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Poder Judiciário
Justiça do Trabalho
Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região

Recurso Ordinário Trabalhista


0020043-80.2021.5.04.0261
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Relator: VANIA MARIA CUNHA MATTOS

Processo Judicial Eletrônico

Data da Autuação: 26/08/2021


Valor da causa: R$ 50.000,00

Partes:
RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA
ADVOGADO: ATALIBA TELLES CARPES
RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
ADVOGADO: DANIEL PAULO FONTANA
CUSTOS LEGIS: MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO
PAGINA_CAPA_PROCESSO_PJE
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EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUIZA DE DIREITO DA VARA DO TRABALHO DE


MONTENEGRO / RS:

SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DA


ALIMENTAÇÃO DE MONTENEGRO e REGIÃO, (qualificado eletronicamente),
por intermédio do advogado que firma a presente inicial, na tutela de direitos
fundamentais dos trabalhadores congregados pela entidade demandante, vem, à
presença de Vossa Excelência, ajuizar a presente

AÇÃO CIVIL COLETIVA OU, SUCESSIVAMENTE AÇÃO COLETIVA POR


SUSTITUIÇÃO PROCESSUAL,

em face de COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLÓGICOS DO VALE DO CAI


LTDA, (qualificada eletronicamente) pelos fatos e fundamentos jurídicos doravante
deduzidos, requerendo, ao final:

PRELIMINARMENTE

Cuida o presente feito da tutela de direitos individuais homogêneos dos substituídos,


consoante o disposto no Código de Defesa do Consumidor, que, no seu artigo 81 promove a distinção
entre interesses ou direitos difusos, interesses ou direitos coletivos e interesses ou direitos individuais
homogêneos.

Tal conclusão deriva, neste caso concreto, da possibilidade de determinar quem são os
substituídos lesados, sendo divisíveis os prejuízos, bem como da origem comum dos danos e ameaças a
direitos fundamentais, perpetradas pela demandada.

Nessa senda, o demandante ostenta legitimidade escorada no disposto na Constituição


Federal, artigo 8º, inciso III, no sentido de que "ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses
coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais e administrativas".

Trata-se, pois, de poder-dever instituído na CF/88 às entidades sindicais, visto que ao


mesmo tempo em que as autoriza a atuar, inclusive em juízo, em defesa dos direitos e interesses da
categoria, impõe ao mesmo o dever de defender estes direitos e interesses.

Esse poder-dever às entidades sindicais torna-se mais clara quando a comparamos com
o que reza o artigo 5º, inciso XXI, da própria Constituição. Segundo esta última norma constitucional, "as
entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente".

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Número do documento: 21012615075100700000057731482
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As diferenças de redação são evidentes, e não podem ser entendidas como fruto do
acaso. Tais diferenças indicam a existência de uma particularidade da atuação dos sindicatos: o seu dever
de defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria.

Com efeito, enquanto a norma inscrita no artigo 5º, inciso XXI, nada mais faz do que
reconhecer que as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, podem representar seus
filiados judicial ou extrajudicialmente, a disposição do inciso III do artigo 8º da Carta Magna confere ao
sindicato a incumbência de defender direitos e interesses, coletivos ou individuais, da categoria (não
apenas dos filiados, portanto), não exigindo autorização expressa para a atuação em juízo. Neste sentido,
posição hoje pacífica do STF, verbis:

PROCESSO CIVIL. SINDICATO. ART. 8º, III DA CONSTITUIÇÃO


FEDERAL. LEGITIMIDADE. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. DEFESA DE
DIREITOS E INTERESSES COLETIVOS OU INDIVIDUAIS. RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO. O artigo 8º, III da Constituição Federal estabelece a
legitimidade extraordinária dos sindicatos para defender em juízo os direitos e
interesses coletivos ou individuais dos integrantes da categoria que representam.
Essa legitimidade extraordinária é ampla, abrangendo a liquidação e a execução
dos créditos reconhecidos aos trabalhadores. Por se tratar de típica hipótese de
substituição processual, é desnecessária qualquer autorização dos substituídos.
Recurso conhecido e provido. (STF, Seção Plenária, RE/210029, Min. Redator do
acórdão Joaquim Barbosa, DATA DE PUBLICAÇÃO DJ 17/08/2007 - ATA Nº
37/2007).

- DA LEGITIMIDADE ATIVA AD CAUSAM DA ENTIDADE SINDICAL


AUTORA PARA A PROPOSITURA DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA/COLETIVA

Nos termos do invocado precedente da Corte Constitucional, a substituição processual


assegurada pela Constituição Federal é ampla e irrestrita, cabendo ao Sindicato defender os interesses de
toda a categoria ou de parte dela (art. 8º, III, da Constituição Federal).

Com o cancelamento da Súmula nº. 310 do TST, nem mesmo a apresentação do rol de
substituídos é necessária para o ajuizamento da ação e, com muito mais razão, não há necessidade de que
os substituídos sejam filiados ao Sindicato.

Ademais, a legitimidade ativa da entidade sindical autora para propor a presente ação
encontra amparo, em primeiro lugar, no já citado artigo 8º, inciso III, da Constituição Federal. Do poder-
dever de atuar em defesa da categoria que representa decorre a necessidade de utilização de todos os
meios processuais disponíveis para bem desempenhar a sua função.

No caso específico da Ação Civil Pública, esta legitimidade ativa encontra fundam ento
no artigo 5º da Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985, lei que criou a Ação Civil Pública. Reza este
dispositivo legal (grifos nossos):

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"Art. 5º. A ação principal e a cautelar poderão ser propostas pelo Ministério
Público, pela União, pelos Estados e Municípios. Poderão também ser propostas
por autarquia, empresa pública, fundação, sociedade de economia mista ou por
associação que: - esteja constituída há pelo menos um ano, nos termos da lei civil;
- inclua entre suas finalidades institucionais a proteção ao meio ambiente, ao
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, ou ao patrimônio artístico,
estético, histórico, turístico e paisagístico.

Como se vê, basta que a entidade associativa inclua entre suas finalidades institucionais
a defesa de qualquer dos temas elencados no inciso II da norma acima transcrita para que a sua
legitimidade para propor à Ação Civil Pública esteja caracterizada.

De outra parte, é inquestionável que a Ação Civil Pública constitui meio processual
idôneo para veicular postulação de reparação de danos causados a qualquer interesse difuso ou coletivo,
em face do que dispõe o artigo 1º da Lei n.º 7.347/85 (grifo nosso):

Art. 1º. Regem-se pelas disposições desta Lei, sem prejuízo da ação popular, as
ações de responsabilidade por danos causados: - ao meio-ambiente; - ao
consumidor; - a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e
paisagístico;

IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo;

V - por infração da ordem econômica.

O disposto no inciso IV da norma acima transcrita, acrescentado à mesma pelo artigo


110 da Lei n.º 8.078/90, não deixa margem a dúvidas quanto ao cabimento da Ação Civil Pública para a
defesa de qualquer interesse difuso ou coletivo. Esta disposição, como se sabe, constava do projeto de lei
aprovado pelo Congresso Nacional em 1985, mas foi vetada pelo então Presidente da República. Com o
advento da Constituição Federal de 1988, no entanto, passou a ser inequívoca a competência do
Ministério Público para a defesa, através de Ação Civil Pública, de qualquer interesse difuso ou coletivo,
em face do que reza a norma inscrita no artigo 129, inciso III, da nova Constituição. Em consequência, a
Lei nº 8.078/90 apenas veio adequar a Lei nº 7.347/85 à nova ordem constitucional, explicitando que esta
maior abrangência da Ação Civil Pública não estava restrita às demandas propostas pelo Ministério
Público, e sim abrangia todos os co-legitimados.

É importante registrar, ademais, que a expressão "interesses difusos e coletivos",


utilizada no artigo 1º da Lei n.º 7.347, não exclui os chamados interesses individuais homogêneos.

Em primeiro lugar, porque estes últimos nada mais são do que espécies do gênero
interesses metaindividuais, como vem sendo reconhecido pela doutrina e jurisprudência pátrias.

Em segundo lugar, porque a expressão 'interesses individuais homogêneos' só veio a ser


consagrada em nosso ordenamento jurídico pela Lei n.º 8.078/90, em seu artigo 81, razão pela qual não
se poderia exigir que lei anterior a tivesse previsto.

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Já o CDC, - Lei Federal n.º 8.078/90, que introduziu em nosso ordenamento a referida
expressão, cuidou de, ao acrescentar um dispositivo à Lei n.º 7.347/85 (o artigo 21), deixar expresso que
se aplicariam, a partir de então, "à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que
for cabível, os dispositivos do Título III da Lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor".

Duas consequências importantes decorrem da inclusão desta disposição na Lei nº 7.347


/85. A primeira delas é de que passam a ser aplicáveis à Lei da Ação Civil Pública, no que não houver
incompatibilidade, as disposições contidas no Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do
Consumidor. E este Título III é justamente aquele que cuida "Da Defesa do Consumidor em Juízo",
versando, entre outros temas, sobre as ações coletivas para a defesa de interesses individuais homogêneos
(Capítulo II, artigos 91 a 100). Desta forma, é inafastável a aplicabilidade à Ação Civil Pública das
normas que, na Lei 8.078/90, regulam a utilização de ações coletivas para a defesa de interesses
individuais homogêneos.

A segunda consequência é a presença, no próprio texto da Lei n.º 7.347/85, de uma


menção expressa a interesses individuais. A partir do momento em que entrou em vigor a alteração
introduzida no artigo 21 da Lei n.º 7.347/85 pela Lei n.º 8.078/90, aquele primeiro diploma legal passou a
se referir não apenas a interesses difusos e coletivos, mas também a interesses individuais. Desde então,
tornou-se insustentável qualquer tentativa de restringir o campo de atuação da Ação Civil Pública aos
chamados interesses difusos e aos interesses coletivos. A partir daquele momento a discussão passou a se
restringir apenas à amplitude da legitimidade do Ministério Público para a defesa de interesses
individuais homogêneos — ou seja, se o Ministério Público poderia defender quaisquer interesses
individuais homogêneos em juízo, ou se poderia defender apenas aqueles interesses que se identificassem
com o interesse social, ou ainda, segundo outra concepção, apenas interesses ou direitos individuais
indisponíveis.

Por todo o exposto, não há mais dúvida quanto à viabilidade da utilização da Ação
Civil Pública para a defesa de interesses individuais homogêneos.

Por seu turno a Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD - Lei Federal nº 13.709/2018,
no art. 22 incentiva a tutela coletiva dos direitos dos titulares, a saber:

Art. 22. A defesa dos interesses e dos direitos dos titulares de dados poderá ser
exercida em juízo, individual ou coletivamente, na forma do disposto na
legislação pertinente, acerca dos instrumentos de tutela individual e coletiva.

Em síntese, possui o sindicato legitimidade para a propositura de ação civil pública,


com suporte legal nos arts. 5º e 21 da Lei n.º 7.347/85, combinados com os arts. 81, II, e 82, IV, da Lei n.
º 8-078/90, bem como pelo art. 22 da LGPD, uma vez que atua na defesa dos chamados direitos coletivos
strictu sensu, ou seja, há uma reunião de interesses individuais homogêneos, que podem ser examinados
de uma forma coletiva.

A propósito, a matéria conta com precedentes das Cortes de Vértice do Brasil:

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DTZ1234660 - COMPANHIA VALE DO RIO DOCE CVRD X SINDFER -


SINDICATO - SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL DIREITOS INDIVIDUAIS
HOMOGÊNEOS ADICIONAL DE PERICULOSIDADE E DE
INSALUBRIDADE SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL AMPLA AÇÃO
CIVIL PÚBLICA PERTINÊNCIA (ART. 8º, III, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL). Direitos individuais homogêneos são todos aqueles que estão íntima
e diretamente vinculados à esfera jurídica de pessoas facilmente identificáveis, de
natureza divisível e decorrentes de uma realidade fática comum. São seus titulares
ou destinatários pessoas que estão ligadas por laços comuns com o agente
causador da sua ameaça ou lesão, e que, por isso mesmo, atingidos em sua esfera
jurídica patrimonial e/ou moral, podem, individual ou coletivamente, postular sua
reparação em Juízo. O Supremo Tribunal Federal, em acórdão da lavra do Min.
Maurício Corrêa, expressamente reconhece que os direitos individuais
homogêneos constituem uma subespécie de interesses coletivos, passíveis, por
isso mesmo, de proteção através de ação civil pública (STF - 2ª T. RE-163231-3
/SP julgado em 1º.9.96). Esta Corte, em sua composição plena, cancelou a
Súmula nº 310, tendo adotado o entendimento de que a substituição processual
prevista no art. 8º, III, Constituição Federal não é ampla, mas abrange os direitos
ou interesses individuais homogêneos (E-RR-175.894/95 Rel. Min. Ronaldo
Lopes Leal julgado em 17/11/03). Por conseguinte, está o recorrente legitimado
para, em Juízo, postular, na condição de substituto processual, de seus associados
e não associados, nos termos em que dispõe o art. 8º, III, da Constituição Federal,
direitos individuais homogêneos, subespécie de direitos coletivos. (TST -
RR -1663/2003-099-03-00-4ªT-Rel.Min.Milton de Moura França-DJ17.03.2006)

No mesmo sentido TST - E-RR-424.338/1998.3 - SBDI1 - Rel. Min. João Oreste


Dalazen - DJU 05.03.2004.

Neste diapasão, cumpre referir que a ampliação da aplicabilidade da ACP, a par de


estar em consonância com o direito fundamental do acesso à justiça, também poderá acarretar
significativos benefícios para o Poder Judiciário e para os jurisdicionados.

Sabe-se que o direito como ciência está sujeito a diferentes abordagens, posto que
observável sob o prisma de sua vasta gama de ramificações, mas também de outras ciências afins. É
consabido que o direito, além de regrar a conduta e as relações entre sujeitos reconhecidos pela ordem
jurídica, acaba por produzir reflexos na esfera social e também política.

Nesta ordem de ideias, cumpre ao intérprete, e notadamente ao julgador, dar a lei


sentido que produza maiores e melhores resultados para o amplo espectro da sociedade civil. Assim
sendo, deve o julgador levar em conta que a rejeição de demanda de forma coletiva conduziria
necessariamente a interposição de enorme gama de ações individuais, acumulando de trabalho o já
assoberbado Poder Judiciário, com alto custo para o Erário e também para os jurisdicionados, sem
olvidar o risco de decisões contraditórias, que embora aceitáveis do ponto de vista jurídico, causam

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profundo desgaste aos operadores do direito, e, por conseguinte, a própria Justiça. Por fim, é preciso
registrar que todos os dispositivos legais que conferem às entidades sindicais legitimidade para atuar em
juízo em defesa dos direitos e interesses da categoria devem ser interpretados à luz da norma contida no
artigo 8º, inciso III, da Constituição Federal, norma que, como vimos, impõe aos sindicatos um poder-
dever. Integrando esta norma o título da Constituição dedicado aos direitos fundamentais, não se pode
negar que o intérprete tem, sempre, o dever de optar pela interpretação da norma infraconstitucional mais
adequada à concretização desta norma de direito fundamental.

Na hipótese de não ser aceito o processamento da presente lide como ação civil pública,
em atenção aos princípios da economia e da celeridade processual, requer seja a mesma processada como
ação de procedimento ordinário pela via da substituição processual, nos termos do Art. 8º, inciso III da
CF/88.

Ainda nesta hipótese, destaca o sindicato que dado o caráter coletivo, faz jus às
isenções contidas no art. 87 do Código de Defesa do Consumidor e ao benefício da gratuidade da
prestação jurisdicional, como a seguir deduzido:

JUSTIÇA GRATUITA.

O Sindicato autor, em face dos argumentos elencados nos tópicos anteriores, tem, pois,
legítimo interesse de agir em defesa de toda a categoria profissional que representa, conforme dispõe o
comando do inciso III do artigo 8º da Carta Política.

DA ISENÇÃO DE CUSTAS

Na mesma esteira, necessita de litigar sob o pálio da isenção das custas processuais e
ônus de sucumbência uma vez que, como consabido, a partir da reforma trabalhista, houve a extinção do
imposto sindical, uma das principais fontes de renda e de subsistência do autor, razão pela qual não
dispõe de condições econômicas de custear o presente processo.

Outrossim, o processamento da demanda sob o rito da Ação Civil Pública nos termos
do que dispõe o art. 18 da LACP contempla esse benefício, com redação dada pela Lei nº 8.078, de
11.09.1990:

"Nas ações de que trata esta Lei, não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação
da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado,
custas e despesas processuais".

Sucessivamente, na remota hipótese de não ser admitido o processamento da presente


pelo rito da Lei da Ação Civil Pública, ainda que como ação ordinária, a mesma não perde seu caráter
coletivo e, justamente por isso, atrai a aplicação do que dispõe a Lei 8.078, de 11 de setembro de 1990,
que instituiu o Código de Defesa e Proteção do Consumidor:

Art. 87. Nas ações coletivas de que trata este Código não haverá adiantamento de
custas emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem

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condenação da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorário de


advogados, custas e despesas processuais".

A aplicação desse artigo às ações coletivas em geral decorre do art. 21 da Lei 7347/85.

Desta forma, o Autor, na condição de substituto processual da coletividade que


representa, está, por força do disposto no diploma acima colacionado, isento do pagamento das custas
processuais, aí compreendidas, as de distribuição; as recursais e as custas do processo em geral,
equivalendo tal isenção ao benefício da gratuidade judiciária.

Outrossim, também em caráter sucessivo, e não sendo admitidas as pretensões acima


formuladas, requer ainda a concessão do benefício da Justiça Gratuita, nos termos dos fundamentos que
seguem:

- DA JUSTIÇA GRATUITA AO SINDICATO RECLAMANTE

A CF/88 1988 dispõe, em seu art. 5º, LXXIV, que "o Estado prestará assistência
jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos".

Pelos termos dos retrocitados dispositivos, ao assegurar o direito fundamental à


gratuidade dos serviços judiciários aos carentes de recursos, não distingue entre pessoas físicas ou
jurídicas. Não obstante, a hermenêutica constitucional nos permite afirmar que a gratuidade alcança tanto
as pessoas naturais como as jurídicas, de modo que o amplo acesso ao Poder Judiciário não pode ter
como óbice a natureza da pessoa.

No Direito Processual do Trabalho, a assistência judiciária gratuita é regulamentada


pela lei n.º 5.584, de 26 de junho de 1970. Por esse diploma legal, a assistência é devida, exclusivamente,
ao trabalhador. Nesse passo, a redação do art. 14 é de uma clareza meridiana, ao estabelecer que "na
Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se refere a Lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será
prestada pelo Sindicato da categoria profissional a que pertencer o trabalhador", estando sob a égide legal
aquele que "perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal, ficando assegurado igual
benefício ao trabalhador de maior salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite
demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família".

Quanto à entidade sindical demandante, tendo em conta o já referido, nada impede,


mas, ao contrário, é necessário para que se preserve o direito fundamental de acesso à justiça que seja
concedido ao órgão representativo da classe trabalhadora o benefício da justiça gratuita.

Isso porque, nas lições de BEZERRA LEITE, pode "ser concedida por qualquer juiz ou
qualquer instância a qualquer trabalhador, independentemente de estar sendo patrocinado por advogado

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ou sindicato, que litigue na Justiça do Trabalho, desde que perceber salário igual ou inferior ao dobro do
mínimo legal ou que declare que não está em condições de pagar custas do processo sem prejuízo do
sustento próprio ou de sua família".

Como se verifica, a justiça gratuita implica, tão somente, a isenção do pagamento de


despesas processuais. Aqui, o paradigma para a concessão é o pressuposto de miserabilidade da parte,
consoante preconiza o art. 790, § 3º da CLT.

Considerando que o acesso gratuito à Justiça é um direito constitucionalmente


assegurado, nada impede que se estenda o direito da gratuidade judiciária às pessoas jurídicas, como é o
caso do sindicato ou no caso da federação da categoria profissional.

Ademais, curial destacar que os Tribunais tendem a conferir o mesmo tratamento


jurídico às hipóteses de assistência judiciária e justiça gratuita, condicionando, sempre, o seu
deferimento, à prova da saúde financeira da pessoa. Como o sindicato goza de presunção de carência de
recursos, prescindiria dessa prova, em seu favor para, assim, se beneficiar do instituto. Afinal, essa é a
base tanto para a concessão da justiça gratuita de que trata a lei 1060/50 como também para a assistência
judiciária, nos termos da lei 5584/70.

Nesse contexto, insta destacar o seguinte aresto:

"JUSTIÇA GRATUITA. SINDICATO SUBSTITUTO PROCESSUAL. O


benefício da Justiça Gratuita de que trata a Lei 1060/50 é dirigido a todos que
buscam a tutela judiciária, sejam pessoas físicas ou pessoas jurídicas, com arrimo
no princípio constitucional que garante o acesso ao judiciário e ainda o duplo
grau de jurisdição. Em se tratando de pessoa jurídica sem fins lucrativos, como é
o caso dos sindicatos, a declaração de pobreza supre a exigência legal,
equiparando-a a pessoa física, diversamente do que acontece com as pessoas
jurídicas com fins lucrativos, quando há a necessidade da parte requerente
comprovar a miserabilidade. Todavia, demonstrada a inveridicidade das
alegações de carência financeira do sindicato, não pode ser deferida a benesse."
(TRT da 5ª Região - Ac. nº 1.330/06 4ª. T. Proc. nº 00125-2005-134-05-01-3-AI
Rel. Des.Valtércio Oliveira).

Corroborando de maneira substancial com esta tese, o Superior Tribunal de Justiça, em


julgados reiterados, vem proclamando ser possível a concessão do benefício da gratuidade judiciária a
pessoas jurídicas com e sem finalidade lucrativa, sendo que, quanto àquelas primeiras, é necessária a
prova de sua dificuldade financeira, e, em relação a estas últimas, havendo presunção de que não podem
arcar com as custas e demais despesas do processo, despicienda se faz à prova desse óbice.

Assim, portanto, amparado na doutrina e jurisprudência, verifica-se que não há


obstáculo jurídico para o deferimento do benefício da gratuidade judiciária ao ora reclamante, tanto mais
porque não explora atividade econômica e muito menos lucrativa.

DOS FATOS E DO DIREITO:

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Excelência, como consabido, desde o mês de setembro de 2020 está em vigor no


território brasileiro a Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD - Lei Federal 13.709/2018.

Essa norma, com décadas de atraso, insere o Brasil no rol de países que reconhecem a
proteção dos dados pessoais como Direito Fundamental, o que conta com proclamação do egrégio
Supremo Tribunal Federal, notadamente no julgamento das ADIs NS. 6.387, 6.388, 6.389, 6.390 E 6.393,
de cuja Ementa se extraem os seguintes comandos com eficácia erga omnes:

EMENTA: MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE


INCONSTITUCIONALIDADE. REFERENDO. (...). FUMUS BONI JURIS.
PERICULUM IN MORA. DEFERIMENTO. 1. Decorrências dos direitos da
personalidade, o respeito à privacidade e à autodeterminação informativa
foram positivados, no art. 2º, I e II, da Lei nº 13.709/2018 (Lei Geral de
Proteção de Dados Pessoais), como fundamentos específicos da disciplina da
proteção de dados pessoais. 2. Na medida em que relacionados à identificação -
efetiva ou potencial - de pessoa natural, o tratamento e a manipulação de dados
pessoais hão de observar os limites delineados pelo âmbito de proteção das
cláusulas constitucionais assecuratórias da liberdade individual (art. 5º, caput), da
privacidade e do livre desenvolvimento da personalidade (art. 5º, X e XII), sob
pena de lesão a esses direitos. O compartilhamento, com ente público, de dados
pessoais custodiados por concessionária de serviço público há de assegurar
mecanismos de proteção e segurança desses dados (...).

Dentre seus artigos, cumpre ressaltar:

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios
digitais, por pessoa natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado,
com o objetivo de proteger os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade
e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.

Parágrafo único. As normas gerais contidas nesta Lei são de interesse nacional e
devem ser observadas pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios. (Incl
uído pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência

Art. 2º A disciplina da proteção de dados pessoais tem como fundamentos:

I - o respeito à privacidade;

II - a autodeterminação informativa;

III - a liberdade de expressão, de informação, de comunicação e de opinião;

IV - a inviolabilidade da intimidade, da honra e da imagem;

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V - o desenvolvimento econômico e tecnológico e a inovação;

VI - a livre iniciativa, a livre concorrência e a defesa do consumidor; e

VII - os direitos humanos, o livre desenvolvimento da personalidade, a dignidade


e o exercício da cidadania pelas pessoas naturais.

Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento realizada por pessoa
natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, independentemente
do meio, do país de sua sede ou do país onde estejam localizados os dados, desde
que:

I - a operação de tratamento seja realizada no território nacional;

II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou o fornecimento de


bens ou serviços ou o tratamento de dados de indivíduos localizados no território
nacional; ou (Redação dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência

III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido coletados no território


nacional.

§ 1º Consideram-se coletados no território nacional os dados pessoais cujo titular


nele se encontre no momento da coleta.

(...)

Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:

I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou


identificável;

II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção
religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter
religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado
genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural;

III - dado anonimizado: dado relativo a titular que não possa ser identificado,
considerando a utilização de meios técnicos razoáveis e disponíveis na ocasião de
seu tratamento;

IV - banco de dados: conjunto estruturado de dados pessoais, estabelecido em um


ou em vários locais, em suporte eletrônico ou físico;

V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de
tratamento;

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VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem


competem as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais;

(...)

Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a boa-fé e


os seguintes princípios:

I - finalidade: realização do tratamento para propósitos legítimos, específicos,


explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de
forma incompatível com essas finalidades;

Art. 7º O tratamento de dados pessoais somente poderá ser realizado nas


seguintes hipóteses:

I - mediante o fornecimento de consentimento pelo titular;

II - para o cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;

III - pela administração pública, para o tratamento e uso compartilhado de dados


necessários à execução de políticas públicas previstas em leis e regulamentos ou
respaldadas em contratos, convênios ou instrumentos congêneres, observadas as
disposições do Capítulo IV desta Lei;

IV - para a realização de estudos por órgão de pesquisa, garantida, sempre que


possível, a anonimização dos dados pessoais;

V - quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos


preliminares relacionados a contrato do qual seja parte o titular, a pedido do
titular dos dados;

VI - para o exercício regular de direitos em processo judicial, administrativo ou


arbitral, esse último nos termos da Lei nº 9.307, de 23 de setembro de 1996 (Lei
de Arbitragem) ;

VII - para a proteção da vida ou da incolumidade física do titular ou de terceiro;

VIII - para a tutela da saúde, exclusivamente, em procedimento realizado por


profissionais de saúde, serviços de saúde ou autoridade sanitária; (Redação
dada pela Lei nº 13.853, de 2019) Vigência

IX - quando necessário para atender aos interesses legítimos do controlador ou de


terceiro, exceto no caso de prevalecerem direitos e liberdades fundamentais do
titular que exijam a proteção dos dados pessoais;

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Art. 9º O titular tem direito ao acesso facilitado às informações sobre o


tratamento de seus dados, que deverão ser disponibilizadas de forma clara,
adequada e ostensiva acerca de, entre outras características previstas em
regulamentação para o atendimento do princípio do livre acesso:

I - finalidade específica do tratamento;

II - forma e duração do tratamento, observados os segredos comercial e industrial;

III - identificação do controlador;

IV - informações de contato do controlador;

V - informações acerca do uso compartilhado de dados pelo controlador e a


finalidade;

VI - responsabilidades dos agentes que realizarão o tratamento; e

VII - direitos do titular, com menção explícita aos direitos contidos no art. 18
desta Lei.

Art. 42. O controlador ou o operador que, em razão do exercício de atividade de


tratamento de dados pessoais, causar a outrem dano patrimonial, moral,
individual ou coletivo, em violação à legislação de proteção de dados pessoais, é
obrigado a repará-lo.

§ 1º A fim de assegurar a efetiva indenização ao titular dos dados:

I - o operador responde solidariamente pelos danos causados pelo tratamento


quando descumprir as obrigações da legislação de proteção de dados ou quando
não tiver seguido as instruções lícitas do controlador, hipótese em que o operador
equipara-se ao controlador, salvo nos casos de exclusão previstos no art. 43 desta
Lei;

Art. 43. Os agentes de tratamento só não serão responsabilizados quando


provarem:

I - que não realizaram o tratamento de dados pessoais que lhes é atribuído;

II - que, embora tenham realizado o tratamento de dados pessoais que lhes é


atribuído, não houve violação à legislação de proteção de dados; ou

III - que o dano é decorrente de culpa exclusiva do titular dos dados ou de


terceiro.

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Art. 44. O tratamento de dados pessoais será irregular quando deixar de observar
a legislação ou quando não fornecer a segurança que o titular dele pode esperar,
consideradas as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - o modo pelo qual é realizado;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - as técnicas de tratamento de dados pessoais disponíveis à época em que foi


realizado.

Parágrafo único. Responde pelos danos decorrentes da violação da segurança dos


dados o controlador ou o operador que, ao deixar de adotar as medidas de
segurança previstas no art. 46 desta Lei, der causa ao dano.

Assim, a proteção de dados pessoais suscita tutela jurídicanos termos de interpretação


integrada das garantia da inviolabilidade da intimidade e da vida privada (art. 5º, X), do princípio da
dignidade da pessoa humana (art. 1º, III), sendo, portanto, pertinente na seara trabalhista em que os
substituídos são parte visivelmente hipossuficiente.

Trata-se da necessidade inafastável de se reconhecer o direito dos titulares dos dados ao


controle efetivo e transparente em relação à circulação das informações que os identificam ou os tornam
identificáveis.

Contudo, a ré, pelo descumprimento sistemático das normas relativas à proteção dos
dados pessoais expõe seus trabalhadores, ora substituídos, a riscos severos em relação aos seus dados.

Com efeito, a reclamada, na condição de controladora, realiza operações de tratamento


de dados pessoais dos substituídos, como nome, endereço, filiação, números de documentos como CLT,
CPF, RG, em muitos casos, a CNH, além de tratar dados sensíveis referentes à saúde e biométricos como
fotografias e digitais.

Também, realiza o compartilhamento com diversos outros controladores e operadores


como plano de saúde, órgãos governamentais, sem as cautelas e medidas de segurança técnicas e
administrativas, violando, de forma expressa o disposto no art. 46 da LGPD que, conforme já referido,
determina que "os agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança, técnicas e administrativas
aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de
destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamento inadequado ou ilícito".

Vale observar que sequer há indicação, como expressamente determinado na


LGPD, do encarregado pelos dados pessoais, em outra expressa violação ao disposto no art. 41 e
seguintes da Lei Federal 13.709/2018.

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Dá-se, pois, relevo máximo aos fundamentos constitucionais da presente demanda,


consagrados há décadas, como direito fundamental ao sigilo dos dados e da inviolabilidade da intimidade
e da vida privada, expresso no artigo 5º, X e XII da Constituição Federal/88:

"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança
propriedade, nos termos seguintes: (...)

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua
violação

Nessa esteira, a imperiosidade da proteção aos direitos dos trabalhadores em relação


aos seus dados pessoais constitui-se obrigação inafastável da reclamada, seja em relação aos dados
físicos, seja, notadamente, quanto aos dados pessoais objeto de tratamento em meio digital.

Isso porque, como referido, a legislação brasileira protege a privacidade das pessoas,
tratando como invioláveis os direitos à intimidade, à privacidade e a imagem, o que inclui o direito à
proteção de seus dados pessoais, bem como que seu respectivo tratamento seja feito de forma adequada.

A coleta, o armazenamento e o compartilhamento dos dados pessoais dos substituídos,


de forma irregular constitui-se conduta ilegal e, pois, geradora de deveres de adequação das práticas e,
também, de indenização pela exposição à riscos de graves proporções.

Note-se que a reclamada, em momento algum, embora o longuíssimo período de vacatio


legis, e, mesmo decorridos vários meses desde a entrada em vigor da LGPD promoveu qualquer alteração
nos procedimentos, nos processos de tratamento de dados pessoais dos substituídos ou mesmo a
informação aos obreiros das formas, bases legais, e prazo de tratamento dos dados pessoais, muitos dos
quais, sensíveis, sendo evidente o desrespeito aos preceitos estampados na Constituição Federal e na
LGPD.

Não restam dúvidas de que os dados pessoais dos trabalhadores substituídos são
coletados, tratados, armazenados e compartilhados de forma completamente ilegal e com violação
clara dos direitos dos titulares.

Desse modo, todo o tratamento, incluído o armazenamento e o compartilhamento


levados a efeito pela Ré, isto é, o tratamento inadequado dos dados pessoais e sensíveis dos substituídos
geram diretamente a exposição dos substituídos a terceiros com os quais não têm relação de confiança.

Outrossim, a ré realiza o tratamento de dados pessoais dos substituídos por intermédio


da internet, o que, conforme o disposto no Marco Civil da Internet - MCI, na Seção II da Lei 12.965
/2014, intitulada "Da Proteção aos Registros, aos Dados Pessoais e às Comunicações Privadas",
exige procedimentos também previstos em Lei, implicando, seu desrespeito, violação a direitos.

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Diz a Lei:

Art. 10. A guarda e a disponibilização dos registros de conexão e de acesso a


aplicações de internet de que trata esta Lei, bem como de dados pessoais e do
conteúdo de comunicações privadas, devem atender à preservação da
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem das partes direta ou
indiretamente envolvidas". (Grifou-se).

"Art. 11. Em qualquer operação de coleta, armazenamento, guarda e


tratamento de registros, de dados pessoais ou de comunicações por provedores
de conexão e de aplicações de internet em que pelo menos um desses atos ocorra
em território nacional, deverão ser obrigatoriamente respeitados a legislação
brasileira e os direitos à privacidade, à proteção dos dados pessoais e ao
sigilo das comunicações privadas e dos registros." (Grifou-se).

Nesse ponto, portanto, também é grave a falta da Ré, uma vez que em momento algum
se preocupou com a guarda da intimidade, privacidade ou da imagem dos substituídos.

Bem assim, osdanos morais são presumidos, sendo desnecessário ao titular, quanto
mais no casos dos autos, substituídos, comprovar prejuízos.

Desse modo, deve a reclamada, também, ser condenada à reparação dos danos
causados, bem como ao bloqueio da dispersão dos dados pessoais dos substituídos, sua utilização e o
acionamento dos terceiros que tiveram acesso ao seu banco de dados para que deixem de utilizar os
dados autorais.

Resta claro que a LGPD repisa determinações já há muito cogentes quanto à


necessidade, por exemplo, de consentimento prévio e consciente pelo titular dos dados, no caso em tela,
os substituídos, para o tratamento de dados pessoais sensíveis como os referentes à saúde, etnia, filiação
sindical e biométricos, bem como do tratamento dos dados pessoais com limite estrito às finalidades para
as quais foram coletados, armazenados, compartilhados, etc. Ainda deveria a reclamada ter indicado
precisa e consistentemente as bases legais utilizadas para o tratamento dos dados pessoais dos
substituídos.

Note-se que em seu dever de tratamento adequado dos dados dos substituídos, a
Reclamada tem sobre si como risco do negócio e, portanto, como sua responsabilidade objetiva o dever
de tratar esses dados pessoais de forma adequada à legislação constitucional e ordinária.

A Ré, portanto, sem qualquer consentimento ou base legal procedeu ao tratamento de


dados pessoais dos substituídos, incluído o compartilhamento.

- DOS DANOS MORAIS

No que se refere ao dano moral, tem-se, no caso dos autos, evidenciado in re ipsa,
conforme precedente do egrégio STJ, originariamente dedicado a consumidores, mas com plena
aplicação ao caso em exame, qualificado pela responsabilidade objetiva da empregadora, na condição de

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controladora, porquanto atraído à espécie o diálogo das fontes protetivas dos direitos fundamentais no
Brasil.

Contudo, caso não se entenda ser hipótese de dano moral in ré ipsa, portanto, tem-se
que restou incontestavelmente configurado tanto pelo tratamento irregular e ilegal de dados pessoais
titulados pelos substituídos, implicando severo desassossego pela exposição, armazenamento e
compartilhamento irregulares.

A reclamada é responsável pelos danos, ainda que potenciais, causados aos


substituídos por atos omissivos quanto à inobservância das obrigações legais, e comissivos, com o
tratamento irregular de dados pessoais, como no compartilhamento com outras empresas e órgãos
governamentais.

A necessidade de punição ao gerador do ato ilícito é patente no ordenamento jurídico,


tanto pela importância da reposição dos danos causados, quanto, sobretudo, pelo efeito educativo da
medida.

