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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2023.0000063518

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação Cível nº


1023513-39.2021.8.26.0100, da Comarca de São Paulo, em que é apelante CASSI -
CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL, é
apelado MARCOS JOSÉ MANTOAN.

ACORDAM, em 7ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São


Paulo, proferir a seguinte decisão: "Deram provimento em parte ao recurso. V. U.
Declara voto convergente o 3º juiz.", de conformidade com o voto do Relator, que
integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PASTORELO


KFOURI (Presidente) E MIGUEL BRANDI.

São Paulo, 1º de fevereiro de 2023.

LUIZ ANTONIO COSTA


RELATOR
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Voto nº 22/50500
Apelação Cível nº 1023513-39.2021.8.26.0100
Comarca: São Paulo
Juiz de 1º Instância: Caramuru Afonso Francisco
Apelante: Cassi - Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do
Brasil
Apelado: Marcos José Mantoan

Apelação - Plano de saúde – Ação de Obrigação de Fazer


cumulada com Indenização por Danos Materiais e Morais –
Sentença de procedência – Intempestividade não verificada –
Preliminar afastada – Autor diagnosticado com
Hipercoloesterolemia – Necessidade de fornecimento do
medicamento (Repatha) pelo plano de saúde – Medicamento
indicado pelo médico que acompanha o paciente – A operadora
pode estabelecer quais doenças são cobertas pela avença, mas
não o tipo de tratamento indicado para combater a enfermidade
– Incidência da Súmula nº 102 da Seção de Direito Privado I
deste Tribunal – Jurisprudência deste Tribunal – A decisão da
2ª Seção do STJ no EREsp nº 1.886.929 não foi unânime, não
possui caráter vinculante e envolve direitos protegidos
constitucionalmente – Danos morais configurados –
Necessidade de redução do “quantum” fixado, em atenção aos
princípios da razoabilidade/proporcionalidade – Redução da
indenização para o importe de R$ 15.000,00 – Recurso
parcialmente provido.

Recurso de Apelação interposto contra r. sentença que julgou


procedente Ação de Obrigação de Fazer cumulada com Indenização por
Danos Materiais e Morais.

Opostos Embargos de Declaração (fls. 159/162), que foram


rejeitados (fls. 163).

Recorre a Ré, aduzindo, em síntese, a inaplicabilidade do


CDC, nos termos da Súmula n.º 608 do STJ. Sustenta que a operadora de
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plano de saúde está adstrita à cobertura dos procedimentos legalmente


exigidos e/ou contratualmente previstos, dentre os quais não se encontra o
custeio do medicamento pleiteado (“Repatha”). Diz que o tratamento
buscado não é passível de cobertura, por esta fora do rol da ANS. Alega
que não cometeu qualquer conduta ensejadora de condenação em
indenização por danos morais. Assevera que o mero dissabor ou
aborrecimento cotidiano não dá ensejo à configuração do dano
extrapatrimonial. Subsidiariamente, requer a minoração do “quantum”
indenizatório.

Contrarrazões às fls. 195/205.

É o relatório.

A preliminar de intempestividade não comporta acolhimento.

No caso dos autos, foram opostos embargos de declaração


contra a r.sentença (fls. 159/162), com a consequente interrupção do prazo
para interposição do recurso, nos termos do art. 1.026, parte final do CPC:
“Os embargos de declaração não possuem efeito suspensivo e
interrompem o prazo para a interposição de recurso” destaquei.

A decisão dos Embargos de Declaração foi disponibilizada


no DJE, em 12/05/2022 (quinta-feira fls. 165), sendo publicada em
13/05/2022 (sexta-feira), com início da fluência do prazo recursal em
16/05/2022 (segunda-feira) e término em 03/06/2022 (sexta-feira) data
do protocolo da Apelação.
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Dessa forma, não há que se cogitar em intempestividade.

Passo à análise do mérito.

Na ação, o Autor foi diagnosticado com hipercoloesterolemia,


tendo sido-lhe prescrito o medicamento Repatha (fls. 16), o que foi
recusado pela operadora sob o argumento de que o procedimento não
estava inserido no rol da ANS.

Entendo que, não obstante, o teor da Súmula n.º 608 do c. STJ


(“Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de
saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão”- destaquei),
não se afasta o direito do Apelado, beneficiário do plano de saúde.

