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EXCELENTÍSSIMO (a) SENHOR (a) DOUTOR (a) JUIZ (a) DE DIREITO DA ___ VARA

CÍVEL DA COMARCA DE XXX/XX.

XXX, brasileira, convivente, desempregada, portadora do RG nº xxx – SSP/xx, inscrita no


CPF sob o nº xxx, residente e domiciliada na Rodovia xxx, nº xxx, Bairro xxx, em xxx/xx, CEP
xxx, com endereço eletrô nico: xxx@hotmail.com, por suas advogadas regularmente
inscritas na Ordem dos Advogados do Brasil – xxx sob o nº xxx e xxx, com escritó rio
profissional na Avenida xxx, nº xxx, Bairro xxx, em xxx/xx, CEP xxx, onde recebem
intimaçõ es, e endereço eletrô nico: xxx@gmail.com e xxx@gmail.com, vem,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 226, § 3º da Constituiçã o
Federal, artigos 1º e seguintes, todos da Lei nº 9.278/96, 1.723 e seguintes, todos do Có digo
Civil, e 319 e seguintes, todos do Có digo de Processo Civil, ajuizar a presente:

AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA


DE BENS

em face de XXX, brasileiro, convivente, montador, portador do RG nº xxx SSP/xxx, inscrito


no CPF sob o nº xxx, endereço eletrô nico desconhecido, residente e domiciliado na Rua xxx,
nº xxx, Loteamento xxx, pró ximo à empresa xxx, Bairro xxx, em xxx/xx, CEP xxx, pelos
seguintes fatos e fundamentos:

I - DA JUSTIÇA GRATUITA
Inicialmente, tem-se que a autora atualmente se encontra desempregada, como se pode
visualizar da sua Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS anexa, na qual consta
que o seu ú ltimo emprego foi na funçã o de serviços gerais, percebendo a quantia mensal de
R$ 867,00 (oitocentos e sessenta e sete reais), até o mês de julho do ano de 2017.
Além disso, a autora nã o possui bens imó veis ou mó veis em seu nome, como se pode
auferir da certidã o negativa de aquisiçã o de bens imó veis e do documento emitido pelo
DETRAN/xxx, ambos anexos.
Logo, Excelência, a autora faz jus ao benefício da justiça gratuita, nos termos da
documentaçã o anexa (CTPS, certidã o negativa de aquisiçã o de bens imó veis, documento
emitido pelo DETRAN/xxx e declaraçã o de hipossuficiência), conforme disposiçã o do art.
98, do Có digo de Processo Civil.
II - DA AUDIÊNCIA PRÉVIA DE CONCILIAÇÃO
Nos termos do art. 319, VII, do atual Có digo de Processo Civil, a autora informa que tem
interesse em resolver a lide de forma consensual, pois pretende dirimir o litígio de forma
célere.

