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EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DA __

VARA DA FAMÍLIA DA COMARCA DE XXX/XX.

XXX, brasileira, convivente, manicure, portadora do documento de identidade nº


xxx – SSP/xx, inscrita no CPF sob o nº xxx, por si e representando xxx, brasileiro,
solteiro, menor, estudante, nascido em 08/06/2010, nã o possuem endereço
eletrô nico, ambos residentes e domiciliados na Rua xxx, nº xxx, Bairro xxx, em
xxx/xx, CEP xxx, por sua advogada regularmente inscrita na Ordem dos Advogados
do Brasil/xxx, com escritó rio profissional na Avenida xxx, nº xxx, Bairro xxx, em
xxx/xx, CEP xxx, onde recebe intimaçõ es, com endereço eletrô nico: xxx, vêm,
respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fundamento no artigo 226, § 3º da
CF/88, consoante com artigos 1.723 à 1.727, do Có digo Civil, art. 5º da Lei nº.
9.278/96, combinados com art. 319 e art. 693 e segs. do Có digo de Processo Civil e
demais previsõ es legais, propor a presente
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C
PARTILHA DE BENS, GUARDA, VISITAS, ALIMENTOS E PEDIDO DE TUTELA DE
URGÊNCIA ANTECIPADA
em face de XXX, brasileiro, convivente, empresá rio, portador do documento de
identidade nº xxx – SSP/xx, inscrito no CPF sob o nº xxx, residente e domiciliado na
Rua xxx, s/nº, Bairro xxx, em xxx/xx, CEP xxx, pelas razõ es de fato e de direito a
seguir expostas:

I - DA JUSTIÇA GRATUITA
Inicialmente, tem-se que o segundo Requerente, devidamente representado por
sua genitora, é menor de idade, conforme se extrai da certidã o de nascimento
acostadas aos autos. Logo, possui a garantia do acesso ao Poder judiciá rio sem o
pagamento de quaisquer custas processuais e emolumentos, nos termos do art.
141 e pará grafos, da Lei nº 8.069/90. Veja-se:
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública, ao Ministério
Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
§ 1º. A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através de defensor
público ou advogado nomeado.
[...]. (grifei).

Além disso, atualmente a primeira Requerente é pessoa autô noma e labora como
manicure, percebendo mensalmente, em média, a quantia de R$ 700,00
(setecentos reais). Ademais, nã o possui qualquer bem imó vel no seu nome,
tampouco bem mó vel, conforme certidõ es anexas.
É importante ressaltar, ainda, que o MM. Juiz, ao nomear a procuradora que
subscreve, conforme documento anexo, já entendeu serem os Requerentes,
hipossuficientes.
Dessa forma, os Requerentes fazem jus ao benefício da justiça gratuita, nos termos
da documentaçã o anexa (CTPS, requerimento de advogada nomeada, declaraçã o
de hipossuficiência, certidã o negativa do DETRAN e certidõ es negativas de bens
imó veis), conforme disposiçã o do artigo 98 do Có digo de Processo Civil.

II - DA AUDIÊNCIA PRÉVIA DE CONCILIAÇÃO


Nos termos do art. 319, VII, do atual Có digo de Processo Civil, os Requerentes
informam que tem interesse em resolver a lide de forma consensual, pois
pretendem dirimir o litígio de forma célere.