É sabido que a operadora do plano de saúde pode, na avença


celebrada, estabelecer quais enfermidades são cobertas pelo seguro, mas
não o tipo de tratamento, intervenção, exame e afins (médicos, cirúrgicos,
hospitalares, domiciliares etc) indicados para combater a doença.

Em outras palavras, não pode o paciente, por conta de cláusula


contratual limitativa, ser privado de submeter-se ao método terapêutico
mais moderno disponível à época do surgimento, instalação e evolução da
moléstia.

Há muito está consolidado nesta Corte o entendimento de que


as operadoras de contratos do tipo Plano de Saúde, ou Seguro de Saúde,
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não têm o direito de questionar as prescrições médicas.

Com efeito, a Agência Nacional de Saúde estabelece o rol de


procedimentos e eventos da saúde, em atendimento à Lei 9656/98,
trazendo a cobertura mínima obrigatória a ser garantida pelos planos e
incluindo os procedimentos considerados indispensáveis ao diagnóstico e
tratamento das doenças que compõem a Classificação Internacional de
Doenças da Organização Mundial da Saúde.

A Agência Nacional de Saúde tem, dentre outras funções, a


de regulamentar os procedimentos obrigatórios que devem ser cobertos
pelos planos de saúde; todavia, seu poder de regulamentar não é ilimitado,
mas complementar à lei dos planos de saúde. Deve publicar, portanto, o rol
mínimo de coberturas, não tendo poder para restringir ou limitar a
responsabilidade das operadoras, que advém da lei e dos contratos
celebrados com os consumidores.

Tal questão já foi, inclusive, sumulada por este Tribunal:


“Havendo expressa indicação médica, é abusiva a negativa de cobertura
de custeio de tratamento sob o argumento da sua natureza experimental ou
por não estar previsto no rol de procedimentos da ANS” (Súmula 102
deste E. Tribunal).

Ademais, em se tratando de medicamento associado ao


tratamento prescrito, indicado pelo médico não se admite a recusa por parte
da operadora.
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No caso dos autos, a exclusão da cobertura ao medicamento


indicado frustra a finalidade do contrato que reside no eficaz tratamento e
cura da moléstia, ou seja, o fornecimento do medicamento está
implicitamente contido no tratamento e não pode ser dele dissociado,
principalmente ante a prescrição médica.

Nesse sentido é o entendimento deste Tribunal em caso


análogo:

“APELAÇÃO. PLANO DE SAÚDE. OBRIGAÇÃO DE


FAZER. Sentença que determinou o fornecimento de fármaco
para tratamento de hipercolesterolemia familiar
heterozigótica, conforme indicação de médico especialista.
Insurgência. Negativa de cobertura sob o argumento de que
não incluído no plano-referência obrigatório e rol da ANS.
Abusividade. Súmula/TJSP 102. Aplicação do CDC. Súmulas
100/TJSP e 608/STJ. Extrema desvantagem ao consumidor.
Recusa que fere o objeto do contrato. Medicamento registrado
na Anvisa. REsp 1712163/SP. Precedentes desta C. 3ª
Câmara. Recurso não provido.”
(TJSP; Apelação Cível 1042506-60.2021.8.26.0576; Relator
(a): Schmitt Corrêa; Órgão Julgador: 3ª Câmara de Direito
Privado; Foro de São José do Rio Preto - 8ª Vara Cível; Data
do Julgamento: 30/03/2022; Data de Registro: 30/03/2022).
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“Plano de saúde. Serviços médicos e hospitalares. Autora


diagnosticada com hipercolesterolemia família heterozigótica.
Prescrição de tratamento mediante mistragem do fármaco
Repatha®/Evolocumabe. Recusa da operadora de saúde.
Descabimento. Negativa de cobertura que restringe obrigação
inerente à natureza do contrato (art. 51, IV, e §1º, II, do
CDC). Irrelevância de o procedimento não constar no rol de
cobertura obrigatória da ANS. Rol meramente
exemplificativo. Bula, registrada na ANVISA, com tratamento
indicado especificamente para a moléstia que acomete a
segurada. Conduta que implica na concreta inutilidade do
negócio protetivo (Súmula 95 e 102 desta C. Corte de
Justiça). Quebra do dever de lealdade. Interpretação que fere
a boa-fé objetiva e contrapõe-se à função social do contrato
(arts. 421 e 422 do Cód. Civil). Cobertura devida. Sentença
mantida. Recusa à cobertura de tratamento médico. Negativa
que amplifica a aflição psíquica e causa situação de
impotência, ferindo o princípio fundamental da dignidade da
pessoa humana (art. 1º, III, CF), vértice básico do dano
moral. Indenização devida. Quantum indenizatório (R$
10.000,00). Quantia adequada aos parâmetros
jurisprudenciais. Valor que se mostra proporcional e
compatível com a extensão do dano (art. 944 do Cód. Civil).
Sentença mantida. Recurso desprovido.” (TJSP; Apelação
Cível 1029233-27.2019.8.26.0562; Relator (a): Rômolo
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Russo; Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado; Foro de