A indenização, no caso de dano moral, tem a finalidade de compensar o lesado


atenuando seu sofrimento e, quanto ao causador do prejuízo, tem caráter pedagógico e sancionatório,
para que não pratique mais ato lesivo à personalidade. A par disso, deve o montante atender aos fins que
se presta, sopesadas, ainda, a condição econômica da vítima e a do ofensor, o grau de culpa, a extensão
do dano, a finalidade da sanção reparatória e os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade.

- DA TUTELA DE URGÊNCIA:

Nesse sentido, surge, também, a necessidade da concessão de a tutela de urgência tem o


condão de determinar à reclamada que se abstenha de realizar qualquer forma de tratamento de dados
pessoais dos substituídos enquanto não regularizados os processos e procedimentos, sob pena de multa
diária a ser fixada por esse Juízo.

Bem assim, deve a reclamada ser instada a, imediatamente:

1. Informar os dados e o contato de seu encarregado, com indicação dos


comprovantes de aptidão do indicado;

2. Confirme quais dos dados pessoais dos substituídos são objeto de tratamento, com
indicação das bases legais, modalidades e do ciclo de vida dos referidos dados
pessoais no âmbito de sua organização;

3. Indique para qual ou quais países e em que circunstâncias os dados pessoais dos
substituídos foram transferidos por sua organização, indicando as finalidades e os
modos de proteção empregados, incluindo a localização dos servidores nos quais
os dados estão ou foram (nos últimos 12 meses) armazenados;

4. Envie prestação de contas detalhada sobre os usos específicos dos dados pessoais
dos substituídos, bem como os usos que pretende fazer no futuro;

5. Forneça a lista de todos os terceiros, pessoas naturais ou físicas, incluídas


integrantes da administração pública com quem tenha havido o compartilhamento
dos dados pessoais dos substituídos, com indicação precisa das finalidades e das
bases legais desse compartilhamento;

6. Indique qual (ou quais) desses terceiros localizados no Brasil ou em outro(s) país
(es) pode(m) compartilhar os dados pessoais dos substituídos, armazenar, ou
podem acessar os dados pessoais, e em que circunstância e qual ou quais os
protocolos de segurança e auditagem;

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7. Indique as bases legais para transferência de dados pessoais dos substituídos para
esses países ou blocos econômicos. Nos casos em que a transferência tenha
ocorrido ou esteja ocorrendo (com base nas salvaguardas apropriadas), que
apresente uma cópia de tais transferências;

8. Indicação das salvaguardas adotadas na transferência de dados pessoais dos


substituídos para os terceiros acima relacionados;

9. Indique o tempo em que pretende manter armazenados os dados pessoais dos


substituídos e, caso a retenção seja definida com base na categoria de dados
pessoais, identifique por quanto tempo cada categoria é armazenada;

10. Indique toda e qualquer hipótese de coleta dos dados pessoais dos substituídos,
com indicação da finalidade e bases legais adotadas;

11. Indique toda e qualquer decisão automatizada relativa aos dados pessoais dos
substituídos, incluindo a criação de perfis, com indicação dos critérios utilizados na
tomada dessas decisões automatizadas, incluindo as consequências desse processo,
bem como as formas de auditagem e responsáveis pela revisão;

12. Indique se houve até o momento algum incidente de segurança envolvendo os


dados pessoais dos substituídos, com indicação precisa da extensão do incidente e
providências adotadas como indicação precisa das autoridades comunicadas, bem
como as providências já adotadas para as devidas reparações bem como os valores
propostos a título de indenização individual e coletiva;

13. Ainda, em caso de incidente envolvendo os dados pessoais dos substituídos,


forneça:

15.a: descrição geral do que ocorreu;

15.b: data e hora da violação (ou a melhor estimativa possível);

15.c: data e hora em que a violação foi descoberta;

15.d: a fonte da violação (se a própria organização ou um terceiro para quem ela tenha
transferido os dados pessoais);

15.e: informações circunstanciadas sobre os dados pessoais dos substituídos que foram
objeto de incidente;

15.f: avaliação da empresa sobre o risco de danos, como resultado da violação;

15.g: descrição das medidas adotadas (ou que serão adotadas) para impedir o acesso
não autorizado aos dados pessoais dos substituídos;

15.h: informações de contato para que o Autor e os substituídos possam obter maiores
informações e assistência em relação a essa violação;

16. Indique as medidas de mitigação em curso nessa empresa para a proteção dos dados
pessoais, tais como criptografia dos dados pessoais; estratégias de minimização de
dados; anonimização ou pseudonimização; e/ou outras medidas adotadas;

17. Indique as políticas e padrões de informações adotadas pela empresa em relação à


proteção dos dados pessoais, bem como informações sobre aderência às normas de
segurança das informações e, mais especificamente, suas práticas em relação ao
seguinte:

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17.a: informe se a empresa fez backup dos dados pessoais, onde estão armazenados e
como estão protegidos, incluindo as camadas de proteção de dados pessoais contra
perda ou roubo e se isso inclui criptografia.

17.b: informe as tecnologias e aparatos em meio físico e eletrônico que permitam, com
certeza razoável, saber se os dados pessoais foram ou não divulgados, incluindo, dentre
outros aspectos, os seguintes:

- Sistemas de detecção de invasão;

- Tecnologias de firewall;

- Tecnologias de acesso e gerenciamento de identidades;

- Auditoria de banco de dados e/ou ferramentas de segurança; e/ou

- Ferramentas de análise comportamental, ferramentas de análise de log ou ferramentas


de auditoria;

18. Quais tecnologias ou procedimentos a empresa Ré adota para garantir que os


indivíduos em sua organização sejam monitorados no que se refere à divulgação
deliberada ou inadvertida de dados pessoais para fora da empresa (por e-mail, webmail
ou mensagens instantâneas ou outros);

19. Se já houve alguma circunstância em que funcionários ou contratados foram


demitidos e/ou investigados (internamente ou criminalmente) por acessar os dados
pessoais do Autor (substituídos) de forma inadequada; caso não possa determinar isso
de forma pessoal, informar se tal fato ocorreu em relação a qualquer substituído, nos
últimos 12 meses;

20. Informe sobre as medidas de treinamento e conscientização que a empresa Ré


adotou para garantir que funcionários e contratados acessem e processem os dados
pessoais de forma adequada e em conformidade com a LGPD e demais normas
referidas acima, em especial, mas não exclusivamente.

- DOS PEDIDOS

Isto Posto, REQUER à Vossa Excelência:

I- A concessão da tutela de urgência antecipada, em sede liminar e sem a


necessidade de oitiva da ré, sob pena de multa diária, e para cada desatendimento,
uma vez que se tratam, todas de obrigações expressas em Lei, para determinar
que a reclamada atenda os itens elencados acima e confirme, no prazo de 24
horas, o atendimento de todos os itens elencados;

II- Que a reclamada se abstenha de repassar, vazar, vender, entregar, doar,


alugar os dados pessoais, sem autorização, sob pena de multa diária;

III- Seja a Ré citada no endereço indicado para, querendo, oferecer contestação,


sob pena de revelia e confissão;

IV- A aplicação do CDC ao caso, invertendo-se o ônus da prova;

V- Ao final, a confirmação da tutela de urgência;

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VI- A procedência da ação para reconhecer a ausência de conformidade da


reclamada com os preceitos da Constituição Federal, Marco Civil da Internet,
LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados - Lei 13.709/2018, com a fixação de
prazo para a adequação.

VII- A condenação da Ré ao pagamento de Danos Morais aos substituídos em


montante não inferior a R$ 5.000,00 (Cinco Mil Reais) ou outro valor não inferior
que este juízo entender, para cada trabalhador que integre ou tenha integrado os
quadros da reclamada no período não abarcado pela prescrição;

VIII- Tendo em conta que a ré pratica violações a direitos fundamentais, sejam-


lhe aplicadas, por analogia, as penalidades previstas no artigo 52 da lei Geral de
Proteção de Dados, em especial o bloqueio do banco de dados pessoais enquanto
não regularizadas as operações;

IX- Seja comunicado à Autoridade Nacional de Proteção de Dados o uso


indevido, compartilhamento e tratamento inadequado dos dados pessoais dos
substituídos;

X- A intimação do Ministério Público do Trabalho para que acompanhe a


presente demanda em face do caráter coletivo dos direitos tutelados bem como se
tratarem de Direitos Fundamentais dos substituídos, cuja tutela também é mister
do MPT, conforme determinação constitucional;

XI- A publicação da sentença e eventuais acórdãos em periódicos de circulação


nacional, em meio físico e eletrônico, bem como em todo e qualquer sítio da
internet e perfil de redes sociais mantidos pela ré no presente e no momento da
publicação das decisões

XII- A condenação da Reclamada ao pagamento das custas e honorários


advocatícios;

XIII- Dá-se à causa, para fins de alçada, o valor de R$ 50.000,00.

Pede deferimento.

Porto Alegre, 26 de janeiro de 2021.

- Assinado eletronicamente -

p.p. Daniel Paulo Fontana - OAB/RS 35.057

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 26/01/2021 15:13:25 - 9f0bda9


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21012615075100700000057731482
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 9f0bda9 - Pág. 19
Número do documento: 21012615075100700000057731482
Fls.: 21

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 26/01/2021 15:13:25 - 9f0bda9


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21012615075100700000057731482
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 9f0bda9 - Pág. 20
Número do documento: 21012615075100700000057731482
Fls.: 22

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 26/01/2021 15:13:25 - 4493a30


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21012615121841400000057731517
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4493a30 - Pág. 1
Número do documento: 21012615121841400000057731517
Fls.: 23

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 26/01/2021 15:13:25 - c22daca


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21012615121841300000057731507
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. c22daca - Pág. 1
Número do documento: 21012615121841300000057731507
Fls.: 24

Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região - 1º Grau


Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região - 1º Grau

O documento a seguir foi juntado aos autos do processo de número 0020014-42.2020.5.04.0333


em 15/01/2020 15:40:47 - 2ccd1a8 e assinado eletronicamente por:
- DANIEL PAULO FONTANA

Consulte este documento em:


https://pje.trt4.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam
usando o código:20011515395671500000076815283

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 1
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 25

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 2
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 26

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 3
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 27

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 4
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 28

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 5
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 29

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 6
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 30

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 7
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 31

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 8
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 32

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 9
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 33

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 10
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 34

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 11
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 35

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 26/01/2021 15:13:25 - a5e8d4e


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 12
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 36

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 13
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 37

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 26/01/2021 15:13:25 - a5e8d4e


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 14
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 38

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 15
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 39

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 16
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 40

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 26/01/2021 15:13:25 - a5e8d4e


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 17
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 41

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 26/01/2021 15:13:25 - a5e8d4e


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 18
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 42

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 26/01/2021 15:13:25 - a5e8d4e


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21012615121841300000057731509
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 19
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 43

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 26/01/2021 15:13:25 - a5e8d4e


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21012615121841300000057731509
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 20
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 44

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 26/01/2021 15:13:25 - a5e8d4e


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21012615121841300000057731509
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a5e8d4e - Pág. 21
Número do documento: 21012615121841300000057731509
Fls.: 45

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

Tratando-se de AÇÃO CIVIL PÚBLICA e AÇÃO CIVIL COLETIVA, inclua-se o Ministério Público
do Trabalho.

Notifique-se a requerida para que apresente defesa escrita, acompanhada dos documentos que
a instruam, em 15 dias, ciente de eventual deliberação acerca da revelia e confissão em relação
à matéria de fato. No prazo de 5 dias, deverá se manifestar, também, acerca do pedido de tutela
de urgência realizado na inicial.

Apresentada a contestação, dê-se vista à parte autora, no prazo de 15 dias, para se manifestar
sobre a defesa e sobre eventuais documentos juntados. Nos prazos deferidos, ficam as partes
intimadas para que, se houver interesse na produção de prova oral, as partes deverão
especificar, no mesmo prazo, qual o objeto da prova e como pretendem a sua produção, haja
vista a necessidade de utilização de mídia para a sua realização. Por fim, se as partes tiverem
interesse em conciliar, informem suas respectivas propostas e o interesse na realização de
audiência tele presencial para tal fim. Exauridos os prazos sem necessidade de outras provas ou
conciliação, a instrução estará encerrada e o processo deverá vir concluso para julgamento.

MONTENEGRO/RS, 26 de janeiro de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 26/01/2021 18:20:55 - fc62667
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21012616453371100000091461223?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21012616453371100000091461223
Fls.: 46

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

NOTIFICAÇÃO

DESTINATÁRIO

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Fica V. Senhoria intimado da tramitação da presente AÇÃO CIVIL COLETIVA, para, querendo,
intervir no feito. Deverá ser observado o art. 775-A da CLT.

MONTENEGRO/RS, 27 de janeiro de 2021.

ELIANA BERWANGER AMADOR


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 27/01/2021 11:41:01 - 5491e28
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21012711405864100000091491548?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21012711405864100000091491548
Fls.: 47

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

CERTIDÃO -Chaves de acesso

Certifico que a petição inicial e documentos poderão ser acessados pelo site https://pje.trt4.jus.
br/pjekz/validacao, digitando a chave de acesso abaixo:

Descrição Tipo de documento Chave de acesso**

Intimação Intimação 21012711405864100000091491548

Despacho Despacho 21012616453371100000091461223

Petição Inicial Petição Inicial 21012615075100700000091450716

Procuração Procuração 21012615122943200000091451080

ATA Documento Diverso 21012615130276900000091451129

Estatuto Estatuto 21012615130938600000091451139

MONTENEGRO/RS, 27 de janeiro de 2021.

ELIANA BERWANGER AMADOR


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 27/01/2021 11:41:40 - 9746bf2
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21012711414038400000091491619?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21012711414038400000091491619
Fls.: 48

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

NOTIFICAÇÃO

DESTINATÁRIO

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA


EST RST 287 KM 10, S/N, passo da serra, MONTENEGRO/RS - CEP: 95780-000

Pela presente, fica o destinatário intimado para que apresente defesa escrita, acompanhada
dosdocumentos que a instruam, em 15 dias (observada a suspensão de prazos do art. 775-A,
daCLT), ciente de eventual deliberação acerca da revelia e confissão em relação à matéria de
fato.

No mesmo prazo acima fica intimada para que, se houver interesse na produção de prova oral,
deverá especificar, no mesmo prazo, qual o objeto da prova e como pretende a sua produção,
haja vista a necessidade de utilização de mídia para a sua realização, além das demais
determinações contidas no despacho de ID 9fd84eb.

No prazo de 5 dias, deverá se manifestar, também, acerca do pedido de tutela de urgência


realizado na inicial.

A petição inicial e documentos poderão ser acessados pelo site https://pje.trt4.jus.br/pjekz


/validacao, digitando a chave de acesso abaixo:

21012711414038400000091491619

Caso V. Sa. não consiga consultá-los via internet, deverá consultar o e-mail da Unidade
Judiciária (varamontenegro@trt4.jus.br) para receber orientações.

MONTENEGRO/RS, 27 de janeiro de 2021.

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 27/01/2021 11:47:23 - e22da6e
Fls.: 49

ELIANA BERWANGER AMADOR


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 27/01/2021 11:47:23 - e22da6e
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21012711471927900000091492129?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21012711471927900000091492129
Fls.: 50

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO


Procuradoria do Trabalho no Município de SANTA CRUZ DO SUL
Rua 28 de Setembro, 834/844, Centro, Santa Cruz do Sul/RS, CEP 96810-174 - Fone (51) 3740-0600
2021 - Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil #ChegadeTrabalhoInfantil

EXCELENTÍSSIMO(A) JUIZ(A) DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE


MONTENEGRO

ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
Autor: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
Réu: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA

MANIFESTAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, em atenção à


intimação recebida, vem à presença de Vossa Excelência manifestar-se, nos
seguintes termos.

1. Não obstante o presente processo esteja cadastrado como


Ação Civil Pública, o exame da petição inicial e seus pedidos aponta que não se
está apenas diante de uma pretensão de tutela inibitória (como consta no pedido do
item II - "Que a reclamada se abstenha de repassar, vazar, vender, entregar, doar,
alugar os dados pessoais, sem autorização, sob pena de multa diária;"), mas
também de uma pretensão de tutela ressarcitória [como demonstra o pedido do item
VII - "A condenação da Ré ao pagamento de Danos Morais aos substituídos em
montante não inferior a R$ 5.000,00 (Cinco Mil Reais) ou outro valor não inferior que
este juízo entender, para cada trabalhador que integre ou tenha integrado os quadros
da reclamada no período não abarcado pela prescrição;"], o que é próprio da Ação
Civil Coletiva. Assim, como bem apontado no despacho do ID. fc62667, o presente
processo se trata de uma Ação Civil Pública cumulada com Ação Civil Coletiva.

2. No tocante à Ação Civil Coletiva, há a necessidade de


publicação de edital, conforme prevê o art. 94 do Código de Defesa do Consumidor:

Art. 94. Proposta a ação, será publicado edital no órgão oficial, a fim de que os
interessados possam intervir no processo como litisconsortes, sem prejuízo de
ampla divulgação pelos meios de comunicação social por parte dos órgãos de
defesa do consumidor.

Como se vê, a publicação de edital é uma conduta imperativa, cuja


inobservância pode acarretar a nulidade do feito, por duas razões. Em primeiro
lugar, porque está prevista expressamente em lei, sem caráter de facultatividade.
Não bastasse isso, a teleologia da regra justifica a sua aplicação, pois é necessário

Assinado eletronicamente por: ENERIA THOMAZINI - 28/01/2021 12:38:10 - 8835b31


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21012812393800000000057731487
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 8835b31 - Pág. 1
Número do documento: 21012812393800000000057731487
Fls.: 51

dar publicidade à demanda, de modo a facilitar o conhecimento aos trabalhadores


lesados da sua tramitação, para que a discussão sobre seus interesses não passe
despercebida, permitindo-lhes o exercício da faculdade legal de intervenção no
processo. Ademais, não se trata de mera formalidade porquanto, havendo
substituição processual, deve-se possibilitar ao substituído, titular do direito material
em discussão, agregar informações e provas aos autos, de modo que seu interesse
seja adequadamente tutelado.

3. Ademais, tratando-se também de Ação Civil Pública, deve-se


registrar que, caso haja a condenação da Ré, há a necessidade de fixação de
astreinte para a hipótese de descumprimento da obrigação de fazer, na forma do art.
11 da Lei nº 7.347/1985 ("Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação
de fazer ou não fazer, o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade
devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de
cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, independentemente
de requerimento do autor." - g.n.).

4. Por fim, também é necessário consignar que o sindicato Autor,


na condição de substituto processual dos trabalhadores, não é titular do direito
material, mas apenas do direito processual. Nessa senda, eventual proposta de
conciliação que implique redução dos créditos não poderá ser homologada sem a
anuência expressa dos trabalhadores substituídos, porquanto eles são os
titulares do direito material, e somente elas - e não o sindicato - poderiam renunciar
ao crédito que lhes pertence.

ANTE O EXPOSTO, o Ministério Público do Trabalho opina pela


publicação de edital (art. 94 do CDC), com o consequente prosseguimento do feito,
observadas as considerações acima tecidas.

Em caráter preliminar, é o opinativo.

Santa Cruz do Sul, 28 de janeiro de 2021.

ENÉRIA THOMAZINI
PROCURADORA DO TRABALHO

Assinado eletronicamente por: ENERIA THOMAZINI - 28/01/2021 12:38:10 - 8835b31


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21012812393800000000057731487
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 8835b31 - Pág. 2
Número do documento: 21012812393800000000057731487
Fls.: 52

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

Inicialmente, publique-se o edital na forma propugnada pelo MPT e, após, aguarde-se pelo prazo
concedido.

MONTENEGRO/RS, 28 de janeiro de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 28/01/2021 15:20:59 - 8e8f937
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21012815185437600000091567465?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21012815185437600000091567465
Fls.: 53

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

EDITAL PARA CIÊNCIA A TERCEIROS INTERESSADOS

Pelo presente, nos termos do artigo 94 da Lei 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor), a
MM. Juíza do Trabalho de Montenegro faz saber aos terceiros interessados que possam intervir
no processo como litisconsortes, que perante a Vara do Trabalho de Montenegro tramita a Ação
Civil Pública acima identificada.

Ivanise Uhlig de Barros

juíza do trabalho

MONTENEGRO/RS, 28 de janeiro de 2021.

ELIANA BERWANGER AMADOR


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 28/01/2021 17:24:17 - 9b97370
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21012817241504900000091581015?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21012817241504900000091581015
Fls.: 54

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

PROCESSO: ACC 0020043-80.2021.5.04.0261


AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA

CERTIDÃO DE DEVOLUÇÃO DE MANDADO

ID do mandado: e22da6e
Destinatário: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA

CERTIFICO e dou fé que, em cumprimento ao presente mandado, em 23/02/2021 (3ªfeira),


recebi nota de ciente dos termos da presente Ação Civil Coletiva, por meio de e-mail, acusando a
notificação da Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí Ltda., através de sua
coordenadora de produção, Sra. Cristina Tomasi Franzen; do prazo, improrrogável, de 15
(quinze) dias para contestar e juntar documentos, sob pena de revelia e confissão (observada a
suspensão de prazos do art. 775-A, da CLT); especificar provas, se do interesse da demandada,
demais determinações contidas no despacho de Id 9fd84eb; bem quanto para manifestar-se
acerca do pedido de tutela de urgência formulado na inicial, consoante ‘print’ da mensagem que
anexo aos autos. Contrafé aceita.

MONTENEGRO/RS, 24 de fevereiro de 2021


ANDRE GIULIANO SANTOS DE SOUZA
Oficial de Justiça Avaliador Federal

Assinado eletronicamente por: ANDRE GIULIANO SANTOS DE SOUZA - Juntado em: 24/02/2021 10:26:34 - f467a18
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21022410253894600000092646611?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21022410253894600000092646611
Fls.: 55

Assinado eletronicamente por: ANDRE GIULIANO SANTOS DE SOUZA - Juntado em: 24/02/2021 10:26:35 - 8214755
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21022410263255800000092646686?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21022410263255800000092646686
Fls.: 56

PROCURAÇÃO

OUTORGANTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLÓGICOS DO VALE DO CAÍ


LTDA - ECOCITRUS, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº 02.560.231/0001-85,
com sede na Estrada Marcirio de Souza Carpes, nº 7007 - na localidade de Porteiro Grande, Montenegro
/RS. Representada por Maique Konrad Kochenborger, inscrito no CPF 000.138.470-82, portador da
cédula de identidade nº 000.138.470-82, solteiro, residente e domiciliado em Lajeadinho, distrito de
Montenegro/RS.

OUTORGADO(S): A presente procuração é concedida para NATASHA ALVES FERREIRA,


advogada registrada na OAB/RS 79.698, CPF nº 834.761.990-53, RG nº 7086516601, com endereço
profissional na Estrada Marcirio de Souza Carpes, 7007 - na localidade de Porteiro Grande, Montenegro
/RS, A QUEM DEVERÃO SER DIRIGIDAS TODAS AS INTIMAÇÕES, NOTIFICAÇÕES E
AVISOS REFERENTES AO PRESENTE MANDATO; e ATALIBA TELLES CARPES, brasileiro,
solteiro, OAB 106.855/RS, portador do CPF nº 029.144.230-71, RG 3100021801, residente e
domiciliado na Rua Olavo Bilac, nº 462/26, CEP 90040-310, Santana, no município de Porto Alegre/RS.

PODERES: O outorgante nomeia os outorgados como seus procuradores, conferindo-lhes os poderes da


cláusula "ad judicia" e "ad extra", conjunta ou separadamente, para representa-lo em juízo ou fora dele,
outorgando-lhe ainda os especiais poderes de concordar, acordar, confessar, discordar, desistir, transigir,
firmar compromissos, receber - inclusive endossando cheques em seu nome - e dar quitação, receber
valores e levantar alvarás judiciais extraídos em nome do outorgante, requerer falências e concordatas,
imputar a terceiros, em nome dos outorgantes, fatos descritos como crimes, arguir exceções de suspeição,
e estabelecer com ou sem reserva os poderes conferidos pelo presente mandato.

Fins: representar o(s) interesse(s) do(s) outorgante(s) em processos judiciais e/ou administrativos.

Montenegro, ___ de março de 2021.

______________________________________________________

ECOCITRUS

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:14:07 - ee456e9


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114124619800000057731491
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. ee456e9 - Pág. 1
Número do documento: 21030114124619800000057731491
Fls.: 57

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:14:07 - 6e8e5f6


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114134929200000057731506
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 6e8e5f6 - Pág. 1
Número do documento: 21030114134929200000057731506
Fls.: 58

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA VARA DO TRABALHO DE


MONTENEGRO/RS

Processo nº 0020043-80.2021.5.04.0261

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE


DO CAI LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ
sob o nº 02.560.231/0001-85, com sede na Estrada Marcirio de
Souza Carpes, nº 7007 – na localidade de Porteiro Grande,
Montenegro/RS, vem através do presente instrumento firmado
por seu procurador, apresentar

CONTESTAÇÃO

em face da ação movida pelo SINDICATO DOS


TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTAÇÃO DE
MONTENEGRO, já qualificado nos autos.

1. DAS PRELIMINARES
Excelência, em que pese desde já a reclamada, através de seus procuradores
firmatários, firme posicionamento conciso e confiante na IMPROCEDÊNCIA do mérito da
presente ação, alguns pontos preliminares sobressaltam e igualmente prejudicam seu
deslinde. Neste sentido, os tópicos a seguir:

1.1 DA AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE AD CAUSAM


A dubiedade quanto à legitimidade do Sindicato autor para manejar a ação em tela
se depreende desde as primeiras linhas de seu petitório inicial. Das dezenove páginas da
peça, a entidade destina sete páginas (mais de 1/3 do documento) somente a uma –
frustrada – tentativa de justificação de sua legitimidade ativa.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 5105eaf


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114151679800000057731480
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 1
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 59

O próprio parecer do Ministério Público do Trabalho (ID 8835b31) aponta para


notórias nulidades do feito. O péssimo manejo da petição inicial, apresentada como “AÇÃO
CIVIL COLETIVA OU, SUCESSIVAMENTE AÇÃO COLETIVA POR SUSTITUIÇÃO PROCESSUAL”
(sic) prejudica a apreciação das partes, do juízo, do parquet e o próprio acesso público. “Ação
Coletiva por Substituição Processual” não passa de um enxerto jurídico manejado pelo
Sindicato autor, haja vista a incapacidade ou má-fé intuitiva em fazer o correto
enquadramento desta ação. Conforme também referido pelo MPT, há confusão entre o uso
dos institutos da Ação Civil Pública e da Ação Civil Coletiva, o que reforça a percepção da
injustiça perpetrada pelo Sindicato ao propor esta lide.
No sentido da demanda do art. 94 do Código de Defesa do Consumidor, foi
publicado Edital (ID 9b97370) convocando os interessados a intervirem na ação. Decorridos
mais de 30 (TRINTA) dias da publicação, NÃO houve qualquer manifestação de
trabalhadores (ou terceiros interessados) na ação proposta pelo Sindicato. Não só não
houve qualquer relato de dano ou mau uso dos direitos dos trabalhadores substituídos (que
até agora não se sabe quem são), de modo que é igualmente certo que não haverá qualquer
manifestação que coadune com sua posição neste deslinde. Portanto, desde já se protesta
pelo indeferimento da petição inicial, com base no art. 330, II do Código de Processo Civil,
por tratar-se do Sindicato ser parte manifestamente ilegítima para propor a presente ação,
argumento reforçado inclusive pela manifestação do Ministério Público do Trabalho.
Em adição, por mais que a presente ação verse sobre direitos individuais
homogêneos, conforme apontado pelo próprio Sindicato em seu petitório inicial, não há
qualquer menção a quem são os substituídos/lesados. Os direitos individuais homogêneos,
reconhecidos categoricamente pelo art. 81, III do Código de Defesa do Consumidor, são
aqueles decorrentes de origem comum, mas que, ao mesmo tempo, possibilitam identificar
cada um dos titulares daquele mesmo direito e sua proporcionalidade, se for o caso. Logo,
a partir desta construção, é notória a latente necessidade de acostamento aos autos do
chamado “rol de substituídos” – aqueles trabalhadores supostamente afetados por lesão a
direito perpetrada pela Cooperativa requerida: o que não ocorre neste caso.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 5105eaf


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114151679800000057731480
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 2
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 60

Ainda, além do Sindicato não ter provado qualquer lesão a direito, ou quaisquer de
suas infinitas alegações nesta ação coletiva, não há menção a qualquer manifestação de
vontade por parte de algum trabalhador que ensejasse seu ajuizamento. Principalmente,
resta IMPOSSÍVEL a identificação por parte da ECOCITRUS – ora requerida – de quais
trabalhadores foram supostamente lesados, afastando qualquer possibilidade de uma
razoável produção probatória quanto ao mérito do feito, ferindo direito fundamental e
sumo dentro do âmbito processual, ainda que não seja crível posicionamento favorável ao
aduzido pelo Sindicato autor. A argumentação acima exposta também é reforçada pelo art.
5º, XXI da Constituição Federal da República: “XXI - as entidades associativas, quando
expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou
extrajudicialmente;” (grifo nosso).
Outro fato que denota o péssimo preparo argumentativo do Sindicato autor é o
erro de conceituação perpetrado na página 4 da petição inicial, onde refere: “ (...) uma vez
que atua na defesa dos chamados direitos coletivos strictu sensu, ou seja, há uma reunião de
interesses individuais homogêneos, que podem ser examinados de uma forma coletiva” (sic).
Os direitos individuais homogêneos não se confundem com os direitos coletivos stricto
sensu. Ainda que de modo complexo, os direitos coletivos lato sensu no ordenamento
jurídico pátrio são divididos em: a) difusos; b) coletivos stricto sensu; c) individuais
homogêneos. Talvez a ignorância conceitual do procurador do Sindicato autor explique a
má-adequação da própria nomenclatura da ação.
No sentido do exposto, requer seja indeferida a petição inicial da presente ação,
restando o feito julgado sem resolução de mérito, haja vista a ausência de legitimidade
para propositura da ação por parte do Sindicato autor.

1.2 DA(S) INÉPCIA(S) DA INICIAL


1.2.1 Da ausência de causa de pedir
Conforme o art. 330 do Código de Processo Civil vigente, na esteira de seu inciso I,
a petição inicial será indeferida quando for inepta, sendo que tais casos são prescritos em

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 5105eaf


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114151679800000057731480
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 3
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 61

seu §1º. Neste dispositivo, o inciso I informa que considera-se inepta a petição inicial quando
“(...) lhe faltar pedido ou causa de pedir”.
No caso dos presentes autos, além do fato de não haver qualquer comprovação
de dano que enseje a ação, NÃO HÁ DANO ou RELATO DE DANO. Em sintéticas palavras,
o Direito é uma ciência que visa a regulação da vida em sociedade e, quando houver alguma
dissidência neste ecossistema, o Estado é chamado a intervir, através de uma das pontas de
sua figura Tripartite, qual seja, o Poder Judiciário. Contudo, não é possível crer que o Poder
Judiciário seja acionado em situação onde não ocorreu qualquer lesão a direito, direta ou
indiretamente, ao passo em que a presente ação não passa de um mero devaneio jurídico
no intuito de se alcançar proveito através do Poder Judiciário. Além disso, a ação é manejada
com o intuito de ser gratuita e visando afastar qualquer possibilidade de prejuízo em caso
de (o que acredita ser certo) frustração.
Neste sentido, requer seja a presente petição inicial indeferida, em face da
inexistência de causa de pedir, com base no art. 330, I e §1º, I do Código de Processo Civil.

1.2.2 Da não-liquidação dos pedidos


Sendo o presente deslinde de competência da Justiça do Trabalho, além dos
regramentos processuais fixados pelo Código de Processo Civil, há de ser observada
também a Consolidação das Leis do Trabalho, no que for tangível.
Com o advento da “Reforma Trabalhista” (Lei nº 13.467/17), o art. 840, §1º da CLT
passou a demandar a indicação minuciosa do valor do pedido realizado na ação (ou, ao
menos, que haja razoável cognição no arbitramento do valor da causa). Neste caso concreto,
além dos refutáveis pedidos que culminam em “obrigações de fazer”, o Sindicato autor
formalizou petitório a título indenizatório de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) “para cada
trabalhador que integre ou tenha integrado os quadros da reclamada no período não abarcado
pela prescrição”; adicional a isto, arbitrou o valor da causa em R$ 50.000,00 (cinquenta mil
reais).
Em um cálculo simples, presume-se que a parte requerente esteja substituindo,
então, 10 (dez) trabalhadores. Contudo, Excelência, conforme já referido nas primeiras linhas

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 5105eaf


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114151679800000057731480
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 4
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 62

desta contestação, a entidade autora NÃO apontou quais trabalhadores está


representando no presente petitório. Além das questões de mérito que serão refutadas a
seguir, não é possível identificar quantos trabalhadores estão sendo substituídos e,
consequentemente, qual a importância a título indenizatório que está sendo requerida no
petitório para cada um deles. O art. 840, §1 da CLT é claro ao referir a necessidade de
minuciosidade valorativa dos pedidos realizados. O §3 do mesmo dispositivo legal aponta
que, como penalidade à tal inobservância, coaduna-se na extinção sem resolução de
mérito de tais pedidos.
Deste modo, requer seja julgada sem resolução de mérito, haja vista notório
prejuízo do pedido de indenização a título de danos morais formulado pelo Sindicato autor,
pois inadequado à previsão legal.

1.2.3 Da aleatoriedade da tutela de urgência


Também há inépcia da petição inicial no que tange ao pedido de “tutela de urgência
formulado”.
Conforme bem se depreende da leitura do Código de Processo Civil, a mesma será
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e, além
disso, possui diversas modalidades. No caso dos autos, não só o Sindicato autor não
apontou se se trata de tutela antecipada ou cautelar, conforme prescrições do CPC, como
também trouxe QUALQUER prova que sustente argumentação. Portanto, incorre na
penalização prevista no art. 330, §1º, II, haja vista indeterminação do pedido.
Requer-se, neste sentido, seja indeferida a petição inicial desta ação coletiva, haja
vista a inadequação de sua formatação à previsão legal.

2. DO MÉRITO
Por mais que se tenha convicção no acolhimento das preliminares prejudiciais da
ação acima expostas, é dever dos procuradores da reclamada refutarem os pífios
argumentos levantados em sede de petição inicial por parte do Sindicato autor. Neste

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 5105eaf


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114151679800000057731480
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 5
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 63

sentido, desde já pugnando-se pela improcedência da ação quanto ao seu mérito, combate-
se os argumentos expostos na ação coletiva conforme os tópicos a seguir:

2.1 Da prescrição
Ainda que o principal viés argumentativo da ação coletiva movida seja com base na
“Lei Geral de Proteção de Dados” (Lei nº 13.709/18), que passou a viger tão somente em
setembro de 2020, por extrema precaução, invoca-se a incidência do instituto da prescrição
no presente caso concreto.
Conforme informam o art. 11 da CLT (“A pretensão quanto a créditos resultantes das
relações de trabalho prescreve em cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o
limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho”) e o art. 5º, XXIX da Constituição
Federal (“ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo
prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos
após a extinção do contrato de trabalho”), há de ser reconhecida a prescrição nos cinco anos
pretéritos ao ajuizamento da presente ação (termo em 26/01/2016).
Logo, se, por ventura, o que não se acredita, seja esta Cooperativa condenada à
reparação por danos morais em face de manuseio injusto dos dados de seus colaboradores,
requer seja delimitado período de condenação a: 1. a partir da vigência da LGPD
(setembro/2018); e, subsidiariamente 2. dentro do período prescricional – 26/01/2016 em
diante.