III - DOS FATOS


A autora e o réu mantiveram união estável durante 7 (sete) anos e 4 (quatro) meses,
ou seja, desde meados do mês de abril do ano de 2011, até o início do mês de agosto
do ano corrente (2018).
Nesse viés, para melhor entender a situaçã o, é imperioso frisar, Excelência, que a autora e o
réu iniciaram o namoro no mês de junho do ano de 2007, e no mês de abril de 2011,
decidiram residir juntos na casa dos pais da autora, quais sã o, o Sr. xxx e a Sra. xxx, no
endereço: Rodovia xxx, nº xxx, Bairro xxx, em xxx/xx, CEP xxx, ou seja, na casa em que a
autora já residia juntamente com seus pais na época do namoro.
No referido endereço, a autora e o réu residiram com os pais da autora pelo período de
abril de 2011 até meados do ano de 2017, momento em que foram residir em casa pró pria,
no endereço: Rua xxx, nº xxx, Loteamento xxx, Bairro xxx, em xxx/xx, CEP xxx, quando, no
início do mês de agosto do presente ano, o réu MANDOU a autora sair de casa. Com certo
receio, diante da postura daquele, a autora foi para a casa dos seus pais e lá se encontra até
a presente data.
É importante ressaltar, ainda, que a autora e o réu sempre se comportaram como se
casados fossem, pois frequentaram durante anos, ambientes e locais pú blicos,
demonstrando estabilidade no relacionamento de forma afetiva e mú tua, que notadamente
era visível ao pú blico, seus vizinhos, amigos e parentes.
Além disso, a autora, quando passou a conviver com o réu, sempre foi uma companheira
dedicada, cuidadosa, zelosa, amorosa e ainda cuidava dos afazeres do lar, bem como
prestava apoio constante para seu companheiro nos momentos de alegria e tristeza.
De mais a mais, de tal uniã o nã o resultou o nascimento de nenhum filho. No entanto, as
partes, na constâ ncia da uniã o está vel, adquiriram um imóvel com os
móveis/utensílios/eletrônicos e eletrodomésticos que guarnecem a residência, além
de um veículo, quais sã o:
a) Um lote de terras, situado na zona urbana da cidade de xxx, Comarca de xxx, Estado de
xxx, no lado ímpar da Rua xxx, (descrever o lote), sob o qual foi edificada uma construção
residencial em alvenaria, com xxxm² (xxx metros e xxx quadrados) de á rea construída, de
nº xxx, da Rua xxx, encontrando-se tal imóvel devidamente registrado junto ao
Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de xxx/xx, de matrícula nº xxx, alienado
fiduciariamente à Caixa Econômica Federal, em razão do contrato de nº xxx,
conforme se verifica da matrícula anexa.
b) Os móveis, utensílios, eletrônicos e eletrodomésticos que guarnecem o imó vel
constante no item a:
- Um guarda-roupas;
- Uma cama;
- Um ventilador;
- Um ar condicionado;
- Um computador;
- Um monitor – TV;
- Uma televisã o;
- Um micro-ondas;
- Um balcã o grande;
- Um balcã o pequeno;
- Uma pia;
- Um fogã o;
- Uma geladeira;
- Uma cafeteira;
- Um liquidificador;
- Pratos, copos, talheres, panelas;
- Uma mesa;
- Um sofá ;
- Um "rack".
c) Um veículo xxx, cor xxx, placa xxx, renavam xxx, á lcool-gasolina, adquirido no mês de
novembro do ano de 2017, conforme o dossiê do DETRAN/xxx anexo.
É importante ressaltar, Excelência, que o veículo em questã o foi adquirido no ano de 2017,
mas que em momentos anteriores, também na constâ ncia da uniã o está vel, o réu já possuiu
outros veículos, quais sejam, um xxx e um xxx, e que inclusive o réu utilizou o valor da
venda do veículo xxx como “entrada” do pagamento do xxx.
Destarte, em virtude de não existir qualquer possibilidade de reconciliação entre as
partes, devido à incompatibilidade de gênios e, principalmente, pelo fato de estar, a
autora, com receio do réu, uma vez que este MANDOU que ela saísse da sua própria
residência, não resta outra alternativa à autora, senão buscar a tutela jurisdicional,
para ter reconhecida e dissolvida a união estável que vivenciou com o réu, com a
devida partilha dos bens anteriormente descritos, os quais foram adquiridos na
constância da união estável.
IV - DO DIREITO
IV.I - DO RECONHECIMENTO E DA DISSOLUÇÃO DA UNIÃO ESTÁVEL
Conforme já foi amplamente mencionado nos fatos, a autora e o réu conviveram em
união estável por aproximadamente 7 (sete) anos e 4 (quatro) meses.
Sobre a uniã o está vel, versam, respectivamente, os arts. 226, § 3º, da Constituiçã o da
Republica Federativa do Brasil, e o 1.723, do Có digo Civil:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
[...]
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade
familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na
convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.

Logo, a relaçã o da autora e do réu era de convivência pú blica, contínua e duradoura, bem
como possuíam o objetivo de constituiçã o de família, nos termos do artigo mencionado, ou
seja, de uniã o está vel.
Isso porque, como já fora dito, no mês de abril de 2011, a autora e o réu decidiram residir
juntos na casa dos pais da autora, quais sã o, o Sr. xxx e a Sra. xxx, no endereço: Rodovia xxx,
nº xxx, Bairro xxx, em xxx/xx, CEP xxx, ou seja, na casa em que a autora já residia
juntamente com seus pais.
E em tal residência, permaneceram até meados do ano de 2017, momento em que foram
residir em casa pró pria, quando, no início do mês de agosto do presente ano, o réu
MANDOU a autora sair de casa. Com certo receio, diante da postura daquele, a autora foi
para a casa dos seus pais e lá se encontra até a presente data.
Nesse sentido, a relação de união estável existente entre a autora e o réu, é notória
entre os amigos, vizinhos e parentes, como se pode auferir das declarações anexas.
Assim sendo, resta plenamente configurada a existência de união estável entre as
partes, devendo ser reconhecida tal união desde o período de abril do ano de 2011,
até o início do mês de agosto do ano corrente (2018) e, posteriormente, dissolvida.
IV.II – DA PARTILHA DOS BENS
No caso em tela, incide o regime da comunhã o parcial de bens, uma vez que, nos termos do
art. 1.725, do Có digo Civil, esse é o regime a ser aplicado na uniã o está vel, quando inexiste
contrato escrito entre os companheiros.
Veja-se:
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações patrimoniais, no
que couber, o regime da comunhão parcial de bens.
Assim, uma vez verificada a existência de uniã o está vel, os bens adquiridos na constâ ncia
da relaçã o deverã o ser partilhados ao término do vínculo, nos termos do art. 1.658, do
Có digo Civil.
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constância do
casamento, com as exceções dos artigos seguintes.