Santos - 3ª Vara Cível; Data do Julgamento: 03/10/2020; Data
de Registro: 03/10/2020).

Anote-se que a decisão da 2ª Seção do STJ no EREsp nº


1.886.929 não foi unânime, não possui caráter vinculante e envolve
direitos protegidos constitucionalmente.

Neste sentido:

“Agravo de instrumento. Plano de saúde. Tutela de urgência


deferida. Fornecimento de medicamento para tratamento de
quadro crônico de perda de visão. Insurgência da requerida.
Requisitos do art. 300, CPC bem demonstrados. Urgência
evidente. Medicamento necessário para cura de grave
moléstia. Rol da ANS não é taxativo. Inteligência da Súmula
102 desta Corte. Não cabe ao plano de saúde discutir o
tratamento recomendado; essa função é do médico assistente.
Enquanto não julgada a controvérsia entre as partes, há um
bem maior a ser preservado, que é a vida e a saúde do
agravante. Possibilidade de o plano de saúde reaver valores
pagos, no caso de improcedência da demanda. Neste momento
processual, não há aplicabilidade do EREsp 1.886.929, vez
que ainda não disponibilizado o Acórdão. Decisão não
unânime, sem caráter vinculante, envolvendo direitos
protegidos constitucionalmente. Decisão mantida. Agravo
não provido. (Agravo de Instrumento
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2077604-37.2022.8.26.0000; Relator (a): Edson Luiz de


Queiróz; Órgão Julgador: 9ª Câmara de Direito Privado; Foro
de Guarujá - 4ª Vara Cível; Data do Julgamento: 24/06/2022;
Data de Registro: 24/06/2022) destaquei.

Assim, caracterizada a obrigação de fornecer o medicamento,


não se podendo alegar que a recusa foi legítima, resta configurado o dano
moral.

A jurisprudência tem reconhecido dano moral em casos de


recusa de cobertura pela operadora do plano de saúde, por entender que a
negativa agrava a situação de aflição psicológica e angústia no espírito do
beneficiário:

“1. A jurisprudência do STJ é no sentido de que a recusa


indevida/injustificada, pela operadora de plano de saúde, em
autorizar a cobertura financeira de tratamento médico, a que
esteja legal ou contratualmente obrigada, pode ensejar
reparação a título de dano moral, por agravar a situação de
aflição psicológica e de angústia no espírito do beneficiário”
(AgInt no AREsp 1219177/DF, Rel. Min. Marco Buzzi, j. em
19.06.2018 pela 4ª T.).

Configurado o dano moral, passo ao exame de sua


quantificação.
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Na espécie, considerando a jurisprudência em casos


semelhantes a este, as particularidades da lide, as peculiaridades do caso
concreto, os princípios da proporcionalidade-razoabilidade e da
moderação, reputo adequado arbitrar a compensação em R$ 15.000,00,
com juros moratórios de 12% ao ano contados da citação, e correção
monetária deste julgamento.

Colaciono julgados desta Corte com condenação em valor


análogo a este processo em decorrência da recusa de fornecimento de
medicamento:

“Ação de obrigação de fazer c.c indenização por danos morais.