2.2 Do suposto “incidente” com os dados dos substituídos


Impõe ressaltar de plano que, conforme já exarado em sede preliminar, sequer há a
possibilidade, através da documentação acostada aos autos e dos argumentos apontados
em sede de petição inicial, de saber quem são os substituídos pelo Sindicato autor.
Interessante que o mesmo visa defender dados pessoais sem sequer identificar as pessoas
que estão sendo “protegidas”.
Superada tal questão, destaca-se que não há QUALQUER notícia, requerimento,
indicação, prova ou qualquer outro meio possível que indique que houve tipo de lesão

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 5105eaf


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114151679800000057731480
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 6
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 64

alguma a qualquer direito dos substituídos, ainda mais no que tange a dados pessoais
sensíveis ou não. Conforme verificado nos autos, em que pese tenha-se publicado Edital de
chamamento, indicado pelo próprio MPT, não houve qualquer manifestação no sentido
de sustentar os argumentos da parte autora.
Em extenso e redundante arrazoado, que se limita meramente a colacionar
dispositivos legais, a parte autora refere que “Contudo, a ré, pelo descumprimento sistemático
das normas relativas à proteção dos dados pessoais expõe seus trabalhadores, ora substituídos,
a riscos severos em relação aos seus dados.”
Descumprimento sistemático!?
Sequer a parte autora acosta aos autos qualquer comprovação de lesão a direito –
o que, repise-se, não ocorreu – e ainda afirma que foi “sistemático” o descumprimento da
Cooperativa à LGPD! UM ABSURDO, EXCELÊNCIA!
Refere também a autora, na página 13 de seu petitório inicial, que a reclamada
“realiza operações de tratamento de dados pessoais dos substituídos, como nome, endereço,
filiação, números de documentos como CLT, CPF, RG, em muitos casos, a CNH, além de tratar
dados sensíveis referentes à saúde e biométricos como fotografias e digitais”. Excelência, a
reclamada não realiza complexas operações de tratamento de dados pessoais e nem tem
interesse para tanto. Tão somente coleta informações básicas de seus colaboradores para
fins administrativos e necessários para seu bom registro junto aos Órgãos Oficiais
competentes (em anexo, modelos de ficha de registros dos empregados que
demonstram tal argumentação).
Importante referir que, ao contrário do que muitos procuradores têm arguido
recentemente (inclusive o firmatário desta ação coletiva) a Lei Geral de Proteção de Dados,
ainda que seja reconhecida sua importância, não se compara a “parúsia inovativa” legal. A
própria Consolidação das Leis do Trabalho, em seus arts. 41 a 48, já trazia especificações
quanto à necessidade da boa manutenção do registro dos empregados, vedando o abuso
no manejo das informações coletadas. Neste sentido, afirma a reclamada categoricamente
que tão somente coleta os dados de seus funcionários para fins de registro legal, na esteira
da permissão do art. 7º, II da própria LGPD. Não houve jamais a comercialização,

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 7
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 65

compartilhamento indevido ou permissão de acesso aos dados de seus funcionários a


terceiros.
Não procede a afirmação de que a Cooperativa “(...) realiza o compartilhamento com
diversos outros controladores e operadores como plano de saúde, órgãos governamentais, sem
as cautelas e medidas de segurança técnicas e administrativas”. Não há qualquer prova de
tal afirmação, beirando a má-fé e consolidando-se em notória aleatoriedade de ideais para
fins jurídicos.

2.3 Da ausência de necessidade de um “encarregado”


Excelência, o procurador firmatário desta ação desconhece não só a boa aplicação
do ordenamento jurídico pátrio mas também o próprio regramento complementar a este.
É bem verdade que há a figura do “encarregado” pelo tratamento dos dados,
conforme constante na LGPD. Contudo, de forma semelhante a diversas outras disposições
da novel Lei, a implementação de tal “instituto” demanda regulamentação própria por
parte da Agência Nacional de Proteção de Dados – ANPD, através da chamada “agenda
regulatória”.
Em 27 de janeiro recente, foi emitida a Portaria nº 11 no Diário Oficial da União que,
justamente, torna pública a “Agenda Regulatória para o Biênio 2021-2022”. Nela consta, em
seu Anexo I, Item 8, que o “Encarregado de Proteção de Dados Pessoais” terá as normas
estabelecidas para o desenvolvimento de suas atividades tão somente no primeiro
semestre de 2022. Excelência, não só o Sindicato autor visa adentrar a competência da
Agência Nacional de Proteção de Dados, como também objetiva induzir ao erro este juízo
através de má e errônea aplicação da lei. Se o próprio Órgão Governamental destinado à
regulação da temática da proteção de dados não exige legalmente determinada diretriz de
adequação, não será o Sindicato autor que assim o fará.

2.4 Da invasão de competência da Agência Nacional de Proteção de Dados


Não há como prosperar, igualmente, a alegação da parte autora de que: “Note-se
que a reclamada, em momento algum, embora o longuíssimo período de vacatio legis e,

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 5105eaf


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114151679800000057731480
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 8
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 66

mesmo decorridos vários meses desde a entrada em vigor da LGPD promoveu legis, qualquer
alteração nos procedimentos, nos processos de tratamento de dados pessoais dos substituídos
ou mesmo a informação aos obreiros das formas, bases legais, e prazo de tratamento dos
dados pessoais, muitos dos quais, sensíveis. (...) Não restam dúvidas de que os dados pessoais
dos trabalhadores substituídos são coletados, tratados, armazenados e compartilhados
de forma completamente ilegal e com violação clara dos direitos dos titulares.”
Conforme já referido, a própria CLT (e também o ordenamento jurídico como um
todo) já apontavam para um norte de responsabilidade de qualquer empresa, associação,
cooperativa, etc. em evitar abusos ou condutas lesivas ao indivíduo mediante o manuseio
de seus dados pessoais. A LGPD trouxe não só caráter legislativo, mas também
regulamentador da questão; contudo, não necessariamente impôs uma revolução que, de
um momento para o outro, devesse se aderir. O mero fato da ECOCITRUS ou qualquer
outra instituição possuir alguns dados básicos pessoais de seus colaboradores não
infere as vedações do ordenamento jurídico ou atrai qualquer tipo de sanção.
Novamente, o Sindicato autor reitera que “não restam dúvidas que os dados pessoais
são compartilhados com terceiros”, argumentação SEM QUALQUER LASTRO PROBATÓRIO.
Excelência, o instituto da inversão do ônus da prova é uma exceção do ordenamento jurídico,
havendo, para sua aplicação, de atender a determinados requisitos legais – seja utilizando-
se do art. 373 do CPC ou do art. 818 da CLT.
O ônus da prova cabe à parte autora quando fato constitutivo de seu direito, salvo
excessiva dificuldade de cumprir com tal encargo. No caso dos autos, o Sindicato autor aduz
efusivamente que a Cooperativa ré incorreu em aleatórias violações aos direitos dos (não
identificados) substituídos, inclusive apontando compartilhamento com terceiros estranhos à
relação trabalhista. Não há qualquer fumaça de que isto tenha ocorrido, pelo contrário. Além
de a ação ter documentação nula acostada aos autos, uma vez que em nada contribui com
sua argumentação, não há qualquer notícia de que qualquer dos (não identificados)
substituídos tenha sido prejudicado. O próprio Edital publicado que invocou a intervenção
de terceiros sequer teve resposta.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 5105eaf


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114151679800000057731480
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 9
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 67

A – frustrada – tentativa do Sindicato autor consiste nada mais em sobrepor a


própria competência da Agência Nacional de Proteção de Dados e sua Agenda Regulatória.
Conforme cristalino texto do Decreto nº 10.474 de 2020, é competência exclusiva da ANPD
elaborar diretrizes para a proteção de dados a nível nacional, fiscalizar e aplicar sanções,
dispor sobre as formas de publicização de dados pessoais, dentre outras que compõem seu
art. 2º - não compete ao Sindicato autor, ainda mais com tantos erros conceituais e
sem qualquer lastro probatório. Também, o art. 42 da LGPD é claro ao referir que só será
devida a reparação patrimonial, moral, individual ou coletivo em caso de dano, o que não
ocorreu nesta contenda.
Em adição, conforme a própria LGPD, as sanções administrativas previstas em seus
arts. 52, 53 e 54 só serão aplicadas a partir de agosto de 2021. Denota-se, portanto,
novamente, o caráter forçoso deste petitório.

2.5 Do “Marco Civil da Internet”


Novamente, neste ponto, denota-se a ignorância conceitual do Sindicato autor.
A Lei nº 12.965/14, também chamada de “Marco Civil da Internet”, visa estabelecer
diretrizes, garantias, direitos, princípios, etc. aos usuários da rede mundial de computadores
no Brasil – em nada se confunde com o manuseio de dados por parte das
empresas/associações/entidades filantrópicas. O argumento do Sindicato autor somente
teria algum sentido caso os trabalhadores substituídos, não identificados, acessassem
servidor próprio da Cooperativa ré por algum motivo, o que não ocorre.
Por mais óbvio que seja, é necessário dizer ao Sindicato autor que A COOPERATIVA
RÉ NÃO É UM PROVEDOR DE CONEXÃO DE INTERNET! Com isso, refuta-se também este
pífio argumento levantado em sede de petição inicial da ação coletiva em tela.

2.6 Dos danos morais


Por fim, sendo deságue de toda a argumentação exarada no petitório inicial, o
Sindicato autor requer a condenação da reclamada ao pagamento de indenização
reparatória a títulos de danos morais in re ipsa.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 5105eaf


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114151679800000057731480
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 10
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 68

Primeiramente, reitera-se, conforme já aduzido em preliminar, que sequer o


Sindicato autor apontou potenciais trabalhadores atingidos por um (inexistente) dano. A
reparação “fantasmagórica” invocada pela entidade autora merece destino não diferente da
total improcedência.
Em segundo lugar, conforme igualmente já referido, não houve qualquer notícia ou
comprovação de efetivo dano ou desrespeito à legislação protetiva dos dados dos
trabalhadores (conforme apontado nas linhas acima), não havendo como o Poder Judiciário
ser compelido a reparar status quo perfeito. Não havendo dano, não há necessidade de
reparação – o que se apresenta neste caso em concreto.
Em terceiro, é lamentável, novamente, a postura do Sindicato autor ao invocar o
instituto do “dano moral in re ipsa” ao caso concreto. A comparação com o direito
consumerista por ele referida na p.15 de seu petitório inicial sequer encontra-se justificada,
seja por via doutrinária ou jurisprudencial. Não é todo e qualquer instituto do
ordenamento jurídico que é aplicado mediante “diálogo das fontes”, pois, se assim o fosse,
toda e qualquer ação infundada levada ao Poder Judiciário brasileiro poderia ser incentivada
a ser promovida – posição com a qual não se concorda.
Não só o Sindicato autor não trouxe aos autos QUALQUER comprovação do mau
manuseio de dados por parte da Cooperativa ré, como também não apontou quais
trabalhadores foram substituídos, qual tipo de lesão sofreram, ou se houve qualquer notícia
de manifestação de vontade desses para que houvesse reparação. Reitera-se: não havendo
DANO, não há necessidade de REPARAÇÃO. Não se está falando tão somente da
comprovação do dano, mas sim da sua existência em si. O mero desenvolvimento da
atividade SEM FINS LUCRATIVOS por parte da ECOCITRUS em HIPÓTESE ALGUMA pode
ensejar presunção da existência de dano.
Ainda, quanto à equação “inversão do ônus da prova + dano moral in re ipsa”
utilizada pelo Sindicato autor, não há como solucionar a mesma, haja vista que há NOTÓRIA
dificultação de produção probatória à Cooperativa ré, uma vez que não foi devidamente
identificado como o suposto dano ocorreu, bem como quais indivíduos foram “lesados”. A
ECOCITRUS é controladora de dados pessoais tão somente de seus empregados. A ação

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 11
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 69

coletiva em tela sequer especifica quem está sendo representado, de modo que poderia
englobar titulares “substituídos” que a reclamada sequer coleta quaisquer tipos de dados.
A ação coletiva em tela não passa de uma aberração jurídica que deve ser
pulverizada, o que desde já se confia, haja vista a boa apreciação do direito por parte deste
douto juízo. Não há comprovação do nexo causal entre a conduta da reclamada e sua
suposta lesividade. A uma, que sequer restou demonstrada sua conduta. A duas, que
igualmente não fora demonstrado o dano.

3. DA TUTELA DE URGÊNCIA
Na esteira do injustamente requerido em sede de petição inicial, o Sindicato autor
apresenta, pasme, VINTE TÓPICOS de suposta necessária adequação à Cooperativa
requerida. Todos esses tópicos buscam invadir a competência da ANPD, no momento em
que criam diretrizes que sequer são previstas na Lei Geral de Proteção de Dados, além do
fato de não ter havido qualquer dano, conforme já referido – o que faz restar atomizado
qualquer objetivo de coibição de mau manuseio dos dados.
Ainda assim, por amor ao debate, refuta-se:
a) Conforme já exposto neste petitório, o ordenamento jurídico pátrio, no
momento do ajuizamento desta ação, ainda não demanda estritamente o uso da
figura do “encarregado”;
b) Além do fato de não haver como identificar quais são os substituídos da presente
ação coletiva, a Cooperativa sempre manuseou os dados necessários para o
desenvolvimento de suas atividades em conformidade com a Lei, em especial o
há muito estabelecido pela própria Consolidação das Leis do Trabalho, em seu
art. 41 e seguintes;
c) Não houve qualquer transferência ilegítima de dados dos trabalhadores para
outros países. A vigência da LGPD se aplica desde setembro de 2020, sendo
igualmente descabido o requerimento de “indicação de localização dos
servidores dos dados nos últimos doze meses”;

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 5105eaf


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 12
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 70

d) O requerimento de prestação de contas do manuseio dos dados não cabe ao


Sindicato autor, e sim à ANPD – que o fará em momento oportuno, conforme a
própria “Agenda Regulatória”. É impossível apontar como e de que forma os
dados serão utilizados no futuro. O direito brasileiro (e qualquer legislação na
Terra) não prevê a coibição ou punição de atos futuros ou pensados por
indivíduo ou empresa;
e) O acesso a dados por parte de “terceiros” (como órgãos fiscalizadores, por
exemplo) jamais destinou-se ao compartilhamento dos mesmos, ou ao seu
manuseio indevido. Não há uma lista específica de com quem a Cooperativa
compartilhou os dados, pois não houve qualquer compartilhamento fora dos
limites legais estabelecidos pela CLT e pela LGPD;
f) Não há que se falar em “incidente de segurança”, haja vista que não há o
manuseio e/ou compartilhamento de dados de forma ilegal por parte da
reclamada. Isto é reforçado pelo fato de ter sido inclusive promulgado Edital no
presente processo, convocando terceiros interessados que poderiam noticiar tal
ocorrência – o que não restou concretizado. Ainda que assim o fosse, sequer se
sabe quem são os trabalhadores “substituídos” pelo Sindicato, prejudicando
qualquer produção probatória por parte da Cooperativa;
g) Tanto a LGPD quanto a ANPD não determinam estritamente a realização de
treinamento específico referente à proteção de dados. Não cabe ao Sindicato
autor demandar tal questão da ré. Ainda, reitera-se, não há que se falar em
QUALQUER informativo referente a “12 meses pretéritos”, dada a vigência da
LGPD tão somente a partir de setembro de 2020.

Em síntese, Excelência, estes são apenas argumentos adicionais apontados por mero
amor ao debate, para fins de refutar veementemente os ridículos pedidos formalizados pelo
Sindicato autor em seu petitório inicial. Nota-se, conforme já referido em sede preliminar,
que a parte autora sequer indica qual modalidade de tutela de urgência visa se utilizar.
Não aponta sua base legal e não traz aos autos prova robusta que demande a concessão da
mesma! Apenas utiliza-se de aparente “modelo” petitório (o que pode ser identificado haja

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 13
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 71

vista a formatação diversa do restante da peça), como forma pífia de “reforçar” os demais
argumentos apontados na ação coletiva.
A aleatoriedade dos pedidos referidos na “tutela de urgência”, inclusive, indica
litigância de má-fé, o que será apontado em momento oportuno nesta contestação.
4. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Na esteira do que já fora argumentado nesta peça processual, o instituto da
“inversão do ônus da prova” trata-se de exceção do direito processual brasileiro a ser
implementado em casos específicos. O §1º tanto do art. 818 da CLT quanto do art. 373 do
CPC são claros quanto a isso.
No caso dos autos, é fato constitutivo do direito do autor a comprovação da
violação dos dados pessoais dos trabalhadores substituídos, que sequer foram identificados.
A partir da suposta violação, haveria de ser também comprovado o dano causado a partir
do mau manuseio dos dados por parte da Cooperativa – o que não ocorreu. Não houve
qualquer requerimento informal, administrativo ou jurídico por parte de qualquer
trabalhador que ensejasse, então, a inversão do ônus da prova à Cooperativa para que
restasse ilibada de quaisquer punições.
Refere-se, novamente, que sequer o Edital para intervenção no processo como
litisconsorte foi atendido pelos substituídos a quem o Sindicato se refere. Tratando-se de
direitos individuais homogêneos, não teriam os trabalhadores interesse na execução de
possível futura compensação pecuniária!? Excelência, tudo o que envolve este caso concreto
aponta para a má-fé e para a improcedência da ação!
Neste sentido, requer-se, desde já, o indeferimento da inversão do ônus da prova,
haja vista o Sindicato não ter atendido à sua incumbência legal prevista no art. 373, I do CPC
e art. 818, I da CLT.

5. DA JUSTIÇA GRATUITA, DAS CUSTAS E DOS HONORÁRIOS


Não há que se falar em concessão do benefício da Justiça Gratuita ao Sindicato
autor. A Súmula nº 473, II do Tribunal Superior do Trabalho é cristalina ao dizer que: “II

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Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 72

– No caso de pessoa jurídica, não basta a mera declaração: é necessária a demonstração cabal
de impossibilidade de a parte arcar com as despesas do processo”.
No caso dos autos, o Sindicato autor não acostou qualquer documento que
demonstrasse a cabal necessidade de concessão do benefício para que pudesse prosseguir
com a ação. Ainda assim, os argumentos trazidos a partir da legislação que regulamenta
“microssistema processual coletivo” brasileiro não prospera.
É notória a má-fé do Sindicato no momento em que propõe esta ação coletiva. A
ignorância de conceitos básicos da LGPD, o adentramento em questões administrativas que
não são de sua competência, a indução do juízo em erro ao requerer questões de direito
sequer vigentes não demandam outra punição que não seja o reconhecimento de má-fé e,
consequentemente, a impossibilidade da concessão do benefício da justiça gratuita e/ou
isenção de custas. Ademais, o fato de a Reforma Trabalhista ter restringido parte do fomento
financeiro do Sindicato não é argumento a ser utilizado para fins de concessão de
benefícios processuais ou de mérito. Independentemente do mérito da alteração
legislativa, a ECOCITRUS não se responsabiliza pela má-gestão financeira das entidades
sindicais no Brasil.
Com base no aduzido acima, requer a ré o indeferimento do pedido do Sindicato
autor no que tange à concessão da Justiça Gratuita e a isenção do pagamento de custas e
honorários processuais. Haja vista a litigância de má-fé perpetrada, resta impossibilitada a
concessão de tais benefícios, ainda que previstos em legislação específica.

6. DA LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ DO SINDICATO AUTOR


O instituto da litigância de má-fé encontra-se consubstanciado nos arts. 79-81 do
CPC e arts. 793-A à 793-D da CLT, de redação semelhante. Para fins do caso concreto,
destaca-se o art. 80, I do Código de Processo Civil, onde é considerada como litigante de
má-fé aquela parte que “I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou
fato incontroverso”.
Conforme já referido e devidamente fundamentado, a parte reclamante aduziu que
a reclamada está em inconformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados, haja vista não

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Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 73

ter implementado a figura do “Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais”. Ocorre


que tal dever legal somente deverá ser estritamente observado a partir do primeiro
semestre do ano de 2022, conforme Anexo I, Item 8, da Agenda Regulatória da ANPD.
Ainda, em sentido semelhante, a parte autora requereu em sede de tutela de
urgência (seja ela qual for, uma vez que não foi especificada) a prestação de informações
em diversos segmentos referentes a 12 (doze) meses pretéritos. Porém, a LGPD passou a
vigorar no Brasil tão somente a partir de setembro de 2020, não havendo que se falar em
efetividade da mesma em período anterior. Por mais que assim o fosse, a Cooperativa ré
não incorreu em qualquer das possibilidades de punição previstas pela Lei. Notório,
portanto, o mau uso da legislação brasileira do Sindicato autor, utilizando-se de
aleatoriedade argumentativa para atacar a Cooperativa ré e induzir este douto juízo em erro
com fins notoriamente de estrito caráter monetário.
Requer-se, portanto, com base nos arts. 81 e 100, parágrafo único do CPC e 793-A
e seguintes da CLT a condenação do Sindicato autor ao pagamento de multa por
litigância de má-fé, na importância de 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, ou,
subsidiariamente, em valor que este Juízo entenda ser cabível.
Requer também seja o Sindicato autor condenado ao pagamento de honorários
advocatícios à Cooperativa ré, haja vista a impossibilidade da manutenção dos benefícios a
serem concedidos pela legislação pertinente às ações coletivas, em importância não inferior
a 15% (quinze por cento) sobre o valor da causa, ou outro valor que este juízo entenda ser
razoável.

7. DOS PEDIDOS

Por todas alegações apresentadas, requer o Cooperativa ré que:

a) seja reconhecida a preliminar exposta na presente contestação, restando


indeferida a petição inicial que instrui esta ação coletiva em face de sua inépcia,
restando o feito julgado SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, haja vista a ausência de
legitimidade para propositura do feito ou, subsidiariamente,

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Fls.: 74

b) seja reconhecida a preliminar exposta na presente contestação, restando


indeferida a petição inicial que instrui esta ação coletiva em face de sua inépcia,
restando o feito julgado SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, haja vista a ausência de
causa de pedir para propositura do feito ou, subsidiariamente,

c) seja reconhecida a preliminar exposta na presente contestação, restando


indeferida a petição inicial que instrui esta ação coletiva em face de sua inépcia,
restando o feito julgado SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, haja vista a ausência
liquidez dos pedidos formulados na propositura do feito;

d) seja reconhecida a preliminar exposta na presente contestação, restando


indeferido o pedido de tutela de urgência formulado no petitório inicial, haja vista
a ausência de tecnicidade apresentada no manuseio do instituto;

e) seja reconhecida a imperiosidade do instituto da prescrição, com interregno


de tempo tão somente a partir de 26/01/2016;

f) seja indeferida a concessão de tutela de urgência, haja vista a ausência de


fundamentação legal para tanto, bem como a ausência de comprovação por parte
do Sindicato autor da necessidade do caráter antecipatório da apreciação do mérito
da presente ação coletiva;

g) seja indeferido o requerimento de inversão do ônus da prova, conforme


fundamentação exposta nesta contestação, restando reconhecida a inobservância
do Sindicato autor à tarefa que legalmente lhe foi incumbida;

h) seja julgada IMPROCEDENTE A PRESENTE AÇÃO COLETIVA, quanto ao seu


mérito, em especial os pedidos VI, VII, VIII e IX da inicial, haja vista a ausência de

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lastro probatório que demonstre o (inexistente) dano causado aos substituídos (não
identificados) do Sindicato autor;

i) seja indeferido o pedido da concessão do benefício da justiça gratuita e/ou


isenção do pagamento de custas por parte do Sindicato autor, pois indevido,
conforme fundamentação;

j) seja condenado o Sindicato autor ao pagamento de multa por litigância de


má-fé, na importância de 10% (dez por cento) sobre o valor da causa, ou outro valor
que este juízo entenda ser razoável, conforme fundamentação;

k) seja condenado o Sindicato autor ao pagamento de honorários advocatícios


à Cooperativa ré, na importância de 15% (quinze por cento) sobre o valor da causa,
em face da sucumbência, ou outro valor que este juízo entenda ser razoável;

l) seja concedido à Cooperativa ré o benefício da justiça gratuita, haja vista tratar-


se de entidade sem fins lucrativos;

m) seja deferida a produção de provas por todos os meios em Direito admitidos,


em especial a testemunhal e a documental;

8. DEMAIS REQUERIMENTOS
a) a reclamada manifesta-se, neste momento, pela não propositura da realização de
acordo entre as partes para solução do presente litígio, haja vista a má-fé
perpetrada pelo Sindicato autor;
b) a reclamada manifesta-se no sentido de que pretende produzir tão somente
provas documentais, caso o mérito da presente ação acabe por ser discutido após
a apreciação desta peça processual;
c) a reclamada manifesta-se contrária à realização de audiência inicial para fins de
acordo.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 5105eaf


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 18
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 76

Porto Alegre/RS, 1º de março de 2021.

Ataliba Carpes
OAB/RS: 106.855

Natasha Alves Ferreira


OAB/RS: 79.698

Alisson Possa
OAB/DF: 58.907

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 5105eaf


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5105eaf - Pág. 19
Número do documento: 21030114151679800000057731480
Fls.: 77

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Número do documento: 21030114154841800000057731511
Fls.: 78

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Fls.: 79

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Fls.: 80

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Fls.: 81

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Fls.: 82

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Número do documento: 21030114154841800000057731511
Fls.: 83

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Fls.: 84

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Número do documento: 21030114154841800000057731511
Fls.: 85
Ministério da Economia Nº DO PROTOCOLO (Uso da Junta Comercial)
Secretaria de Governo Digital
Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração
Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo

NIRE (da sede ou filial, quando a Código da Natureza Nº de Matrícula do Agente


sede for em outra UF) Jurídica Auxiliar do Comércio

43400013202 2143
1 - REQUERIMENTO
ILMO(A). SR.(A) PRESIDENTE DA Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul
Nome: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA - ECOCITRUS
(da Empresa ou do Agente Auxiliar do Comércio)
Nº FCN/REMP

requer a V.Sª o deferimento do seguinte ato:

Nº DE CÓDIGO CÓDIGO DO
VIAS DO ATO EVENTO QTDE DESCRIÇÃO DO ATO / EVENTO
RSE1900244721
1 007 ATA DE ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINARIA

MONTENEGRO Representante Legal da Empresa / Agente Auxiliar do Comércio:


Local Nome: __________________________________________
Assinatura: ______________________________________
18 Outubro 2019 Telefone de Contato: ______________________________
Data

2 - USO DA JUNTA COMERCIAL


DECISÃO SINGULAR DECISÃO COLEGIADA
Nome(s) Empresarial(ais) igual(ais) ou semelhante(s):
SIM SIM Processo em Ordem
À decisão
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________ _____________________________________
_____________________________________ _____________________________________ ___/___/_____
_____________________________________ _____________________________________ Data

_____________________________________ _____________________________________
____________________
NÃO ___/___/_____ ____________________ NÃO ___/___/_____ ____________________ Responsável
Data Responsável Data Responsável

DECISÃO SINGULAR
2ª Exigência 3ª Exigência 4ª Exigência 5ª Exigência
Processo em exigência. (Vide despacho em folha anexa)
Processo deferido. Publique-se e arquive-se.
Processo indeferido. Publique-se.

___/___/_____ __________________
Data Responsável

DECISÃO COLEGIADA
2ª Exigência 3ª Exigência 4ª Exigência 5ª Exigência
Processo em exigência. (Vide despacho em folha anexa)
Processo deferido. Publique-se e arquive-se.
Processo indeferido. Publique-se.

___/___/_____ ____________________ ____________________ ____________________


Data Vogal Vogal Vogal

Presidente da ______ Turma

OBSERVAÇÕES

Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul


Certifico registro sob o nº 5174185 em 25/10/2019 da Empresa COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA -
ECOCITRUS, Nire 43400013202 e protocolo 193992060 - 30/09/2019. Autenticação: 1D510EEA6817A80CEC46CC62EBD6D6D1F01A8C. Carlos
Vicente Bernardoni Gonçalves - Secretário-Geral. Para validar este documento, acesse http://jucisrs.rs.gov.br/validacao e informe nº do protocolo
19/399.206-0 e o código de segurança XVMf Esta cópia foi autenticada digitalmente e assinada em 25/10/2019 por Carlos Vicente Bernardoni
Gonçalves – Secretário-Geral. pág. 1/29

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d7aeda - Pág. 1
Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 86

JUNTA COMERCIAL, INDUSTRIAL E SERVIÇOS DO RIO


GRANDE DO SUL
Registro Digital

Capa de Processo

Identificação do Processo
Número do Protocolo Número do Processo Módulo Integrador Data

19/399.206-0 RSE1900244721 30/09/2019

Identificação do(s) Assinante(s)


CPF Nome

000.138.470-82 MAIQUE KONRAD KOCHENBORGER

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Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul


Certifico registro sob o nº 5174185 em 25/10/2019 da Empresa COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA -
ECOCITRUS, Nire 43400013202 e protocolo 193992060 - 30/09/2019. Autenticação: 1D510EEA6817A80CEC46CC62EBD6D6D1F01A8C. Carlos
Vicente Bernardoni Gonçalves - Secretário-Geral. Para validar este documento, acesse http://jucisrs.rs.gov.br/validacao e informe nº do protocolo
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Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 87

ASSEMBLEIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

Aos 15 (quinze) dias do mês de Agosto de 2019 (dois mil e dezenove), com primeira

chamada às 19h, segunda chamada às 20h e terceira e última chamada às 21h, na

Associação do Bairro São João, sito a rua Jerônimo Teixeira, 70, Bairro São João,

Montenegro/RS, reuniram-se os associados da Cooperativa dos Citricultores Ecológicos

do Vale do Caí Ltda - ECOCITRUS, inscrita no CNPJ nº 02.560.231/0001-85 e

Registrada na Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul sob NIRE nº

43400013202 e na OCERGS sob nº 01848, para a realização da Assembleia Geral

Extraordinária, instalada na terceira chamada às 21h, com presença de 24 (vinte e quatro)

associados dos 102(cento e dois) inscritos perfazendo um percentual de 23,53% dos

associados, com ordem do dia constante no Edital de Convocação. Assumiu a direção

dos trabalhos o presidente do Conselho de Administração, Sr. Maique Konrad

Kochenborger, que fez a leitura do Edital de convocação publicado no Jornal Ibiá de

Montenegro/RS, no dia 01(hum) de agosto de 2019(dois mil e dezenove) e após deu

seguimento aos trabalhos. Dando início ao cumprimento do Edital, iniciou-se os trabalhos

relacionados à Reforma do Estatuto, em seu artigo 1º, que até então possuía a seguinte

redação: " Art. 1º alínea “c” - A Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí, é

uma Sociedade Cooperativa de responsabilidade limitada, constituída em 01 de fevereiro

de 1998, que se regerá pelo presente Estatuto Social e pela Legislação cooperativa

vigente, tendo(...) c. Sede Social e administração em Montenegro-RS, à rua João Pessoa

nº 457, Bairro Centro.(...)" passa a ser "Art. 1º alínea “c” - A Cooperativa dos Citricultores

Ecológicos do Vale do Caí, é uma Sociedade Cooperativa de responsabilidade limitada,

constituída em 01 de fevereiro de 1998, que se regerá pelo presente Estatuto Social e

pela Legislação cooperativa vigente, tendo(...) c. Sede Social e administração em

Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul


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Vicente Bernardoni Gonçalves - Secretário-Geral. Para validar este documento, acesse http://jucisrs.rs.gov.br/validacao e informe nº do protocolo
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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d7aeda - Pág. 3
Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 88

Montenegro-RS, Estrada Marcírio de Souza Carpes, 7007, Casa, Potreiro Grande,

Montenegro/RS.(...)" , Após a apresentação da alteração, foram dirimidas todas as

dúvidas dos presentes que aprovaram por unanimidade a reforma no artigo do Estatuto

Social da Cooperativa, permanecendo as demais cláusulas inalteradas. Dando

seguimento na pauta no que se refere aos assuntos gerais, a Coordenadora

Administrativa da Cooperativa, falou sobre o Prêmio de Comércio Justo e a aplicação do

mesmo. Explicou que o recurso só poderá ser utilizado conforme o planejamento do

Desenvolvimento do Comércio Justo que foi aprovado na Assembleia Geral Ordinária de

21/03/2019. Comunicou que não é permitido usar dinheiro do prêmio em projetos que não

estejam no PDCJ e aprovados em Assembleia Geral. Fabíola também entregou aos

presentes um ofício solicitando a atualização cadastral na Cooperativa, objetivando o

melhor atendimento a entidade e aos cooperados, o prazo para a atualização será até o

dia 12/09/19. Para os sócios que não estão presentes, será enviado a solicitação por meio

eletrônico. O Presidente da Assembleia retomou os trabalhos, passando a palavra a quem

dela quisesse fazer uso e como ninguém se manifestou o Senhor Presidente deu por

encerrado os trabalhos e eu na qualidade de Secretário da Assembleia, lavrei a presente

Ata que li e foi tida como representação da verdade, aprovada por todos os presentes e,

ao final, assinada por mim e pelo Presidente da Assembleia, ficando à disposição para ser

firmada por todos aqueles que o desejarem e finalmente, encaminhada para registro na

Junta Comercial do Estado do Rio Grande do Sul, juntamente com o Estatuto Social,

sendo a presente ata, cópia fiel da transcrita no livro de atas da cooperativa.

Maique Konrad Kochenborger


Presidente

Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul


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Fls.: 89

JUNTA COMERCIAL, INDUSTRIAL E SERVIÇOS DO RIO


GRANDE DO SUL
Registro Digital

Documento Principal

Identificação do Processo
Número do Protocolo Número do Processo Módulo Integrador Data

19/399.206-0 RSE1900244721 30/09/2019

Identificação do(s) Assinante(s)


CPF Nome

000.138.470-82 MAIQUE KONRAD KOCHENBORGER

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Fls.: 90

ESTATUTO SOCIAL
DA COOPERATIVA DOS CITRICULTORES
ECOLÓGICOS DO VALE DO CAÍ.
“ECOCITRUS”

CAPÍTULO I
DAS CARACTERÍSTICAS

Artigo 1º - A Cooperativa dos Citricultores Ecológicos do Vale do Caí, é uma Sociedade


Cooperativa de responsabilidade limitada, constituída em 01 de fevereiro de 1998, que se
regerá pelo presente Estatuto Social e pela Legislação cooperativa vigente, tendo:

a. Nome Fantasia: “ECOCITRUS”


b. Foro Jurídico na Comarca de Montenegro-RS.
c. Sede Social e administração em Montenegro-RS, Estrada Marcírio de Souza Carpes,
7007, Casa, Potreiro Grande.
d. Área de ação, para efeito da admissão de associados, abrangendo todo o Estado do
Rio Grande do Sul.
e. Prazo de duração indeterminado.
f. Exercício Social compreendendo o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro.

Artigo 2º - A Sociedade tem por objeto dar viabilidade e sustentabilidade à produção agro-
ecológica dos agricultores a ela associados, bem como a difusão de seus princípios e
conceitos junto à sociedade em geral, visando o cultivo de alimentos mais sadios e
saudáveis, a preservação do meio ambiente, a disseminação de conhecimento científico
voltado à preservação do meio ambiente, bem como a produção de energias renováveis,
biogás, metano, gás carbônico, nitrogênio, energia elétrica e térmica, créditos de carbono,
bem como combustível veicular gerados a partir da produção ecologicamente equilibrada e
sustentável, proporcionando e dispondo tais fontes para uma melhor qualidade de vida e
renda do quadro social, inclusive a prestação de serviços de assistência técnica rural e
ecológica.

§ 1º. – Para consecução dos objetivos sociais, a Sociedade Cooperativa desenvolverá as


seguintes atividades e operações:

a. Gerenciar área adequada para disposição de resíduos agro-industriais e domésticos,


oriundos de instalações da sociedade cooperativa, da propriedade de seus associados,
bem como ofertar a terceiros os serviços de transporte, transformação e destino final
de seus resíduos, desde que compatíveis com a estrutura da Usina no que tange ao
armazenamento e manejo, e atendimento da legislação ambiental;
b. Prestar serviços de consultoria ambiental nas áreas de compostagem, biogás energia
e modelagem de crédito carbono, assistência técnica rural e ecológica aos associados,
ou outras organizações públicas, privadas e de agricultores com as quais mantém
contratos, convênios e parcerias bem como a produtores individuais e/ou de grupos e
associações cooperativas dos quais adquire produtos para a manutenção da plena
capacidade do seu parque industrial de sucos, óleos, e resíduos agroindustriais ou
outros produtos passíveis de serem industrializados;

Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul


Certifico registro sob o nº 5174185 em 25/10/2019 da Empresa COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA -
ECOCITRUS, Nire 43400013202 e protocolo 193992060 - 30/09/2019. Autenticação: 1D510EEA6817A80CEC46CC62EBD6D6D1F01A8C. Carlos
Vicente Bernardoni Gonçalves - Secretário-Geral. Para validar este documento, acesse http://jucisrs.rs.gov.br/validacao e informe nº do protocolo
19/399.206-0 e o código de segurança XVMf Esta cópia foi autenticada digitalmente e assinada em 25/10/2019 por Carlos Vicente Bernardoni
Gonçalves – Secretário-Geral. pág. 6/29

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d7aeda - Pág. 6
Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 91

c. Através de processo próprio, produzir compostos orgânicos, organomineral e


biofertilizantes, biogás, biometano, gás carbônico, nitrogênio, energia elétrica e
combustível veicular ecológico, para fornecimento ao quadro social,
comercializando o excedente, tanto com objetivos econômicos quanto de difusão da
prática da agricultura ecológica e sustentabilidade ambiental;
d. Manter unidade para armazenamento, depósito, beneficiamento e industrialização da
produção dos cooperados. Para otimizar o uso das instalações industriais ou
completar lotes para comercialização, quando a produção de associados não for
suficiente, a cooperativa poderá, adquirir, armazenar, manter em depósito, processar
e comercializar a produção de terceiros; preferencialmente o produto ecológico e em
transição;
e. Manter sistema de coleta e transporte da produção, de insumos, e resíduos, bem
como disponibilizar a aplicação mecânica de composto orgânico e demais insumos
na plantação de associado;
f. Firmar, em nome dos associados, contratos e outros documentos necessários,
inclusive a constituição de Sociedade de Propósito Especifico – SPE, para a
otimização das atividades econômicas do quadro social, tanto com pessoas jurídicas
de direito público ou privado, ou mesmo com pessoas físicas;
g. Viabilizar todas as ações necessárias ao exercício eficaz das atividades econômicas
desenvolvidas através da sociedade, em qualquer área, administrativa, financeira,
técnica ou operacional;
h. Buscar condições para o aprimoramento técnico-profissional de seu quadro social,
tendo sempre em vista a educação cooperativista e a autogestão;
i. Viabilizar a assistência, sempre que possível e nas formas definidas pela Sociedade,
através de seu Regimento ou Regulamento, tanto aos associados quanto aos seus
familiares, bem como aos empregados que por ventura sejam contratados.