III - DOS FATOS


A primeira Requerente manteve com o Requerido um relacionamento por um
período de mais de 11 (onze) anos, mais precisamente desde o ano de xxx até xxx,
sob o â ngulo jurídico de uniã o está vel, de forma exclusiva, pú blica e continuada,
com o objetivo de formar uma família, sendo que desta uniã o nasceu o segundo
Requerente, xxx, em 08 de junho de 2010, atualmente com 08 (oito) anos de idade,
conforme Certidã o de Nascimento que segue.
Importante ressaltar que, os conviventes sempre se comportavam como se casados
fossem, pois frequentaram durante anos, ambientes e locais pú blicos,
demonstrando estabilidade no relacionamento de forma afetiva e mú tua, que
notadamente era visível ao pú blico, seus vizinhos, amigos e parentes.
A primeira Requerente, quando passou a conviver maritalmente com o Requerido,
sempre foi uma companheira dedicada ao trabalho em conjunto com o seu
companheiro. Sempre foi cuidadosa, zelosa, amorosa e ainda cuidava dos afazeres
do lar, além, é claro, de seu apoio constante para seu companheiro nos momentos
de alegria e tristeza.
Desta forma, insta reafirmar que o casal mantinha um relacionamento está vel,
pú blico, contínuo e duradouro, conforme preceitua o artigo 1º da Lei nº 9.278/96,
o qual teve por duraçã o mais de xxx (xxx) anos, com o objetivo de constituiçã o de
família e, portanto, deve ser reconhecido como uniã o está vel pela convivência
havida entre a primeira Requerente e o Requerido, nos termos dos artigos 226, §
3º, da Constituiçã o Federal e artigo 1.723 do Có digo Civil.
As partes, na constâ ncia da uniã o está vel, adquiriram um veículo xxx, placa xxx,
renavam xxx, ano/modelo xxx/xxx, cor xxx, o qual está em nome do
Requerido, além de alguns móveis/utensílios/eletrônicos e eletrodomésticos
que guarnecem a residência onde moravam, de propriedade da mãe do
Requerido, devendo, aqueles, serem partilhados ao final dessa demanda.
É importante ressaltar, Excelência, que o veículo em questã o foi adquirido no ano
de xxx, ou seja, ainda na constâ ncia da uniã o está vel. Todavia, a primeira
Requerente teve conhecimento de que o mesmo foi vendido recentemente,
constataçã o esta que pode ser facilmente confirmada através do dossiê do
DETRAN, que segue anexo.
Assim, diante da impossibilidade de restabelecimento da vida em comum, estando
a primeira Requerente e o Requerido separados de fato, há aproximadamente 01
(um) ano, a decretaçã o do presente pedido de reconhecimento e dissoluçã o de
uniã o está vel, bem como a partilha dos bens, fixaçã o de guarda, visitas e alimentos,
é medida que se impõ e.

IV – DO DIREITO
IV.1 – Da união estável
Conforme já mencionado nos fatos, a primeira Requerente e o Requerido
conviveram em união estável por aproximadamente xxx (xx) anos.
A Constituiçã o Federal confere status de entidade familiar à uniã o está vel, gozando,
portanto, de tutela estatal, é o que estabelece em seu artigo 266, § 3º, vejamos:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
[...]
§ 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como
entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.

Por seu turno, afirma o Có digo Civil Brasileiro:


Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição
de família.
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato escrito entre os companheiros, aplica-se às relações
patrimoniais, no que couber, o regime da comunhão parcial de bens.

No caso em estudo, está caracterizada a uniã o está vel, pois estã o presentes todos
os elementos intrínsecos ao instituto, como já anteriormente descrito.
Logo, a relaçã o da primeira Requerente e do Requerido era de convivência pú blica,
contínua e duradoura, bem como possuíam o objetivo de constituiçã o de família,
nos termos do artigo mencionado, ou seja, de uniã o está vel.
Ademais, é inegá vel e evidente do objetivo de constituiçã o de família que existiu na
uniã o das partes. Somado a isso, nã o se pode esquecer que foram mais de xxx (xxx)
longos anos de vida comum e que, dessa uniã o, nasceu um filho, xxx, ora segundo
Requerente.
Assim sendo, resta plenamente configurada a existência de união estável
entre as partes, devendo ser reconhecida tal união desde o período do ano de
xxx até o ano de xxx e, posteriormente, dissolvida.

