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PROCESSO CIVIL
ESPECIAL
FORNECIMENTO DE MEDICAMENTO
1) O Ministério Público é parte legítima para pleitear tratamento médico ou entrega de medicamentos
nas demandas de saúde propostas contra os entes federativos, mesmo quando se tratar de feitos
contendo beneficiários individualizados, porque se refere a direitos individuais indisponíveis, na forma
do art. 1º da Lei n. 8.625/1993. (Recurso Repetitivo – Tema 766)
2) É possível submeter ao rito dos Juizados Especiais Federais as causas que envolvem fornecimento de
medicamentos/tratamento médico, cujo valor seja de até 60 salários mínimos, ajuizadas pelo Ministério
Público ou pela Defensoria Pública em favor de pessoa determinada.
Mas e a vedação prevista no art. 3º, § 1º, I, da Lei nº 10.259/2001?
Art. 3º (…). § 1º Não se incluem na competência do Juizado Especial Cível as causas: I - referidas no art.
109, incisos II, III e XI, da Constituição Federal, as ações de mandado de segurança, de desapropriação, de
divisão e demarcação, populares, execuções fiscais e por improbidade administrativa e as demandas sobre
direitos ou interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos;
O STJ entende que a exceção à competência dos Juizados Especiais Federais prevista no art. 3º, § 1º, I, da
Lei nº 10.259/2001 não se aplica se o Ministério Público ou a Defensoria Pública ajuízam ação civil pública
em favor de pessoa determinada porque nesse caso estão atuando na condição de substituto processual.
3) É cabível a atribuição de efeitos erga omnes à decisão de procedência proferida em ACP relativa ao
fornecimento de medicamentos, incumbindo a cada titular do direito o ônus de comprovar o seu
enquadramento na hipótese prevista pela sentença.
Exemplo: o MP ajuizou ACP para obrigar o Poder Público a fornecer os medicamentos Janumet 50/850mg
a todos os pacientes portadores de Diabetes Mellitus Tipo 2, que comprovem a adequação do referido
medicamento à sua situação, por meio de receituário médico.
4) O chamamento ao processo da União com base no art. 130, III, do CPC (devedores solidários), nas
demandas propostas contra os demais entes federativos responsáveis para o fornecimento de
medicamentos ou prestação de serviços de saúde, não é impositivo, mostrando-se inadequado opor
obstáculo inútil à garantia fundamental do cidadão à saúde. (Recurso Repetitivo - Tema 686).
Argumentos principais: 1) este art. 130, III, é típico de obrigações solidárias de pagar quantia, o que não é o
caso, uma vez que as ações para fornecimento de medicamento são para entrega de coisa certa; 2) o
chamamento revela-se medida protelatória, que não traz nenhuma utilidade ao processo.
5) A responsabilidade dos entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), nas ações
que buscam o fornecimento de medicamentos, é solidária (art. 23, II, CF), podendo figurar no polo
passivo qualquer um deles em conjunto ou isoladamente.
OBS. 1: Magistrado pode direcionar o cumprimento e determinar o ressarcimento
Os entes da Federação, em decorrência da competência comum, são solidariamente responsáveis nas
demandas prestacionais na área da saúde e, diante dos critérios constitucionais de descentralização e
hierarquização, compete à autoridade judicial direcionar o cumprimento conforme as regras de repartição
de competências e determinar o ressarcimento a quem suportou o ônus financeiro.
STF. Plenário. RE 855178 ED/SE, Min. Edson Fachin, julgado em 23/5/2019 (Info 941).
OBS. 3: E se o medicamento tiver registro na ANVISA mas não tiver nos protocolos do SUS?
STJ: É prescindível a inclusão da União no polo passivo (2ª Turma. RMS 68602-GO, 26/04/2022 – Info 734).
STF: É obrigatória a inclusão da União e remessa à JF (1ª Turma. RE 1286407, 26/4/2022 – Info 1052).
O STF tem decidido que a UNIÃO deve compor o polo passivo OBRIGATORIAMENTE nos seguintes casos:
a) Medicamento não incorporado no SUS.
b) Medicamento incorporado no SUS com distribuição/financiamento sob a responsabilidade exclusiva da
UNIÃO (ex: altos custos dos medicamentos ou tratamentos oncológicos).
c) Medicamentos não registrados na ANVISA: UNIÃO no polo passivo (Tema 500).
Em demandas relativas a direito à saúde, o juiz pode determinar a inclusão da União no polo passivo da
demanda se a parte requerente optou pela não inclusão?
• STJ: NÃO. É incabível ao juiz estadual assim proceder se a parte requerente optar pela não inclusão, ante
a solidariedade dos entes federados. (CC 182080-SC. 1ª Seção. 22/06/2022).
• STF: SIM. 1ª Turma. RE 1286407, julgado em 26/4/2022 (Info 1052).
7) É possível conceder a antecipação dos efeitos da tutela contra a Fazenda Pública para obrigá-la ao
fornecimento de medicamento.
É possível a concessão de antecipação dos efeitos da tutela contra a Fazenda Pública para obrigá-la a
fornecer medicamento a cidadão que não consegue ter acesso, com dignidade, a tratamento que lhe
assegure o direito à vida, podendo, inclusive, ser fixada multa cominatória para tal fim, ou até mesmo
proceder-se a bloqueio de verbas públicas. (STJ. 2ª Seção. AgRg no REsp 1291883/PI).
8) Possibilidade de imposição de multa diária (astreintes) a ente público, para compeli-lo a fornecer
medicamento à pessoa desprovida de recursos financeiros. (TEMA 98).
O direito à saúde é um direito-meio que assegura o bem maior: a vida.
Outro fundamento: art. 537, CPC.
OBS. 2: não se pode admitir que regras burocráticas, previstas em portarias ou normas de inferior
hierarquia, prevaleçam sobre direitos fundamentais (STJ. AgInt no AREsp 405.126/DF).
# Plano de saúde:
• SUS: em regra, o poder público não é obrigado a fornecer medicamento off label (salvo autorização da
Anvisa).
• Saúde suplementar: em regra, o plano de saúde não pode negar tratamento prescrito pelo médico,
mesmo sendo off label.
OBS. 4: TESES julgadas pelo STF sobre medicamentos não registrados na ANVISA (RESUMO):
EXECUÇÃO FISCAL
EDIÇÃO N. 90:
DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, ECONÔMICA E CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO – I
1) O expressivo valor do tributo sonegado pode ser considerado fundamento idôneo para amparar a
majoração da pena prevista no in
MANDADO DE SEGURANÇA
EDIÇÃO N. 90:
DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, ECONÔMICA E CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO – I
1) O expressivo valor do tributo sonegado pode ser considerado fundamento idôneo para amparar a
majoração da pena prevista no in
JUIZADOS ESPECIAIS
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DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, ECONÔMICA E CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO – I
1) O expressivo valor do tributo sonegado pode ser considerado fundamento idôneo para amparar a
majoração da pena prevista no in
DIREITO COLETIVO
EDIÇÃO N. 90:
DOS CRIMES CONTRA A ORDEM TRIBUTÁRIA, ECONÔMICA E CONTRA AS RELAÇÕES DE CONSUMO – I
1) O expressivo valor do tributo sonegado pode ser considerado fundamento idôneo para amparar a
majoração da pena prevista no in