§ 2º. A ECOCITRUS, nas suas ações de prestação de serviços ao quadro social, não objetiva
lucro, portanto os ingressos financeiros, decorrentes da venda da produção dos associados,
beneficiada ou industrializada, serão a eles repassados nas formas e condições previstas em
Regimento ou Regulamento aprovados em Assembléia Geral.

§ 3º. Através das unidades administrativa, industrial e na usina de compostagem, a sociedade


possibilitará a associados que tenham tempo disponível, e com qualificação necessária, o
exercício de atividades laborativas ou profissionais, na condição de cooperado, nos moldes
da Cooperativa de Produção, prevista no ordenamento jurídico brasileiro no § 3º, do artigo
1º, da Lei 10.666/03, ou da Cooperativa de Trabalho Associado, prevista na Declaração
Mundial Sobre Cooperativismo de Trabalho Associado da CICOPA – Organização
Internacional de Cooperativas de Produção Industrial, Artesanal e de Serviços, braço da
Aliança Cooperativa Internacional, cabendo à sociedade definir os critérios de valorização e
participação no repasse, vinculados ao resultado dos ingressos financeiros, originários das
operações relativas aos atos cooperativos.

§ 4º. A ECOCITRUS poderá, para atender aos interesses do quadro social, filiar-se a outras
cooperativas.

§ 5º. Caso seja necessário, para atender aos objetivos sociais e cumprir compromissos com
terceiros, a ECOCITRUS poderá prestar serviços ou operar com não associados, devendo
essas operações, necessariamente, serem apuradas separadamente das demais.

Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul


Certifico registro sob o nº 5174185 em 25/10/2019 da Empresa COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA -
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Vicente Bernardoni Gonçalves - Secretário-Geral. Para validar este documento, acesse http://jucisrs.rs.gov.br/validacao e informe nº do protocolo
19/399.206-0 e o código de segurança XVMf Esta cópia foi autenticada digitalmente e assinada em 25/10/2019 por Carlos Vicente Bernardoni
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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d7aeda - Pág. 7
Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 92

§ 6º. Para melhor atingir os objetivos sociais próprios, e outros de caráter acessório ou
complementar, a ECOCITRUS poderá fazer parte de sociedades não cooperativas, públicas
ou privadas, devendo, entretanto, esta participação societária ser aprovada em Assembléia
Geral.

CAPÍTULO II
DOS ASSOCIADOS

a) ADMISSÃO, DIREITOS, DEVERES E RESPONSABILIDADES.

Artigo 3º - Poderão ingressar na Sociedade, salvo impossibilidade técnica de prestação de


serviços, quaisquer pessoas Física ou Jurídica que se dediquem às atividades relacionadas
àquelas que constituem os objetivos sociais, dentro da área de ação da ECOCITRUS,
legalmente capazes, que possam livremente dispor de si e de seus bens, e que não pratiquem
outra atividade que possa prejudicar ou colidir com interesses e objetivos da sociedade.

§ Único – O número de associados é ilimitado quanto ao máximo, não podendo, em hipótese


alguma, ser inferior a 20 (vinte) pessoas físicas.

Artigo 4º - Para associar-se, o interessado encaminhará ao Conselho de Administração a


respectiva proposta, que poderá ser obtida no setor Administrativo da Sociedade,
devidamente preenchida e assinada.

§ 1º - Aprovada pelo Conselho de Administração a sua proposta, o candidato subscreverá as


quotas-partes do Capital, nos termos previstos neste Estatuto e, juntamente com o Presidente
da Sociedade, assinará a Ficha da matrícula.

§ 2º - A subscrição das quotas-partes do capital pelo associado, a integralização, nos termos


do § 4º, do artigo 17, deste Estatuto, e sua assinatura na Ficha de Matrícula complementam a
sua admissão na Sociedade.

Artigo 5º - Cumprindo o que dispõe o art. 4º, o associado adquire todos os direitos, e
assume todos os deveres e obrigações decorrentes da Lei, deste Estatuto e das deliberações
da Sociedade, definidas em Assembléia Geral.

Artigo 6º - O associado tem direito a:

a. Tomar parte nas Assembléias Gerais, discutir e votar os assuntos nelas tratados,
ressalvadas as restrições previstas neste Estatuto;
b. Propor a Diretoria ou a Assembléia Geral, medidas de interesse da Sociedade;
c. Votar e ser votado para compor o órgão de Administração e o de Fiscalização;
d. Demitir-se da Sociedade quando assim lhe convier;
e. Realizar com a ECOCITRUS as operações constantes dos seus objetivos;
f. Solicitar, por escrito, até 5 (cinco) dias antes da realização da Assembléia, quaisquer
informações referentes a assuntos constantes na Ordem do Dia;
g. Participar das sobras proporcionalmente às suas operações.

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Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 93

Artigo 7º - O associado tem o dever e a obrigação de:

a. Subscrever e realizar as quotas-partes de capital nos termos deste Estatuto e


contribuir com as taxas de serviço e encargos operacionais que forem estabelecidos
pela Assembléia Geral;
b. Cumprir as disposições da Lei e do Estatuto, e respeitar as decisões regularmente
tomadas pelo Conselho de Administração e as deliberações da Assembléia Geral;
c. Satisfazer, pontualmente, seus compromissos com a Sociedade;
d. Realizar as operações econômicas que constituem suas finalidades;
e. Concorrer, com o que lhe couber, para a cobertura dos dispêndios da Sociedade;
f. Zelar pelos interesses morais e materiais da ECOCITRUS;
g. Acusar o seu impedimento nas deliberações e, que tenham interesse oposto ao da
Sociedade;
h. Participar, ativamente, das atividades promovidas pela Sociedade, sejam estas
internas ou comunitárias;
i. Prestar à Sociedade esclarecimentos relacionados com as atividades que lhe
facultaram associar-se.

Artigo 8º - Não existe vínculo empregatício entre a Cooperativa e o associado.

Artigo 9º - O associado que aceitar e estabelecer relação empregatícia, com a sociedade,


perde o direito de votar e ser votado, até que sejam aprovadas as contas do exercício em que
ele deixou o emprego.

Artigo 10 - A Responsabilidade do associado perante terceiros, por compromissos da


sociedade, perdura para os demitidos, eliminados ou excluídos até quando aprovadas as
contas do exercício em que se deu o desligamento.

§ 1º. A responsabilidade do associado pelos compromissos da sociedade se limita ao valor


do capital por ele subscrito.

§ 2º. A responsabilidade do associado para com terceiros, como membro da sociedade,


somente poderá ser invocada depois de Judicialmente exigida da cooperativa.

Artigo 11 - Os associados serão inscritos em fichas individuais, numeradas em ordem


cronológica da admissão, constando:

a. Nome, idade, estado civil, nacionalidade, profissão e endereço residencial do


associado;
b. Data de admissão, e, quando for o caso, data de demissão, eliminação ou exclusão;
c. Conta corrente das quotas-partes do capital do associado;
d. Assinatura do associado e do presidente.

b) DEMISSÃO, ELIMINAÇÃO E EXCLUSÃO.

Artigo 12 - A demissão do associado, dar-se-á unicamente a seu pedido, requerida por


escrito ao Presidente, e lançada no na Ficha de Matrícula.

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Fls.: 94

Artigo 13 - A eliminação do associado, que será aplicada em virtude da infração da Lei ou


deste estatuto, será feita por decisão do Conselho de Administração, depois de reiterada
notificação ao infrator, devendo os motivos, que a determinaram, constar de termo lavrado
na ficha de matrícula e assinado pelo Presidente.

§ 1º - Além destes motivos, o Conselho de Administração deverá eliminar o associado que:

a. Vier a exercer qualquer atividade considerada prejudicial à Sociedade ou que colida


com os seus objetivos;
b. Houver levado a Sociedade à prática de atos judiciais para obter cumprimento de
obrigações por ele contraídas;
c. Depois de notificado, voltar a infringir disposições contidas em Regimento ou
Regulamento Interno, ou das resoluções ou deliberações da Assembléia Geral.

§ 2º - Cópia autêntica da decisão será remetida ao interessado por processo que comprove as
datas de remessa e recebimento, no prazo máximo de 30 (trinta) dias.

§ 3º - O atingido poderá, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, contados da data do


recebimento da notificação, interpor recursos, que terá efeito suspensivo, até a primeira
Assembléia Geral que ratificará ou retificará a decisão do Conselho de Administração.

Artigo 14 - A exclusão do associado acontecerá:

a. Por dissolução da sociedade;


b. Por morte da pessoa física;
c. Por incapacidade civil não suprida;
d. Por deixar de atender os requisitos estatutários de ingresso ou permanência na
Sociedade.

§ Único - As obrigações dos associados falecidos, contraídas com a sociedade, e as oriundas


de sua responsabilidade como associado, em face de terceiros, passam aos herdeiros,
prescrevendo, porém, após um ano contado do dia da abertura da sucessão.

Artigo 15 - Em casos de demissão, eliminação ou exclusão, o associado, ou seus herdeiros,


só terão direito à restituição do capital que integralizou, das sobras e de outros créditos que
lhe tiverem sido registrados, não lhe cabendo nenhum outro direito.

§ 1º - A restituição de que trata este artigo, somente poderá ser exigida após aprovação, pela
Assembléia Geral, das contas do exercício em que tenha havido o desligamento.

§ 2º - No caso do associado causar prejuízo moral à cooperativa, a restituição do capital


integralizado poderá, por decisão da Assembléia Geral, ser suspenso até que eventual
indenização, decorrente do ato, seja satisfeita.

§ 3º - Se o valor a ser restituído for expressivo a restituição poderá ser efetuada em parcelas
de acordo com resolução do Conselho de Administração

Artigo 16 - O desligamento do associado acarretará a imediata exigibilidade dos débitos do


associado para com a Cooperativa.

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Fls.: 95

CAPÍTULO III
DO CAPITAL

Artigo 17 – O capital da Ecocitrus, representado por quotas-partes, não terá limite quanto ao
máximo, variará conforme o numero de quotas-partes subscritas, mas não poderá ser inferior
a R$ 4000,00 (quatro mil reais).

§ 1º - O capital é subdividido em quotas-partes iguais a R$ 1,00 (um real) cada uma.

§ 2º - A quota-parte é indivisível, intransferível a não associados, não poderá ser negociada


de modo algum, nem dada em garantia, e sua subscrição, realização, transferência ou
restituição serão sempre escriturada na Ficha de Matrícula, ou outra que vier a ser criada
para esta finalidade.

§ 3º - A transferência de quotas-partes será escriturada na Ficha de Matrícula mediante


termo que conterá as assinaturas do cedente, do cessionário e do Presidente da Sociedade.

§ 4º - O associado poderá integralizar as quotas-partes, subscritas no ato de admissão, à


vista, ou em prestações mensais de acordo com critérios estabelecidos pelo Conselho de
Administração.

§ 5º - Para efeito de integralização das quotas partes ou de aumento de capital social, poderá
a Sociedade receber bens avaliados previamente e após homologação pela Assembléia
Geral.

Artigo 18 - Ao ser admitido, cada associado deverá subscrever, no mínimo 200 (duzentas)
quotas partes.

§ 1º - A compra de ativos, após a constituição da Sociedade, será efetuada com a subscrição


de novas quotas partes pelos associados, ativos no momento, e o pagamento das parcelas do
bem adquirido, ou de prestações de linhas de crédito contratadas para a sua compra, serão
efetuadas com retenção proporcional e automática do valor do Repasse dos Ingressos ao
qual o associado tenha direito.

§ 2º - O valor retido, na forma do parágrafo anterior, será considerado como integralização


de quotas partes subscritas para aquele fim.

§ 3º - Toda compra de ativo feita com recursos do Fundo Para Recomposição Patrimonial,
que deverá ser criado para preservar o valor integralizado pelos associados, não será
considerada integralização de quotas partes, uma vez que estes recursos são provenientes da
conta de depreciação.

§ 4º - A cada nova subscrição, na forma dos parágrafos anteriores, a subscrição mínima, para
novos associados, será igual ao menor montante subscrito por um associado ativo.

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Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 96

Artigo 19 - Nenhum associado poderá subscrever mais de 1/3(um terço) do total das quotas
partes.

Artigo 20 – Para a atualização do capital social, com a apuração das quotas partes dos
associados, as integralizações feitas na forma do § 1º, do artigo 18, deste Estatuto, terá
período de apuração anual, para os ativos adquiridos e quitados, até a aprovação desta nova
versão do Estatuto.

CAPÍTULO IV
DA ASSEMBLÉIA GERAL

a) DEFINIÇÃO E FUNCIONAMENTO

Artigo 21 – A Assembléia Geral dos cooperados é o órgão supremo da Sociedade e, dentro


dos limites da Lei e deste Estatuto, tomará toda e qualquer decisão de interesse da
organização e suas deliberações, obrigando a todos, ainda que ausentes ou discordantes.

Artigo 22 – A Assembléia Geral será convocada e dirigida pelo Presidente, ou por quaisquer
dos demais órgãos da Cooperativa, mediante editais afixados em locais apropriados das
dependências comumente mais freqüentadas pelos associados, publicação em jornal e
comunicação aos associados por intermédio de circulares.

§ 1º - Poderá também ser convocada, pelo Conselho Fiscal se ocorrerem motivos graves e
urgentes, ou ainda por 1/5 (um quinto) dos associados em pleno gozo de seus direitos
sociais, após uma solicitação não atendida.

§ 2º - Em quaisquer das hipóteses, as Assembléias Gerais serão convocadas com


antecedência mínima de 10 (dez) dias e, não havendo, no horário estabelecido, “quorum”
para instalação, a Assembléia Geral poderá ser realizada em segunda ou terceira
convocação, desde que conste no respectivo edital, quando então será observado o intervalo
mínimo de 1 (uma) hora entre a realização por uma ou outra convocação.

§ 3º - Não havendo, para nenhuma das três convocações, “quorum” para instalação da
Assembléia, convocada nos termos do parágrafo anterior, será feita nova convocação com
antecedência mínima de 10 (dez) dias e, se ainda não houver “quorum” para a instalação,
será admitida a intenção de dissolver a sociedade.

§ 4º - Quando a Assembléia não for convocada pelo Presidente, os trabalhos serão dirigidos
por um associado escolhido na ocasião e secretariado por outro, convidado por aquele.

Artigo 23 - Não poderá votar na Assembléia Geral o associado que:


a) Tenha sido admitido após a sua Convocação;
b) Esteja em infringência com as disposições deste Estatuto.

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Fls.: 97

Artigo 24 – O quorum para instalação da Assembléia Geral, verificado através da Lista de


Presença, será de:
a. 2/3 (dois terços) do número de associados em dia com seus direitos sociais, em
primeira convocação;
b. Metade mais 1 (um) dos associados, em segunda convocação;
c. Mínimo de 10(dez) associados, em terceira convocação.

Artigo 25 - Dos Editais de Convocação deverão constar:

a. O nome da Cooperativa, seguida da expressão “Convocação de Assembléia Geral


Ordinária” ou “Extraordinária”, conforme o caso;
b. O dia e hora da reunião, em cada convocação, bem como o local de sua realização,
que deverá ser, preferencialmente, o da sede social;
c. A seqüência ordinal das convocações;
d. A ordem do dia dos trabalhos com as devidas especificações;
e. Data e assinatura do responsável pela convocação.

§ Único – No caso de convocação por associados, o edital deverá ser assinado pelos 5
(cinco) primeiros signatários do documento que a solicitou.

Artigo 26- As deliberações da Assembléia Geral somente poderão versar sobre os assuntos
constantes no Edital de Convocação.

§ Único - Como regra, as votações serão por aclamação, mas a Assembléia poderá optar por
votação secreta.

Artigo 27- As ocorrências da Assembléia Geral serão registradas em ata circunstanciada,


lavrada em livro próprio, que após lida e aprovada ao final dos trabalhos, será assinada pelo
Presidente, pelo Secretário e pelos associados presentes que quiserem fazê-lo.

§ Único - Na ausência do Secretário da Cooperativa, o Presidente convidará outro associado


para secretariar os trabalhos e lavrar a respectiva ata.

Artigo 28- Nas Assembléias em que forem discutidos balanços e prestação de conta, durante
a sua discussão e aprovação, os trabalhos deverão ser dirigidos e secretariados por
associados escolhidos entre os presentes.

Artigo 29- Os ocupantes de cargos sociais, como quaisquer associados, não poderão tomar
parte das votações sobre assuntos que a eles refiram direta ou indiretamente, entre os quais o
de prestação de contas, podendo, entretanto, participar dos debates.

Artigo 30- As deliberações das Assembléias Gerais serão tomadas por maioria simples dos
associados presentes, exceção feita aos assuntos previstos no Artigo 34, deste Estatuto,
tendo cada associado, presente ou representado, direito a apenas 1(um) voto, independente
do número de quotas-partes que houver subscrito.

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Fls.: 98

§ Único - A representação referida neste artigo deverá respeitar as condições previstas na


Lei 6.981, de 30/803/1982, sendo vedada, para todos os fins, a representação por meio de
mandatário.

b) ASSEMBLÉIA GERAL ORDINÁRIA

Artigo 31 – A Assembléia Geral Ordinária, que se realizará, obrigatoriamente, uma vez por
ano, no decorrer dos 3 (três) primeiros meses após o término do exercício social, deliberará
sobre os seguintes assuntos, que deverão constar da Ordem do Dia:

a. Prestação de contas do Conselho de Administração acompanhado do Parecer do


Conselho Fiscal, compreendendo:
 Relatório da Gestão;
 Balanço Geral;
 Demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da
insuficiência das contribuições para os dispêndios da sociedade;
 Demonstrativo do Resultado do Exercício, referentes aos atos não
cooperativos, apurados separadamente.
b. Destinação das sobras, após dedução das parcelas para os Fundos Obrigatórios, ou
rateio das perdas e prejuízos;
c. Eleição e posse dos componentes do órgão da Administração e do Conselho Fiscal;
d. Quando previsto, a fixação dos honorários, gratificações e cédulas de presença dos
membros do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal;
e. Quaisquer assuntos de interesse da Cooperativa.

§ Único - A aprovação do Relatório, Balanço e Contas dos órgãos de administração,


desonera seus componentes de responsabilidade, reservados os casos de erro, dolo, fraude ou
simulação, bem como de infração de lei ou deste Estatuto.

Artigo 32- As chapas para eleição do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal


deverão ser registradas, na Secretaria da Cooperativa, até 5 (cinco)dias antes da realização
da Assembléia.

b) ASSEMBLÉIA GERAL EXTRAORDINÁRIA

Artigo 33 – A Assembléia Geral Extraordinária se reunirá sempre que necessário, e


deliberará sobre quaisquer assuntos, desde que mencionados na ordem do Dia do Edital de
Convocação.

Artigo 34- É da competência exclusiva da Assembléia Geral Extraordinária deliberar sobre


os seguintes assuntos:

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Vicente Bernardoni Gonçalves - Secretário-Geral. Para validar este documento, acesse http://jucisrs.rs.gov.br/validacao e informe nº do protocolo
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Fls.: 99

 Reforma do estatuto.
 Fusão, incorporação ou desmembramento.
 Mudança do objetivo da sociedade.
 Dissolução voluntária e nomeação de liquidante.
 Prestação de contas do Liquidante.

CAPÍTULO V
DOS ÓRGÃOS DE ADMINISTRAÇÃO E FISCALIZAÇÃO

Artigo 35 – A Sociedade será administrada por um Conselho de Administração, composto


de 7 (sete) membros, todos associados e no gozo de seus direitos sociais, eleitos pela
Assembléia Geral para um mandato de dois anos, sendo obrigatória, ao término de cada
período de mandato, a renovação de no mínimo, 1/3 (um terço) dos seus componentes.

§ 1º - Não podem compor o Conselho de Administração os parentes, entre si, até o segundo
grau, em linha reta ou colateral.

Artigo 36 – A Sociedade será fiscalizada por um Conselho Fiscal composto de 06 (seis)


membros, todos associados e no gozo de seus direitos sociais, eleitos Pela Assembléia Geral,
para um mandato de um ano, sendo obrigatória a renovação de 2/3 (dois terços dos seus
componentes, ao final de cada período de mandato.

CAPÍTULO VI
DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO

Artigo 37 – Os membros do Conselho de Administração se reunirão, logo após o


encerramento da apuração, para definirem entre si aqueles que desempenharão as funções de
Presidente, Vice Presidente, Secretário e Tesoureiro, que comporão a Diretoria Executiva,
cabendo aos demais membros as funções de Vogais.

Artigo 38 - Nos impedimentos, por prazos inferiores a 90 (novena) dias, o Presidente será
substituído pelo Vice-Presidente, o Vice-Presidente, o Secretário e o Tesoureiro serão
substituídos por Conselheiros Vogais.

§ Único – Nos impedimentos superiores a 90 (noventa) dias, do Presidente, o Conselho de


Administração se reunirá para eleger seu substituto, e se for o caso, os demais cargos da
Diretoria Executiva.

Artigo 39 - Se ficarem vagos, por qualquer tempo mais da metade dos cargos do Conselho,
deverá o Presidente, ou membros restantes se a Presidência estiver vaga, convocar a
Assembléia Geral para o devido preenchimento.

§ Único - Os escolhidos exercerão o mandato pelo prazo que restar aos seus antecessores.

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Fls.: 100

Artigo 40 - São inelegíveis, além das pessoas impedidas por lei, os condenados a pena que
vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos, ou por crime falimentar, de
prevaricação, suborno, concussão, peculato ou contra a economia popular, a fé pública ou a
propriedade.

Artigo 41 – O Conselho Administração, com concordância da Assembléia Geral, poderá


contratar Diretores Executivos, fixando-lhes funções e salários.

Artigo 42 - Os administradores eleitos não serão pessoalmente responsáveis pelas


obrigações que contraírem em nome da sociedade, mas responderão solidariamente pelos
prejuízos resultantes de seus atos se agirem com culpa ou dolo.

§ 1º - A Sociedade responderá pelos atos a que se refere o parágrafo anterior, se os houver


ratificado ou deles logrado proveito.

§ 2º - Os que participarem de atos ou operação social em que se oculte a natureza da


Sociedade, podem ser declarados pessoalmente responsáveis pelas obrigações em nome dela
contraídas, sem prejuízo das sanções penais cabíveis.

§ 3º - Os componentes do Conselho de Administração e do Conselho Fiscal, assim como os


liquidantes, equiparam-se aos administradores das Sociedades Anônimas, para efeitos de
responsabilidade criminal.

§ 4º - Sem prejuízo da ação que possa caber a qualquer cooperado, a sociedade, por seus
dirigentes, ou representada pelo associado escolhido em Assembléia Geral, terá direito de
ação contra os administradores, para promover a sua responsabilidade.

Artigo 43 – O Conselho de Administração rege-se pelas seguintes normas:

I – Reúne-se ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente sempre que


necessário, por convocação do Presidente, da maioria do próprio Conselho, ou ainda, por
solicitação do Conselho Fiscal;
II – Delibera validamente com a presença da maioria dos Seus membros, proibida a
representação, sendo as decisões tomadas pela maioria simples de votos dos presentes,
reservado ao Presidente o voto de desempate;
III – As deliberações serão consignadas em atas circunstanciadas, lavradas no Livro
próprio e, lidas, aprovadas e assinadas, ao final dos trabalhos, pelos membros do Conselho
presentes.

§ Único - Perderá automaticamente o cargo o membro do Conselho que sem justificativa


faltar a 3 (três) reuniões Ordinárias consecutivas ou 6 (seis) durante o ano.

Artigo 44 – Compete ao Conselho de Administração, dentro dos limites da Lei e deste


Estatuto, atendidas as condições ou recomendações e decisões da Assembléia Geral, planejar
e traçar normas para as operações e serviços da Sociedade, e controlar os resultados.

§ 1º - No desempenho das suas funções, cabem-lhe entre outras, as seguintes atribuições:

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a. Propor à Assembléia Geral as políticas e metas para orientação geral das atividades
da Sociedade, apresentando programas de trabalho e orçamentos, além de sugerir as
medidas a serem tomadas;
b. Avaliar e providenciar o montante dos recursos financeiros e dos meios necessários
ao atendimento das operações e serviços;
c. Estimar previamente a rentabilidade das operações e dos serviços, bem como a sua
visibilidade;
d. Estabelecer as normas para o funcionamento da sociedade;
e. Estabelecer sanções ou penalidades a serem aplicadas nos casos de violação ou
abusos cometidos contra disposições da Lei, deste Estatuto ou das regras de
relacionamento da sociedade, que estejam previstas em suas deliberações;
f. Deliberar sobre a admissão, eliminação e exclusão de cooperados;
g. Deliberar sobre a convocação da Assembléia Geral e estabelecer sua ordem do dia,
considerando as proposições dos cooperados;
h. Estabelecer a estrutura operacional e administrativa dos negócios sociais, fixando
valores para cada atividade dos sócios e estabelecer as normas de disciplina social,
que constarão de Regimento Interno a ser aprovado pela Assembléia Geral;
i. Julgar os recursos formulados por cooperados;
j. Fixar as despesas de administração em orçamento anual que indique a fonte dos
recursos para a sua cobertura;
k. Indicar o banco ou bancos nos quais devam ser feitos os depósitos de numerário
disponível e fixar o limite máximo que poderá ser mantido em caixa;
l. Estabelecer as normas de controle das operações e serviços, verificando
mensalmente, no mínimo, o estado econômico-financeiro da Sociedade e o
desenvolvimento das operações e serviços, através de balancetes da contabilidade e
demonstrativos específicos;
m. Adquirir, alienar ou onerar bens imóveis da sociedade, com expressa autorização da
Assembléia Geral;
n. Contrair obrigações, transigir, alienar e onerar bens móveis, ceder direitos e
constituir mandatários;
o. Fixar anualmente taxas destinadas a cobrir depreciação ou o desgaste dos valores que
compõem o ativo permanente da sociedade;
p. Zelar pelo cumprimento da Lei e dos princípios cooperativistas e da autogestão;
q. Contratar, quando fizer necessário, um serviço independente da auditoria, para o fim
e conforme o disposto na lei;
r. Substituir, quando o interesse da Sociedade o reclamar, o Presidente, Vice
Presidente, Secretário, ou Tesoureiro da Cooperativa, designando entre si outro para
o cargo.

§ 2º - O Presidente providenciará para que os demais membros do Conselho de


Administração recebam com a antecedência mínima de 3 (três) dias, cópias dos balancetes e
demonstrativos, planos e projetos e outros documentos sobre os quais tenham que se
pronunciar, sendo-lhes, facultado, ainda anteriormente à reunião correspondente, inquirir
associados, pesquisar documentos e outros, a fim de dirimir as dúvidas eventualmente
existentes.

§ 3º - As normas estabelecidas pelo Conselho de Administração serão baixadas em forma de


Resoluções e Regulamentos que, em seu conjunto, quando aprovados pela Assembléia
Geral, constituirão o Regimento Interno da Cooperativa.

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Fls.: 102

§ 4 - O Conselho de Administração solicitará sempre que julgar necessário, o


assessoramento de Gerentes ou Contador, para conforme o caso auxiliá-lo no esclarecimento
dos assuntos e decidir podendo determinar que qualquer deles apresente previamente
projetos sobre questões específicas.

Artigo 45 – Ao Presidente cabe, entre outras, as seguintes atribuições:

a. Supervisionar as atividades da Sociedade através de contatos assíduos com os


Gerentes;
b. Verificar freqüentemente o saldo do caixa;
c. Assinar cheques bancários conjuntamente, com o Tesoureiro;
d. Assinar, conjuntamente com o Vice Presidente, Tesoureiro ou com o Secretário, ou
ainda outro conselheiro designado pelo Conselho, contratos e demais documentos
constitutivos de obrigações;
e. Convocar e presidir as reuniões do Conselho de Administração, bem como as
Assembléias Gerais dos Associados;
f. Apresentar à Assembléia Geral Ordinária:
- Relatório da Gestão
- Balanço
- Demonstrativo das sobras apuradas ou das perdas decorrentes da
insuficiência das contribuições para cobertura das despesas da Sociedade e o
parecer do Conselho Fiscal
g. Representar ativa e passivamente a Sociedade, em juízo ou fora dele;
h. Elaborar o plano anual de atividade da Sociedade, em conjunto com a gerência de
cada área, se for o caso.

Artigo 46 – Ao Vice Presidente cabe interessar-se permanentemente pelo trabalho do


presidente, substituindo-o nos seus impedimentos inferiores a 90 (noventa) dias, assinar
cheques, juntamente com o Tesoureiro, e outros documentos constitutivos de obrigações,
com o Presidente.

Artigo 47 – Ao secretário cabe, entre outras, as seguintes atribuições:

a. Secretariar e lavrar as atas das reuniões do Conselho de Administração e das


Assembléias Gerais, responsabilizando-se pelos livros, documentos e arquivos
referentes;
b. Assinar, conjuntamente com o Presidente, cheques, contratos e demais documentos
constitutivos de obrigações.

Artigo 48 – Ao Tesoureiro compete, entre outras, as seguintes atribuições:

a. Fazer pagamentos, recebimentos e verificar semanalmente, a exatidão do saldo de


caixa e do banco.
b. Assinar cheques juntamente com o Presidente, ou Vice-Presidente, e demais
documentos constitutivos de obrigações, juntamente com o Presidente.

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Fls.: 103

CAPÍTULO VII
DO CONSELHO FISCAL

Artigo 49 – A administração da Cooperativa será fiscalizada, assídua e minuciosamente, por


um Conselho Fiscal, constituído por 3 (três) membros efetivos e 3 (três) suplentes, todos
associados, eleitos para um mandato anual pela Assembléia Geral, sendo permitida a
reeleição de apenas 1/3 (um terço) de seus componentes.

§ 1º - Não poderão fazer parte do Conselho Fiscal, além dos inelegíveis, os parentes, entre si
e dos membros do Conselho de Administração até 2º (segundo) grau, em linha reta ou
colateral.

§ 2º - Nenhum associado poderá exercer, cumulativamente, cargos no Conselho de


Administração e Conselho Fiscal.

Artigo 50 – O Conselho Fiscal reúne-se, ordinariamente, uma vez por mês, e, sempre que
necessário, extraordinariamente, com a participação de, pelo menos, 3 (três) dos seus
membros.

Artigo 51 – Em sua primeira reunião, o Conselho escolherá, dentre seus membros efetivos,
o Coordenador e o Secretário.

Artigo 52 – As reuniões do Conselho Fiscal serão convocadas e dirigidas pelo Coordenador.

§ 1º - Na ausência do Coordenador será escolhido um substituto para dirigir os trabalhos.

§ 2º - As deliberações serão tomadas por maioria simples de votos e ficarão registradas em


ata assinada pelos presentes.

Artigo 53 – Ocorrendo mais de 2 (duas) vagas no Conselho Fiscal, o Presidente da


Cooperativa convocará uma Assembléia Geral para o seu preenchimento.

Artigo 54 – Compete ao Conselho Fiscal exercer assídua fiscalização sobre as operações,


atividades e serviços da Cooperativa, examinando livros, contas e documentos, cabendo-lhe
entre outras atribuições:

a. Conferir, mensalmente, os numerários existentes em caixa, verificando, também, se


os mesmos estão dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho de Administração:
b. Verificar se os extratos de contas bancárias conferem com a escrituração da
Sociedade;
c. Examinar se os montantes das despesas e inversões realizadas estão de conformidade
com os planos e decisões do Conselho de Administração;
d. Verificar se as operações realizadas e os serviços prestados correspondem em
volume, quantidade e valor, às previsões feitas e as conveniências econômicas
financeiras da Sociedade;
e. Certificar-se se o Conselho de Administração vem se reunindo regularmente e se
existem cargos vagos na sua composição;
f. Averiguar se existem reclamações dos associados quanto aos serviços prestados;

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g. Inteirar-se se os recebimentos dos créditos são feitos com regularidade e se os


compromissos sociais são atendidos com pontualidade;
h. Averiguar-se se há problemas com empregados, se for o caso;
i. Certificar-se se há exigências ou deveres a cumprir junto a autoridades fiscais,
trabalhistas ou administrativas.
j. Averiguar se há controle e se são feitos os inventários periódicos ou anuais de
materiais, equipamentos e outros bens, com observância de regras próprias;
k. Estudar os balancetes e outros demonstrativos mensais, o balanço e o relatório anual
do Conselho de Administração, emitindo parecer sobre estes, para a Assembléia
Geral;

l. Dar conhecimento ao Conselho de Administração das conclusões dos seus trabalhos,


denunciando a este, à Assembléia Geral ou às autoridades competentes, as
irregularidades constatadas e convocar a Assembléia Geral, se ocorrerem motivos
graves e urgentes;

§ Único – Para o exame e verificação dos livros, das contas e documentos necessários ao
cumprimento de suas atribuições, poderá o Conselho Fiscal contratar o assessoramento de
técnico especializado e valer-se dos relatórios e informações dos serviços de auditoria
externa correndo as despesas por conta da Sociedade.

CAPÍTULO VIII
DS LIVROS E DA CONTABILIDADE

Artigo 55 – A Cooperativa deverá, além de outros, possuir os seguintes livros:

 Livro de Matrícula
 Livro de presença de associados nas Assembléias Gerais.
 Livro de atas das Assembléias Gerais.
 Livro de atas do Conselho de Administração.
 Livro de atas do Conselho Fiscal.
 Livros Fiscais.
 Livros Contábeis.

§ Único - É facultado o uso de livros de folhas soltas ou fichas, respeitada a legislação em


vigor.

CAPÍTULO IX
DOS FUNDOS

Artigo 56 – A Cooperativa deverá constituir os seguintes Fundos:

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a. Fundo de reserva, constituído de 10% (dez por cento) das sobras líquidas do
exercício, destinado a reparar perdas e atender o desenvolvimento da Sociedade,
revertendo, ainda, em seu favor, os créditos, não reclamados, dos associados,
decorridos 90 (noventa) dias da Assembléia Geral que aprovou as contas do
exercício em que se deu o seu desligamento, e os auxílios e doações sem destinação
específica;
b. Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social – FATES, destinado a prestação
de assistência aos associados, seus familiares e aos funcionários da Cooperativa,
constituído de 5% (cinco por cento) do valor das sobras líquidas do exercício;
c. Fundo de Recomposição Patrimonial, criado a partir do exercício de 2007, destinado
a preservar o valor da parcela do capital social imobilizado, constituído pelos valores
da conta de depreciação.

§ 1º - A prestação de assistência com recursos do FATES poderá ser feita mediante


convênio com entidades especializadas, oficiais ou não.

§ 2º- Os fundos previstos neste artigo são indivisíveis entre os associados, mesmo em caso
de liquidação da Sociedade.

§ 3º – Os valores do Fundo de Recomposição Patrimonial serão utilizados para a restituição


das quotas-partes de associado desligado e para investimentos em novos ativos, ocasião em
que a aquisição não importará em integração de novas quotas-partes.

§ 4º - O Conselho de Administração fixará os critérios de utilização dos Fundos previstos


neste artigo.

Artigo 57 – A Assembléia Geral poderá constituir outros Fundos, fixando o modo de


formação, aplicação e liquidação.

CAPÍTULO X
DO BALANÇO GERAL, SOBRAS E PERDAS

Artigo 58 – O Balanço Geral e a apuração do Resultado, das Sobras ou Perdas do exercício


serão levantados no dia 31 de dezembro de cada ano.

Artigo 59 – Após deduzidos os valores destinados aos fundos previstos no art. 56, ou outros
constituídos na forma deste estatuto, as Sobras Líquidas apuradas no exercício serão
rateadas entre os associados, proporcionalmente à movimentação financeira de cada
associado, salvo outra deliberação da Assembléia Geral.

Artigo 60 - As perdas e os Prejuízos, eventualmente verificados, serão rateados entre os


associados na proporção da movimentação financeira de cada associado, caso o Fundo de
reserva não seja suficiente pata cobri-los.