IV.2 – Da partilha de bens


No caso em tela, incide o regime da comunhã o parcial de bens, uma vez que, nos
termos do art. 1.725, do Có digo Civil, esse é o regime a ser aplicado na uniã o
está vel, quando inexiste contrato escrito entre os companheiros.
Assim, uma vez verificada a existência de uniã o está vel, os bens adquiridos na
constâ ncia da relaçã o deverã o ser partilhados ao término do vínculo, nos termos
do art. 1.658, do Có digo Civil.
Por isso, Excelência, importante mencionar que os conviventes, ao longo da vida
em comum, adquiriram alguns bens, todavia, o convivente varã o negociava os
referidos bens, mas nã o partilhava os frutos dessas negociaçõ es com a varoa, o que
certamente lhe prejudicou a constituiçã o de um patrimô nio mínimo que lhe possa
conferir dignidade e segurança para o resto da vida. Além do mais, é sabido que os
bens adquiridos na constâ ncia da uniã o, a título oneroso, se presumem em
comunhã o de esforços.
Por conta disso, deverá ser partilhado entre as partes, o estabelecimento comercial
em que o Requerido é dono, qual seja, Agropecuária xxx, inscrita no CNPJ sob o
nº xxx, localizada na Rodovia xxx, nº xxx, Bairro xxx, em xxx/xx, CEP xxx.
Sabe-se que, como pagamento de “entrada” para compra da loja, foi ofertado o
carro que adquiriram durante a uniã o está vel, qual seja, um veículo xxx, placa
xxx, renavam xxx, ano/modelo xxx/xx, cor xxx, o qual, conforme tabela FIPE,
está avaliado em R$ xxx, além de mais um valor em espécie, nã o sabendo
quantificar o valor exato.
Nesse sentido, assim estabelece a Lei nº 9.278/96, em seu artigo 5º:
Art. 5º Os bens móveis e imóveis adquiridos por um ou por ambos os conviventes, na constância da
união estável e a título oneroso, são considerados fruto do trabalho e da colaboração comum, passando
a pertencer a ambos, em condomínio e em partes iguais, salvo estipulação contrária em contrato
escrito.

O Có digo Civil, no seu artigo 1.725, afirma que se aplicam as uniõ es está veis o
mesmo regime da comunhã o parcial de bens, conforme acima já destacado.
Por isso, é desejo da primeira Requerente que lhe seja deferida a meaçã o em
relaçã o à s cotas do estabelecimento comercial acima mencionado, eis que este fora
construído com os frutos de trabalho da uniã o de mais de xxx (xxx) anos, bem
como a devoluçã o da metade do valor lá investido, pois, pelo que tem
conhecimento, o carro que adquiriram durante a uniã o está vel, o qual já foi
anteriormente descrito, foi ofertado como parte do pagamento para a compra da
loja, além de mais um valor em espécie, nã o sabendo quantificar o valor exato, por
ser fato da mais lídima justiça.
Nesse instante, importante mencionar que a primeira Requerente não
participou da negociação e instalações da referida empresa. Por isso, não
possui qualquer documentação que possa comprovar os investimentos que
lá foram feitos, tampouco tem posse do contrato social da empresa.
Todavia, mesmo nã o tendo participado diretamente da constituiçã o da empresa, é
indubitá vel que a primeira Requerente colaborou na construçã o da mesma, visto
que sempre trabalhou de forma remunerada, contribuindo pra a manutençã o e
despesas familiares. Ainda, trabalhando nos afazeres domésticos ao longo desses
xxx (xxx) anos de convivência, em prol do crescimento econô mico da família
constituída no curso da uniã o está vel.
Ressalta-se que a primeira Requerente, cumpriu ainda, em conjunto com o
Requerido, as obrigaçõ es inerentes a guarda, sustento e educaçã o de seu filho,
além de ter se empenhado na conduçã o e manutençã o da família, zelando para que
permanecesse íntegra.
Assim, deverá receber a meaçã o dos bens que tem direito, quais sejam:
- metade das cotas sociais e dos valores investidos na empresa Agropecuária xxx,
inscrita no CNPJ sob o nº xxx, localizada na Rodovia xxx, nº xxx, Bairro xxx,
em xxx/xx, CEP xxx;
- metade do valor do veículo adquirido durante a uniã o está vel, qual seja, um
veículo xxx, placa xxx, renavam xxx, ano/modelo xxx/xxx, cor xxx, o qual,
conforme tabela FIPE, está avaliado em R$ xxx;
- a divisã o dos bens que guarnecem a residência do casal.
Portanto, em virtude dos fatos acima elencados, o Requerido deverá ser intimado
para apresentar nos autos có pia do contrato social da empresa Agropecuária xxx,
inscrita no CNPJ sob o nº xxx, localizada na Rodovia xxx, nº xxx, Bairro xxx,
em xxx/xx, CEP xxx, bem como recibos e informações quanto aos
investimentos que lá foram feitos, a fim de que se possa auferir o que fora
investido no estabelecimento e, assim, proceder com a divisã o dos bens e valores
despendidos.