Plano de saúde. Negativa de cobertura ao custeio dos
medicamentos temozolamida 75mg/m2 concomitante a
radioterapia + bevacizumabi 7,5mg/kg por 8 ciclos +
temozolamida 200mg/m2 d1-5 de manutenção glima
recidivado. Autor que é portador de Neoplastia Maligna.
Recusa injustificada. Cláusula de exclusão genérica de caráter
abusivo. Aplicação do Código de Defesa do Consumidor e das
Súmulas 95 e 102 deste Tribunal de Justiça. Dano moral
caracterizado. Sentença reformada, para fixar o dano moral
em R$ 15.000,00. Sucumbência de responsabilidade da Ré, que
arcará com o pagamento das custas, despesas processuais e
verba honorária arbitrada em 15% sobre o valor da
condenação. Recurso parcialmente provido”. (TJSP;
Apelação Cível 1008462-67.2018.8.26.0625; Relator (a): João
Pazine Neto; Órgão Julgador: 3ª Câmara de Direito Privado;
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Foro de Taubaté - 1ª Vara Cível; Data do Julgamento:


10/09/2019; Data de Registro: 10/09/2019).

“Plano de saúde. Paciente vítima de ceratocoma, a quem


indicada cirurgia de implante de anel intraestromal em ambos
os olhos. Recusa à cobertura, ao argumento de que o
procedimento não consta de lista própria da Agência Nacional
de Saúde. Abusividade reconhecida. Orientação sumulada
neste Tribunal. Danos morais configurados. Quantum que
comporta majoração para R$ 15.000,00. Sucumbência que,
porém, não se altera. Sentença parcialmente reformada.
Recurso da ré desprovido e recurso do autor parcialmente
provido”. (TJSP; Apelação Cível 1004096-56.2019.8.26.0008;
Relator (a): Claudio Godoy; Órgão Julgador: 1ª Câmara de
Direito Privado; Foro Regional VIII - Tatuapé - 3ª Vara Cível;
Data do Julgamento: 10/09/2019; Data de Registro:
11/09/2019).

Destarte, reformo parcialmente a sentença apenas para reduzir o


valor da indenização por danos morais para o importe de R$ 15.000,00
(quinze mil reais), mantendo-se no mais os termos do “decisum”.

Isto posto, pelo meu voto, dou parcial provimento ao recurso.

Luiz Antonio Costa


Relator
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Voto nº: 1550


Agravo de Instrumento nº: 1023513-39.2021.8.26.0100
Declarante: Pastorelo Kfouri
Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado
Comarca: São Paulo/18ª Vara Cível do Foro Central Cível
Juiz(a): Caramuru Afonso Francisco
Apelante: Cassi - Caixa de Assistência dos Funcionários do
Banco do Brasil
Apelado: Marcos José Mantoan

DECLARAÇÃO DE VOTO CONVERGENTE

Pelo voto do E. Relator, o recurso da requerida está sendo


provido em parte, tão somente para diminuição do valor da indenização
por danos morais.

Este declarante concorda com a solução adotada e traça


algumas considerações a respeito da cobertura do fornecimento de
medicamentos.

Conforme defendido em casos análogos, a cobertura de


medicamentos pelo plano de saúde deve ocorrer em casos excepcionais,
não cabendo dar o mesmo sentido aos termos “tratamento”, “terapia” e
“medicamento”, sendo que a cobertura destes últimos é excepcional.

Em primeiro lugar menciono a hipótese dos medicamentos


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antineoplásicos, cuja obrigatoriedade de custeio decorre dos artigos 10, §


6º, e 12, I, c, e II, g, da Lei nº 9.656/98.

É também a redação da súmula 95 desta Egrégia Corte:

Súmula 95, TJSP: Havendo expressa indicação médica,


não prevalece a negativa de cobertura do custeio ou
fornecimento de medicamentos associados a tratamento
quimioterápico.

Em se tratando de doença de especial gravidade, a


jurisprudência do E. Superior Tribunal de Justiça vem reiterando o
entendimento de que é abusiva a recusa da operadora do plano de
saúde de custear a cobertura do medicamento registrado na ANVISA e
prescrito pelo médico do paciente, ainda que se trate de fármaco off-
label, ou utilizado em caráter experimental, não fazendo ressalvas a
respeito do medicamento ser ministrado em domicílio ou ambiente
ambulatorial/hospitalar. Vejamos alguns recentes julgados:

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. PLANO


DE SAÚDE. RECUSA DE COBERTURA DE
MEDICAMENTO. PACIENTE EM TRATAMENTO DE
CÂNCER. MEDICAMENTO OFF LABEL. RECUSA
ABUSIVA. PRECEDENTES DO STJ. INCIDÊNCIA DA
SÚMULA 83/STJ. AGRAVO DESPROVIDO.