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CAPÍTULO XI
DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO

Artigo 61 - A dissolução da Cooperativa dar-se-á:

a. Por deliberação espontânea dos associados, manifestada em Assembléia Geral


Extraordinária, especialmente convocada;
b. Quando a Cooperativa não contar com o número mínimo de associados previstos por
lei ou pela redução do Capital Social mínimo;
c. Em caso de insolvência;
d. Por determinação judicial;
e. Em virtude de alteração de sua forma jurídica;
f. Pela paralisação de suas atividades por mais de 120 (cento e vinte) dias.

Artigo 62 - Deliberada a Dissolução da Sociedade, a Assembléia Geral Extraordinária


nomeará um ou mais liquidantes, no máximo 03 (três), e um Conselho Fiscal composto de
03 membros, para proceder à sua liquidação.

OBRIGAÇÃO DOS LIQUIDANTES

Artigo 63 - Os liquidantes terão o prazo de 15(quinze) dias, contados da data de sua


nomeação para dar início à liquidação dos Ativos e Passivos:

a. Proceder ao arquivamento na Junta Comercial da Ata da Assembléia Geral, em que


foi resolvida a liquidação;
b. Comunicar ao órgão normativo e competente a sua nomeação e os fatos que a
determinarem, fornecendo cópia da ata da Assembléia Geral;
c. Arrecadar os bens, livros e documentos da sociedade, onde quer que estejam;
d. Convocar os credores e devedores, promovendo o levantamento dos créditos e
débitos da Cooperativa;
e. Proceder ao levantamento do inventário, do balanço, do ativo e do passivo;
f. Realizar o ativo para saldar o passivo e reembolsar os associados de sua cota-parte
dando destino que a lei determinar ao remanescente, inclusive os fundos indivisíveis;
g. Exigir dos associados a integralização das quotas-partes de capital social não
integralizado, quando o ativo não for suficiente para saldar o passivo;
h. Convocar a Assembléia Geral a cada seis meses ou sempre que for necessário, para a
apresentação das contas e resultados decorrentes da liquidação;
i. Apresentação à Assembléia Geral, no fim da liquidação, o respectivo relatório e as
contas finais;
j. Averbar, no órgão competente a Ata da Assembléia Geral que considerou encerrada
a liquidação.

§ 1º - As obrigações e responsabilidades dos liquidantes, regem-se pelos preceitos peculiares


aos dos administradores da sociedade liquidanda.

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Certifico registro sob o nº 5174185 em 25/10/2019 da Empresa COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA -
ECOCITRUS, Nire 43400013202 e protocolo 193992060 - 30/09/2019. Autenticação: 1D510EEA6817A80CEC46CC62EBD6D6D1F01A8C. Carlos
Vicente Bernardoni Gonçalves - Secretário-Geral. Para validar este documento, acesse http://jucisrs.rs.gov.br/validacao e informe nº do protocolo
19/399.206-0 e o código de segurança XVMf Esta cópia foi autenticada digitalmente e assinada em 25/10/2019 por Carlos Vicente Bernardoni
Gonçalves – Secretário-Geral. pág. 22/29

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 4d7aeda


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114174534600000057731518
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d7aeda - Pág. 22
Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 107

§ 2º - Compete aos liquidantes representar a sociedade e praticar todos os atos necessários à


sua liquidação em juízo ou fora dele.

Artigo 64 – A Assembléia poderá, em qualquer tempo, destituir os liquidantes e os


membros do Conselho Fiscal, nomeados e eleitos para o fim específico de liquidação da
sociedade Cooperativa.

Artigo 65 – O Associado discordante tem 30 (trinta) dias, a contar da publicação da Ata da


Assembléia Geral que aprovou a liquidação e o conseqüente encerramento das atividades da
Cooperativa, para promover a ação que couber.

Artigo 66 – A liquidação extrajudicial em geral, precedida de intervenção, deverá basear-se,


principalmente, na constatação do estado de insolvência da Sociedade e será procedida
dentro dos princípios fundamentais estabelecidos em lei.

CAPÍTULO XII
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Artigo 67 - Os primeiros diretores terão mandato provisório, que se encerrará por ocasião da
Assembléia Geral de prestação de contas do primeiro exercício, ocasião em que será feita
eleição e posse da diretoria efetiva.

Artigo 68 - Os Conselheiros Fiscais, eleitos na Assembléia Geral de constituição da


Cooperativa, terão mandato até a realização da primeira Assembléia Geral Ordinária.

Artigo 69 - Até o levantamento do primeiro balanço geral, na forma do presente estatuto, a


Diretoria com aprovação da Assembléia Geral, poderá fixar taxas de contribuição dos
associados para o Fundo de Reserva.

Artigo 70 - Os casos omissos serão resolvidos de acordo com os dispositivos legais em


vigor.

___________________________
Maique Konrad Kochenborger
Presidente

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19/399.206-0 e o código de segurança XVMf Esta cópia foi autenticada digitalmente e assinada em 25/10/2019 por Carlos Vicente Bernardoni
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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d7aeda - Pág. 23
Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 108

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Registro Digital

Anexo

Identificação do Processo
Número do Protocolo Número do Processo Módulo Integrador Data

19/399.206-0 RSE1900244721 30/09/2019

Identificação do(s) Assinante(s)


CPF Nome

000.138.470-82 MAIQUE KONRAD KOCHENBORGER

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Vicente Bernardoni Gonçalves - Secretário-Geral. Para validar este documento, acesse http://jucisrs.rs.gov.br/validacao e informe nº do protocolo
19/399.206-0 e o código de segurança XVMf Esta cópia foi autenticada digitalmente e assinada em 25/10/2019 por Carlos Vicente Bernardoni
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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d7aeda - Pág. 24
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Fls.: 109

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Gonçalves – Secretário-Geral. pág. 25/29

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d7aeda - Pág. 25
Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 110

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Registro Digital

Anexo

Identificação do Processo
Número do Protocolo Número do Processo Módulo Integrador Data

19/399.206-0 RSE1900244721 30/09/2019

Identificação do(s) Assinante(s)


CPF Nome

000.138.470-82 MAIQUE KONRAD KOCHENBORGER

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Gonçalves – Secretário-Geral. pág. 26/29

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 4d7aeda


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d7aeda - Pág. 26
Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 111

DECLARAÇÃO DE VERACIDADE DO(S) DOCUMENTO(S) ANEXO(S)


REGISTRO DIGITAL

Eu, MAIQUE KONRAD KOCHENBORGER, BRASILEIRA, SOLTEIRO,


AGRICULTOR, DATA DE NASCIMENTO 15/10/1981, RG Nº 1077183869 SJS-RS, CPF
000.138.470-82, ESTRADA LAJEADINHO, Nº SN, BAIRRO INTERIOR, CEP 95780-
000, MONTENEGRO - RS, DECLARO, SOB AS PENAS DA LEI, que os
documentos apresentados digitalizados ao presente protocolo de registro digital
na Junta Comercial, sem possibilidade de validação digital, SÃO VERDADEIROS
E CONFEREM COM OS RESPECTIVOS ORIGINAIS.

Montenegro, 18 de Outubro de 2019.

MAIQUE KONRAD KOCHENBORGER


Assinado digitalmente por certificação A3

Junta Comercial, Industrial e Serviços do Rio Grande do Sul


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Vicente Bernardoni Gonçalves - Secretário-Geral. Para validar este documento, acesse http://jucisrs.rs.gov.br/validacao e informe nº do protocolo
19/399.206-0 e o código de segurança XVMf Esta cópia foi autenticada digitalmente e assinada em 25/10/2019 por Carlos Vicente Bernardoni
Gonçalves – Secretário-Geral. pág. 27/29

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 4d7aeda


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114174534600000057731518
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d7aeda - Pág. 27
Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 112

TERMO DE AUTENTICAÇÃO - REGISTRO DIGITAL


Certifico que o ato, assinado digitalmente, da empresa COOPERATIVA DOS CITRICULTORES
ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA - ECOCITRUS, de nire 4340001320-2 e protocolado sob o
número 19/399.206-0 em 30/09/2019, encontra-se registrado na Junta Comercial sob o número 5174185,
em 25/10/2019. O ato foi deferido digitalmente pelo examinador Sandra Rosa Moreira Arrieche.
Assina o registro, mediante certificado digital, o Secretário-Geral, Carlos Vicente Bernardoni Gonçalves.
Para sua validação, deverá ser acessado o sitio eletrônico do Portal de Serviços / Validar Documentos
(http://portalservicos.jucisrs.rs.gov.br/Portal/pages/imagemProcesso/viaUnica.jsf) e informar o número de
protocolo e chave de segurança.
Capa de Processo
Assinante(s)
CPF Nome
000.138.470-82 MAIQUE KONRAD KOCHENBORGER
Documento Principal
Assinante(s)
CPF Nome
000.138.470-82 MAIQUE KONRAD KOCHENBORGER
Anexo
Assinante(s)
CPF Nome
000.138.470-82 MAIQUE KONRAD KOCHENBORGER
Anexo
Assinante(s)
CPF Nome
000.138.470-82 MAIQUE KONRAD KOCHENBORGER

Declaração Documento(s) Anexo(s)


Assinante(s)
CPF Nome
000.138.470-82 MAIQUE KONRAD KOCHENBORGER

Porto Alegre. Sexta-feira, 25 de Outubro de 2019

Carlos Vicente Bernardoni Gonçalves: 193.107.810-68 Página 1 de 1

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Vicente Bernardoni Gonçalves - Secretário-Geral. Para validar este documento, acesse http://jucisrs.rs.gov.br/validacao e informe nº do protocolo
19/399.206-0 e o código de segurança XVMf Esta cópia foi autenticada digitalmente e assinada em 25/10/2019 por Carlos Vicente Bernardoni
Gonçalves – Secretário-Geral. pág. 28/29

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 4d7aeda


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114174534600000057731518
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d7aeda - Pág. 28
Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 113

JUNTA COMERCIAL, INDUSTRIAL E SERVIÇOS DO


RIO GRANDE DO SUL
Registro Digital

O ato foi deferido e assinado digitalmente por :

Identificação do(s) Assinante(s)


CPF Nome
969.550.820-00 SANDRA ROSA MOREIRA ARRIECHE

193.107.810-68 CARLOS VICENTE BERNARDONI GONCALVES

Porto Alegre. Sexta-feira, 25 de Outubro de 2019

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Vicente Bernardoni Gonçalves - Secretário-Geral. Para validar este documento, acesse http://jucisrs.rs.gov.br/validacao e informe nº do protocolo
19/399.206-0 e o código de segurança XVMf Esta cópia foi autenticada digitalmente e assinada em 25/10/2019 por Carlos Vicente Bernardoni
Gonçalves – Secretário-Geral. pág. 29/29

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/03/2021 14:21:38 - 4d7aeda


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21030114174534600000057731518
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d7aeda - Pág. 29
Número do documento: 21030114174534600000057731518
Fls.: 114

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

Vistos etc.

Considerando tratar-se a controvérsia de matéria de direito, relego a decisão acerca do


requerimento formulado em tutela de urgência para fase posterior no processo.

Cumpra-se a parte final do despacho de ID fc62667.

MONTENEGRO/RS, 02 de março de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 02/03/2021 08:44:50 - aac0c56
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21030117123940600000092870495?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21030117123940600000092870495
Fls.: 115

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

NOTIFICAÇÃO

DESTINATÁRIO

SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

Pela presente, fica o destinatário notificado para se manifestar sobre a defesa e documentos
juntados. No mesmo prazo, ficam as partes intimadas para que, se houver interesse na produção
de prova oral, as partes deverão especificar qual o objeto da prova e como pretendem a sua
produção, haja vista a necessidade de utilização de mídia para a sua realização. Por fim, se as
partes tiverem interesse em conciliar, informem suas respectivas propostas e o interesse na
realização de audiência tele presencial para tal fim. Prazo de 15 dias.

MONTENEGRO/RS, 02 de março de 2021.

ELIANA BERWANGER AMADOR


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 02/03/2021 12:19:25 - 976b8ad
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21030212192312400000092905901?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21030212192312400000092905901
Fls.: 116

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

EDITAL PARA CIÊNCIA A TERCEIROS INTERESSADOS

Pelo presente, nos termos do artigo 94 da Lei 8.078/90 (Código de


Defesa do Consumidor), a MM. Juíza do Trabalho de Montenegro faz
saber aos terceiros interessados que possam intervir no processo
como litisconsortes, que perante a Vara do Trabalho de Montenegro
tramita a Ação Civil Pública acima identificada.

Ivanise Marilene Uhlig de Barros

Juíza do Trabalho

MONTENEGRO/RS, 12 de março de 2021.

ELIANA BERWANGER AMADOR


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 12/03/2021 15:14:35 - 5c7957f
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21031215143289500000093456176?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21031215143289500000093456176
Fls.: 117

Ao juízo DA VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO

ACPCiv 0020043-80.2021.5.04.0261

SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO, por seu


procurador que esta subscreve, constituído nos termos do incluso instrumento de procuração anexo, vem,
com o respeito e acatamento devidos, perante V. Exa., para apresentar manifestação sobre a defesa nos
seguintes termos:

Em preliminar a reclamada busca contrapor a pertinência da demanda, deduzindo que


falta de legitimidade ad causam. Com todo o respeito as condições da ação, dentre as quais a legitimidade
das partes, são verificadas in status assertionis, isto é, a partir das alegações contidas na inicial. Assim, é
legítimo o exercício do direito de ação, pelo autor, contra aquele que, segundo sua tese jurídica, deve
cumprir a legislação posta e as suas implicações que é o postulado na ação.

Outro ponto é a inépcia da inicial pelo fato de ausência de causa de pedir. Os pedidos e
a causa de pedir estão demonstrados e com relação ao dano a própria peça umbral demonstra da sua
desnecessidade de comprovação.

Portanto, não se pode aceitar a posição da demandada.

Da não liquidação dos pedidos. Da mesma forma. Na justiça do trabalho os pedidos são
uma demonstração de possibilidade do valor a ser atribuído. Não se tendo o conhecimento de quantos
funcionários serão abrangidos pela presente demanda os valores postos são para fins de alçada e não
como liquidação.

Com efeito a própria manifestação constitui reconhecimento de uma série de


irregularidades no tratamento dos dados pessoais dos empregados, ora substituídos pelo autor.

Isso porque o sistema jurídico-normativo brasileiro tutela a privacidade e a proteção de


dados há muito tempo, ao menos desde a Constituição Federal de 1988, com a densificação outorgada
pelo Código Civil, ao exortar os dados pessoais como inerentes à própria personalidade civil, pelo
espectro principiológico da CLT que reconhece o trabalhador como hipossuficiente na relação jurídica
trabalhista.

Nessa esteira as violações aos direitos dos substituídos são evidentes e admitidas pela
própria reclamada ao reconhecer, por exemplo, que não possui nem ao menos encarregado de proteção de
dados pessoas.

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 23/03/2021 15:31:10 - a29ff01


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21032315303687700000057731465
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a29ff01 - Pág. 1
Número do documento: 21032315303687700000057731465
Fls.: 118

Note-se que o art. 41 da LGPD exige a indicação pública, de forma clara e objetiva do
encarregado pelo tratamento dos dados pessoais:

Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo


tratamento de dados pessoais.

§ 1º A identidade e as informações de contato do encarregado


deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva,
preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.

Assim, evidente a violação, de forma inequívoca do disposto no art. 41 da LGPD, pela


reclamada o que deverá ser objeto de notícia ao Ministério Público do Trabalho, bem como à ANPD -
Autoridade Nacional de Proteção de Dados para as devidas providências.

Outrossim, a matéria constará, como analisado no momento oportuno, da produção de


prova pericial e testemunhal.

Percebe-se, pois, ínclito Magistrado, eminente Procurador do Trabalho, que a


reclamada não adota os mínimos cuidados com os dados dos trabalhadores porquanto sequer consegue
indicar as bases legais para os tratamentos de dados que desempenha, violando, de forma extrema os
direitos dos trabalhadores, como, por exemplo, os expressamente referidos no art. 18, da LGPD, sem
que, sequer, a reclamada informe nos autos, e, muito menos no dia a dia, as entidades públicas ou
privadas com as quais realizou o uso compartilhado de dados.

Colhe-se, a oportunidade, pois, de informar à reclamada os termos da Lei, evidenciando


a irregularidade do tratamento:

Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do controlador, em
relação aos dados do titular por ele tratados, a qualquer momento e mediante
requisição:

I - confirmação da existência de tratamento;

II - acesso aos dados;

III - correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados;

IV - anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desnecessários, excessivos


ou tratados em desconformidade com o disposto nesta Lei;

VII - informação das entidades públicas e privadas com as quais o controlador


realizou uso compartilhado de dados;

Quanto à transferência internacional de dados, item 3, a reclamada garante que "nunca


transferiu dados de "colaboradores" seus para qualquer país".

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 23/03/2021 15:31:10 - a29ff01


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21032315303687700000057731465
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a29ff01 - Pág. 2
Número do documento: 21032315303687700000057731465
Fls.: 119

Com efeito tal afirmativa deverá ser objeto da produção de prova, especialmente
pericial, porquanto a mera declaração da reclamada não confere segurança para que os trabalhadores, na
condição de titulares de dados pessoais, de que seus dados "Não houve qualquer transferência ilegítima
de dados dos trabalhadores para outros países."

Note-se que a reclamada não dispõe de nada que se assemelhe à necessária política de
proteção de dados destinada às informações de seus trabalhadores, o que evidencia a necessidade de
medidas protetivas que impeçam o seguimento dessas violações.

Quanto à manifestação sobre o item 2.2, tendo em conta que a reclamada não exibe
evidências, deve ser objeto de produção de prova, notadamente pericial, no momento e modo oportunos.

Em tese a demandada demonstra nenhuma preocupação ou diligência junto a empresas,


como as indicadas, especialmente as que tratem dados sensíveis, porquanto relativos à saúde, para que
também demonstrem sua adequação. Vale dizer que a reclamada, ao manter relacionamento com outras
empresas, envolvendo dados pessoais, o mínimo exigido é que tal tratamento ocorra com
responsabilidade e atenção.

Como existe a negativa geral de transferência internacional de dados de trabalhadores, a


ser aferida em prova oral e pericial.

Isso se comprova pela singela leitura da manifestação da reclamada apenas atinentes


aos "os dados existentes", "dados localizados em documentos", ou seja, nada em relação aos dados
pessoais.

A criptografia mencionada é quanto às conexões, mas sem referência aos dados


pessoais dos empregados ora substituídos.

Bem assim, há referência a "relatórios de acesso a cada pasta e arquivo", sem nenhuma
referencia a se tratarem de dados pessoais.

Note-se, excelência, que a presente demanda não tem, nem poderia ter, por objeto todos
e quaisquer dados manipulados pela reclamada, mas, apenas, por óbvio, os dados pessoais dos
trabalhadores substituídos.

Portanto, mais ainda evidenciada a desconformidade do tratamento dos dados pessoais


dos trabalhadores, levada a efeito pela reclamada que, à toda evidência, nos termos das manifestações
da própria reclamada, sequer refere a adoção de técnicas de criptografia dos dados pessoais dos
trabalhadores, demonstrando que não procede à qualquer diferenciação entre os dados pessoais e os
demais dados, por exemplo, de pessoas jurídicas.

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 23/03/2021 15:31:10 - a29ff01


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21032315303687700000057731465
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a29ff01 - Pág. 3
Número do documento: 21032315303687700000057731465
Fls.: 120

Pelo exposto, tem-se como ainda mais demonstrada a urgência, a necessidade e a


extrema relevância da presente demanda, e especialmente da liminar pretendida e exposta na exordial
porquanto evidente a irregularidade do tratamento dos dados pessoais dos trabalhadores, por parte da
reclamada.

Vale repisar que a proteção dos dados pessoais é direito fundamental reconhecido de
forma expressa pelo egrégio Supremo Tribunal Federal, no âmbito do controle concentrado de
constitucionalidade, nas ADINs ajuizadas pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
(ADI 6387), pelo Partido da Social Democracia Brasileira — PSDB (ADI 6388), pelo Partido Socialista
Brasileiro — PSB (ADI 6389), pelo Partido Socialismo e Liberdade — PSOL (ADI 6390) e pelo Partido
Comunista do Brasil (ADI 6393).

DO PEDIDO:

Isso posto, ratifica a integralidade dos termos da inicial, bem como, e especialmente,
reitera de antecipação de tutela, imediata, em face do evidente risco aos dados pessoais dos substituídos,
imposto pela forma irregular e pela absoluta ausência de conformidade por parte da reclamada.

Requer, também, a produção de todos os meios de prova pertinentes à espécie,


notadamente o depoimento pessoal de representante da reclamada, a oitiva de testemunhas e a
imprescindível produção de prova pericial.

A propósito, é caso evidente de inversão do ônus da prova porquanto incontestável a


hipossuficiência do autor em relação à capacidade técnica, administrativa e operacional da reclamada.

Contudo, a profusão de alegações da reclamada conduz a ré o ônus da prova do alegado


na manifestação ora combatida.

Por fim, além da remessa dos autos ao Ministério Público do Trabalho, pela natureza
coletiva da demanda, deve ser publicado o competente edital, nos termos do art. 94 do CDC.

DO PEDIDO:

Isso posto, ratifica e requer:

I- O recebimento da presente manifestação, com a concessão, em caráter de absoluta


urgência da liminar esgrimida na exordial, aqui integralmente ratificada.

II- A publicação do edital previsto no art. 94 do CDC;

III- Uma vez concedida a liminar, seja dada vista dos autos ao Ministério Público do
Trabalho.

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 23/03/2021 15:31:10 - a29ff01


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21032315303687700000057731465
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a29ff01 - Pág. 4
Número do documento: 21032315303687700000057731465
Fls.: 121

IV- A desconsideração do limite territorial;

V- A produção de todos os meios de prova pertinentes à espécie, especialmente o


depoimento pessoal de ewpresentante da ré, prova testemunhal e, sobretudo, prova
pericial, nos termos esgrimidos pela reclamada, que deve responder pelas custas e
despesas da prova técnica.

Pede Deferimento.

Montenegro, 23 de março de 2021.

Daniel Paulo Fontana OAB/RS 35.057

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 23/03/2021 15:31:10 - a29ff01


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21032315303687700000057731465
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. a29ff01 - Pág. 5
Número do documento: 21032315303687700000057731465
Fls.: 122

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

Vistos etc.

Designo audiência de conciliação para o dia 09/04


/2021 às 11 a ser realizada de forma telepresencial
(videoconferência).

Consigno que as partes e procuradores deverão


acessar o seguinte link da sala de audiências, razão pela qual não
haverá expedição de notificação individual ao e-mail dos
procuradores (copiar e colar no navegador):

meet.google.com/ekq-wmrn-ujf

Outra maneira de acesso é, diretamente no


aplicativo Google Meet, digitar o código final: ekq-wmrn-ujft,
momentos antes do horário marcado para a solenidade.

Intimem-se as partes, por seus procuradores, que


deverão cientificar os seus constituintes.

MONTENEGRO/RS, 24 de março de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 24/03/2021 17:39:39 - 42108eb
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21032316420160100000093941408?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21032316420160100000093941408
Fls.: 123

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 42108eb


proferido nos autos.

Vistos etc.

Designo audiência de conciliação para o dia 09/04


/2021 às 11 a ser realizada de forma telepresencial
(videoconferência).

Consigno que as partes e procuradores deverão


acessar o seguinte link da sala de audiências, razão pela qual não
haverá expedição de notificação individual ao e-mail dos
procuradores (copiar e colar no navegador):

meet.google.com/ekq-wmrn-ujf

Outra maneira de acesso é, diretamente no


aplicativo Google Meet, digitar o código final: ekq-wmrn-ujft,
momentos antes do horário marcado para a solenidade.

Intimem-se as partes, por seus procuradores, que


deverão cientificar os seus constituintes.

MONTENEGRO/RS, 24 de março de 2021.

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 24/03/2021 17:40:39 - 9a4a83c
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21032417393913900000094009960?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS
Número do documento: 21032417393913900000094009960
Juíza do Trabalho Substituta
Fls.: 124

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DA VARA DO TRABALHO DE


MONTENEGRO/RS

Processo nº 0020043-80.2021.5.04.0261

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA, já qualificada


nos autos, vem dizer e requerer o que segue:

Postula a reclamada pela juntada da Carta de Preposição em anexo, haja vista a


necessidade de boa representação na audiência agendada para 09 de abril próximo.

Porto Alegre/RS, 06 de abril de 2021.

Ataliba Carpes
OAB/RS: 106.855

Natasha Alves Ferreira


OAB/RS: 79.698

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 06/04/2021 16:27:43 - 4d4040f


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21040616264377000000057731493
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4d4040f - Pág. 1
Número do documento: 21040616264377000000057731493
Fls.: 125

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 06/04/2021 16:27:43 - 1912ca8


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21040616271124500000057731519
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 1912ca8 - Pág. 1
Número do documento: 21040616271124500000057731519
Fls.: 126

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
RECLAMANTE: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RECLAMADO: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

ATA DE AUDIÊNCIA

Em 9 de abril de 2021, na sala de sessões da MM. VARA DO TRABALHO


DE MONTENEGRO, sob a direção do(a) Exmo(a). Sr(a). Juiz(a) do Trabalho IVANISE
MARILENE UHLIG DE BARROS, realizou-se audiência relativa à Ação Civil Coletiva
número 0020043-80.2021.5.04.0261, supramencionada. Às 10:48, aberta a audiência,
foram apregoadas as partes.

Presente a parte autora SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO,


representado(a) pelo(a) representante sindical Sr.(a) DANIEL BILHERI, acompanhado
(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). DANIEL PAULO FONTANA, OAB 35057/RS. Presente a
parte ré COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA,
representado(a) pelo(a) preposto(a) Sr.(a) Fabiola Esswein da Silva, acompanhado
(a) de seu(a) advogado(a), Dr(a). ATALIBA TELLES CARPES, OAB 106855/RS.

CONCILIAÇÃO: rejeitada.

A parte-autora irá apresentar uma proposta objetiva para fins conciliatórios no


prazo de 05 dias. Após defiro o prazo de 15 dias para que a reclamada se
manifeste sobre a proposta e, em havendo aceite, proceda a juntada dos documentos
que comprovem o cumprimento do requerido na proposta conciliatória.

CONTESTAÇÃO: já nos autos, com documentos, dos quais o prazo do reclamante já se


manifestou.

A parte-autora requer seja designada perícia para aferição do cumprimento que


disposto na LGPD.

Venham os autos conclusos após os prazos acima deferidos para apreciação do


pedido.

Mantenha-se os autos fora de pauta até a apreciação do requerimento.

Audiência realizada por videoconferência encerrada às 11h10min. Nada mais.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juiz(a) do Trabalho

Ata redigida por LAURA MARIA GUIMARAES MANGEON DE ANDRADE, Secretário(a) de


Audiência.
Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 09/04/2021 11:19:10 - 041d0d5
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21040911154020500000094677798?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21040911154020500000094677798
Fls.: 127

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

CERTIDÃO

Certifico que a ata foi enviada antes do seguinte


registro do procurador da ré: “o pedido de perícia formulado pela
parte reclamante se trata de inovação processual, uma vez que não
restou formalizado em sede de petição inicial. Motivo pelo qual,
desde já, pugna pelo seu indeferimento”.

MONTENEGRO/RS, 09 de abril de 2021.

LAURA MARIA GUIMARAES MANGEON DE ANDRADE


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: LAURA MARIA GUIMARAES MANGEON DE ANDRADE - Juntado em: 09/04/2021 11:21:06 - b5fe0d1
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21040911162349900000094677854?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21040911162349900000094677854
Fls.: 128

AO JUIZO DO TRABALHO DE MONENEGRO / RS

PROPOSTA PARA ACORDO


SUGESTÃO DE PROPOSTA:

I- O disposto na Lei Geral de Proteção de Dados – Lei Federal


13.709/2018 e demais preceitos normativos elencados na inicial;
II- O reconhecimento pelas partes do direito fundamental dos substituídos à
proteção dos dados pessoais, bem como à autodeterminação informativa,
ambos presentes na Lei 13.709/2018 e igualmente reconhecidos pelo egrégio
STF, nos autos da ADI 6378, referidos na inicial do feito em tela;
III- Especialmente o reconhecimento pela reclamada de que é controladora
de dados pessoais dos substituídos, na condição de empregados e titulares Aproxime a câmera
para ler o texto.
de dados pessoais;
IV- O reconhecimento, pela reclamada, de que até o momento não se
encontra adequada aos ditames da LGPD, em relação aos dados pessoais
dos seus trabalhadores.
V- Que a reclamada deve levar a efeito o tratamento dos dados pessoais
dos substituídos nos estritos modos referenciados pela LGPD, em
consonância com as demais normas trabalhistas, adequando processos e
práticas atuais e futuras às bases legais pertinentes e previstas na LGPD,
para que seja possível o atendimento dos direitos dos substituídos conforme
disposto na inicial;
VI- O reconhecimento, pelos substituídos, de que a reclamada está em
processo de adequação;
VII- Que a atuação no feito do Ministério Público do Trabalho representa a
tutela coletiva dos direitos dos trabalhadores abrange todos os empregados
da reclamada, não apenas os lotados na unidade de que abarca a base
territorial do Sindicato.

Av. Ipiranga, 40/1404, Porto Alegre. 99758-3316


Av. Benjamin Constant, 820/101, Lajeado. 3748-1313
Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 16/04/2021 18:06:38 - e622d4d
https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21041618061207400000057731488
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. e622d4d - Pág. 1
Número do documento: 21041618061207400000057731488
Fls.: 129

A reclamada compromete-se a:
I- Adequar suas práticas em relação aos dados pessoais dos substituídos, aos
preceitos da Lei 13.709/2018 – Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais – LGPD ou
outra que a substitua
II- Indicar como encarregado, para desempenhar as funções previstas no art. 41 e
demais preceitos da LGPD o(a) Sr (a). ........, com endereço eletrônico ...., telefone ....,
que será o responsável pelo atendimento das solicitações e requisições dos
substituídos em relação aos seus dados pessoais, no prazo de 05 (CINCO) dias a
contar da assinatura do presente termo;
III- Apresentar o projeto de adequação do tratamento dos dados pessoais dos
substituídos, a representante do autor, no prazo máximo de 30 dias;
IV- Indicar o cronograma de implementação das medidas, no prazo acima, sendo que o
prazo de implementação das medidas não excederá a 180 dias a contar da assinatura
do presente acordo;
V- Adotar as medidas de adequação à LGPD – Lei 13.709/2018 também nos futuros
processos relativos ao tratamento dos dados pessoais dos substituídos;
VI- Elaborar e apresentar a política de proteção dos dados pessoais dos empregados
substituídos aos empregados e ao Ministério Público do Trabalho, em 30 dias, incluída
a comprovação do mapeamento dos fluxos dos dados pessoais e a indicação do ciclo
de vida dos dados pessoais dos empregados no âmbito da empresa, com indicação
precisa das finalidades e hipóteses de tratamento, tais como, mas não exclusivamente,
coleta, armazenamento, compartilhamento, eliminação;
VII- Ao pagamento, a título de danos extrapatrimoniais e materiais individuais, aos
substituídos lotados em todas as unidades da empresa, de R$ (... REAIS), em
...parcelas de R$...., (valores a serem estabelecidos) em face da condição de tutela
coletiva patrocinada pelo Ministério Público do Trabalho, agregada ao presente termo,
VIII-Ao pagamento a título de danos morais coletivos, em valores a serem entabulados,
para que o Sindicato invista o valor na implementação de programa de adequação das
suas práticas à LGPD;

Av. Ipiranga, 40/1404, Porto Alegre. 99758-3316


Av. Benjamin Constant, 820/101, Lajeado. 3748-1313
Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 16/04/2021 18:06:38 - e622d4d
https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21041618061207400000057731488
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. e622d4d - Pág. 2
Número do documento: 21041618061207400000057731488
Fls.: 130

IX- Ao pagamento de honorários advocatícios sucumbenciais ao advogado que


assina o presente termo de 15% sobre o valor total referido nos itens VI e VII acima.
X- O descumprimento, ainda que parcial, das obrigações do presente termo implica o
vencimento antecipado das parcelas ainda não satisfeitas, bem como a antecipação do
vencimento dos prazos para o cumprimento das demais obrigações, além de multa de
50% sobre o total dos valores dos itens VI, VII e VIII, além do acréscimo de juros
moratórios de 1% ao mês, e correção monetária pelo IGP-M ou outro índice que o
substitua.
XI- Eventual tolerância ao descumprimento de algum dos prazos do presente termo
não implica renúncia ou alteração dos demais prazos ou multas previstas no presente
termo

O Reclamante compromete-se a:

I- Reconhecer, quando cumpridas e quitadas todas as obrigações previstas nos itens I


a VIII, que a Reclamada está adequada em relação ao direitos fundamentais dos
substituídos quanto à proteção dos dados pessoais e à autodeterminação informativa,
previstos na Lei Federal 13.709/2018 – Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD ou
outra que a substitua, bem como aos demais preceitos normativos referentes à
proteção dos dados pessoais dos substituídos;
II- Reconhecer que os danos morais e patrimoniais decorrentes do tratamento
irregular dos dados pessoais realizados pela reclamada até o momento da assinatura
do presente termo, em relação aos dados pessoais dos substituídos encontram-se
indenizados, ressalvada a comprovação de outros danos, em demanda individual.
III- Apoiar a reclamada, se for do interesse da empresa, na divulgação em
documentos, periódicos, mídia impressa ou eletrônica ou outro meio adotado pela
reclamada, de que, após a quitação e o pagamento das obrigações assumidas no
presente termo, na divulgação de que, no entendimento do substituído, tratar-se-á de
empresa que atende ao disposto na LGPD e demais normas do sistema de proteção
dos dados pessoais dos empregados, na condição de titulares dos dados pessoais,
ressalvados eventos futuros que impliquem novos dados materiais e extrapatrimoniais
aos substituídos;

Av. Ipiranga, 40/1404, Porto Alegre. 99758-3316


Av. Benjamin Constant, 820/101, Lajeado. 3748-1313
Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 16/04/2021 18:06:38 - e622d4d
https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21041618061207400000057731488
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. e622d4d - Pág. 3
Número do documento: 21041618061207400000057731488
Fls.: 131

Sendo esta a proposta requer-se a apreciação da mesma por parte da demandada


para em caso de aceite, a sua homologação.

Nestes Termos, Pede e Espera Deferimento.

Montenegro, 15 de abril de 2021.

Daniel Paulo Fontana OAB/RS 35.057.

Av. Ipiranga, 40/1404, Porto Alegre. 99758-3316


Av. Benjamin Constant, 820/101, Lajeado. 3748-1313
Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 16/04/2021 18:06:38 - e622d4d
https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21041618061207400000057731488
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. e622d4d - Pág. 4
Número do documento: 21041618061207400000057731488
Fls.: 132

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DA VARA DO TRABALHO DE


MONTENEGRO/RS

Processo nº 0020043-80.2021.5.04.0261

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA, já qualificada


nos autos, vem dizer e requerer o que segue:

Atendendo ao prazo estabelecido em audiência inicial, vem a Reclamada


manifestar-se de forma contrária à proposta de acordo apresentada pelo Sindicato
reclamante.

Com isso, pugna a reclamada pela continuidade da ação mediante os ritos


processuais legais, reiterando os argumentos até aqui exarados, confiante na TOTAL
IMPROCEDÊNCIA do pleito.

Nestes termos, pede deferimento.

Porto Alegre/RS, 04 de maio de 2021.

Ataliba Carpes
OAB/RS: 106.855

Natasha Alves Ferreira


OAB/RS: 79.698

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 04/05/2021 10:43:23 - 0b4a666


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21050410425307200000057731501
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 0b4a666 - Pág. 1
Número do documento: 21050410425307200000057731501
Fls.: 133

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

Vistos etc.

Considerando que não há indicação de violação específica à lei


(apenas alegação genérica) e que o teor dos pedidos reporta-se à
obrigação de prestar informações o que independeria de um
conhecimento técnico específico, indefiro a realização de prova
pericial requerida pelo sindicato autor vez que onerosa e
irrelevante ao deslinde do feito.

Dê-se vistas às partes por 5 dias para que se manifestem sobre o


interesse de produção de prova oral, a qual deverá ser devidamente
justificada quando à necessidade e extensão da prova (objeto
específico a ser provado nos autos), sob pena de indeferimento.

Com manifestação das partes, venham os autos conclusos para


avaliação da necessidade da prova requerida e eventual designação
de audiência instrutória.

Nada sendo requerido, venham os autos conclusos para prolação de


sentença.

MONTENEGRO/RS, 27 de maio de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 27/05/2021 15:21:24 - 391807b
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21052715211856000000096903536?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21052715211856000000096903536
Fls.: 134

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 391807b


proferido nos autos.

Vistos etc.

Considerando que não há indicação de violação específica à lei


(apenas alegação genérica) e que o teor dos pedidos reporta-se à
obrigação de prestar informações o que independeria de um
conhecimento técnico específico, indefiro a realização de prova
pericial requerida pelo sindicato autor vez que onerosa e
irrelevante ao deslinde do feito.