IV.3 – Da guarda unilateral


É inegá vel a importâ ncia da proteçã o existente em relaçã o à criança e ao
adolescente. Tanto é que, a pró pria Carta Magna de 1988, no seu artigo 227, aduz
ser dever da família, da sociedade e do Estado, assegurar em benefício deles,
diversos direitos. Veja-se:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à
cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.

Nesse sentido, Excelência, tem-se que o anseio da primeira Requerente, no


presente caso, é a decretaçã o da guarda unilateral do menor xxx, ora segundo
Requerente, bem como sejam fixados alimentos em favor deste, e, ainda, seja
fixado o direito de visitas ao Requerido, a cada 15 (quinze) dias, tudo para a
garantia dos direitos do menor, observando-se o melhor interesse, conforme será
destacado a seguir.
Destaca-se que a pretensã o da primeira Requerente, em relaçã o a guarda unilateral
do segundo Requerente, em seu favor, encontra-se nos artigos 1.583 e seguintes,
ambos do Có digo Civil. Veja-se:
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. (Redação dada pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o
substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de
direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar
dos filhos comuns. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe
que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer
dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas
ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica
e a educação de seus filhos.(Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014). (grifei).
Tal pretensã o é relacionada, inicialmente, ao fato de que a primeira Requerente já
detém, efetivamente, a guarda de fato do segundo Requerente e possui condiçõ es
para a educaçã o, manutençã o e criaçã o do menor.
Ademais, tendo em vista que na guarda o interesse do menor é priorizado,
conforme interpretaçã o do artigo 6º do ECA, e em consonâ ncia com o artigo 28, §
3º do mesmo diploma legal, viceja o melhor juízo no sentido do menor permanecer
residindo com sua genitora, ora primeira Requerente.
Logo, Excelência, para atender os melhores interesses do menor, ora
segundo Requerente, a guarda unilateral em favor da primeira Requerente, é
a medida mais justa no presente caso, uma vez que a genitora poderá
resguardar da melhor forma possível os interesses do seu filho, como já vem
fazendo.
Nesse sentido, tem-se o entendimento jurisprudencial do Egrégio Tribunal de
Justiça do Estado de Santa Catarina, em caso aná logo:
AÇÃO DE RECONHECIMENTO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL C/C PARTILHA DE BENS, FIXAÇÃO DE
ALIMENTOS E REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA. SENTENÇA QUE RECONHECEU A UNIÃO ESTÁVEL
DESDE O NASCIMENTO DO FILHO DO CASAL, DETERMINANDO A PARTILHA DOS BENS ADQUIRIDOS
DURANTE A VIGÊNCIA DA UNIÃO NA FORMA IDEAL, CONCEDEU A GUARDA UNILATERAL À AUTORA E
ARBITROU ALIMENTOS NA PROPORÇÃO DE 20% DOS RENDIMENTOS DO ALIMENTANTE.
INSURGÊNCIA DO RÉU. ALEGAÇÃO DE QUE A UNIÃO ESTÁVEL INICIOU-SE APENAS EM DEZEMBRO DE
2009, DIANTE DO QUE OS BENS ADQUIRIDOS ANTERIORMENTE NÃO DEVERIAM INTEGRAR A PARTILHA.
UNIÃO ESTÁVEL DEVIDAMENTE COMPROVADA PELA PROVA TESTEMUNHAL DESDE 19.1.2002.
ALEGAÇÃO DE QUE O AUTOMÓVEL CAPTIVA E A MOTOCICLETA KAWASAKI FORAM ADQUIRIDOS POR
SUB-ROGAÇÃO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO. BENS QUE DEVEM INTEGRAR A PARTILHA. [...].
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. [...]. (TJSC, Apelação Cível n. 2015.052996-0, de São Bento do Sul,
rel. Des. Sebastião César Evangelista, Primeira Câmara de Direito Civil, j. 08-10-2015). (grifei)