1. Por ocasião do julgamento do REsp 1.733.013/PR, "fez-


se expressa ressalva de que a natureza taxativa ou
exemplificativa do aludido rol seria desimportante à
análise do dever de cobertura de medicamentos para o
tratamento de câncer, em relação aos quais há apenas
uma diretriz na resolução da ANS" (AgInt no REsp
1.949.270/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA
TURMA, julgado em 21/02/2022, DJe de 24/02/2022).

2. No caso, trata-se de fornecimento de medicamento


para tratamento de câncer, hipótese em que a
jurisprudência é assente no sentido de que o
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fornecimento é obrigatório. Nesse sentido: AgInt no REsp


1.911.407/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em
18/05/2021, DJe de 24/05/2021; AgInt no AREsp
1.002.710/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA
TURMA, julgado em 04/05/2020, DJe de 07/05/2020;
AgInt no AREsp 1.584.526/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 10/03/2020,
DJe de 17/03/2020.

3. Ademais, "Afigura-se abusiva a exclusão do custeio do


tratamento consistente no uso off label de medicamento,
o qual era imprescindível à conservação da vida e saúde
do beneficiário" (AgInt no REsp 1.680.415/CE, Rel.
Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
31/8/2020, DJe de 11/9/2020).

4. Estando a decisão de acordo com a jurisprudência


desta Corte, o recurso encontra óbice na Súmula 83/STJ.

5. Agravo interno a que se nega provimento.

(AgInt no REsp n. 1.998.637/SP, relator Ministro Raul


Araújo, Quarta Turma, julgado em 29/8/2022, DJe de
8/9/2022.)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO


EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE
FAZER C/C COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS E
REPARAÇÃO POR DANOS MATERIAIS. PLANO DE
SAÚDE. FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO
ANTINEOPLÁSICO.MEDICAMENTO REGISTRADO NA
ANVISA. TRATAMENTO DE CÂNCER. RECUSA DE
COBERTURA INDEVIDA.

1. Ação de obrigação de fazer visando fornecimento do


medicamento antineoplásico IBRANCE .

2. Segundo a jurisprudência do STJ, "é abusiva a recusa


da operadora do plano de saúde de custear a cobertura
do medicamento registrado na ANVISA e prescrito pelo
médico do paciente, ainda que se trate de fármaco off-
label, ou utilizado em caráter experimental" (AgInt no
AREsp 1.653.706/SP, Terceira Turma, julgado em
19/10/2020, DJe 26/10/2020; AgInt no AREsp
1.677.613/SP, Terceira Turma, julgado em 28/09/2020,
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DJe 07/10/2020; AgInt no REsp 1.680.415/CE, Quarta


Turma, julgado em 31/08/2020, DJe 11/09/2020; AgInt no
AREsp 1.536.948/SP, Quarta Turma, julgado em
25/05/2020, DJe 28/05/2020), especialmente na hipótese
em que se mostra imprescindível à conservação da vida e
saúde do beneficiário.

3. Considera-se abusiva a negativa de cobertura de


antineoplásicos orais. Precedentes.

4. Agravo interno não provido.

(AgInt no AREsp n. 2.092.427/SC, relatora Ministra Nancy


Andrighi, Terceira Turma, julgado em 15/8/2022, DJe de
17/8/2022.)

A jurisprudência desta Colenda Câmara é uníssona ao


chancelar o mesmo entendimento:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. PLANO DE SAÚDE.


AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER. PACIENTE
ACOMETIDO DE FIBROSE PULMONAR. PRETENSÃO
DE COBERTURA PARA FORNECIMENTO DE
MEDICAMENTO OFEV (NINTEDANIBE). LIMINAR
INDEFERIDA. REFORMA. NEGATIVA DE
FORNECIMENTO PELA OPERADORA DE PLANO DE
SAÚDE QUE CONTRARIA O DISPOSTO NOS ARTS. 10
E 12 DA LEI 9.696/98 E SÚMULA 102 DO TJSP.
PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. 1. Tratando-se
de medicamento antineoplásico, a cobertura para seu
fornecimento pelos planos de saúde e seguros-saúde é
obrigatória, mesmo em caso de uso domiciliar, nos
termos da Lei 9.656/98. 2. Além da fumaça do bom direito
extraída da expressa previsão legal, a doença grave que
acomete o doente aponta para a urgência do
fornecimento reclamado. 3. Recurso provido. (TJSP;
Agravo de Instrumento 2235085-63.2022.8.26.0000;
Relator (a): Ademir Modesto de Souza; Órgão Julgador:
7ª Câmara de Direito Privado; Foro Regional II - Santo
Amaro - 9ª Vara Cível; Data do Julgamento: 05/10/2022;
Data de Registro: 05/10/2022)

