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TEM LEGITIMIDADE

1. Legitimidade do Ministério Público para ajuizar ação civil pública objetivando atualização e


modernização do sistema de fornecimento de energia. (STJ)

Fundamentação: pleito ao direito difuso, consistente na prestação de energia elétrica a uma


coletividade indeterminável e não individualizável de beneficiários, inclusive voltada para a melhoria
da prestação do serviço no futuro (atualização, modernização e regularização do sistema de
fornecimento). Em direitos difusos, não se questiona a legitimidade do Ministério Público para a
propositura de ação civil pública.

2. ACP proposta pelo MP com direta associação à questão da demarcação de terra indígena

Fundamentação: direito individual homogêneo com relevância social. A matéria está relacionada às
questões agrárias, disputa de terras, direito indígena e proteção ao princípio da confiança e da boa-fé,
temas que vão muito além de interesses puramente patrimoniais de limitados indivíduos.

3. Súmula 329-STJ: O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública em defesa do
patrimônio público.

4. O TARE não diz respeito apenas a interesses individuais, mas alcança interesses metaindividuais, pois o
ajuste pode, em tese, ser lesivo ao patrimônio público. O Parquet tem legitimidade para propor ação
civil pública com o objetivo de anular Termo de Acordo de Regime Especial - TARE, em face da
legitimação ad causam que o texto constitucional lhe confere para defender o erário.  (Repercussão
Geral – Tema 56).

5. Ministério Público possui legitimidade para propor ACP em defesa de direitos sociais relacionados com
o FGTS. (repercussão geral – Tema 850) (Info 955). Direitos individuais homogêneos de caráter
social. FGTS tem enorme relevância social. O FGTS é um direito social previsto no inciso III do art. 7º
da CF/88, constituindo-se em direito fundamental.

6. Valor de mensalidades escolares (STF. Plenário. RE 163.231/SP, Rel. Min. Maurício Côrrea, julgado em
26/2/1997);

7. contratos vinculados ao Sistema Financeiro da Habitação (STF. 2ª Turma. AI 637.853 AgR/SP, Rel. Min.
Joaquim Barbosa, DJe de 17/9/2012); O STJ entende que os temas relacionados com SFH possuem
expressão para a coletividade e que o interesse em discussão é socialmente relevante. STJ. 3ª Turma.
REsp 1114035-PR, Rel. originário Min. Sidnei Beneti, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha,
julgado em 7/10/2014 (Info 552).

8. Interesses previdenciários de trabalhadores rurais (STF. 1ª Turma. RE 475.010 AgR/RS, Rel. Min. Dias
Toffoli, DJe de 29/9/2011);
9. Aquisição de imóveis em loteamentos irregulares (STF. 1ª Turma. RE 328.910 AgR/SP, Rel. Min. Dias
Toffoli, DJe de 30/9/2011);

10. O Ministério Público é parte legítima para ajuizamento de ação civil pública que vise o fornecimento
de remédios a portadores de certa doença. STF. Plenário. RE 605533/MG, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgado em 15/8/2018 (repercussão geral) (Info 911).

11. O Ministério Público é parte legítima para pleitear tratamento médico ou entrega de medicamentos
nas demandas de saúde propostas contra os entes federativos, mesmo quando se tratar de feitos
contendo beneficiários individualizados, porque se refere a direitos individuais indisponíveis, na
forma do art. 1º da Lei n. 8.625/1993 (Lei Orgânica Nacional do Ministério Público). STJ. 1ª Seção. REsp
1682836-SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info 624).

12. O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ação civil pública que vise anular ato administrativo
de aposentadoria que importe em lesão ao patrimônio público. STF. Plenário. RE 409356/RO, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 25/10/2018 (repercussão geral) (Info 921).

Fundamentação: O combate em juízo à dilapidação ilegal do erário configura atividade de defesa da


ordem jurídica, dos interesses sociais e do patrimônio público, funções institucionais atribuídas ao
Ministério Público pela Constituição. Patrimônio público é interesse transindividual. Legitimidade do
MP não exclui a do ente público (art. 129, §1º, da CF/88). O MP é titular do direito à boa
administração do patrimônio público, da mesma forma que qualquer cidadão pode ajuizar ação
popular com o mesmo objetivo (art. 5º, LXXIII, da CF/88).

13. Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos,
coletivos e individuais homogêneos dos consumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço
público.
Fundamentação: é a própria Constituição que estabelece que a defesa dos consumidores é princípio
fundamental da atividade econômica (CF, art. 170, V), razão pela qual deve ser promovida, inclusive
pelo Estado, em forma obrigatória (CF, art. 5º, XXXII). Não se trata, obviamente, da proteção individual,
pessoal, particular, deste ou daquele consumidor lesado, mas da proteção coletiva, considerada em
sua dimensão comunitária e impessoal. “A tutela efetiva de consumidores possui relevância social que
emana da própria Constituição Federal (arts. 5º, XXXII, e 170, V).” (STJ. 3ª Turma. REsp 1254428/MG,
Rel. Min. João Otávio de Noronha, julgado em 02/06/2016).