Assim, os direitos do segundo Requerente serã o atendidos da melhor forma pela


primeira Requerente, pois, como salientado, proporciona as condiçõ es necessá rias
ao pleno desenvolvimento de seu filho, razão pela qual a guarda unilateral
deverá ser decretada em favor da primeira Requerente.
Todavia, Excelência, em caso de, após toda a instrução probatória, o MM. Juiz
entender pela decretação da guarda compartilhada aos genitores do menor,
desde logo, a primeira Requerente requer seja fixada como residência fixa do
seu filho, a sua residência.

IV.4 – Do direito de visitas


Os artigos 1.589, do Có digo Civil, e 19 do Estatuto da Criança e do Adolescente,
versam que é direito da criança e do adolescente ser criado e educado com a sua
família, sendo assegurada a convivência familiar, e que aquele que nã o detém a
guarda, poderá visitá -los e tê-los em sua companhia.
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda não estejam os filhos, poderá visitá-los e tê-los em sua
companhia, segundo o que acordar com o outro cônjuge, ou for fixado pelo juiz, bem como fiscalizar sua
manutenção e educação. (grifei).
Art. 19. É direito da criança e do adolescente ser criado e educado no seio de sua família e,
excepcionalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em
ambiente que garanta seu desenvolvimento integral. (grifei).
Diante disso, a primeira Requerente requer a regulamentaçã o das visitas do
Requerido ao segundo Requerente, a fim de evitar futuros dissabores, objeto que
pleiteia da seguinte forma:
1. Aos finais de semana de forma alternada, ou seja, um final de semana com a primeira Requerente e
outro com o Requerido, buscando o segundo Requerente às 18h00min às sextas-feiras e entregando-o
aos domingo às 18h00min;
2. Aos feriados, também de forma alternada, ou seja, um feriado com a primeira Requerente e outro
com o Requerido, buscando o segundo Requerente às 9h00min e entregando-o às 18h00min;
3. No dia dos pais, o menor deverá passar o dia com o Requerido, e este buscará o mesmo às 9h00min e
entregará às 18h00min;
4. No Natal e ano novo, também de forma alternada, ou seja, no primeiro ano, o natal será com a
primeira Requerente e o ano novo com o Requerido, e no ano seguinte, o natal será com o Requerido e
o ano novo com a primeira Requerente, cabendo ao Requerido buscar o menor às 9h00min em tais
datas e entregar um dia após as datas comemorativas, às 17h00min;
5. No período relativo às férias escolares, o segundo Requerente passará metade do período das férias
com a primeira Requerente e metade do período das férias com o Requerido.