No presente caso, como também já fora mencionado junto aos fatos, as partes adquiriram
os seguintes bens, quando da existência da uniã o está vel:
a) Um lote de terras, situado na zona urbana da cidade de xxx, Comarca de xxx, Estado de
xxx, (descrever o lote), sob o qual foi edificada uma construção residencial em alvenaria,
com xxx m² (xxx metros e sxxx quadrados) de á rea construída, encontrando-se tal imóvel
devidamente registrado junto ao Cartório de Registro de Imóveis da Comarca de
xxx/xx, de matrícula nº xxx, alienado fiduciariamente à Caixa Econômica Federal, em
razão do contrato de nº xxx, conforme se verifica da Matrícula anexa, cujo valor para
fins de venda é de R$ xxx (xxx mil reais).
Em relaçã o a esse bem, a autora nã o pretende ficar com o imó vel e nem adimplir as
parcelas restantes do financiamento, até porque nã o reside mais no imó vel, pois o réu
mandou que ela saísse. Logo, o interesse da autora é a partilha das parcelas do
financiamento já quitadas junto ao Banco, nos termos da planilha de evoluçã o do
pagamento do imó vel anexa, da seguinte forma:
(colocar planilha de evoluçã o do pagamento do imó vel)
Contudo, tais parcelas já adimplidas, deverão ser atualizadas de acordo com o INPC
até a data do efetivo pagamento, as quais, até o dia xxx/xxx/2018, perfazem o total
de R$ xxx (xxx), conforme se verifica da tabela abaixo:
(colocar tabela com valores atualizados)

Nesse viés, a autora requer a partilha dos valores já quitados do imó vel financiado, o qual,
nos termos da soma das parcelas já adimplidas, devidamente corrigidas monetariamente,
nos termos do INPC, perfazem o total, até o dia xxx/xxx/2018, de R$ xxx (xxx), dos quais
R$ xxx (xxx), pertencem à autora, a título de partilha.
Ademais, como a autora não possui os comprovantes dos pagamentos das parcelas,
encontrando-se todos em poder do réu, requer, desde logo, seja expedido ofício à
Caixa Econômica Federal para a comprovação do adimplemento das parcelas do
contrato de financiamento nº xxx.
Sobre a respectiva partilha, tem-se o entendimento jurisprudencial do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Santa Catarina:
APELAÇÕES CÍVEIS. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA DE BENS. [...]
PARTILHA DE IMÓVEL. CONJUNTO PROBATÓRIO DEMONSTRANDO A AQUISIÇÃO DA RESIDÊNCIA À ÉPOCA DA
UNIÃO ESTÁVEL. PARTILHA LIMITADA AOS VALORES DO CONTRATO DE FINANCIAMENTO QUITADOS ATÉ A
DATA DO TÉRMINO DA UNIÃO [...]. Demonstrada a aquisição de imóvel residencial durante a união estável
mantida pelas partes, pertinente a sua partilha, já que aplicável às relações patrimoniais, o regime de comunhão
parcial de bens. Todavia, a partilha do imóvel financiado deve abranger somente o valor quitado quando da
separação do casal [...] (TJSC, Apelação Cível n. 0005593-18.2013.8.24.0064, de São José, rel. Des. João Batista
Góes Ulysséa, Segunda Câmara de Direito Civil, j. 08-02-2018). (grifei).

