sr. Walter falecer ficou hospedado na casa do casal (autora e falecido Sr.
Walter) que eles viviam como marido e mulher, dormiam no mesmo quarto e em
cama de casal. Informou que o casal vivia junto por mais de vinte anos e que nunca
se separaram, que toda cidade sabia que viviam como marido e mulher e que o Sr.
Walter falecido que provia o sustento da casa e que ele era companheiro da autora
e que só se separam porque veio a falecer.
III- QUANTO AO RECEBIMENTO DO LOAS PELA REQUERENTE.
Vamos aqui nos reportar ao que foi devidamente explicado na inicial, a saber:
É importante esclarecer que a autora é pessoa de pouco estudo, nã o entendendo
nada sobre benefício LOAS/BPC, achando inclusive que era aposentada por
invalidez da previdência social, e quanto ao seu cadastro no "CRAS" nã o constar o
nome de seu companheiro no grupo familiar, nã o significa que o mesmo nã o era.
Neste passo, a falta de instruçã o e o pouco conhecimento da autora ao tipo de
cadastro efetuado na Secretaria de Assistência Social de sua cidade, ou seja no
"CRAS" nã o tem condã o de negar a uniã o está vel existente entre autora e falecido
Sr. Walter, relacionamento este de conhecimento de toda cidade de Arapeí-SP,
onde inclusive quem a levava no "CRAS" era o seu companheiro Walter (falecido).
E entã o concluímos que:
DE OUTRO GIRO, É SABIDO QUE NOS CASOS EM QUE A PESSOA, AO SOLICITAR
PENSÃ O POR MORTE, QUANDO DA CONCESSÃ O DO REFERIDO BENEFÍCIO, O INSS
DEVE SOLICITAR AO MESMO A APRESENTAÇÃ O DE TERMO DE OPÇÃ O DE QUAL
BENEFÍCIO DESEJA RECEBER, BASTANDO A APRESENTAÇÃ O POR PARTE DA
AUTORA, DE SIMPLES DECLARAÇÃ O DE OPÇÃ O PELA PENSÃ O POR MORTE E
CESSAÇÃ O DO RECEBIMENTO DO AMPARO SOCIAL - LOAS/BPC (grifo nosso).
IV- DA CONCLUSÃO.
Dessa maneira, por se tratar também de uma açã o declarató ria de uniã o está vel
para a consequente pensã o por morte, o Estado, se faz essencial, que além das
provas documentais, haja confirmaçã o por provas testemunhais, sobretudo a
demonstraçã o de publicidade e continuidade da reaçã o, com affectio societatis
familiar, o que ocorreu na oitiva das testemunhas, que foram harmoniosas e
complementares para promover a Declaraçã o de Uniã o Está vel entre a autora e o
de cujus .
Sendo assim, além da confirmaçã o de todas as testemunhas sobre a existência de
uniã o está vel do casal (autora e falecido) sendo rompida apenas com a morte do
companheiro, ressaltamos também que todas as provas documentais anexadas aos
autos (foto com má scara, acompanhamentos médicos, comprovante de residência,
processo atual em andamento de inventá rio e partilha, termo de inventariante etc)
em especial a de folhas 200 (duzentos) dos autos que trata de uma declaraçã o
médica atual informando que a autora e o falecido Sr. Walter possuíam uma uniã o
está vel , todas essas provas sem exceçã o comprovam com a uniã o está vel entre
autora e falecido e que essa uniã o apenas foi rompida com a morte do
companheiro em 12/12/2020 (doze de dezembro de dois mil e vinte), que
infelizmente veio a ó bito nos braços de sua companheira/autora. Ainda reitera que
na certidã o de ó bito consta como declarante a autora e que no campo estado civil
consta uniã o consensual.
Insta esclarecer que a invalidaçã o da tutela antecipada trouxe a ainda tem trazido
sérios prejuízos a autora, tendo em vista depender de ajuda de vizinhos e parentes
que tem doado alimentos para suprir suas necessidades, uma vez que apó s o
falecimento do seu companheiro a renda da família diminuiu drasticamente!
V - DOS PEDIDOS.
Diante do exposto e da esclarecedora prova documental e acima de tudo a
testemunhal, onde todas as testemunhas ouvidas em juízo confirmaram a uniã o
está vel pú blica, douradora, harmoniosa, contínua há mais de vinte anos (e,
principalmente nos ú ltimos dois anos- 2019 a 2020) requer de Vossa Excelência a
total procedência da açã o , a saber:
01- Decretar o reconhecimento da união estável
conforme supra demonstrado, com início no ano de 1997 (mil novecentos e noventa e sete) até
dezembro de 2020 (dois mil e vinte), onde seu companheiro veio a falecer;
02- Decretar a obrigação do INSS em conceder a
implantação da pensão por morte ora pleiteada, conforme previsto no art. 201, inciso V, da Constituição
Federal de 1998, e no art. 74 e seguintes da Lei 8.213/91, devendo ser considerada como data de início
do referido benefício, a data do mês subsequente de seu último recebimento, e, após a devida
implantação da pensão por morte em favor da autora consequentemente que seja definitivamente
extinto o LOAS/BPC;