IV.5 – Dos alimentos


É sabido que a cumulaçã o de dissoluçã o de uniã o está vel com alimentos em favor
do filho em comum se afigura perfeitamente possível. No caso em comento, a
obrigaçã o alimentar do Requerido decorre do fato dele ser pai do segundo
Requerente, conforme Certidã o de Nascimento anexa, e que atualmente se
encontra sob a guarda fá tica da primeira Requerente.
Com efeito, o dever de alimentar dos pais para com os filhos está expressamente
previsto no artigo 229 da Carta Magna, bem como nos artigos 1.694 e 1.696 do
Có digo Civil.
Neste diapasã o, uma vez reconhecida a obrigaçã o alimentar, faz-se necessá rio
determinar o quantum a ser pago, devendo-se observar o binô mio necessidade do
alimentado e a possibilidade do alimentando.
Pois bem, conforme qualificaçã o apresentada no preâ mbulo, o Requerido é
empresá rio e proprietá rio da Agropecuária xxx, inscrita no CNPJ sob o nº xxx,
localizada na Rodovia xxx, nº xxx, Bairro xxx, em xxx/xx, CEP xxx.
Salienta-se que a primeira Requerente tem conhecimento de que o Requerido
recebe, em média, R$ 3.000,00 (três mil reais) mensais. De outro lado temos o
alimentado, ora segundo Requerente, que atualmente tem 8 (oito) anos de idade,
demandando gastos como alimentaçã o, vestuá rio, educaçã o, saú de, lazer.
Confrontando este binômio e não havendo dúvida quanto à obrigação
alimentar do Requerido, aparenta ser plenamente razoável a fixação de
pensão alimentícia em favor do menor no patamar de 25% (vinte e cinco por
cento) dos atuais rendimentos do Requerido, inclusive sobre as férias,
décimo terceiro, etc.
Requer-se ainda que, em caso de desemprego ou ausência de renda do Requerido,
os alimentos devidos ao menor passem a ser correspondentes a 30% (trinta por
cento) do salá rio mínimo vigente e sendo por este corrigido.
No mais, informa-se que o valor dos alimentos deverá ser depositado até o dia 10
(dez) de cada mês, na conta corrente da primeira Requerente, a saber: Banco xxx,
agência xxx, conta poupança nº xxx, operação xxx, de titularidade de xxx.

IV.6 – Da tutela de urgência antecipada


De acordo com o atual Có digo de Processo Civil, em seu art. 300:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de
irreversibilidade dos efeitos da decisão. (grifei).