OBRIGAÇÃO DE FAZER COMBINADA COM


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INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS Plano de


assistência à saúde Autor diagnosticado com glioma de
alto grau GAG, sendo prescrito tratamento
quimioterápico com os medicamentos Temozolomida
(Temodal) e Bezacuzimabe (Avastin), negado pela
operadora Ação que foi julgada procedente
Insurgência da autora Alegação de que os
medicamentos indicados para o tratamento do autor não
estariam previstos no rol da ANS, além de serem
experimentais e "off label" Descabimento Exclusão
que contraria a função social do contrato, retirando do
paciente a possibilidade de recuperação Tratamento
indicado pelo médico que não pode ser limitado pela
operadora, mas tão somente as enfermidades
Aplicação das Súmulas 95, 96 e 102, desta Corte
Ratificação dos fundamentos da sentença RECURSO
DESPROVIDO. (TJSP; Apelação Cível
1010248-83.2020.8.26.0009; Relator (a): Miguel Brandi;
Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado; Foro
Central Cível - 33ª Vara Cível; Data do Julgamento:
15/12/2021; Data de Registro: 17/12/2021)1

Além dos medicamentos antineoplásicos, em relação aos


quais pouco importa a eventual possibilidade de aplicação domiciliar, há
exceção também quanto àqueles de administração exclusiva por
profissional da saúde, em ambiente ambulatorial ou hospitalar, ou em
extensão à internação hospitalar, quando em regime de home care.

Aqui, a hipótese abrange os medicamentos cujas respectivas


bulas indiquem a necessidade de aplicação por profissional da saúde
habilitado.
1
No mesmo sentido, encontramos precedentes de outras relatorias no âmbito desta C. 7ª
Câmara de Direito Privado: (I) TJSP; Apelação Cível 1007036-93.2021.8.26.0405; Relator (a):
José Rubens Queiroz Gomes; Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado; Foro de Osasco -
2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 15/09/2022; Data de Registro: 15/09/2022; (II) TJSP;
Apelação Cível 1000873-12.2021.8.26.0498; Relator (a): Luiz Antonio Costa; Órgão Julgador:
7ª Câmara de Direito Privado; Foro de Ribeirão Bonito - Vara Única; Data do Julgamento:
26/07/2022; Data de Registro: 26/07/2022; (III) TJSP; Agravo de Instrumento
2199442-44.2022.8.26.0000; Relator (a): Pastorelo Kfouri; Órgão Julgador: 7ª Câmara de
Direito Privado; Foro Central Cível - 20ª Vara Cível; Data do Julgamento: 12/09/2022; Data de
Registro: 12/09/2022; (IV) TJSP; Agravo de Instrumento 2242266-28.2016.8.26.0000; Relator
(a): Rômolo Russo; Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 6ª Vara
Cível; Data do Julgamento: 11/05/2017; Data de Registro: 11/05/2017.
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Também é neste sentido a jurisprudência do E. Superior


Tribunal de Justiça, senão vejamos:

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO


RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE
FAZER. PLANO DE SAÚDE. DIABETES.
EQUIPAMENTO DE MONITORAMENTO DE GLICOSE.
ROL DE PROCEDIMENTOS E EVENTOS EM SAÚDE
DA ANS. EXCEÇÃO. TRATAMENTO DOMICILIAR.
EQUIPAMENTO NÃO LIGADO A ATO CIRÚRGICO.
RECUSA DE COBERTURA DEVIDA.

1. Segundo a jurisprudência desta Corte, é lícita a


exclusão, na Saúde Suplementar, do fornecimento de
medicamentos para tratamento domiciliar, isto é, aqueles
prescritos pelo médico assistente para administração em
ambiente externo ao de unidade de saúde, salvo os
antineoplásicos orais (e correlacionados), a medicação
assistida (home care) e os incluídos no Rol da ANS para
esse fim.