Dê-se vistas às partes por 5 dias para que se manifestem sobre o


interesse de produção de prova oral, a qual deverá ser devidamente
justificada quando à necessidade e extensão da prova (objeto
específico a ser provado nos autos), sob pena de indeferimento.

Com manifestação das partes, venham os autos conclusos para


avaliação da necessidade da prova requerida e eventual designação
de audiência instrutória.

Nada sendo requerido, venham os autos conclusos para prolação de


sentença.

MONTENEGRO/RS, 27 de maio de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 27/05/2021 15:22:24 - b2d2ce6
Fls.: 135

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 27/05/2021 15:22:24 - b2d2ce6
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21052715212384100000096903558?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21052715212384100000096903558
Fls.: 136

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DA VARA DO TRABALHO DE


MONTENEGRO/RS

Processo nº 0020043-80.2021.5.04.0261

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA, já qualificada


nos autos, vem dizer e requerer o que segue:

Atendendo ao prazo estabelecido no despacho de ID 391807b, vem a Reclamada


manifestar-se no sentido de que não pretende produzir prova oral para fins de comprovação
dos argumentos já expostos nos presentes autos.

Conforme já bem identificado por este Juízo, tendo inclusive sido indeferido o pleito
de realização de perícia técnica, a reclamada não operou, em hipótese alguma, de forma
ilícita ou fora das conformidades estabelecidas pela legislação trabalhista pertinente ou
referente à proteção de dados.

Deste modo, a reclamada reitera os argumentos já exarados neste processo,


pugnando, novamente, pela total improcedência do pleito exposto em sede de petição
inicial.

Nestes termos, pede deferimento.

Porto Alegre/RS, 1º de junho de 2021.

Ataliba Carpes
OAB/RS: 106.855

Natasha Alves Ferreira


OAB/RS: 79.698

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 01/06/2021 14:58:27 - 418d5c0


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21060114580177700000057731499
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 418d5c0 - Pág. 1
Número do documento: 21060114580177700000057731499
Fls.: 137

AO JUÍZO VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO

ACC 0020043-80.2021.5.04.0261 - Dano Moral / Material


SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO X COOPERATIVA DOS CITRICULTORES
ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA

prova pericial e oral

O Sindicato Autor pretende a produção de prova oral.

Também, reitera a necessidade da pertinência da necessária prova pericial.

O que mais uma vez requer.

Com relação a prova testemunhal se faz necessário para ofertar ao juízo um


melhor olhar sobre a tomada de decisão que deverá ser tomada.

Ante o exposto, requer-se o recebimento da presente e o prosseguimento


do feito.

Nestes termos, espera deferimento.


Montenegro, 07 de Junho de 2021.
Daniel Paulo Fontana OAB/RS 35.057

Av. Ipiranga, 40/1404, Porto Alegre. 99758-3316


Av. Benjamin Constant, 820/101, Lajeado. 3748-1313
Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 07/06/2021 18:52:23 - b519cb2
https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21060718520658800000057731498
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. b519cb2 - Pág. 1
Número do documento: 21060718520658800000057731498
Fls.: 138

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

Vistos etc.

Quanto à prova oral, em que pese intimada para esclarecer o objeto


específico a ser provado, o reclamante apresenta pedido genérico,
razão pela qual indefiro o requerimento.

Não havendo mais provas a serem produzidas, declaro encerrada a


instrução processual, considerando as razões finais como remissivas.
Volte concluso para sentença.

MONTENEGRO/RS, 14 de junho de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 14/06/2021 10:14:54 - 8c3f06f
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21061410144585700000097613717?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21061410144585700000097613717
Fls.: 139

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência do Despacho ID 8c3f06f


proferido nos autos.

Vistos etc.

Quanto à prova oral, em que pese intimada para esclarecer o objeto


específico a ser provado, o reclamante apresenta pedido genérico,
razão pela qual indefiro o requerimento.

Não havendo mais provas a serem produzidas, declaro encerrada a


instrução processual, considerando as razões finais como remissivas.
Volte concluso para sentença.

MONTENEGRO/RS, 14 de junho de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 14/06/2021 10:15:54 - 843b2fa
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21061410145370300000097613728?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21061410145370300000097613728
Fls.: 140

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

I – RELATÓRIO:

SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO, devidamente


qualificado, ajuíza Ação Trabalhista em 26/01/2021 em desfavor de
COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA,
igualmente qualificada. Após exposição fática, postula a
procedência da ação formulando os pedidos correspondentes. Atribui
à causa o valor de R$ 50.000,00. Junta documentos.

A reclamada apresenta defesa.

É encerrada a instrução. As razões finais são remissivas. A


conciliação é rejeitada. Os autos são conclusos para a prolação da
sentença.

Isso posto, decido.

II – FUNDAMENTAÇÃO:

Prejudiciais de Mérito:

Preliminares:

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
Fls.: 141

O interesse de agir se consubstancia no binômio necessidade-


adequação, pois indicado abstratamente violação a direitos
individuais homogêneos (art. 81, inciso III, do CDC, atrelados à
mesma relação jurídica dos empregados). Por assim sendo, expurga-se
de uma só vez, para além do interesse, também, a alegada ausência
de autorização da categoria, legitimidade ativa e identificação dos
trabalhadores, pois a legitimação do Sindicato decorre da própria
CRFB, art. 8º, inciso III, a qual autoriza ampla e irrestritamente
a representação pela entidade sindical, independentemente da
condição de associados ou autorização expressa individual, não
estando também limitada a eventual rol de substituídos.

No mesmo sentido, a tutela jurisdicional é inafastável (art. 5º,


XXXV, CRFB), razão por que não há se falar em “cumprimento de
requisito formal para a promoção da ação”, o que, aliás, sequer
está expresso qual seja e, por fim, confunde-se com o próprio
mérito da decisão.

Por fim, os pedidos se mostram inteligíveis e suficientemente


fundamentados, não havendo prejuízo à defesa nesse aspecto.
Tampouco, ainda, existe necessidade de liquidação prévia dos
pedidos, conforme I.N. 41 do TST, em especial diante da natureza
mandamental dos pedidos.

Rejeito todas as preliminares.

Prescrição:

A defesa argui a prescrição quinquenal.

No entanto, extrai-se dos Princípios da Necessidade, Prevenção e


Responsabilização (art. 6º, incisos III, VIII e X, da Lei 13.709

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
Fls.: 142

/18), que o tratamento mínimo de dados deve observar regramento


próprio para cumprimento de obrigação legal, que inclui o dever de
documentação para fiscalizações e provas processuais.

Com efeito, tomando-se em conta o marco inicial de prescrição como


data da ciência da lesão, ou mesmo os efeitos de eventuais ações
declaratórias (imprescritíveis), bem como em vistas da vigência da
norma, não há prescrição quinquenal a ser reconhecida.

Mérito:

1 – Tutelas da LGPD:

O Sindicato ingressa com ação em nome dos substituídos alegando


descumprimento sistemático relativo à proteção de dados por parte
da empresa reclamada. Afirma que além da posse de dados, a empresa
os compartilha com diversos outros controladores e operadores, sem
as cautelas necessárias. Refere não haver indicação do encarregado
pelos dados pessoais. Argumenta também que o tratamento de dados é
compartilhado por intermédio da internet, em desatenção ao Marco
Civil da Lei 12.965/14, arts. 10 e 11, pois não se observa o
respeito à intimidade, privacidade e imagem. Entende haver
presunção de dano moral. Em tutela de urgência, postula: sejam
informados os dados do encarregado; confirmação de quais dados
pessoais estão sendo tratados, com as respectivas bases legais,
modalidades e ciclos de vida (2 e 10); indique para quais países e
em que circunstâncias os dados foram transferidos; forneça a lista
de todos os terceiros com quem tenha havido compartilhamento, além
da finalidade; indique quais destes podem compartilhar, armazenar
ou acessar os dados, bem como a base legal e salvaguarda adotada
para tanto; receba prestação de contas sobre o uso específico dos
dados; diga o tempo que pretende manter armazenados os dados
pessoais; Indique decisões automatizadas que estejam sendo tomadas

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
Fls.: 143

com base nos dados; se houve algum incidente de segurança e suas


consequências (12 a 15); se acaso ocorreu algum acesso inadequado
de dados e disso resultou penalidade a algum investigado (19);
quais medidas de mitigação, tecnologia e proteção de dados foram
adotadas, assim como políticas e padrões de informações (16, 17,
18); sobre medidas de treinamento e conscientização. Por fim,
requer o reconhecimento da ausência de conformidade e atendimento
dos itens supra; seja determinada sua abstenção de repasse,
vazamento, venda, entrega, doação ou aluguel de dados, sem
autorização; indenização por danos morais, aplicação do art. 52 da
LGPD, bem como comunicação à Autoridade Nacional e divulgação
pública da sentença.

A defesa sustenta não haver prova alguma de qualquer incidente com


os dados de funcionários. Refere somente coletar dados básicos para
fins administrativos e registro junto aos órgãos oficiais, conforme
modelo de ficha anexado. Nega o compartilhamento indevido ou
permissão de acesso a terceiros. Entende que a exigência de um
encarregado demandaria regulamentação. Argumenta também que a
competência para elaborar diretrizes seria exclusiva da ANPD,
inclusive quanto à exigência de prestação de contas. Refuta a
ocorrência de danos morais. Diz ser impossível apontar como os
dados serão utilizados no futuro. Alega inexistir obrigação legal
de treinamento específico para o tratamento de dados.

Pois bem.

Em linhas gerais, a Lei 13.709/2018 passou a ter vigência


escalonada a partir de 28/12/2018, trazendo previsões sobre o
tratamento de dados no intuito de proteção dos direitos
fundamentais de liberdade e privacidade (art. 1º).

Diante da omissão legislativa até então existente, buscou-se


assegurar que os titulares dos direitos envolvidos estejam
resguardados em sua dignidade/privacidade e protegidos também em
face da automação, na forma do art. 7º, XXVII, da Constituição

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
Fls.: 144

Federal. A este exemplo, o art. 20 da LGPD assegura o direito à


reversão de decisões tomadas unicamente com base em tratamento
automatizado de dados pessoais.

Também está assentada a função social da propriedade, art. 170,


III, da CRFB. É consabido que atualmente os dados pessoais
constituem um novo insumo da economia globalizada e tecnológica; e
tal proteção revela importância pela necessidade em se erigir ao
mercado igualdade de concorrência e função antidumping.

Dando efetividade a isso, dentre as bases principiológicas


previstas no art. 6º da LGPD, destaco a finalidade, o livre acesso,
transparência, segurança, prevenção, não discriminação e prestação
de contas.

No caso, a reclamada não trouxe aos autos qualquer documentação


relacionada aos funcionários ou mesmo demonstrou por nenhum meio a
implementação de um único dispositivo da LGPD.

A afirmação de que a legislação depende de regulamento não prospera


totalmente, pois sua vigência escalonada está posta no art. 65. A
exceção está relacionada às sanções administrativas, que somente
entram em vigor a partir de 01/08/2021, consoante art. 61-A, II;
bem como outras disposições envolvendo regulamentos da Agência
Nacional de Proteção de Dados (ANPD).

A esse exemplo está a apresentação de relatório de impacto, que


depende de regulamentação da ANPD, conforme art. 38 e 55-J, III; os
quais ainda estão pendentes de edição, conforme Portaria 11/2021 da
ANPD[1].

Sobre a alegada competência exclusiva da ANPD, igualmente não


procede o argumento, pois a disposição do art. 55-J da LGPD não
exclui o direito dos próprios titulares, ou, no caso, seu
substituto processual, segundo art. 9º da LGPD.

Além do mais, a reclamada está subsumida à legislação vigente, por


se tratar de pessoa jurídica de direito privado que opera
tratamento de dados para fornecimento de serviços (art. 3º, II).

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
Fls.: 145

Acerca dos pedidos específicos formulados, o art. 41 da LGPD é


claro no comando obrigatório para indicação do encarregado, mas não
depende de regulamentação. O §3º do art. 41 da Lei em comento
apenas dispõe sobre normas complementares, porém não afasta a
vigência em 24 (vinte e quatro) meses após a publicação, ocorrida
em 14/08/2018 (art. 65, II).

Veja-se que a Portaria 11/2021, da ANPD, em seu Anexo 1, item 8,


trata apenas de regulamentação complementar sobre outras
atribuições ou hipóteses de dispensa de indicação, mas não
restringe a eficácia do dispositivo já vigente.

Com efeito, acolho parcialmente o pedido 1 para determinar que a


empresa indique e nomine encarregado, na forma do art. 41 da LGPD.

Ressalvo não ser expressa a necessidade de conhecimento jurídico


regulatório, tendo em vista o veto do §4º do art. 41, razão por que
indefiro a pretensão de “indicação de comprovantes de aptidão”.
Também não pode o Judiciário se imiscuir no mérito da escolha, por
se tratar de decisão relacionada à condução do próprio negócio
(livre iniciativa), o que se aplica aos demais itens quanto à forma
de cumprimento da obrigação.

Sobre os dados de tratamento, contudo, sensíveis ou não (arts. 7º e


11), prescinde de consentimento dos empregados se está relacionado
à execução do contrato de emprego ou cumprimento de obrigação
legal. Portanto, a base legal para o tratamento de dados está
assentada nessa finalidade e observando o tempo necessário e
previsto em lei para a devida documentação e guarda.

Logo, carece de fundamento o pedido sobre quais dados pessoais


foram coletados se os empregados já os forneceram e, ainda assim,
podem dispor de tais informações por requerimento direto à empresa.

O mesmo se diga quanto às informações aos órgãos públicos, porque


tal obrigação decorre de imperativo legal.

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
Fls.: 146

Ora, havendo relação jurídica estabelecida entre as partes e


decorrente de contrato empregatício, torna-se desnecessário sob o
ponto de vista prático ou jurídico dar-se ciência expressa sobre o
tratamento, nem mesmo para os dados pessoais sensíveis e mesmo se
assim exigissem consentimento, o que não é o caso.

Ademais, desnecessária a comunicação à ANPD, o que inclusive ainda


carece de regulamentação legal, conforme art. 27, parágrafo único,
da LGPD.

Portanto, rejeito os pedidos 2, 6, 7, 8, 9 e 10, bem como o


requerimento IX.

A defesa refuta e não se pode presumir, diante da falta de provas,


a ocorrência de transferência de dados internacional, fato
extraordinário.

Afasto o pedido 3.

Sobre incidentes de segurança, a Portaria 11/2021 da ANPD trata no


item 6, regulamentado com o seguinte conteúdo[2]:

Um incidente de segurança com dados pessoais é qualquer evento


adverso confirmado, relacionado à violação na segurança de
dados pessoais, tais como acesso não autorizado, acidental ou
ilícito que resulte na destruição, perda, alteração, vazamento
ou ainda, qualquer forma de tratamento de dados inadequada ou
ilícita, os quais possam ocasionar risco para os direitos e
liberdades do titular dos dados pessoais.

O art. 47 da Lei nº 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de


Dados – LGPD) determina que os agentes de tratamento de dados
pessoais devem adotar medidas de segurança, técnicas e
administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos
não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de
destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de
tratamento inadequado ou ilícito.

Além de a reclamada ter negado, inexiste qualquer notícia concreta


de que algum empregado substituído tenha sofrido violação do
direito ao livre acesso sobre o tratamento dos seus dados, ou mesmo
tenha ocorrido, de fato, transferência de dados ou incidentes de
segurança a esse respeito, bem como decisão automatizada. Não é
viável se presumir verdadeira tal alegação, tampouco impor à

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
Fls.: 147

reclamada a prova diabólica de que “nenhuma irregularidade


ocorreu”, mormente em face da conformidade dos documentos juntados
com os ditames legais.

Rejeito os pedidos 11, 12, 13, 15 e 19.

Tocante às questões de segurança e treinamento, por outro lado,


conforme indicado supra, o art. 46 e ss. da LGPD determina que os
agentes de tratamento de dados pessoais devem adotar medidas de
segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger os dados.

No caso, a empresa não comprovou qualquer precaução adotada,


limitando-se a negar a existência de obrigação legal.

Uma vez mais, tal exigência independe de regulamentação específica,


tendo vigência já estabelecida (art. 65, II, da LGPD).

Do exposto, defiro parcialmente os pedidos 16, 17 e 18 ,


determinando que a reclamada implemente e comprove nos autos as
práticas relacionadas à segurança e sigilo de dados, na forma dos
arts. 6º, VII, 46 e 47 da LGPD.

Vai assim deferido parcialmente o pedido VI, somente no que diz


respeito à não adequação do quanto já posto supra.

A reclamada deverá comprovar nos autos o cumprimento das obrigações


impostas, no prazo de 90 (noventa) dias, sob pena de multa diária
de R$ 1.000,00 (art. 500 do CPC e art. 11 da Lei 7.347/1985).

Sobre treinamento, conforme pedido 20, muito embora a intenção


legislativa recomende (arts. 2º, II; 6º, VI e VIII; 50, da LGPD),
inexiste comando legal expresso determinando tal implementação.

Assim, rejeito o pedido 20.

Acerca da prestação de contas, pedido 4, resta atendida em razão


dos demais itens já analisados.

No que tange à tutela de evidência e pedido de “abstenção de


repasse, vazamento, venda, entrega, doação ou aluguel de dados, sem

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
Fls.: 148

autorização”, além de não haver qualquer notícia concreta a esse


respeito, torna-se desnecessário diante da falta de evidências
sobre tais irregularidade, e por força cogente do próprio comando
legal.

Outrossim, na forma do art. 5º, II, da CRFB, “ninguém será obrigado


a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”.
Ora, não havendo irregularidades constatadas, tampouco indício
concreto dessa prática, descabe obrigar a empresa a deixar de fazer
algo sob a premissa hipotética de que algum dia poderá vir a
cometer atos ilícitos.

As sanções administrativas somente entram em vigor a partir de 01/08


/2021, consoante art. 65, I-A.

Rejeito os pedidos I, II e VIII.

Por fim, no que respeita ao pedido de danos morais, entendo que o


dano não se possa presumir. O fato de a empresa não ter
implementado os comandos legais não faz reconhecer, por si só, a
efetiva ocorrência de dano aos titulares dos direitos, pois
inexiste de fato demonstração de vazamento de dados ou outra
utilização ilícita capaz de afetar a esfera de privacidade
/dignidade dos trabalhadores substituídos.

Rejeito o pedido VII.

Inexiste previsão para publicação da sentença em periódico de


circulação nacional. Outrossim, já houve publicação de edital,
conforme parecer do MPT, no intuito de se divulgar a presente ação
para habilitação de eventuais terceiros interessados.

Indefiro o pedido XI.

2 – Litigância de Má-Fé:

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
Fls.: 149

Afirma a reclamada que o reclamante litiga de má-fé.

A presente ação não se enquadra nas hipóteses previstas nos incisos


do art. 793-B da CLT, não havendo respaldo para a aplicação de
multa.

Como dito, o princípio da primazia da realidade que norteia o


direito do trabalho faz com que os documentos juntados pela empresa
tenham presunção relativa de veracidade e possam ser infirmados por
provas contrárias.

Assim, em que pese a ação tenha sido improcedente, o foi em razão


da ausência de provas das alegações da parte reclamante, e não pela
existência de provas absolutas das teses defendidas pela reclamada.

3 - Justiça Gratuita e Honorários Advocatícios:

Entendo que o reclamante, na qualidade de substituto processual, é


legitimado para alegar a hipossuficiência dos substituídos e
requerer a concessão dos benefícios da justiça gratuita.

Nesse sentido, eis o que disposto na Súmula 219 do TST:

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO (alterada a redação do item I e


acrescidos os itens IV a VI na sessão do Tribunal Pleno realizada
em 15.03.2016) - Res. 204/2016, DEJT divulgado em 17, 18 e
21.03.2016.

[...]

III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o


ente sindical figure como substituto processual e nas lides que não

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
Fls.: 150

derivem da relação de emprego.

Assim, nos termos do art. 790, § 3º da CLT, defiro a gratuidade da


justiça pretendida.

Condeno a reclamada ao pagamento de 10% de honorários sucumbenciais


sobre o valor atualizado da causa, tudo conforme art. 791-A da CLT.

4 – Contribuições Previdenciárias e Fiscais:

Considerando a natureza da obrigação, não há contribuições a serem


estabelecidas.

5 - Parâmetros de Liquidação:

Considerando que os critérios de aplicação de juros e correção


monetária são disciplinados pelas normas vigentes à época da
liquidação, segundo entendimento predominante no Tribunal desta
Região, postergo a fixação de critérios para a fase de liquidação
de sentença.

III – DISPOSITIVO:

Ante o exposto, nos termos da fundamentação, rejeito a preliminar


lançada pelas reclamadas e, no mérito JULGO PROCEDENTE EM PARTE a
ação movida por SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
Fls.: 151

contra COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI


LTDA, para reconhecer parcialmente a inadequação à Lei Geral de
Proteção de Dados e condenar a reclamada nas seguintes obrigações,
conforme os termos da fundamentação supra e observada a liquidação
pelo procedimento comum, conforme art. 509, II, do CPC:

1. determinar que a empresa indique e nomine encarregado;


2. que a reclamada implemente e comprove nos autos as práticas relacionadas à
segurança e sigilo de dados; sob pena de multa a ser fixada;
3. comprovar nos autos o cumprimento das obrigações impostas, no prazo de 90
(noventa) dias, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00.

Defiro o benefício da gratuidade da justiça ao reclamante.

Condeno a reclamada ao pagamento de 10% de honorários sucumbenciais


sobre o valor atualizado da causa, tudo conforme art. 791-A da CLT.

Custas pela reclamada, no importe de R$ 1.000,00, complementáveis,


calculadas sobre o valor de R$ 50.000,00 ora arbitrado à condenação.

Publique-se. Intimem-se as partes.

Cumpra-se após o trânsito em julgado. Nada mais.

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
Fls.: 152

[1] Disponível em https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-11-


de-27-de-janeiro-de-2021-301143313

[2] Disponível em: https://www.gov.br/anpd/pt-br/assuntos/incidente-


de-seguranca

MONTENEGRO/RS, 13 de julho de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 13/07/2021 10:22:48 - 01bf095
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21070718185395300000098796478?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21070718185395300000098796478
Fls.: 153

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

Pela presente, fica o destinatário notificado da sentença prolatada


no processo supra, no prazo legal.

MONTENEGRO/RS, 13 de julho de 2021.

ELIANA BERWANGER AMADOR


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 13/07/2021 12:00:58 - 2d44428
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21071312004907100000099016831?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21071312004907100000099016831
Fls.: 154

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA

Pela presente, fica o destinatário notificado da sentença prolatada


no processo supra, no prazo legal.

MONTENEGRO/RS, 13 de julho de 2021.

ELIANA BERWANGER AMADOR


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 13/07/2021 12:00:58 - 1ec3a1b
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21071312004914000000099016833?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21071312004914000000099016833
Fls.: 155

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO
CAI LTDA

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO

Pela presente, fica o destinatário notificado da sentença prolatada


no processo supra, no prazo legal.

MONTENEGRO/RS, 13 de julho de 2021.

ELIANA BERWANGER AMADOR


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 13/07/2021 12:00:58 - 383ed72
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21071312004920300000099016834?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21071312004920300000099016834
Fls.: 156

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO


Procuradoria do Trabalho no Município de SANTA CRUZ DO SUL
Rua 28 de Setembro, 834/844, Centro, Santa Cruz do Sul/RS, CEP 96810-174 - Fone (51) 3740-0600

2021 - Ano Internacional para a Eliminação do Trabalho Infantil

#Chegade
Trabalho
Infantil

EXCELENTÍSSIMA JUÍZA DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE


MONTENEGRO

Ação nº 0020043-80.2021.5.04.0261

O MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO, em atenção à


intimação recebida, vem à presença de Vossa Excelência informar que tomou
ciência do teor da r. sentença de ID. 01bf095.

De Santa Cruz do Sul para Montenegro, 16 de julho de 2021.

MÁRCIO DUTRA DA COSTA


PROCURADOR DO TRABALHO

Assinado eletronicamente por: MARCIO DUTRA DA COSTA - 16/07/2021 10:58:51 - c93dd49


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21071610590300000000057731478
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. c93dd49 - Pág. 1
Número do documento: 21071610590300000000057731478
Fls.: 157

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DA VARA DO TRABALHO DE


MONTENEGRO/RS

Processo nº 0020043-80.2021.5.04.0261

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS


DO VALE DO CAI LTDA, já qualificada nos autos, vem,
respeitosamente, através do presente petitório, opor
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO em face da respeitável
sentença de parcial procedência proferida no Id
01bf09, com base nos fundamentos a seguir expostos:

PRELIMINARMENTE

Os embargos de declaração encontram sustentação nos artigos 897-A da


Consolidação das Leis do Trabalho e 1.022 a 1.026 do Código de Processo Civil vigente. O
instituto processual deve ser manejado para fins de saneamento de pontuais vícios da
decisão proferida, o que a Reclamada entende que se faz necessário para fins da boa
tramitação deste julgado.

Desde já, em que pese a discordância exarada nos pontos a seguir expostos, reitera
o posicionamento respeitoso para com a sentença proferida por Vossa Excelência.

1. DA NECESSIDADE DE IMPLEMENTAÇÃO DE PRÁTICAS RELACIONADA À


SEGURANÇA E SIGILO DE DADOS
A respeitável sentença determinou em seu dispositivo:
“(...) que a reclamada implemente e comprove nos autos as práticas relacionadas à
segurança e sigilo de dados; sob pena de multa a ser fixada”.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 21/07/2021 13:45:43 - 38bc7a1


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072113453139400000057731502
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 38bc7a1 - Pág. 1
Número do documento: 21072113453139400000057731502
Fls.: 158

Ocorre que, verificando a redação da fundamentação utilizada na douta decisão que


culminou em tal determinação, não resta possível de se identificar quais os parâmetros que
a Magistrada entende que se façam necessários de observância para que reste cumprida
a determinação da sentença.
Impera destacar que a Autoridade Nacional de Proteção de Dados do Brasil, cuja
competência para dispor sobre padrões mínimos de adoção de medidas de segurança,
técnicas e administrativas, conforme art. 4°, inciso III, alínea “d”1, do Decreto n°
10.474/2020 ainda não se manifestou sobre o tema, devido à complexidade de levar em
consideração os fundamentos da livre iniciativa privada e a autodeterminação informativa
que regem a Lei n° 13.709/2018.
No caso em tela, segundo o planejamento estratégico da Autoridade Nacional de
Proteção de Dados do Brasil2, o primeiro objetivo estratégico é elaborar guias e
recomendações sobre proteção de dados no prazo médio de até 2 anos com indicadores
técnicos específicos para garantir que os parâmetros sejam eficazes e de acordo com as
práticas de mercado. Em outras palavras “práticas relacionadas à segurança e sigilo de dados”
consiste em termo consideravelmente vago e que dificulta o cumprimento da
determinação judicial por parte da Reclamada, tendo em vista a falta de parâmetros
interpretativos da Autoridade competente. Impera, portanto, a utilização do art. 1.022, I,
do Código de Processo Civil,
Ante o exposto, requer seja acolhido o presente petitório, para fins de que reste
sanada a obscuridade contida na decisão proferida no processo em tela.

1
Art. 4º Ao Conselho Diretor, órgão máximo de direção da ANPD, compete:
III - dispor sobre:
d) os padrões mínimos para a adoção de medidas de segurança, técnicas e administrativas de proteção de
dados pessoais contra acessos não autorizados e situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda,
alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamento inadequado ou ilícito, ressalvadas as competências
de que trata o art. 10,caput, incisos IV e V, da Lei nº 13.844, de 18 de junho de 2019;
2
Disponível em https://www.gov.br/anpd/pt-br/documentos-e-publicacoes/planejamento-
estrategico/planejamento-estrategico-2021-2023.pdf

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 21/07/2021 13:45:43 - 38bc7a1


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072113453139400000057731502
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 38bc7a1 - Pág. 2
Número do documento: 21072113453139400000057731502
Fls.: 159

2. DO VALOR DA CAUSA
Restou consolidado no dispositivo da respeitável sentença:
“(...) Custas pela reclamada, no importe de R$ 1.000,00, complementáveis, calculadas
sobre o valor de R$ 50.000,00 ora arbitrado à condenação.”
Este douto juízo utilizou como parâmetro único para fixação do valor da causa o
mesmo apontado em sede de petição inicial por parte do Sindicato reclamante. Ocorre,
contudo, que apenas três dos TRINTA E NOVE pedidos exarados no petitório de
inauguração restaram atendidos. Ainda, conforme bem percebido pela sentença, não houve
qualquer comprovação de dano causado a qualquer trabalhador por parte da Reclamada.
A manutenção do valor de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais) para fins de valor da
causa por parte deste Douto Juízo demonstra-se irrazoável e incondizente com o deslinde
do caso concreto. A fixação do valor da causa/condenação altera substancialmente base de
cálculo para fins de custas processuais, condenação em honorários advocatícios e,
eventualmente, para fins de interposição de Recurso Ordinário. Impera aqui, portanto, a
utilização do art. 1.022, III, do Código de Processo Civil.
Ante o exposto, requer seja acolhido o presente petitório, para fins de que reste
sanado o erro material apontado na respeitável sentença, sendo revisado e pormenorizado
o valor da causa fixado em seu dispositivo.

3. DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS


Conforme já referido nesta peça processual, apenas três dos TRINTA E NOVE
pedidos exarados no petitório inicial restaram atendidos pela sentença. Contudo, não houve
a condenação da parte reclamante ao pagamento de honorários sucumbenciais ou mesmo
a manifestação deste douto juízo sobre o petitório apontado em sede de contestação.
Na esteira da disposição constante no art. 791-A da Consolidação das Leis do
Trabalho, bem citado pela sentença para fins condenação ao pagamento de honorários à
parte reclamante, vem o seu §1º: “§ 1o Os honorários são devidos também nas ações contra
a Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou substituída pelo
sindicato de sua categoria” (grifei).

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 21/07/2021 13:45:43 - 38bc7a1


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072113453139400000057731502
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 38bc7a1 - Pág. 3
Número do documento: 21072113453139400000057731502
Fls.: 160

Reitera-se, também, que tal requerimento fora feito em sede de contestação, não
havendo qualquer manifestação sobre o mesmo. Impera, portanto, o manejo dos arts. 98,
§2º e 1.022, II, do Código de Processo Civil.
Ante o exposto, requer seja acolhido o presente petitório, para fins de que reste
sanada a omissão constante na sentença, manifestando-se este douto juízo quanto à
condenação ao pagamento de honorários sucumbenciais por parte do Sindicato reclamante
aos procuradores da parte reclamada, fixando a devida condenação.

DOS PEDIDOS
Reiterando o máximo respeito à decisão proferida, requer a Reclamada sejam
acolhidos os presentes Embargos de Declaração, restando sanados os vícios apontados na
sentença, com base no exposto ao longo da presente peça processual, sendo:

a) Esclareça este douto juízo, de forma minuciosa, os parâmetros a serem atendidos


pela reclamada para fins de cumprimento da obrigação “implementação de
práticas relacionadas à segurança e sigilo de dados”;

b) Reste devidamente corrigido o valor atribuído à causa e, consequentemente, o


valor estipulado das custas, haja vista a parcial procedência dos pedidos
exarados na inicial;

c) Manifeste-se este douto juízo quanto ao requerimento posto em sede de


Contestação no que tange à fixação de honorários sucumbenciais a serem pagos
pelo Sindicato reclamante, haja vista sua reconhecida sucumbência, com a
devida estipulação dos valores a serem pagos aos procuradores da Reclamada.

Nestes termos, pede deferimento, desde já consignando a interrupção do


transcorrer do prazo legal para interposição de Recurso Ordinário.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 21/07/2021 13:45:43 - 38bc7a1


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072113453139400000057731502
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 38bc7a1 - Pág. 4
Número do documento: 21072113453139400000057731502
Fls.: 161

Porto Alegre/RS, 21 de julho de 2021.

Ataliba Carpes
OAB/RS: 106.855

Natasha Alves Ferreira


OAB/RS: 79.698

Alisson Possa
OAB/DF: 58.907

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 21/07/2021 13:45:43 - 38bc7a1


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21072113453139400000057731502
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 38bc7a1 - Pág. 5
Número do documento: 21072113453139400000057731502
Fls.: 162

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO


CAI LTDA, qualificada nos autos em epígrafe, opôs EMBARGOS DE DECLARAÇÃO da
sentença #id:01bf095, alegando omissão quanto aos critérios de implementação das
práticas, honorários sucumbenciais e da da causa.

É o relatório. Decido.

Conheço dos embargos, vez que tempestivos.

Sem razão a embargante.

Verifico que os presentes embargos visam tão somente sanar o


inconformismo da parte, e não apontar eventual omissão do julgado, porque
inexistente.

Dessa forma, ausente qualquer das hipóteses previstas no art.


897-A da CLT, nego provimento aos Embargos Declaratórios.

DISPOSITIVO

Pelo exposto, conheço dos


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO opostos por COOPERATIVA DOS
CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA em face da
sentença proferida nestes autos, por tempestivos, e, no mérito, NEGO
PROVIMENTO.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se. Nada


mais.

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 22/07/2021 16:07:15 - 4cf9ade
Fls.: 163

MONTENEGRO/RS, 22 de julho de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 22/07/2021 16:07:15 - 4cf9ade
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21072214543380500000099467947?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21072214543380500000099467947
Fls.: 164

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

Pela presente, fica o destinatário notificado da sentença


prolatada no processo supra, no prazo legal.

MONTENEGRO/RS, 23 de julho de 2021.

ELIANA BERWANGER AMADOR


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 23/07/2021 02:02:15 - 74f2f63
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21072302021258300000099496834?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21072302021258300000099496834
Fls.: 165

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO


CAI LTDA

Pela presente, fica o destinatário notificado da sentença


prolatada no processo supra, no prazo legal.

MONTENEGRO/RS, 23 de julho de 2021.

ELIANA BERWANGER AMADOR


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 23/07/2021 02:02:15 - 31fa536
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21072302021265400000099496835?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21072302021265400000099496835
Fls.: 166

EXCELENTÍSSIMOA SENHORA DOUTORA JUÍZA DA VARA DO TRABALHO DE


MONTENEGRO/RS

Processo nº 0020043-80.2021.5.04.0261

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA, já


qualificada nos autos, vem, através do presente instrumento firmado por seu procurador,
apresentar RECURSO ORDINÁRIO, com base nas razões em anexo e com fulcro no art. 895,
I, da CLT, em face da respeitável sentença proferida por Vossa Excelência de Id 01bf095, ora
complementada pela decisão de Id 4cf9ade em face da oposição de Embargos de
Declaração.

Esclarece-se que, para fins de extrema cautela, em que pese a condenação


pecuniária estabelecida em sentença esteja condicionada ao descumprimento da obrigação
de fazer posta, o que poderia ensejar a aplicação do art. 899, §2º da Consolidação das Leis
do Trabalho, encontram-se em anexo as guias de pagamento do Recurso Ordinário e das
custas processuais.

Caso seja do entendimento de Vossa Excelência de que não há necessidade do


recolhimento de valores para fins de interposição do Recurso Ordinário, na esteira do
referido, requer sejam devidamente devolvidos os valores à Reclamada, observados os
critérios de boa-fé e cooperação processual.

Requer a reclamada que o presente Recurso Ordinário seja recebido e devidamente


remetido ao Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região para fins de julgamento
conforme as razões em anexo e mediante adoção das cautelas de estilo.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Porto Alegre, 03 de agosto de 2021.

Ataliba Telles Carpes


OAB/RS 106.855

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AO EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA


RECORRIDO: SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DE ALIMENTACAO DE
MONTENEGRO
PROCESSO Nº: 0020043-80.2021.5.04.0261
ORIGEM: Vara do Trabalho de Montenegro/RS

COLENDA TURMA

EMÉRITOS JULGADORES!

1. DO HISTÓRICO PROCESSUAL E DO CABIMENTO DO RECURSO


O processo em epígrafe trata-se de “Ação Civil Coletiva” ajuizada pelo Sindicato
autor em face da reclamada, ora recorrente. Dos TRINTA E NOVE pedidos formulados em
sede de petição inicial, apenas três restaram atendidos pela sentença.
Em síntese, a reclamada restou condenada nas obrigações de: a) nominar
encarregado; b) comprovar nos autos práticas relacionadas à segurança e sigilo de
dados; sob pena de multa a ser fixada; e c) fixação do prazo de 90 (noventa) dias para
cumprir a obrigação, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00.
A reclamada opôs Embargos de Declaração (Id 38bc7a1) no intuito de sanar os vícios
de omissão que entende estarem contidos na Sentença prolatada, não tendo sido providos
os mesmos e sequer valorados, conforme fundamentação de uma linha: “(...) Verifico que os
presentes embargos visam tão somente sanar o inconformismo da parte, e não apontar
eventual omissão do julgado, porque inexistente.”.
Estando em desacordo com a decisão de primeiro grau prolatada pelo respeitável
juízo, a reclamada interpõe o presente Recurso Ordinário para fins de reforma da sentença,
conforme razões a seguir expostas.