Além dos valores anteriormente demonstrados, os quais sã o referentes ao financiamento


do imó vel em questã o, a autora entende que também devem ser partilhados os valores
pagos a título de “entrada” do imóvel em comento, nos termos do contrato realizado com
o corretor de imó veis anexo.
É possível visualizar, na segunda pá gina do contrato em questã o, na Cláusula IV, que trata
do preço da venda e condiçõ es de pagamento, que o réu pagou como entrada do imó vel, o
valor de R$ xxx (xxx), um carro modelo xxx, ano xxx, cor xxx, totalmente quitado, no valor
de R$ xxx (xxx) e 9 (nove) cheques no valor de R$ xxx (xxx), sendo que o primeiro
venceu 30 (trinta) dias apó s a assinatura do presente contrato.
Os valores acima mencionados perfazem o total de R$ xxx (xxx), sendo R$ xxx (xxx)
da autora, a título de partilha.
Demais disso, a autora requer, também, que a após a partilha, caso o réu continue
residindo no imóvel, sem dispender os valores pertencentes à autora, a título de
partilha ou sem realizar a venda do imóvel para o pagamento dos valores da partilha
da presente ação, seja arbitrado ao réu, o valor de R$ xxx (xxx) mensais a título de
aluguel, em seu favor.
b) Os móveis, utensílios, eletrônicos e eletrodomésticos que guarnecem o imó vel
constante no item a:
- Um guarda-roupa;
- Uma cama;
- Um ventilador;
- Um ar condicionado;
- Um computador;
- Um monitor – TV;
- Uma televisã o;
- Um micro-ondas;
- Um balcã o grande;
- Um balcã o pequeno;
- Uma pia;
- Um fogã o;
- Uma geladeira;
- Uma cafeteira;
- Um liquidificador;
- Pratos, copos, talheres, panelas;
- Uma mesa;
- Um sofá ;
- Um "rack".
Em relaçã o aos referidos bens acima discriminados, a autora propõ e que a partilha seja
realizada da seguinte forma:
1) Para a autora, os seguintes bens:
- Um ventilador;
- Uma televisã o;
- Um balcã o grande;
- Um balcã o pequeno;
- Um fogã o;
- Uma geladeira;
- Uma cafeteira;
- Um liquidificador;
- Pratos, copos, talheres, panelas;
- Um sofá ;
- Um "rack".
2) Para o réu, os seguintes bens:
- Um guarda-roupa;
- Uma cama;
- Um ar condicionado;
- Um computador;
- Um monitor – TV;
- Um micro-ondas;
- Uma pia;
- Uma mesa.
c) Um veículo xxx, cor xxx, placa xxx, renavam xxx, á lcool-gasolina, adquirido no mês de
novembro do ano de 2017, conforme o dossiê do DETRAN/xxx anexo.
Já em relaçã o a esse ú ltimo bem, Excelência, a autora também requer seja partilhado, uma
vez que foi adquirido na constâ ncia da uniã o está vel com o réu, nos termos da informaçã o
da data no dossiê anexo.
Além disso, é importante mencionar, Excelência, que para a aquisiçã o do referido veículo, o
réu, a título de pagamento, deu uma entrada no valor de R$ xxx (xxx) sendo o restante do
pagamento acordado em 24 (vinte e quatro) parcelas de R$ xxx (xxx). No entanto, é
imperioso ressaltar que todos os documentos dessa transação estão em poder do
réu.
Logo, para a comprovação disso, já que a autora não possui outro meio, uma vez que
os documentos relativos ao veículo em comento estão em poder do réu, a autora
requer, desde logo, seja expedido Ofício à Receita Federal, para que acoste aos autos
a declaração do Imposto sobre a Renda do réu, especificamente a discriminação de
bens, do exercício do ano de 2018, ano-calendário de 2017, ou entendendo de forma
diversa o MM. Juíz, que então seja intimado o réu para acostar tal documento aos
autos.
Nesse sentido, deve ser partilhado o valor referente a entrada, qual seja, R$ xxx
(xxx), dos quais R$ xxx (xxx) pertencem à autora, bem como as parcelas de R$ xxx
(xxx) desde o mês posterior a aquisição, ou seja, novembro de 2017, data, esta,
provável do primeiro pagamento da parcela em discussão, até a data da separação
de fato do casal, ocorrida no mês de agosto do ano corrente, perfazendo 10 (dez)
parcelas de R$ xxx (xxx), cuja soma é de R$ xxx (xxx), dos quais R$ xxx (xxx) são da
autora.
Sobre a partilha de veículo, tem-se o entendimento jurisprudencial do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Santa Catarina:
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL. [...] SOCIEDADE DE FATO
RECONHECIDA. INSURGÊNCIA DO RÉU. PARTILHA DE VEÍCULO. POSSIBILIDADE. CONJUNTO PROBATÓRIO
DEMONSTRANDO QUE O BEM FOI COMPRADO À ÉPOCA DA UNIÃO. PARTILHA LIMITADA AOS VALORES DO
FINANCIAMENTO QUITADOS ATÉ A DATA DO TÉRMINO DA RELAÇÃO CONJUGAL. REFORMA PARCIAL DA DECISÃO.
Demonstrada a aquisição de automóvel durante a convivência conjugal mantida pelas partes, com a união
estável amoldada ao regime de comunhão parcial de bens, nos termos do art. 1.725 do Código Civil, pertinente a
partilha do referido bem. Todavia, a partilha de bem financiado deve abranger somente o valor quitado quando
da separação do casal, pois, após o rompimento não pode se falar em esforço comum [...]. (TJSC, Apelação n.
0005984-79.2012.8.24.0040, de Laguna, rel. Des. João Batista Góes Ulysséa, Segunda Câmara de Direito Civil, j. 30-
06-2016). (grifei).