2. Hipótese em que são pleiteados equipamentos para


monitoramento de glicose, os quais são caracterizados
como tratamento domiciliar, porquanto podem ser
adquiridos diretamente pelo paciente em farmácias de
acesso público, para ser autoadministrado por ele em seu
ambiente domiciliar, sem a necessidade de intervenção
médica, razão pela qual é devida a recusa de cobertura.

3. Agravo interno desprovido.

(AgInt no AgInt nos EDcl no REsp n. 1.964.771/RS,


relatora Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado
em 5/9/2022, DJe de 8/9/2022.)

A jurisprudência desta C. 7ª Câmara de Direito Privado


chancela o entendimento em recentes precedentes:

APELAÇÃO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER.


PLANO DE SAÚDE. PRESCRIÇÃO DO MEDICAMENTO
"SAIZEN 20MG" PARA TRATAMENTO DE DEFICIÊNCIA
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DE CRESCIMENTO. SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA.


MEDICAMENTO DE USO DOMICILIAR QUE NÃO TEM
COBERTURA DETERMINADA EM LEI. EXPRESSA
EXCLUSÃO CONTRATUAL DE COBERTURA.
COBERTURA PELOS PLANOS DE SAÚDE RESTRITA
AO CUSTEIO DE MEDICAMENTOS NEOPLÁSICOS E,
POR ANALOGIA, OS MEDICAMENTOS QUE EXISTEM
APLICAÇÃO HOSPITALAR OU AMBULATORIAL OU
COM ASSISTÊNCIA MÉDICA. 1.- A Lei nº. 9.656/98, em
seu art. 10, VI, veda a cobertura para os medicamentos
de uso domiciliar, exceção feita aos medicamentos
neoplásicos, que eram aplicados em ambiente hospitalar,
mas que o avanço da medicina permitiu sua aplicação
domiciliar. 2. Afora os medicamentos neoplásicos, admite-
se a cobertura pelos planos de saúde e seguros-saúde
dos medicamentos que, à semelhança dos medicamentos
neoplásicos, devem ser aplicados em ambiente hospitalar
ou ambulatorial ou ainda mediante assistência médica,
para os quais admite-se a interpretação analógica do art.
10, VI, parte final, da Lei nº. 9.656/98. 3. Impor às
operadoras de planos de saúde e seguro-saúde o
custeio, sem distinção, de qualquer medicamento, por
força da Súmula 102 do TJSP, implica a admissão de
cobertura para custeio até mesmo de Dipirona, o que, à
evidência, conspira contra o princípio do equilíbrio
econômico/financeiro do contrato. 4. Recurso provido.
(TJSP; Apelação Cível 1004522-05.2021.8.26.0071;
Relator (a): Ademir Modesto de Souza; Órgão Julgador:
7ª Câmara de Direito Privado; Foro de Bauru - 2ª Vara
Cível; Data do Julgamento: 03/10/2022; Data de Registro:
03/10/2022)

APELAÇÃO CÍVEL. Plano de saúde. Ação de obrigação


de fazer. Paciente portador de paralisia cerebral e
epilepsia. Necessidade de tratamento e medicação.
Sentença de procedência. Afastamento das preliminares.
O provimento pretendido é útil e necessário à efetivação
do alegado direito do autor, não havendo falar-se, pois,
em ausência de interesse processual. Não há julgamento
extra petita. Não se trata de questão totalmente estranha
ao pedido e aos seus fundamentos, uma vez que o
objetivo do processo é obtenção do tratamento médico.
Não verificada ilegitimidade ativa. A pertinência subjetiva
para o ressarcimento de pagamento de tratamento
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compete à representante do menor, e não a este.


Insurgência da requerida. Acolhimento parcial. Cobertura
devida. Não comprovação de existência de rede
credenciada de clínicas ou profissionais com a habilitação
apropriada para o tratamento multidisciplinar adequado à
condição de saúde apresentada pelo autor. Necessidade
de reembolso integral do tratamento realizado em rede
particular pela operadora de plano de saúde.
Medicamento de uso domiciliar. Inexistência de obrigação
da operadora de saúde em custear medicamento de uso
domiciliar e não relacionado a tratamento neoplásico.
Artigo 10, VI, da Lei nº 9.656/98. Insurgência do autor e
da requerida. Condenação a honorários de sucumbência
sobre o valor da condenação. Descabimento. Valor
ilíquido e não mensurável. Sentença reformada em parte.
Recurso da requerida provido em parte e do autor
improvido. (TJSP; Apelação Cível
1017934-07.2021.8.26.0005; Relator (a): Pastorelo Kfouri;
Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado; Foro
Regional V - São Miguel Paulista - 4ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 06/10/2022; Data de Registro: 06/10/2022)