No presente caso, a intenção da primeira Requerente, no que concerne a uma


tutela de urgência antecipada, diz respeito à fixação da GUARDA
UNILATERAL do menor, além de, como já fora mencionado no tópico
anteriormente descrito, a FIXAÇÃO DE ALIMENTOS em desfavor do
Requerido, desde logo.
Vê-se, entã o, que os requisitos necessá rios para a concessã o da tutela de urgência
antecipada sã o presentes no caso em questã o. No que tange ao requisito da
probabilidade do direito, está visivelmente estampado nos autos, haja vista que
tal possibilidade existe junto à jurisprudência e artigos de Lei. Além disso, a
genitora (primeira Requerente) está exercendo a guarda de fato do menor,
prestando todo o auxílio necessá rio ao desenvolvimento deste.
Por sua vez, o perigo de dano consiste na situaçã o da POSSÍVEL DEMORA NA
PRESTAÇÃO JURISDICIONAL POSTULADA, situação, esta, que dificultaria o
exercício da guarda e a manutenção do menor pela genitora, tendo em vista
que, sozinha, não consegue arcar com todos os custos daquele, uma vez que,
em caso de concessã o da antecipaçã o dos efeitos da tutela, os direitos da criança
poderã o ser da melhor forma resguardados e amparados.
Com isso, pleiteia a primeira Requerente que, seja concedida a tutela de
urgência antecipada, para que seja deferida, desde logo, A GUARDA
PROVISÓRIA UNILATERAL do menor em seu favor, bem como para que sejam
FIXADOS ALIMENTOS EM DESFAVOR DO REQUERIDO, e em favor da criança,
no patamar de 25% (vinte e cinco por cento) dos atuais rendimentos do
Requerido, (inclusive sobre as férias, décimo terceiro, etc), devendo tal valor
ser depositado na conta da genitora do menor, qual seja: Banco xxx, agência
xxx, conta poupança nº xxx, operação xxx, de titularidade de xxx, até o dia 10
(dez) de cada mês.
Requerendo ainda que, em caso de desemprego ou ausência de renda do
Requerido, os alimentos devidos ao menor passem a ser correspondentes a
30% (trinta por cento) do salário mínimo vigente e sendo por este corrigido.
VI – DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, requer:
a) O recebimento e o processamento da presente demanda, com a autuaçã o e
registro dos autos;
b) O deferimento da tutela de urgência pleiteada, para que seja deferida,
desde logo, A GUARDA PROVISÓRIA UNILATERAL do segundo Requerente em
favor da primeira Requerente, bem como para que sejam FIXADOS
ALIMENTOS EM DESFAVOR DO REQUERIDO, e em favor da criança, no
patamar de 25% (vinte e cinco por cento) dos atuais rendimentos do
Requerido, (inclusive sobre as férias, décimo terceiro, etc.), o qual recebe, em
média, R$ 3.000,00 (três mil reais) mensais, devendo tal montante ser
depositado na conta da genitora do menor, qual seja: Banco xxx, agência xxx,
conta poupança nº xxx, operação xxx, de titularidade de xxx, até o dia 10
(dez) de cada mês;
c) Ao final, seja a presente açã o julgada TOTALMENTE PROCEDENTE para:
I. Reconhecer a existência de uniã o está vel entre a primeira Requerente e o
Requerido, bem como a dissoluçã o desta;
II. Partilhar as cotas sociais e os investimentos despendidos para constituiçã o da
empresa Agropecuária xxx, inscrita no CNPJ sob o nº xxx, localizada na
Rodovia xxx, nº xxx, Bairro xxx, em xxx/xx, CEP xxx, pois, pelo que a primeira
Requerente tem conhecimento, o carro que adquiriram durante a uniã o está vel,
qual seja, um veículo xxx, placa AMM xxx, renavam xxx, ano/modelo xxx/xxx,
cor xxx, o qual, conforme tabela FIPE, está avaliado em R$ xxx, foi ofertado
como parte do pagamento para a compra da loja, além de mais um valor em
espécie, o qual nã o sabe quantificar o valor exato;
III. Partilhar o montante recebido pela venda do veículo xxx, placa xxx, renavam
xxx, ano/modelo xxx/xxx, cor xxx, o qual, conforme tabela FIPE, está avaliado
em R$ xxx;
IV. Partilhar os bens que guarnecem a residência do casal;
V. Regulamentar e confirmar, em definitivo, a guarda unilateral do menor xxx, ora
segundo Requerente, permanecendo a morar com a primeira Requerente,
expedindo-se, para tanto, o competente mandado de guarda definitiva em
favor da primeira Requerente;
VI. Regulamentar o direito de visitas do Requerido, conforme mencionado no
item IV.4 desta petição;
VII. Fixar os alimentos em desfavor do Requerido e em favor da criança, ora
segundo Requerente, no patamar de 25% (vinte e cinco por cento) dos atuais
rendimentos do Requerido (inclusive sobre as férias, décimo terceiro, etc), o qual
recebe, em média, R$ 3.000,00 (três mil reais) mensais, devendo tal montante ser
depositado na conta da genitora do menor, qual seja: Banco xxx, agência xxx,
conta poupança nº xxx, operação xxx, de titularidade de xxx, até o dia 10
(dez) de cada mês. E, em caso de desemprego ou ausência de renda do Requerido,
que os alimentos devidos ao menor passem a ser correspondentes a 30% (trinta
por cento) do salá rio mínimo vigente e sendo por este corrigido.
VIII. Confirmar, em definitivo, a tutela de urgência antecipada pleiteada, nos
termos já expostos;
d) Caso o MM. Juiz entenda, ao final da instrução processual, pela aplicação
da guarda compartilhada no caso em tela, que então seja fixada a residência
da Requerente como a residência fixa do menor;
e) A intimaçã o do Requerido para comparecimento em audiência de conciliaçã o a
ser designada por este Juízo;
f) A citaçã o do Requerido, para, querendo, contestar a presente açã o no prazo
legal;
g) A produçã o de todos os meios de prova em direito admitidas, inclusive a oitiva
do menor, ora segundo Requerente, e depoimento pessoal do Requerido;
h) A condenaçã o do Requerido ao pagamento das custas processuais e dos
honorá rios advocatícios;
i) Seja deferido o benefício da Justiça Gratuita aos Requerentes;
j) A intimaçã o do Ministério Pú blico para acompanhar o feito;
Dá -se à causa o valor de R$ xxx.
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Local, data.
OAB/xxx

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