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2. DAS PRELIMINARES
2.1 Da ausência de legitimidade ad causam
Quanto à prejudicial de mérito arguida em sede de contestação, restou assim
julgado na sentença:
“O interesse de agir se consubstancia no binômio necessidade-adequação, pois
indicado abstratamente violação a direitos individuais homogêneos (art. 81, inciso III,
do CDC, atrelados à mesma relação jurídica dos empregados). Por assim sendo,
expurga-se de uma só vez, para além do interesse, também, a alegada ausência de
autorização da categoria, legitimidade ativa e identificação dos trabalhadores, pois a
legitimação do Sindicato decorre da própria CRFB, art. 8º, inciso III, a qual
autoriza ampla e irrestritamente a representação pela entidade sindical,
independentemente da condição de associados ou autorização expressa
individual, não estando também limitada a eventual rol de substituídos.
No mesmo sentido, a tutela jurisdicional é inafastável (art. 5º, XXXV, CRFB),
razão por que não há se falar em “cumprimento de requisito formal para a
promoção da ação”, o que, aliás, sequer está expresso qual seja e, por fim, confunde-
se com o próprio mérito da decisão.” (grifo nosso)

Carece reforma a decisão prolatada, no ponto.

Excelências, equivoca-se a Douta Magistrada no momento em que refere que a mera


indicação abstrata à violação a direitos individuais homogêneos (entendidos aqueles
estipulados no art. 81, III, do CDC) basta para validar o interesse de agir do Sindicato autor.
Os interesses e direitos individuais homogêneos são entendidos como decorrentes de
origem comum – no presente caso, não há origem comum, pois não há dano ou qualquer
outra violação de direito. Ainda, quanto à legitimidade do Sindicato, a alegação da
Magistrada de que o art. 8º, III, da Constituição Federal “autoriza ampla e irrestritamente a
representação pela entidade sindical, independentemente da condição de associados ou
autorização expressa individual” qualquer operador jurídico que preze pela boa democracia
republicana e pela liberdade individual dos cidadãos brasileiros, inclusive o trabalhador.
Destaca-se também o apontamento de que, em face da inafastabilidade da
apreciação Judiciária, não há que se falar em “cumprimento de requisito formal para a
promoção da ação”.

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Excelências, tamanho absurdo!


Imaginem Vossas Senhorias desempenharem seus papéis de julgadores enquanto
integrantes da Tripartição dos Poderes da República sem respeito a quaisquer das
formalidades estabelecidas pelo Direito. Não haveria que se falar, portanto, em Código de
Processo Civil, Direito Processual do Trabalho, ou ciência correlata, pois, conforme
entendimento da Douta Magistrada, “não há requisito formal para a promoção da ação”.
Impõe destacar, novamente, conforme já pontuado em sede de contestação, sobre
a dubiedade quanto à legitimidade do Sindicato autor. Das dezenove páginas da exordial,
sete são destinadas à tentativa de justificação de sua legitimidade ativa. Há parecer do
Ministério Público do Trabalho (ID 8835b31) aponta para notórias nulidades do feito.
Conforme também referido pelo MPT, há confusão entre o uso dos institutos da Ação Civil
Pública e da Ação Civil Coletiva, o que reforça a percepção da injustiça perpetrada pelo
Sindicato ao propor esta lide.
No sentido da demanda do art. 94 do Código de Defesa do Consumidor, forma
publicados dois Editais (Id 9b97370 e Id 5c7957f), um no dia 1º de março de 2021 e outro
na data de 12 de março de 2021 não havendo qualquer manifestação de trabalhadores
(ou terceiros interessados) na ação proposta pelo Sindicato. Não há menção a qualquer
manifestação de vontade por parte de algum trabalhador que enseje o ajuizamento desta
ação. Reitera-se o argumento dado pelo art. 5º, XXI da Constituição Federal da República:
“XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;” (grifo nosso).
Nestes termos, com base no art. 330, II do Código de Processo Civil, por tratar-se
do Sindicato ser parte manifestamente ilegítima para propor a presente ação, requer seja
reformada a sentença para que reste indeferida a petição inicial da presente ação, restando
o feito julgado sem resolução de mérito, haja vista a ausência de legitimidade para
propositura da ação.

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3. DO PEDIDO DE EFEITO SUSPENSIVO


Os recursos no âmbito do processo do trabalho possuem meramente efeito
devolutivo, ou seja, não há a suspensão imediata do prosseguimento da atividade
jurisdicional. Porém, a respeitável sentença foi proferida no seguinte sentido de que a
reclamada “indique e nomine encarregado”; “comprove nos autos as práticas relacionadas à
segurança e sigilo de dados” e que tal comprovação seja realizada no prazo de 90 (noventa)
dias, sob pena de imposição de multa diária.
Ocorre, Excelências, que, conforme indagado em sede de Embargos Declaratórios
(o que restará reiterado a seguir), não foram alcançados à reclamada quaisquer
parâmetros que a Douta Magistrada entende serem cabíveis na aplicação da LGPD
(caso tal condenação reste mantida). Em outras palavras, o prazo estipulado pela Juíza de
primeiro grau está, atualmente, com transcorrer ativo no tempo, sem que haja uma definição
específica quanto à manutenção de seu mérito ou não (em face do Recurso Ordinário ora
interposto). Igualmente, em que pese a reclamada, por extrema cautela, esteja tomando
medidas de proteção adicionais quanto à LGPD, o prazo de noventa dias imposto pode
não ser suficiente, haja vista que os critérios mínimos de adequação estão aleatoriamente
estipulados tão somente no âmago do intelecto da Magistrada e de ninguém mais.
Haja vista se tratar de caso excepcional e extraordinário, em face da possível
ocorrência de injusto prejuízo à Reclamada, requer seja concedido o efeito suspensivo ao
Recurso Ordinário ora interposto, aplicando-se subsidiariamente ao processo do trabalho
o art. 1.029, §5º do CPC, para que cesse o transcorrer do prazo estabelecido em sentença no
que tange à adequação à LGPD.

4. DO SEGREDO DE JUSTIÇA
Conforme previsão do art. 189 do Código de Processo Civil, poderão tramitar em
segredo de justiça os seguintes processos, dentre outros: I - em que o exija o interesse público
ou social; (...) III - em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade.
A repercussão da sentença prolatada pela Douta Magistrada no processo em
epígrafe teve repercussão nacional, colocando a Reclamada em posição desfavorável junto

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ao mercado (haja vista ter sua imagem injustamente taxada como “contrária à LGPD”).
Também, algumas pessoas que trabalham indiretamente na Cooperativa (como na área de
marketing) estão sofrendo retaliações pessoais em face do ocorrido.
Nesse sentido, até o momento de interposição desse recurso, a aba “acesso de
terceiros” conta com cento e noventa e três acessos de advogados do Brasil inteiro, o que
denota a referida repercussão. O pedido de atribuição ao processo de segredo de justiça se
faz extremamente necessário, haja vista que está sendo protocolado conjuntamente com o
presente recurso o Plano de Ação referente às medidas adicionais que serão adotadas no
que tange à proteção de manutenção de dados. O mesmo contém dados internos da
governança da Reclamada, que, de forma alguma, respeitado o bom princípio da
propriedade privada e do desenvolvimento econômico, serem acessados de forma livre e
sem qualquer restrição.
Haja vista o presente processo tratar, justamente, de dados sensíveis, bem como o
não-trânsito em julgado da presente ação não permite a imposição de qualquer atribuição
jurídica à Reclamada, requer-se que o presente processo passe a tramitar mediante segredo
de justiça em seus autos eletrônicos.

5. DO MÉRITO
5.1 Da incidência da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ao caso concreto
Quanto à implementação da Lei Geral de Proteção de Dados, a sentença restou
fundamentada da seguinte forma:
“(...) No caso, a reclamada não trouxe aos autos qualquer documentação relacionada
aos funcionários ou mesmo demonstrou por nenhum meio a implementação de um
único dispositivo da LGPD. A afirmação de que a legislação depende de regulamento
não prospera totalmente, pois sua vigência escalonada está posta no art. 65. A exceção
está relacionada às sanções administrativas, que somente entram em vigor a partir de
01/08/2021, consoante art. 61-A, II; bem como outras disposições envolvendo
regulamentos da Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD).
A esse exemplo está a apresentação de relatório de impacto, que depende de
regulamentação da ANPD, conforme art. 38 e 55-J, III; os quais ainda estão pendentes
de edição, conforme Portaria 11/2021 da ANPD].

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Sobre a alegada competência exclusiva da ANPD, igualmente não procede o


argumento, pois a disposição do art. 55-J da LGPD não exclui o direito dos próprios
titulares, ou, no caso, seu substituto processual, segundo art. 9º da LGPD.”

A fundamentação acima colacionada culminou na condenação da reclamada a:


“(...) 2. que a reclamada implemente e comprove nos autos as práticas relacionadas à
segurança e sigilo de dados; sob pena de multa a ser fixada; 3. comprovar nos autos o
cumprimento das obrigações impostas, no prazo de 90 (noventa) dias, sob pena de multa
diária de R$ 1.000,00.”.
Carece de reforma tal decisão.
Excelências, conforme previamente arguido em sede de contestação, impõe
ressaltar, de plano, que não há qualquer relato de dano ou suposto “vazamento de
dados”, por parte da Reclamada – logo, não há que se falar em indenização ou punição
nesse sentido. A partir daí, verifica-se que há a incorrência, por parte da Douta Magistrada,
de invasão à competência da ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados) no que tange
à fiscalização do cumprimento daquilo que está estabelecido na Lei nº 13.709/18 (LGPD).
Em que pese a respeitável sentença esteja devidamente fundamentada, há certa
incoerência inclusive quanto ao petitório inicial formulado pelo Sindicato autor, o que fere
os princípios processuais atinentes à boa prestação jurisdicional. Não há pedido do Sindicato
no sentido de “fiscalizar” a atuação da ECOCITRUS no que tange ao manejo de dados – e,
nesse sentido, conforme já posto nos autos, o manejo de dados pessoais de seus
trabalhadores pela ECOCITRUS encontra-se, desde sempre, dentro dos limites legais já
previamente existentes constantes na CLT (arts. 41 a 48). Reafirma-se que tão somente
coleta os dados de seus funcionários para fins de registro legal, na esteira da permissão do
art. 7º, II da própria LGPD. Não houve jamais a comercialização, compartilhamento
indevido ou permissão de acesso aos dados de seus funcionários a terceiros.
Ainda restou estipulado em sentença:
“(...) Tocante às questões de segurança e treinamento, por outro lado, conforme
indicado supra, o art. 46 e ss. Da LGPD determina que os agentes de tratamento de
dados pessoais devem adotar medidas de segurança, técnicas e administrativas aptas

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a proteger os dados. No caso, a empresa não comprovou qualquer precaução adotada,


limitando-se a negar a existência de obrigação legal.
Uma vez mais, tal exigência independe de regulamentação específica, tendo vigência
já estabelecida (art. 65, II, da LGPD).
Do exposto, defiro parcialmente os pedidos 16, 17 e 18, determinando que a
reclamada implemente e comprove nos autos as práticas relacionadas à segurança e
sigilo de dados, na forma dos arts. 6º, VII, 46 e 47 da LGPD.
Vai assim deferido parcialmente o pedido VI, somente no que diz respeito à não
adequação do quanto já posto supra.”

Ocorre, Excelências, que não é de competência da Douta Magistrada verificar o


cumprimento da LGPD, tendo sido instituída a ANPD para tanto – ainda mais no presente
caso concreto, onde não houve qualquer violação ao disposto na Lei.
Ainda que assim o fosse, a própria autoridade nacional, conforme o §1º do art. 46
da LGPD, apontaria os padrões técnicos mínimos que deveriam ser observados no que tange
à implementação de medidas de segurança e proteção de dados: o que tanto a ANPD
quanto a Douta Magistrada não o fizeram. No caso do processo em tela, a situação é
ainda mais grave, pois a Magistrada está impondo obrigação de fazer à Reclamada, sem
que a mesma saiba qual a parametrização mínima a ser cumprida.
Tal apontamento foi, inclusive, referido mediante oposição de Embargos de
Declaração, não havendo qualquer comentário específico sobre por parte do respeitável
juízo de primeiro grau. Por analogia, utiliza-se do disposto no Parágrafo Único do art. 54 da
LGPD: “Parágrafo único. A intimação da sanção de multa diária deverá conter, no mínimo, a
descrição da obrigação imposta, o prazo razoável e estipulado pelo órgão para o seu
cumprimento e o valor da multa diária a ser aplicada pelo seu descumprimento” (grifo nosso).
Não havendo descrição da obrigação imposta, não há como cumpri-la.
Imperioso destacar que a Recorrente já indicou um Encarregado e está realizando a
execução de um cronograma para o estabelecimento de sua governança em segurança da
informação e privacidade, não havendo resignação contra a necessidade de tomar tais
medidas. O que preocupa é a falta de parâmetros para o cumprimento da obrigação judicial,
que em decisão singular pode desconsiderar todo o trabalho realizado.

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Número do documento: 21080313010631400000057731496
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Em face da reconhecida repercussão deste caso concreto, bem como da discussão


referente ao campo de atuação da Douta Magistrada no que tange à LGPD, requer seja
intimada/oficiada a Autoridade Nacional de Proteção de Dados para que intervenha neste
litígio, com fulcro no art. 138 do Código de Processo Civil, dentro da competência
estabelecida pelo artigo 2°, inciso XVI do Decreto 10.474/2020:

Art. 2º Compete à ANPD:

XVI - realizar auditorias ou determinar sua realização, no âmbito da


atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com observância ao
disposto no inciso II, sobre o tratamento de dados pessoais efetuado
pelos agentes de tratamento, incluído o Poder Público;

Mediante o exposto, requer a Reclamada seja absolvida da obrigação imposta, haja


vista não haver descumprimento da LGPD, restando julgado improcedentes os pedidos
da inicial, ou subsidiariamente;
Que este Órgão Colegiado aponte quais parâmetros entendem serem mínimos
no que tange à observância da LGPD, através de intimação da Autoridade Nacional de
Proteção de Dados para manifestação, restando dilatado o prazo de 90 (noventa) dias
estabelecido, bem como diminuída a multa imposta de R$ 1.000,00 diários.

5.2 Da justiça gratuita, das custas, do valor da causa e dos honorários


Quanto ao tema impugnado, a sentença restou julgada da seguinte forma:
“Entendo que o reclamante, na qualidade de substituto processual, é legitimado
para alegar a hipossuficiência dos substituídos e requerer a concessão dos
benefícios da justiça gratuita.
Nesse sentido, eis o que disposto na Súmula 219 do TST:
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. CABIMENTO (alterada a redação do item I e
acrescidos os itens IV a VI na sessão do Tribunal Pleno realizada em
15.03.2016) - Res. 204/2016, DEJT divulgado em 17, 18 e 21.03.2016.
[...]
III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical
figure como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de
emprego.
Assim, nos termos do art. 790, § 3º da CLT, defiro a gratuidade da justiça
pretendida.

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Condeno a reclamada ao pagamento de 10% de honorários sucumbenciais


sobre o valor atualizado da causa, tudo conforme art. 791-A da CLT.”

Não merece prosperar.


Excelências!
Apenas três dos TRINTA E NOVE pedidos da exordial foram acolhidos pela
respeitável sentença. Em adição, não houve qualquer comprovação de miserabilidade ou
dificuldade financeira que ensejasse a concessão do benefício da justiça gratuita ao
Sindicato autor. A atribuição do valor da causa por parte da Douta Magistrada, em igualdade
ao proposto pelo Sindicato na peça inicial não pode prosperar.
Impossível crer que a improcedência de dezenas de pedidos formulados pelo
Sindicato autor não ensejou qualquer sucumbência, indo em sentido totalmente oposto
ao promovido pela Consolidação das Leis do Trabalho e pela boa ciência processual. A
Reclamada até tentou apontar pela via dos Embargos de Declaração a notória omissão da
Douta Magistrada na apreciação do pedido de condenação do Sindicato ao pagamento de
honorários sucumbenciais e no que tange ao absurdo valor da causa, sem sucesso e
qualquer atenção. Nesse sentido, é imperiosa a intervenção deste Órgão Colegiado para
que corrija os rumos tomados pela presente ação no que versa sobre o ponto impugnado.

Este Tribunal já julgou em sentido que coaduna com o ora exposto:

EMENTA SINDICATO. PROCESSO EXTINTO SEM


JULGAMENTO DO MÉRITO. CUSTAS. HONORÁRIOS
SUCUMBENCIAIS. Ainda que a ação tenha sido extinta sem
julgamento do mérito, cabe ao sindicato autor arcar com o
pagamento das custas e dos honorários sucumbenciais, nos
termos dos artigos 789, II e 791-A, da CLT. (...). Processo nº
0020507-12.2019.5.04.0282 (ROT). 2ª Turma do TRT4. Relator:
Des. Marcal Henri Dos Santos Figueiredo. Julgamento:
28/08/2020. RECORRENTE: Sind Trab Emp Ref Colet Ref Conv
Coz Ind e Rest Ind Rs, Alimentare Restaurantes Industriais Ltda
– Me. RECORRIDO: Sind Trab Emp Ref Colet Ref Conv Coz Ind
e Rest Ind Rs, Alimentare Restaurantes Industriais Ltda - Me

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E, em situação análoga, o Tribunal Superior do Trabalho:


RECURSO ORDINÁRIO EM DISSÍDIO COLETIVO DE
NATUREZA ECONÔMICA INTERPOSTO PELO SINDICATO
DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE JOÃO PESSOA.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SUCUMBENCIAIS.
PROCESSO AJUIZADO APÓS A VIGÊNCIA DA LEI Nº
13.467/2017. VALOR FIXADO. A Lei nº 13.467/2017, apesar
de não mencionar, no art. 791-A da CLT, os dissídios coletivos,
objetivou, por meio desse dispositivo, uniformizar os
honorários advocatícios sucumbenciais no Processo do
Trabalho, o que afasta, a meu ver, no caso em tela, a aplicação
do item III da Súmula nº 219 deste Tribunal, na forma da
jurisprudência até então pacificada desta SDC. Quanto ao
percentual a ser aplicado, em observância aos parâmetros
delineados no caput e no § 2º do art. 791-A da CLT, e
considerando a extinção do processo, sem resolução de
mérito, entendo por razoável a fixação da verba honorária, no
percentual de 15% sobre o valor da causa, majorado pelo
Tribunal Regional para R$5.000,00 (cinco mil reais). Recurso
ordinário conhecido e parcialmente provido. Recorrente:
SINDICATO DA INDUSTRIA DA CONSTRUCAO CIVIL DE J
PESSOA. Recorrido(s): SINDICATO DOS TRABALHADORES
NAS INDUSTRIAS DA CONSTRUCAO CIVIL, PESADA,
MONTAGEM E DO MOBILIARIO DE JOAO PESSOA E REGIAO.
Processo nº 314-31.2018.5.13.0000. Relatora: Ministra Dora
Maria da Costa. Seção de Dissídios Coletivos – TST. Publicado
acórdão em 30/11/2020.

Nesse sentido, requer seja reformada a sentença para que seja o Sindicato autor
condenado ao pagamento de honorários sucumbenciais, conforme disposto do art. 791-A,
§º da CLT; seja o valor da causa pormenorizado, haja vista não haver qualquer proximidade
de procedência em comparação aos pedidos formulados pelo Sindicato autor; e que seja
também indeferido o benefício da gratuidade de justiça pleiteado pelo Sindicato.

5.3 Do Plano de Ação


Conforme já exposto, a Recorrente em nenhum momento pretende estar livre da
obrigação de observação da legislação de proteção de dados, tanto é que já possuí
indicação de Encarregado especializado e a formulação de um Plano de Ação (metodologia

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5w2h) para estruturação de um programa de governança em segurança da informação e


privacidade.
O plano, que segue anexo para melhor visualização, possui a seguinte estrutura:

Inclusive, demonstrando a boa-fé da Recorrente e buscando a cooperação com o


Judiciário da melhor maneira possível, o acompanhamento em tempo real da execução do
Plano de Ação está disponível para consulta na plataforma Trello no seguinte endereço:
https://trello.com/invite/b/fEdeJdWp/571780a3d5042f2dfdb575516cf92ad1/ecocitrus ou
através do QR code abaixo.

6. CONCLUSÃO
Com base no exposto acima, requer seja o presente Recurso Ordinário recebido e
devidamente processado e julgado para: a) ter atribuição de efeito suspensivo; b) ser
reformada a sentença, absolvendo a Reclamada de todas as condenações impostas ou,
subsidiariamente; c) sejam expostos os critérios mínimos que se entendem necessários de
serem adotados para fins de cumprimento com o exigido pela LGPD; d) seja
intimada/oficiada a ANPD para que intervenha no processo a fim de auxiliar na verificação

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 03/08/2021 13:12:30 - 8d26a52


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21080313010631400000057731496
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 8d26a52 - Pág. 12
Número do documento: 21080313010631400000057731496
Fls.: 178

dos critério mínimos do pedido anterior; e) seja condenado o Sindicato autor ao pagamento
de honorários sucumbenciais, seja amortizado o valor da causa atribuído à ação, bem como
seja indeferido o benefício da justiça gratuita pleiteado pela entidade autora.

Nestes termos,
Pede deferimento.

Porto Alegre/RS, 03 de agosto de 2021.

Ataliba Carpes
OAB/RS: 106.855

Natasha Alves Ferreira


OAB/RS: 79.698

Alisson Possa
OAB/DF: 58.907

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 03/08/2021 13:12:30 - 8d26a52


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21080313010631400000057731496
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 8d26a52 - Pág. 13
Número do documento: 21080313010631400000057731496
Fls.: 179
[bb.com.br] - Boleto gerado pelo sistema . 02/08/2021 11:09:50

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO - RS


GUIA DE DEPÓSITO JUDICIAL VIA BOLETO DE COBRANÇA

Reclamante: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTA


Reclamado: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES

MONTENEGRO - VARA DO TRABALHO

Processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 - ID 081330000004586982


Guia com núm. Conta Judicial disponível no dia seguinte ao

pgto em www.bb.com.br>Governo>Judiciario>Guia Dep.Judicial

Texto de Responsabilidade do Depositante: RECURSO ORDINÁRIO

00190.00009 02836.585006 96112.957178 1 87600001098680

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES CNPJ: 02.560.231/0001-85


TRT 4A. REGIAO. RS - PROCESSO: 0020043-80.2021.5.04.0261 - 02520619000152, MONTENEGRO - VARA DO TRABALHO

TRT 4A. REGIAO. RS - P - 02520619000152

28365850096112957 81330000004586982 01/10/2021 10.986,80 10.986,80

BANCO DO BRASIL S/A

2234 / 99747159-X

00190.00009 02836.585006 96112.957178 1 87600001098680

PAGAR PREFERENCIALMENTE NOS CANAIS DE AUTOATENDIMENTO DO BANCO DO BRASIL 01/10/2021

BANCO DO BRASIL S/A 2234 / 99747159-X

02/08/2021 81330000004586982 ND N 02/08/2021 28365850096112957

81330000004586982 17 R$ 10.986,80

GUIA DE DEP SITO JUDICIAL. ID Nr. 081330000004586982 Comprovante c/ nº Conta


Judicial disponível no dia seguinte ao pgto, pelo site www.bb.com.br, opção S
etor Público> Judiciário>Guia Dep.Jud.>Comprovante Pag.Dep

10.986,80

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES CNPJ: 02.560.231/0001-85


TRT 4A. REGIAO. RS - PROCESSO: 0020043-80.2021.5.04.0261 - 02520619000152, MONTENEGRO - VARA DO TRABALHO

TRT 4A. REGIAO. RS - P - 02520619000152

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 03/08/2021 13:12:31 - 41696ed


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21080313022759600000057731508
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 41696ed - Pág. 1
Número do documento: 21080313022759600000057731508
Fls.: 180

Associado: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA


Cooperativa: 0119 Conta Corrente: 66909-1 Impresso em 02/08/2021 13:40:29

Boletos

Solicitante: PEDRO FRANCISCO SCHNEIDER

Cooperativa Origem: 0119

Conta Origem: 66909-1

CPF/CNPJ do Pagador Efetivo: 02.560.231/0002-66

Instituição Emissora: BCO DO BRASIL S A

Razão Social do Beneficiário: BANCO DO BRASIL S.A. . SETOR PUBLICO RJ

Nome Fantasia do Beneficiário: SISTEMA DJO . DEPoSITO JUDICIAL

CPF/CNPJ do Beneficiário: 00.000.000/4906-95

Nome do Beneficiário Final: TRT 4A. REGIAO. RS . P

CPF/CNPJ do Beneficiário Final: 02.520.619/0001-52

Nome do Pagador: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE D

CPF/CNPJ do Pagador: 02.560.231/0001-85

Número de Controle: 1115684897

Código de Barras: 00190000090283658500696112957178187600001098680

Data de Vencimento: 01/10/2021

Data da Transação: 02/08/2021

Hora da Transação: 13:36

Data do Pagamento: 02/08/2021

Valor do Título (R$): 10.986,80

Valor do Desconto (R$): 0,00

Valor do Juros/Mora (R$): 0,00

Valor da Multa (R$): 0,00

Valor do Abatimento (R$): 0,00

Valor Pago (R$): 10.986,80

Descrição do Pagamento:

Autenticação Eletrônica: 55D3.D87A.70B4.1A68.8620.121B.4FDA.50A2

* A transação acima foi realizada via Internet Banking Sicredi conforme as condições especificadas neste comprovante.
* Os dados digitados são de responsabilidade do usuário.
* Os pagamentos realizados aos sábados, domingos e feriados serão processados com a data contábil do próximo dia útil.
* Em caso de agendamento, a efetivação da transação ocorrerá mediante disponibilidade de limite, saldo e demais requisitos do serviço. Acompanhe sua conta
e sempre confira a execução dos agendamentos na data programada.

Serviços por telefone 3003 4770 (Capitais e Regiões Metropolitanas)


0800 724 4770 (Demais Regiões)
SAC 0800 724 7220 - Ouvidoria 0800 646 2519

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 03/08/2021 13:12:31 - e36a3cc


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21080313025044700000057731516
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. e36a3cc - Pág. 1
Número do documento: 21080313025044700000057731516
Fls.: 181

SAC 0800 724 7220 - Ouvidoria 0800 646 2519


Atendimento aos deficientes auditivos ou de fala 0800 724 0525

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 03/08/2021 13:12:31 - e36a3cc


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21080313025044700000057731516
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. e36a3cc - Pág. 2
Número do documento: 21080313025044700000057731516
Fls.: 182

Gerado a partir de https://consulta.tesouro.fazenda.gov.br/gru_novosite/gru_simples_parte2.asp

Código de Recolhimento
MINISTÉRIO DA ECONOMIA 18740-2
Número do Processo
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL 0200438020215040261
Guia de Recolhimento da União Competência

GRU Judicial Vencimento

Nome do Contribuinte/Recolhedor: CNPJ ou CPF do Contribuinte


COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO V 02.560.231/0001-85
Nome da Unidade Favorecida: UG / Gestão
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4A.REGIAO 080014 / 00001
Nome do Requerente/Autor: (=) Valor do Principal
1.000,00
CNPJ/CPF do Requerente/Autor: (-) Desconto/Abatimento

Seção Judiciária: Vara: Classe: (-) Outras deduções

Base de Cálculo: (+) Mora / Multa

As informações inseridas nessa guia são de exclusiva responsabilidade do contribuinte, (+) Juros / Encargos
que deverá, em caso de dúvidas, consultar a Unidade Favorecida dos recursos.

(+) Outros Acréscimos

Pagamento Exclusivo na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil S/A (=) Valor Total
[STN29E9139D3E1C5DEC49CC1D95819412B3] 1.000,00

85800000010-0 00000280187-6 40001082025-1 60231000185-9

Código de Recolhimento
MINISTÉRIO DA ECONOMIA 18740-2
SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL Número do Processo\Referência
0200438020215040261
Guia de Recolhimento da União Competência

GRU Judicial
Vencimento

Nome do Contribuinte/Recolhedor: CNPJ ou CPF do Contribuinte


COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO V 02.560.231/0001-85
Nome da Unidade Favorecida: UG / Gestão
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4A.REGIAO 080014 / 00001
Nome do Requerente/Autor: (=) Valor do Principal
1.000,00
CNPJ/CPF do Requerente/Autor: (-) Desconto/Abatimento

Seção Judiciária: Vara: Classe: (-) Outras deduções

Base de Cálculo: (+) Mora / Multa

As informações inseridas nessa guia são de exclusiva responsabilidade do contribuinte, (+) Juros / Encargos
que deverá, em caso de dúvidas, consultar a Unidade Favorecida dos recursos.

(+) Outros Acréscimos

Pagamento Exclusivo na Caixa Econômica Federal ou no Banco do Brasil S/A (=) Valor Total
[STN29E9139D3E1C5DEC49CC1D95819412B3] 1.000,00

85800000010-0 00000280187-6 40001082025-1 60231000185-9

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 03/08/2021 13:12:31 - 4c4b021


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21080313030591900000057731514
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4c4b021 - Pág. 1
Número do documento: 21080313030591900000057731514
02/08/2021 Banco do Brasil Fls.: 183

G335021344493938008
02/08/2021 13:47:33

Pagamento de outros convênios

SISBB - SISTEMA DE INFORMACOES BANCO DO BRASIL


02/08/2021 - AUTO-ATENDIMENTO - 13.47.32
0318200318

COMPROVANTE DE PAGAMENTO

CLIENTE: C C E VALE CAI LTDA


AGENCIA: 318-2 CONTA: 5.281-7
EFETUADO POR: SERGIO P HERBERT
================================================
Convenio STN - GRU JUDICIAL
Codigo de Barras 85800000010-0 00000280187-6
40001082025-1 60231000185-9
Data do pagamento 02/08/2021
Valor em Dinheiro 1.000,00
Valor em Cheque 0,00
Valor Total 1.000,00
================================================
DOCUMENTO: 080201
AUTENTICACAO SISBB:
2.81B.6F9.F7F.101.B5E

Assinada por JE911188 PEDRO FRANCISCO SCHNEIDER 02/08/2021 13:46:32


JE905235 SERGIO P HERBERT 02/08/2021 13:47:33

Transação efetuada com sucesso.

Transação efetuada com sucesso por: JE905235 SERGIO P HERBERT.

https://autoatendimento2.bb.com.br/apf-apj-autoatendimento/index.html#/template/~2Fpendencias~2FGTPY.bb%3FdisponivelCelular=sim 1/1

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 03/08/2021 13:12:31 - cf713d1


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21080313040231200000057731512
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. cf713d1 - Pág. 1
Número do documento: 21080313040231200000057731512
Fls.: 184

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 03/08/2021 13:12:31 - 2fc3777


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21080313111026100000057731510
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 2fc3777 - Pág. 1
Número do documento: 21080313111026100000057731510
Fls.: 185

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, porquanto


tempestivo, com depósito recursal e representação regular, recebo o recurso ordinário
interposto pelo(a) reclamado(a), ID 8d26a52.

Intime-se a parte adversa para apresentar contrarrazões,


querendo, no prazo legal.

Decorrido o prazo legal, encaminhe-se o processo ao Egrégio


TRT da 4ª Região.

MONTENEGRO/RS, 06 de agosto de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 06/08/2021 17:52:49 - 1e84639
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21080614255406000000100135938?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21080614255406000000100135938
Fls.: 186

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

INTIMAÇÃO

Fica V. Sa. intimado para tomar ciência da Decisão ID 1e84639 proferida nos autos.

Preenchidos os pressupostos de admissibilidade, porquanto


tempestivo, com depósito recursal e representação regular, recebo o recurso ordinário
interposto pelo(a) reclamado(a), ID 8d26a52.

Intime-se a parte adversa para apresentar contrarrazões,


querendo, no prazo legal.

Decorrido o prazo legal, encaminhe-se o processo ao Egrégio


TRT da 4ª Região.

MONTENEGRO/RS, 06 de agosto de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 06/08/2021 17:53:49 - 2157fd7
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21080617524832000000100156746?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21080617524832000000100156746
Fls.: 187

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

Vistos etc.

Sem prejuízo do prazo em aberto para contrarrazões, indefiro o


requerimento da reclamada em seu recurso ordinário para que o processo tramite em
Segredo de Justiça, uma vez que não vislumbro aplicável ao caso as hipóteses dos
incisos do art. 189 do CPC, sendo o processo público, nos termos do inc. IX do art. 93
da Constituição Federal.

Aguarde-se o prazo concedido. Após, remeta-se ao eg. Tribunal


Regional da 4ª Região, para apreciação do recurso.

MONTENEGRO/RS, 16 de agosto de 2021.

IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS


Juíza do Trabalho Substituta

Assinado eletronicamente por: IVANISE MARILENE UHLIG DE BARROS - Juntado em: 16/08/2021 09:39:38 - 155ab0f
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21081215381885900000100377428?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21081215381885900000100377428
Fls.: 188

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO
ACC 0020043-80.2021.5.04.0261
AUTOR: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RÉU: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA

MONTENEGRO/RS, 17 de agosto de 2021.

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 17/08/2021 15:52:26 - eb16d5a
Fls.: 189

ELIANA BERWANGER AMADOR


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ELIANA BERWANGER AMADOR - Juntado em: 17/08/2021 15:52:26 - eb16d5a
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21081617153982700000100519601?instancia=1
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21081617153982700000100519601
Fls.: 190

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA JUÍZA DA VARA DO TRABALHO DE


MONTENEGRO/RS

Processo nº 0020043-80.2021.5.04.0261

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA, já qualificada


nos autos, vem dizer e requerer o que segue:

Sem prejuízo do Recurso Ordinário interposto e devidamente recebido,


demonstrando o comprometimento da reclamada com a observação da legislação e com o
calendário definido (já nos autos), acosta-se a Ata da Reunião de validação das Políticas
de Segurança da Informação e de Privacidade.

Reiterando os argumentos já expostos durante o presente litígio, pede-se


deferimento.

Porto Alegre/RS, 19 de agosto de 2021.

Ataliba Carpes
OAB/RS: 106.855

Natasha Alves Ferreira


OAB/RS: 79.698

Alisson Possa
OAB/DF: 58.907

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 19/08/2021 13:49:14 - 5834a04


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21081913475849900000057731481
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 5834a04 - Pág. 1
Número do documento: 21081913475849900000057731481
Fls.: 191

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 19/08/2021 13:49:14 - dfb20d2


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21081913485451200000057731513
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. dfb20d2 - Pág. 1
Número do documento: 21081913485451200000057731513
Fls.: 192

AO JUÍZO DA VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO

ACC 0020043-80.2021.5.04.0261 - Dano Moral / Material

SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE


MONTENEGRO, devidamente qualificado nos autos da
ACP movida em desfavor de COOPERATIVA DOS
CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI
LTDA., vem tempestiva e respeitosamente à presença de
Vossa Excelência, com fulcro no art. 900 da CLT propor

CONTRARRAZÕES ao
RECURSO ORDINÁRIO

interposto por COOPERATIVA DOS CITRICULTORES


ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA., o que faz pelas
razões abaixo dispostas.

Termos em que pede e espera deferimento.

Montenegro, 23 de agosto de 2021.

Daniel Paulo Fontana OAB/RS 35.057

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 23/08/2021 17:22:21 - 80f67fb


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21082317214972600000057731464
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 80f67fb - Pág. 1
Número do documento: 21082317214972600000057731464
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EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DA 4.ª REGIÃO

COLENDA TURMA

Trata-se de recurso ordinário em face de decisão que JULGOU


PROCEDENTE A ACP proposta, que não deve ser provido pelas razões
abaixo dispostas.

DA LEGITIMIDADE:

Insiste a reclamada em devolver matéria que conta com


entendimento consolidado não apenas nessa Justiça do Trabalho, mas em
todo o sistema jurídico brasileiro no sentido de que, com base, especialmente
no texto constitucional, as entidades sindicais detém legitimidade para a
propositura de demandas de natureza coletiva na condição de substituto
processual dos integrantes da categoria.

E isso se dá exatamente para que se preserve a individualidade dos


integrantes do polo mais fraco da relação jurídica laboral, exatamente a razão
única de existir da própria Justiça do Trabalho, especializada e exercida por
Magistrados e Ministério Público igualmente especializados.

Com efeito, em razão da hierarquia que qualifica a relação jurídica


entre empregado e empregador seria inviável que um ou alguns dos
trabalhadores, no curso do contrato de trabalho, manejasse demanda em face
da reclamada.