14. MP pode questionar edital de concurso público para diversas categorias profissionais de determinada
Prefeitura, em que se previa que a pontuação adotada privilegiaria candidatos que já integrariam o
quadro da Administração Pública municipal (STF RE 216443); - COINCIDE COM A APOSTA ADI
ESTADUAL

15. Defesa do direito dos consumidores de não serem incluídos indevidamente nos cadastros de
inadimplentes (REsp 1.148.179-MG).
16. O Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública cujos pedidos consistam em
impedir que determinados hospitais continuem a exigir caução para atendimento médico-hospitalar
emergencial e a cobrar, ou admitir que se cobre, dos pacientes conveniados a planos de saúde, valor
adicional por atendimentos realizados por seu corpo médico fora do horário comercial. STJ. 4ª
Turma. REsp 1324712-MG, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 24/9/2013 (Info 532).

17. O Ministério Público possui legitimidade para ajuizar ação civil pública em defesa dos direitos
individuais homogêneos dos beneficiários do seguro DPVAT, dado o interesse social qualificado
presente na tutela dos referidos direitos subjetivos. STF. Plenário. RE 631.111/GO, Rel. Min. Teori
Zavascki, julgado em 06 e 07/08/2014 (repercussão geral) (Info 753).

18. O Ministério Público tem legitimidade para ajuizar ACP com o objetivo de impedir que as empresas
incluam no cadastro de inadimplentes os consumidores em débito que estejam discutindo
judicialmente a dívida. Trata-se da defesa de direitos individuais homogêneos de consumidores,
havendo interesse social (relevância social) no caso. STJ. 3ª Turma. REsp 1148179-MG, Rel. Min. Nancy
Andrighi, julgado em 26/2/2013 (Info 516).

19. O Ministério Público é parte legítima para ajuizar ação civil pública contra a cobrança abusiva de
honorários advocatícios em demandas previdenciárias envolvendo pessoa idosa. STJ. 4ª Turma. AgInt
no AREsp n. 1.860.919/PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 25/4/2022. Há previsão no art.
74, bem como no art. 81 do Estatuto da Pessoa Idosa (Lei 10.741/2003). Sendo o MP um dos
legitimados para ajuizar ação civil pública e a defesa dos direitos difusos e coletivos das pessoas idosas.
A própria Constituição Federal prevê regramento sobre (art. 230).

20. A pretensão ministerial (segurança pública) caracteriza-se como direito difuso e coletivo,
evidenciando a legitimidade do Parquet para a propositura da ação civil pública, destinada à imposição
às instituições bancárias da obrigação de fornecer os dados cadastrais dos seus clientes,
independentemente de autorização judicial, quando requisitados pelo MPF ou pela Polícia Federal. STJ.
1ª Turma. AgInt no REsp 1519507/SP, Rel. Min. Gurgel De Faria, julgado em 25/04/2022.
NÃO TEM LEGITIMIDADE

1. O Ministério Público não possui legitimidade ativa ad causam para, em ação civil pública, deduzir em
juízo pretensão de natureza tributária em defesa dos contribuintes, que vise questionar a
constitucionalidade/legalidade de tributo (ARE 694294 RG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 25/04/2013.
Repercussão Geral – Tema 645).
Fundamentação: dedução da base de cálculo do imposto de renda; cobrança (ou não) de tributo;
contribuição sindical; impostos; taxas.

2. MP não pode obter, em ACP, informações bancárias sobre os clientes da instituição porque estas são
protegidas pelo sigilo bancário. O exercício da legitimação extraordinária, conferida para tutelar
direitos individuais homogêneos em ação civil pública, não pode ser estendido para abarcar a
disposição de interesses personalíssimos, tais como a intimidade, a privacidade e o sigilo bancário dos
substituídos.
Configura quebra de sigilo bancário a decisão judicial que antecipa os efeitos da tutela para
determinar que o banco forneça os dados cadastrais dos correntistas que assinaram determinado tipo
de contrato, a fim de instruir ação civil pública. STJ. 3ª Turma. REsp 1611821-MT, Rel. Min. Marco
Aurélio Bellizze, julgado em 13/6/2017 (Info 607).

3. O Ministério Público não tem legitimidade ativa para propor ação civil pública na qual busca a suposta
defesa de um pequeno grupo de pessoas - no caso, dos associados de um clube, numa óptica
predominantemente individual.” (STJ REsp 1109335/SE);

4. O MP não pode buscar a defesa de condôminos de edifício de apartamentos contra o síndico,


objetivando o ressarcimento de parcelas de financiamento pagas para reformas afinal não efetivadas.

5. O Ministério Público não tem legitimidade ativa para ajuizar ação civil pública objetivando a restituição
de valores indevidamente recolhidos a título de empréstimo compulsório sobre aquisição de
automóveis de passeio e utilitários. STJ. 1ª Turma. REsp 1.709.093-ES, Rel. Min. Benedito Gonçalves,
julgado em 29/03/2022 (Info 731).

6. Se a ação tem por finalidade apenas evitar


a cobrança de taxas, supostamente ilegais, por específica associação de moradores, essa causa não
transcende a esfera de interesses puramente particulares e, consequentemente, não possui a
relevância social exigida para a tutela coletiva. STJ. 4ª Turma. REsp 1585794-MG, Rel. Min. Antonio
Carlos Ferreira, julgado em 28/09/2021 (Info 712).

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