Diante de todo o explanado, em razã o do fim da relaçã o de uniã o está vel existente entre as
partes, devem-se partilhar os bens anteriormente descritos, bem como ser reconhecida e
posteriormente dissolvida a uniã o está vel em tela.
V – DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer:
a) O recebimento e o processamento da presente demanda, com a autuaçã o e registro dos
autos;
b) Seja a presente açã o julgada TOTALMENTE PROCEDENTE para:
I - Reconhecer a existência de uniã o está vel entre a autora e o réu no período de abril do
ano de 2011, até o início do mês de agosto do ano corrente (2018), bem como seja esta
dissolvida;
II – Partilhar os valores já quitados do imóvel financiado, qual seja o imó vel já descrito
no decorrer da presente, de nº xxx, da Rua xxx, Loteamento xxx, Bairro xxx, em xxx/xx, CEP
xxx, encontrando-se devidamente registrado junto ao Cartório de Registro de
Imóveis da Comarca de Urussanga/SC, sob a matrícula nº xxx, alienado
fiduciariamente à Caixa Econômica Federal, em razão do contrato de nº xxx,
conforme se verifica da Matrícula anexa, os quais, nos termos da soma das parcelas já
adimplidas, devidamente corrigidas monetariamente, nos termos do INPC, perfazem o
total, até o dia xxx/xxx/2018, de R$ xxx (xxx), que deverá ser corrigido monetariamente
até a data do efetivo pagamento;
III – Partilhar os valores pagos ao corretor de imó veis, a título de “entrada” do imó vel
descrito no item anterior, nos termos da Clá usula IV do contrato anexo, os quais perfazem o
total de R$ xxx (xxx);
IV – Em caso de, apó s decretada a partilha, através de sentença, o réu continuar residindo
no imó vel sem adimplir a parte da autora, referente a partilha, seja arbitrado o valor de R$
xxx (xxx) mensais a título de aluguel, em favor da autora;
V – Partilhar os valores referentes ao pagamento da entrada do veículo xxx, cor xxx,
placa xxx, renavam xxx, á lcool-gasolina, adquirido no mês de novembro do ano de 2017,
conforme o dossiê do DETRAN/xxx anexo, qual seja, o valor de R$ xxx (xxx), bem como as
parcelas do financiamento do veículo já adimplidas, desde o mês posterior a aquisiçã o,
devido a presunçã o de vencimento no mês posterior, ou seja, desde novembro de 2017,
até a data da separação de fato do casal, ocorrida em agosto de 2018, quais são, 10
(dez) parcelas do financiamento do veículo, no valor de R$ xxx (xxx), cuja soma dos
valores pagos é de R$ xxx (xxx);
VI – Partilhar os bens que guarnecem a residência da autora e do réu, nos termos
descritos no decorrer da presente.
c) Seja expedido ofício à Caixa Econômica Federal para a comprovação do
adimplemento das parcelas do contrato de financiamento nº xxx, uma vez que os
comprovantes de pagamento encontram-se em poder do réu;
d) Seja expedido Ofício à Receita Federal, para que acoste aos autos a declaração do
Imposto sobre a Renda do réu, especificamente a discriminação de bens, do exercício
do ano de 2018, ano-calendário de 2017, ou entendendo de forma diversa o MM. Juíz,
que então seja intimado o réu para acostar tal documento aos autos;
e) A intimaçã o do réu para comparecimento em audiência de conciliaçã o a ser designada
por este Juízo;
f) A citaçã o do réu, para, querendo, contestar a presente açã o no prazo legal;
g) A produçã o de todos os meios de prova em direito admitidas;
h) A condenaçã o do réu ao pagamento das custas processuais e dos honorá rios
advocatícios;
i) Seja deferido o benefício da Justiça Gratuita à autora.
Dá-se à causa o valor de R$ xxx (xxx).
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Local, data.
OAB/XXX

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