Apelação Plano de Saúde - Ação de Obrigação de


Fazer c.c. Reparação por Danos Materiais Autora idosa
(91 anos de idade) portadora de síndrome demencial
Prescrição de tratamento domiciliar 'home care' pelo
médico assistente - Aplicabilidade das normas do Código
de Defesa do Consumidor Tratamento necessário à
preservação da saúde da Autora Incidência da Súmula
nº 90 deste e. Tribunal Abusividade na recusa Plano
de saúde não pode negar a cobertura ao tratamento,
medicamentos e insumos 'Home care' que, no caso, é
mera extensão da internação hospitalar - Precedentes
desta c. Câmara - Prova pericial realizada que concluiu
pela necessidade do 'home care' em período integral em
razão do grave estado de saúde da beneficiária Recusa
indevida comprovada nos autos Dever de indenizar da
operadora do plano de saúde pelos gastos particulares
durante o período de recusa Sentença mantida -
Recurso improvido (TJSP; Apelação Cível
1028883-79.2020.8.26.0602; Relator (a): Luiz Antonio
Costa; Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado;
Foro de Sorocaba - 4ª Vara Cível; Data do Julgamento:
04/05/2022; Data de Registro: 05/05/2022)
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Temos ainda a hipótese dos medicamentos a base de


canabidiol.

No entender desta relatoria também não é possível tratar a


medicação como simples remédio de uso em ambiente doméstico.

Isto porque sua importação está sujeita a cadastramento do


paciente na ANVISA, nos termos da Resolução RDC nº 335, de 24 de
janeiro de 2020, de forma que, em que pese à possibilidade de
administrar o medicamento fora do ambiente ambulatorial ou hospitalar, o
paciente não conseguiria adquirir o remédio em farmácias, por exemplo,
decorrendo daí a abusividade da recusa de cobertura (Súmula 102,
TJSP).

Aponto que o medicamento tratado nos autos se enquadra


na segunda hipótese por mim mencionada (aplicação por profissional).

As canetas subcutâneas, em princípio, são de aplicação


domiciliar e a própria bula do medicamento traz esta possibilidade, porém
a condiciona ao prévio treinamento do paciente. Lê-se a fls. 08 da
respectiva bula2: “REPATHA destina-se à autoadministração após
treinamento apropriado. A administração de REPATHA deve ser também
realizada por um indivíduo que tenha sido treinado para administrar o
produto.”

Desta forma, no sentir desta relatoria, não pode o


medicamento receber o mesmo tratamento daqueles de uso domiciliar.

Finalmente, é necessário ressaltar que a requerida justificou

2
https://www.novamedicamentos.com.br/media/catalog/product//r/e/repatha.pdf .
Acesso em 30 jan. 2023.
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a negativa tão somente por conta da taxatividade do rol da ANS e da não


aplicação do Código de Defesa do Consumidor em se tratando de
contratos de plano de saúde administrados por entidades de autogestão.
Nada falou sobre as disposições dos artigos 10 e 12 da Lei nº 9.656/98 e
os demais fundamentos aqui mencionados, razão pela qual não há como
prover o recurso em relação a este tópico.

Com esses fundamentos, declaro voto convergente ao do E.


Desembargador relator, dando parcial provimento ao recurso da
requerida, tão somente para diminuição do valor da indenização por
danos morais.

PASTORELO KFOURI
Desembargador
PODER JUDICIÁRIO
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Este documento é cópia do original que recebeu as seguintes assinaturas digitais:

Pg. inicial Pg. final Categoria Nome do assinante Confirmação


1 11 Acórdãos LUIZ ANTONIO SILVA COSTA 1DF39342
Eletrônicos
12 21 Declarações de FERNANDO PASTORELO KFOURI 1DFC0709
Votos

Para conferir o original acesse o site:


https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informando o processo
1023513-39.2021.8.26.0100 e o código de confirmação da tabela acima.

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