Nessa esteira o art. 8º da Constituição Federal é expresso, no seu


inciso III, ao garantir que “ao sindicato cabe a defesa dos direitos e
interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em ações
judiciais ou administrativas”, cabendo lamentar o deliberado intuito de
confundir essa Corte até mesmo quanto ao texto constitucional.

DO INTERESSE DE AGIR

A presença inquestionável do interesse de agir do demandante


evidencia-se, ainda mais com a leitura das próprias manifestações da
reclamada, seja na contestação, seja, especialmente, nas razões recursais ora
contrapostas.

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 23/08/2021 17:22:21 - 80f67fb


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Número do documento: 21082317214972600000057731464
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Como consabido o interesse de agir decorre da demonstração da


necessidade de que o titular do direito, por si ou, como no caso, por intermédio
de substituto processual constitucionalmente reconhecido, acesse ao Judiciário
para ver direito restituído em caso de violação ou de ameaça.

Na hipótese dos autos a própria reclamada insiste em ver


reconhecida imunidade à incidência das disposições da Lei Geral de Proteção
de Dados Pessoais – LGPD – Lei Federal 13.709/2018, em especial no que
concerne aos dados pessoais dos empregados.

Vale dizer que grande número de empresas e organizações, até


mesmo instituições públicas e o próprio Poder Judiciário reconheceram em
relação a si a incidência da LGPD.

Tanto que esse egrégio TRT4 indicou como Encarregado pelo


Tratamento de Dados Pessoais (|ETDP) o MM Juiz do Trabalho RICARDO
FIOREZE, conforme Portaria nº 3278/2020, bem como, ao contrário da
recorrente, essa Corte também já dispõe de Política de Privacidade e Proteção
de Dados Pessoais, instituída pela Portaria nº2.036/21, disponível em
https://www.trt4.jus.br/portais/media/526569/2036.pdf.

A propósito, a pertinência da LGPD e da Política de Proteção de


Dados, DOCUMENTO QUE A RECLAMADA NÃO POSSUI, aos servidores e,
portanto, aos empregados, é reconhecida por esse egrégio Tribunal, de modo
expresso no art. 2º da referida Portaria 2.036/2021 o objetivo de:

“Regular e divulgar as regras de proteção e


tratamento de dados pessoais pelo TRT4 em suas
atividades jurisdicionais e administrativas e no seu
relacionamento com membros da magistratura e seus
dependentes, da advocacia e do Ministério Público,
jurisdicionados e jurisdicionadas, servidores e
servidoras e seus dependentes, colaboradores e
colaboradoras, fornecedores e fornecedoras e demais
usuários e usuárias; (grifo nosso).

Como se percebe, a LGPD tem incidência geral, com as exceções


expressas, de modo limitado, no art. 4º, sendo que a reclamada não se
encontra em nenhuma das hipóteses.

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 23/08/2021 17:22:21 - 80f67fb


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Número do documento: 21082317214972600000057731464
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Ainda, a tutela jurisdicional não se limita à reparação de danos, mas,


conforme a mais moderna percepção do direito, deve privilegiar a postura
preventiva. No caso dos dados pessoais dos trabalhadores, é de extrema
relevância que se exija da recorrente, em decorrência da própria LGPD e
demais normas pertinentes à espécie, o cumprimento das obrigações relativas
ao correto tratamento de dados pessoais dos empregados antes mesmo da
ocorrência de qualquer incidente envolvendo essas informações.

Com efeito, não se deve, e nem é o objetivo da LGPD que seus


preceitos sejam cumpridos após a ocorrência de algum vazamento ou outra
violação a direitos dos titulares dos dados pessoais.

Nessa esteira, o descumprimento das obrigações, reconhecido na


sentença, revela-se absolutamente correto, decorrente da exposição dos
trabalhadores aos severos ricos do tratamento irregular por parte da recorrente,
na condição de controladora desses dados. E tal irregularidade se evidencia,
por exemplo, com o descumprimento inadmissível do art. 41 da LGPD por
parte da recorrente quanto à indicação do Encarregado pela Proteção dos
Dados Pessoais, a quem compete, por exemplo, “I - aceitar reclamações e
comunicações dos titulares, prestar esclarecimentos e adotar providências;”

Diz o art. 41, em seu caput, e incisos:

Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo tratamento


de dados pessoais.

§ 1º A identidade e as informações de contato do encarregado


deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva,
preferencialmente no sítio eletrônico do controlador.

§ 2º As atividades do encarregado consistem em:

I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar


esclarecimentos e adotar providências;

II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar providên-


cias;

III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a res-


peito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados
pessoais; e

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 23/08/2021 17:22:21 - 80f67fb


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IV - executar as demais atribuições determinadas pelo controlador


ou estabelecidas em normas complementares.

Como se vê, ainda que algum empregado optasse por requisitar


esclarecimentos sobre seus dados pessoais, tratados pela recorrente, ou
mesmo o Sindicato recorrido pretendesse solicitar tais informações, sequer a
recorrente teria o encarregado para responder, exatamente porque,
passados mais de 3 anos da promulgação da LGPD, a recorrente não
indicou o Encarregado, e, de modo surpreendente, esgrime, em juízo,
autorização para que siga à margem da legislação, expondo a risco todos os
titulares de dados pessoais tratados nas atividades da reclamada

A propósito, como se verá em frente, grande parte das empresas,


inclusive do mesmo ramo, já se encontram adequadas, o que lhes rendeu,
além da improcedência de demanda análoga, a consequente declaração, por
essa egrégia Justiça do Trabalho de que se trata de empresa adequada ao
tratamento de dados pessoais dos trabalhadores.

Cumpre, também, lamentar trechos da linguagem das razões


recursais, afastando-se, com expressões como “(...) tamanho absurdo” (grifo
original), ao referir-se a trechos da R sentença, o que em nada contribui ao
deslinde do feito, mas, sim, apenas torna mais áspera a convivência

Portanto, absolutamente descabidas as sustentações de


ilegitimidade ativa e de ausência de interesse de agir do recorrido.

DO EFEITO SUSPENSIVO:

Excelências, o pedido de que restem suspensos o efeito da


sentença não há de prosperar.

Com efeito, restou demonstrado que a recorrente não exibiu


nenhuma política de proteção de dados pessoais, e, apenas nas razoes
recursais, afirma ter indicado o Encarregado, cuja identidade e contato
permanecem em segredo, optando por permanecer à margem da
legalidade.

Vale notar que essa omissão em cumprir determinações legais


expõe a risco todos os titulares de dados pessoais tratados pela recorrente,
não apenas dos trabalhadores, substituídos na demanda em tela, quanto dos

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“mais de 100 agricultores e agricultoras em seu quadro de associados”1.

Portanto, o pedido recursal de que se agregue efeito suspensivo,


além de não contar com supedâneo leal, faticamente não se justifica porquanto
o objetivo da recorrente é a de obter salvo conduto para permanecer em
desconformidade com a lei.

DO SEGREDO DE JUSTIÇA

Excelências, o pleito causa espanto pela ousadia.

Em verdade nada mais contraditório do que o segredo em demanda


coletiva.

De outra banda, a eventual exposição e o arranho à reputação da


empresa decorre exatamente da opção por se manter na ilegalidade.

A “repercussão nacional” é e será enfrentada por todas as


organizações que insistam pela mesma opção por frequentar de modo
permanente as margens da lei, seja lá qual for.

No caso dos dados pessoais, sem dúvida que a matéria assume


crescente relevância exatamente por dizer respeito a direitos fundamentais,
assim já reconhecidos, inclusive pelo STF na ADI 6387 – ajuizada pelo
Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil.

Outrossim, é da essência das demandas coletivas a publicização,


tanto do trâmite, quanto da aplicação das sanções exatamente com o objetivo
de desencorajar a permanência na ilegalidade.

A propósito, como se vê do movimento em anexo, outra demanda,


análoga à presente, foi julgada improcedente, exatamente porque a empresa
demonstrou estar adequada à LGPD e demais normas pertinentes.

Como se vê, a mesma publicidade, todavia, positiva, recebeu a


empresa que optou por cumprir a lei, devendo o mesmo critério ser adotado em
face da recorrente, que, repita-se, fez nítida opção pelo proceder ilícito.

DO MÉRITO

1
Disponível em https://ecocitrus.com.br/historia/

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De pronto cumpre referir que a própria recorrente confessa as


omissões ao cumprimento de obrigações legais em relação aos fatos narrados
na exordial, a ponto de que, ainda de modo tímido, refere que já teria indicado
o Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais (mantendo, contudo o
sigilo quanto ao nome e ao contato do referido profissional), bem como diz
estar implementando plano de adequação.

Isso, de certa forma, além de representar confissão, traz certo


conforto aos titulares dos dados pessoais tratados pela recorrente, na
esperança de que seus dados pessoais sejam tratados, ainda que no futuro, de
forma adequada, e evidencia a absoluta pertinência da demanda e o
atingimento do principal objetivo do feito, qual seja o de que a recorrente
passe a tratar dados pessoais de forma adequada e correta.

Também, é postura absolutamente conflitante ao esgrimido


quanto à imunidade à LGPD.

Outrossim, quanto à atuação da Autoridade Nacional de Proteção de


Dados Pessoais, em nenhum momento ou trecho legislativo, há referência a
eventual monopólio da fiscalização de descumprimentos das regras relativas
aos dados pessoais.

Outrossim, são diários os caos em que o Ministério Público, o


entidades como PROCON ou a SENACON aplicam multas e efetivam a
fiscalização de empresas com relação ao tratamento dos dados pessoais,
conforme pode ser visto:

https://ictq.com.br/varejo-farmaceutico/3070-procon-multa-raia-
drogasil-em-r-572-mil-por-uso-irregular-de-dados-de-consumidores

https://www.convergenciadigital.com.br/Negocios/Justica%2C-
baseada-na-LGPD%2C-impede-venda-de-dados-pessoais-pelo-Mercado-Livre-
56354.html?UserActiveTemplate=mobile%2Csite#:~:text=O%20Minist%C3%A9
rio%20P%C3%BAblico%20do%20Distrito,para%20cada%20opera%C3%A7%C
3%A3o%20nesse%20sentido.

https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2020/outubro/ju
stica-determina-que-site-suspenda-anuncio-de-venda-de-banco-de-dados-

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Número do documento: 21082317214972600000057731464
Fls.: 199

cadastrais

De outra banda, descabida a tentativa da recorrente de condicionar


a eficácia da LGPD somente a casos em que tenha havido prévio “vazamento
de dados”.

Isso porque não há em nenhum momento dos autos, nem mesmo


da normativa indicada qualquer referência a que somente incida a LGPD em
caso de “vazamento de dados”.

Prova disso é que inúmeras empresas, incluídas algumas do mesmo


ramo da recorrente, já estão adequadas, sem que tenha havido “vazamento de
dados”.

O mesmo raciocínio se aplica a esse egrégio Tribunal uma vez que,


mesmo não se tendo notícia de “vazamentos” ou qualquer outro incidente, já
indicou o Encarregado, criou sua Política de Proteção de Dados Pessoais e
adotou uma série de outras medidas.

Ao fim, é texto constitucional, uma das mais relevantes garantias


previstas em relação, especialmente aos direitos fundamentais, a de que
nenhuma lesão ou ameaça de lesão é imune à apreciação do Poder Judiciário,
muito menos prevista em Lei, no inciso XXXV, do art. 5º.

Diz a norma, de lembrança sempre pertinente:

Art. 5º,

XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário


lesão ou ameaça a direito;

Portanto, sem nenhuma razão a recorrente quanto a tais matérias,


cabendo requerer a confirmação em Segundo Grau da decisão.

DOS REQUERIMENTOS

Diante do exposto, requer seja recebida a presente contraminuta

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 23/08/2021 17:22:21 - 80f67fb


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21082317214972600000057731464
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 80f67fb - Pág. 8
Número do documento: 21082317214972600000057731464
Fls.: 200

ao Recurso Ordinário, por tempestiva e cabível, para no mérito seja


desprovido, pelos motivos acima dispostos.

Nestes termos, pede deferimento.

Termos em que pede e espera deferimento.

Montenegro, 23 de agosto de 2021.

Daniel Paulo Fontana OAB/RS 35.057

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 23/08/2021 17:22:21 - 80f67fb


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21082317214972600000057731464
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 80f67fb - Pág. 9
Número do documento: 21082317214972600000057731464
Fls.: 201

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
GABINETE VANIA MARIA CUNHA MATTOS
ROT 0020043-80.2021.5.04.0261
RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE
DO CAI LTDA
RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

Vistos, etc.

Tendo em vista as pretensões próprias de ação civil coletiva e


ação civil pública, notifique-se o Ministério Público do Trabalho, nos termos do art. 5º, §
1º, da Lei n. 7.347/1985.

Após, conclusos.

PORTO ALEGRE/RS, 22 de novembro de 2021.

VANIA MARIA CUNHA MATTOS


Desembargadora Federal do Trabalho

Assinado eletronicamente por: VANIA MARIA CUNHA MATTOS - Juntado em: 22/11/2021 16:31:48 - 28c957e
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21112214175978900000059835038?instancia=2
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21112214175978900000059835038
Fls.: 202

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
11ª TURMA
Relatora: VANIA MARIA CUNHA MATTOS
ROT 0020043-80.2021.5.04.0261
RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE
DO CAI LTDA
RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

Faço a remessa dos presentes autos ao Ministério Público do


Trabalho da 4ª Região.

PORTO ALEGRE/RS, 23 de novembro de 2021.

KLAUS MULLER LISTO


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: KLAUS MULLER LISTO - Juntado em: 23/11/2021 11:42:06 - 9fcca19
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/21112311415955700000059862442?instancia=2
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 21112311415955700000059862442
Fls.: 203

EXCELENTÍSSIMA SENHORA DOUTORA DESEMBARGADORA DA 11ª TURMA DO


EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

Processo nº 0020043-80.2021.5.04.0261

COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA, já qualificada


nos autos, vem dizer e requerer o que segue:

Sem prejuízo do Recurso Ordinário interposto e devidamente recebido, por extrema


cautela, vem a Reclamada atualizar este douto juízo sobre a implementação das diretrizes
da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) junto da Cooperativa.

1. DA REITERAÇÃO DOS PEDIDOS


Preliminarmente, a reclamada reitera, enfaticamente, o pedido de atribuição de
segredo de justiça ao presente processo. Além dos diversos acessos de “advogados
terceiros” que vêm sendo realizados neste litígio, serão acostados documentos estratégicos
à Reclamada, que, inclusive, são pertinentes às suas estratégias específicas de atuação.
Também, reitera o pedido de atribuição de efeito suspensivo ao Recurso Ordinário
interposto, conforme fundamentos igualmente já exarados.

2. DA METODOLOGIA APLICADA ATÉ O MOMENTO

No que tange à sentença, a reclamada, para cumprir a obrigação judicial no curto


prazo estabelecido, inicialmente buscou atingir o terceiro nível da Metodologia de Processos
de Privacidade (PPM) estabelecido pelo The American Institute of Certified Public

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - cc4c8d4


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21112317455265700000059879287
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. cc4c8d4 - Pág. 1
Número do documento: 21112317455265700000059879287
Fls.: 204

Accountants (AICPA) e o Canadian Institute of Chartered Accountants (CICA)1, dentre cinco


níveis:

 Ad hoc: processos/procedimentos não formalizados e inconstantes;


 Repetível: processos/procedimentos existentes, constantes, mas não formalizados;
 Definido: processos/procedimentos formalizados e constantes;
 Gerenciável: processos/procedimentos que são objetos de revisão periódica;
 Otimizável: processos/procedimentos objetos de revisão e aprimoramento com
periodicidade definida;

Uma vez estabelecido o sistema de governança em proteção de dados que o art. 50


da LGPD determina e com base em um critério de avaliação de maturidade estabelecido, a
empresa agora inicia a fase de manutenção do sistema de governança a fim de alcançar os
dois últimos níveis da metodologia indicada, que ocorrem com atividades que devem ser
repetidas no tempo.

3. DOS DOCUMENTOS ANEXADOS JUNTO DO PRESENTE PETITÓRIO


Em anexo com esta petição, seguem novos documentos que comprovam o
comprometimento da ECOCITRUS no que tange à implementação de medidas de segurança
que visam coadunar com os ditames estabelecidos pela LGPD.

1
https://www.cpacanada.ca/en/business-and-accounting-resources/other-general-business-
topics/information-management-and-technology/publications/business-and-organizational-privacy-policy-
resources/measuring-a-privacy-program

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - cc4c8d4


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21112317455265700000059879287
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. cc4c8d4 - Pág. 2
Número do documento: 21112317455265700000059879287
Fls.: 205

Impõe ressaltar, no entanto, que conforme previamente apontado em sede de


Embargos de Declaração e Recurso Ordinário (ora pendente), não restaram devidamente
esclarecidas pelo juízo de primeiro grau as medidas que o mesmo entende necessárias para
o bom cumprimento da sentença promulgada. Por se tratar de questão de mérito, hora em
pleno debate processual, a reclamada abstém-se de aprofundar sua manifestação quanto
ao ponto.
Importante ressaltar que, tendo em vista o escopo dos pedidos da parte recorrida,
qual sejam, dados pessoais na relação de trabalho, a recorrente está limitando ao
compartilhamento processual somente as documentações que visam comprovar o
cumprimento da determinação judicial no contexto de tratamentos de dados dos
funcionários.
De toda sorte, como forma de demonstrar sua proatividade, anexa junto deste
petitório, dentre outros documentos: a) Aviso de Privacidade destinado ao setor de RH da
ECOCITRUS, voltado para cumprir obrigações de transparência e do art. 9º da LGPD; b)
Análise de Segurança do Trabalho; c) Análise da atuação do RH da ECOCITRUS; d) Modelo
de Procedimento Operacional Padrão (POP) para fluxo de resposta à requerimentos de
direitos dos titulares (art. 19 da LGPD); e) Política de Segurança da Informação (com
metodologia da ISO 27001 e ISSO 27002, a fim de garantir o cumprimento do art. 50 da
LGPD); f) Política de Privacidade (com metodologia ISO 27701, a fim de reforçar o
cumprimento do art. 50 da LGPD) e. O Aviso de Privacidade reforça a latente preocupação
da Cooperativa com o adequado tratamento de dados de seus e por parte de seus
colaboradores. Em adição, as análises demonstram o bom histórico da Cooperativa no que
tange a este ponto – mas, ainda que assim o seja, novas medidas vêm sendo tomadas para
aprimorar a atenção à LGPD, para além do debatido neste deslinde processual.
A seguir, um breve relatório das atividades realizadas até o momento (pertinentes
aos documentos em anexo):

 Em julho de 2021 foi assinado contrato de prestação de serviço de Encarregado


externo para auxílio à estruturação e manutenção de um Sistema de Governança em
Proteção de Dados da Ecocitrus;

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - cc4c8d4


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21112317455265700000059879287
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. cc4c8d4 - Pág. 3
Número do documento: 21112317455265700000059879287
Fls.: 206

 No dia 22/07 foi enviado Plano de Ação para a análise e estruturação de um Sistema
de Governança em Proteção de Dados (requisito do art. 50 da LGPD) dentro da
Ecocitrus (em anexo);

 No dia 11/08, após reuniões com as equipes da Ecocitrus, foram enviadas uma
Política de Segurança da Informação (com metodologia das normas ISO 27001 e
27002) e uma Política de Privacidade (com metodologia da norma ISO 27701), que
foram validadas e aprovadas pelo Conselho de Administração no dia 17/09 (em
anexo);

 No dia 31/08 foi enviado um Procedimento Operacional Padrão (POP) definindo o


fluxo de resposta à atendimento de direitos dos titulares (em anexo);

 No dia 27/09 foi realizada reunião com o setor de Recursos Humanos e SESMT da
Ecocitrus para mapear os fluxos de tratamentos de dados pessoais dos
colaboradores, que gerou as Tabelas de Registros de Tratamentos de Dados Pessoais
(com template recomendado pela Autoridade de Proteção de Dados do Reino Unido
- ICO) e análise dos fluxos de tratamentos de dados pessoais (metodologia BPMN)
com diante dos princípios da LGPD, juntamente com a identificação das bases legais
e as respectivas justificativas.

 Foi elaborado Aviso de Privacidade para ser disponibilizado a todos os colaboradores


da Ecocitrus (a fim de dar transparência quanto aos requisitos do art. 9º da LGPD).

4. DOS REQUERIMENTOS FINAIS


Os documentos em anexo com o presente petitório consistem na boa comprovação
da atenção da ECOCITRUS à LGPD, inclusive indo para além das necessidades básicas
fixadas legislativamente. Deste modo, requer a reclamada seja acostada aos autos a presente
petição, a fim de demonstrar o cumprimento (ainda que subjetivamente) da sentença
proferida. Por fim, informa que, considerando a falta de suporte do PJe para anexo de
arquivos em formato Excel, adendos estão disponíveis no link:
https://drive.google.com/drive/folders/1RiivANrUkkol4YURD_PM-9HJtTs355Qm?usp=sharing

Nestes termos, pede deferimento.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - cc4c8d4


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. cc4c8d4 - Pág. 4
Número do documento: 21112317455265700000059879287
Fls.: 207

Porto Alegre/RS, 23 de novembro de 2021.

Ataliba Carpes
OAB/RS: 106.855

Natasha Alves Ferreira


OAB/RS: 79.698

Alisson Possa
OAB/DF: 58.907

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - cc4c8d4


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21112317455265700000059879287
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. cc4c8d4 - Pág. 5
Número do documento: 21112317455265700000059879287
Fls.: 208

SUMÁRIO

1. RECURSOS HUMANOS (RH) 1


1.1 Recrutamento, seleção e admissão (RH01) 2
1.2 Folha de ponto (RH02) 5
1.3 Modificação Contratual (RH03) 7
1.4 Treinamento (RH04) 9
1.5 Rescisão Contratual (RH05) 11

1. RECURSOS HUMANOS (RH)


Este documento busca analisar e orientar a Ecocitrus em relação ao nível de conformidade da Lei
Geral de Proteção de Dados Pessoais através do mapeamento realizado com o departamento de
Recursos Humanos. Toda a avaliação contida neste relatório baseia-se nos documentos e informações
fornecidas, até o momento de sua realização. Em razão disso, não representam o seu nível preciso
de maturidade e aderência à proteção de dados pessoais, mas apenas uma visão provisória, o qual
será revisto de forma recorrente, enquanto o projeto perdurar, à medida que as informações
necessárias sejam identificadas e fornecidas.

Departamentos analisados:

i. Recrutamento, seleção e admissão


ii. Folha de Ponto
iii. Modificação contratual
iv. Treinamento
v. Rescisão contratual

Documentos analisados:

i. Contrato empresa de contabilidade terceirizada;


ii. Ficha de cadastro do trabalhador;

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Número do documento: 21112317471794600000059879301
Fls.: 209

iii. Carta do pedido de demissão;


iv. Contrato com parceiros de benefícios (planos de saúde, ticket alimentação, Sicredi e
abastecimento).

1.1 Recrutamento, seleção e admissão (RH01)

Finalidades:
- Realizar a contratação de novos funcionários.

Base legal / Requisitos legais:


- Execução contratual: quando necessário para a execução de contrato ou procedimentos
preliminares relacionados a contrato.
- Obrigação legal: para cumprimento de obrigação legal ou regulatória (necessidade de realizar
exame admissional)1

Dados Pessoais coletados:


- Ficha de cadastro do trabalhador: nome do trabalhador, nacionalidade, data de nascimento,
local de nascimento, sexo, estado civil, raça e cor, nome da mãe, nome do pai, endereço,
número, bairro, complemento, cidade, CEP, CPF, NIS/PIS/PASEP/INSS, número RG e órgão
emissor, número CNH, número título de eleitor, número reservista, telefone celular, telefone
fixo, e-mail, escolaridade, nome do banco, agencia e conta, cargo e foto 3x4;
- Dados dos dependentes: nome, data de nascimento, CPF, certidão de nascimento, carteira
de vacinação, comprovante de frequência escolar;
- Exame admissional: dados de saúde.

Há dados sensíveis: sim


- Dados de saúde

1
Nos termos do art. 168 da CLT: será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições
estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho: I -
a admissão; II - na demissão; III - periodicamente.

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Número do documento: 21112317471794600000059879301
Fls.: 210

Meios de comunicação:
- Divulgação vaga: redes sociais, site, whatsapp;
- Após a aprovação do candidato: e-mail.

Transferência de dados a terceiros:


- Empresa terceirizada contabilidade

Armazenamentos / base de dados:


- Sistema e-Social
- Físico

Quem tem acesso aos dados pessoais:


- Empresa terceirizada e setor de RH

Descarte:
- O descarte ocorre quando necessário para liberar espaço físico.

Análise
Ao analisar o tratamento de dados do respectivo setor, observa-se que o mesmo ocorre com a
finalidade de contratar novos colaboradores. Com isso, a coleta de dados demonstra-se válida, pois o
tratamento de dados justifica-se pela hipótese da execução contratual, tendo em vista que os dados
coletados no momento da admissão são necessários para cumprir com o contrato de trabalho entre
as partes. Nesse sentido, temos disposições legais previstas na CLT que obrigam o empregador a
realizar o exame admissional dos trabalhadores, portanto, os dados de saúde coletados nos exames
admissionais estão em conformidade com uma obrigação legal, nos termos do art. 168 da CLT.

Com base nas informações relatadas, é possível concluir que cumprida a ressalva de se
estabelecer prazo para o descarte dos dados, o tratamento estará de acordo com os princípios da
finalidade, adequação, necessidade e transparência.

Vejamos:

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Fls.: 211

■ Finalidade: o tratamento de dados pessoais deve ser feito para propósitos legítimos,
específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de
forma incompatível com essas finalidades. No caso em tela, é possível identificar que as
finalidades permitem ao controlador contratar novos funcionários com a devida observância da
legislação trabalhista.

■ Adequação: o tratamento está de acordo com o princípio da adequação, vez que será realizado
apenas para garantir o recrutamento dos funcionários, de acordo com o contexto de cada
tratamento. Todos os dados coletados cumprem com a finalidade e o contexto do tratamento
de dados pessoais.

■ Necessidade: é a limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização das


finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação
às finalidades do tratamento de dados. No departamento de Recursos Humanos, nota-se que
somente os dados pessoais necessários para efetuar a contratação de novas pessoas são
tratados.

■ Transparência: é a garantia aos titulares dos dados pessoais de informações claras, precisas e
facilmente acessíveis sobre a realização do tratamento.

- Observação: durante o processo de contratação, o setor de Recursos Humanos analisa


diversos currículos para a vaga a fim de realizar entrevistas e posteriormente aprovar ou
não os candidatos. Para os candidatos não aprovados, é importante que ocorra o
tratamento de dados em conformidade com a lei.
- Recomendação: informar aos titulares de dados de maneira clara que seus dados estão
sendo utilizados para o recrutamento e, caso queiram manter os currículos para futuras
oportunidades, informar se há armazenamento dos currículos no banco de talentos da
empresa. Com isso, é recomendável que o titular tenha a possibilidade de escolher entre
manter ou não seus dados no banco de dados da empresa.

■ Tempo de Armazenamento: Para que o tratamento esteja em conformidade com a legislação,


o tempo de armazenamento deve ser estabelecido de maneira razoável, ou seja, deve ser
levado em consideração a finalidade do tratamento e seu cumprimento. Conforme determina
a LGPD, é necessário que os dados sejam eliminados após o término do tratamento de dados,
todavia, a lei autoriza a conservação dos dados nos casos de cumprimento de obrigação legal

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Fls.: 212

ou regulatória pelo controlador, assim, os dados da relação de trabalho que são necessários
para cumprir obrigações legais podem ser mantidos mesmo após o fim do tratamento.2
- Recomendação: armazenar os documentos em local seguro e com acesso restrito
durante todo o tempo de armazenamento, adotando medidas técnicas e
administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados.

1.2 Folha de ponto (RH02)

Finalidades:
- Analisar a frequência do colaborador;
- Gerar folha de pagamento.

Base legal / Requisitos legais:


- Cumprimento de obrigação legal ou regulatória.3

Dados Pessoais coletados:

- Recibo de pagamento: dados de identificação do colaborador (nome, função, área), dados


bancários (agência e conta) e horas extras/descontos (se necessário).

Há dados sensíveis: sim

- Atestados médicos: dados relativos à saúde do colaborador;

Transferência de dados a terceiros:


- Contabilidade (empresa terceirizada)

Armazenamentos / base de dados:


- E-mail (folha de pagamento, recibos)

2
Consoante ao art. 16 da LGPD: os dados pessoais serão eliminados após o término de seu tratamento, no
âmbito e nos limites técnicos das atividades, autorizada a conservação para as seguintes finalidades: I -
cumprimento de obrigação legal ou regulatória pelo controlador;

3
Com base no disposto no art. 225 do Decreto nº. 3.048/1999, a empresa é obrigada a confeccionar folha de
pagamento da remuneração paga a todos os segurados a seu serviço. Deverá também manter arquivados os
documentos que comprovem o cumprimento de tais obrigações até que ocorra a prescrição relativa aos créditos
a que os documentos se refiram. Nesse sentido, o art. 74 da CLT também determina que seja anotado em folha
de ponto o registro dos empregados para apuração de valores a serem pagos.

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Fls.: 213

Quem tem acesso aos dados pessoais:


- RH e Contabilidade (terceirizada)

Descarte:
- não há política de descarte definida

Tabela de guarda de documentos e prazos:

Documento Período Fundamento Legal

Folha de pagamento 30 anos Lei 8.036/90

Extrato bancário 05 anos Lei 5.172/66 – arts. 174 e 195

Acordos de compensação de horas 05 anos CF – Art. 7º, XXIX

Termo de rescisão 10 anos Lei 8212/91 – art. 46 e decreto


3.048/99 – art. 225.

Nota fiscal de serviços 10 anos Lei 8212/91 – art. 46 e decreto


3.048/99 – art. 225.

Análise

Com base na análise do tratamento de dados do respectivo setor, observa-se que o mesmo
ocorre com a finalidade de geração de folha de ponto a fim de realizar a apuração dos valores a serem
pagos em observância às obrigações legais, com isso, a coleta de dados demonstra-se válida pois os
dados coletados são necessários para pagamento salarial dos funcionários.

Com base nas informações relatadas, é possível concluir que cumprida a ressalva de se
estabelecer prazo para o descarte dos dados, o tratamento estará em conformidade com os princípios
da finalidade, adequação e necessidade.

Vejamos:

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■ Finalidade: o tratamento de dados pessoais deve ser feito para propósitos legítimos,
específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de
forma incompatível com essas finalidades. No caso concreto, é possível identificar que as
finalidades permitem ao controlador efetuar o gerenciamento do ponto para a folha de
pagamento dos funcionários.

■ Adequação: o tratamento está de acordo com o princípio da adequação, vez que será realizado
apenas para efetuar o pagamento dos salários aos funcionários, de acordo com o contexto do
tratamento. Todos os dados coletados estão em conformidade com a finalidade indicada.

■ Necessidade: é a limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização das


finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação
às finalidades do tratamento de dados. São tratados somente os dados pessoais necessários
para o controle de ponto e a folha de pagamento.

■ Tempo de Armazenamento: Para que o tratamento esteja em conformidade com a legislação,


o tempo de armazenamento deve ser estabelecido de maneira razoável, ou seja, deve ser
levado em consideração a finalidade do tratamento e seu cumprimento. Conforme determina
a LGPD, é necessário que os dados sejam eliminados após o término do tratamento de dados,
todavia, a lei autoriza a conservação dos dados nos casos de cumprimento de obrigação legal
ou regulatória pelo controlador, assim, os dados da relação de trabalho que são necessários
para cumprir obrigações legais podem ser mantidos mesmo após o fim do tratamento.

1.3 Modificação Contratual (RH03)

Finalidades:
- Solicitar mudança contratual.

Base legal / Requisitos legais:


- Execução contratual: quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos
preliminares relacionados a contrato.

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Número do documento: 21112317471794600000059879301
Fls.: 215

Dados Pessoais coletados:

- Dados relacionados a profissão: salário e função;


- Assinatura do colaborador e presidente.

Há dados sensíveis: não

Transferência de dados a terceiros: sim


- Sistemas governamentais (eSocial, Receita, etc)

Armazenamentos / base de dados:


- E-mail (solicitação de mudança contratual)

Quem tem acesso aos dados pessoais:


- RH

Descarte:
- não há política de descarte definida

Análise

Em análise ao tratamento dados do respectivo setor, observa-se que o tratamento de dados


ocorre com a finalidade de efetuar alterações contratuais seja para modificações no salário, horas,
turnos ou função do colaborador, com isso, a coleta de dados demonstra-se válida pois é necessária
para execução contratual.

Com base nas informações relatadas, é possível concluir que cumprida a ressalva de se
estabelecer prazo para o descarte dos dados, o tratamento estará em conformidade com os princípios
da finalidade, adequação e necessidade.

Vejamos:

■ Finalidade: o tratamento de dados pessoais deve ser feito para propósitos legítimos,
específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de
forma incompatível com essas finalidades. No caso concreto, é possível identificar que as

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Fls.: 216

finalidades permitem ao controlador realizar as devidas modificações contratuais quando


necessário.

■ Adequação: o tratamento está de acordo com o princípio da adequação, vez que será realizado
apenas para que possam efetuar a alteração do contrato, de acordo com o contexto do
tratamento. Todos os dados coletados garantem a adequação contratual.

■ Necessidade: é a limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização das


finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação
às finalidades do tratamento de dados. São tratados somente os dados pessoais necessários
para garantir a análise do contrato de trabalho.

■ Tempo de Armazenamento: Para que o tratamento esteja em conformidade com a legislação,


o tempo de armazenamento deve ser estabelecido de maneira razoável, ou seja, deve ser
levado em consideração a finalidade do tratamento e seu cumprimento. Conforme determina
a LGPD, é necessário que os dados sejam eliminados após o término do tratamento de dados,
todavia, a lei autoriza a conservação dos dados nos casos de cumprimento de obrigação legal
ou regulatória pelo controlador, assim, os dados da relação de trabalho que são necessários
para cumprir obrigações legais podem ser mantidos mesmo após o fim do tratamento.

1.4 Treinamento (RH04)

Finalidades:
- Realizar treinamentos dos colaboradores;
- Coletar frequência nos treinamentos.

Base legal / Requisitos legais:


- Execução contratual: quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos
preliminares relacionados a contrato.

Dados Pessoais coletados:


- Dados de identificação: nome e assinatura
- Registro de fotos (comprovação frequência)

Há dados sensíveis: sim


- Dados biométricos

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Transferência de dados a terceiros: sim


- Empresa que realiza os treinamentos

Armazenamentos / base de dados:


- Físico

Quem tem acesso aos dados pessoais:


- RH e empresa que realiza os treinamentos

Descarte:
- O descarte ocorre quando necessário para liberar espaço físico.

Análise

Ao analisar o respectivo setor, observa-se que o tratamento de dados ocorre com a finalidade de
realizar treinamentos para os colaboradores, a coleta de dados demonstra-se válida pois é necessária
para cumprir com a execução do contrato de trabalho. Para o controle de presença, ocorre o registro
por meio de fotos dos colaboradores que os identificam.

Dessa forma, é recomendável que ocorra aviso prévio aos colaboradores acerca do registro de
imagens, a coleta de tais dados precisará atender a finalidades específicas, garantindo transparência
na utilização dos dados aos titulares. No caso dos treinamentos, a coleta das imagens é realizada com
o objetivo de controlar a presença, é válido solicitar autorização para o registro das fotos e adotar
medidas de segurança para prevenir a exposição indevida dos dados.

Com base nas informações relatadas, é possível concluir que cumprida a ressalva de se
estabelecer prazo para o descarte dos dados, o tratamento estará em conformidade com os princípios
da finalidade, adequação, necessidade e transparência.

Vejamos:

■ Finalidade: o tratamento de dados pessoais deve ser feito para propósitos legítimos,
específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de
forma incompatível com essas finalidades. No caso concreto, é possível identificar que as

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 19f22f0 - Pág. 10
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finalidades permitem ao controlador realizar os treinamentos e controlar a presença dos


funcionários.

■ Adequação: o tratamento está de acordo com o princípio da adequação, vez que será realizado
apenas para os treinamentos, de acordo com o contexto do tratamento. Todos os dados
coletados estão em conformidade com a finalidade indicada.

■ Necessidade: é a limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização das


finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação
às finalidades do tratamento de dados. São tratados somente os dados pessoais necessários
para garantir a realização dos treinamentos.

■ Transparência: é a garantia aos titulares dos dados pessoais de informações claras, precisas e
facilmente acessíveis sobre a realização do tratamento.
■ Recomendação: disponibilizar Aviso de Privacidade com informações sobre a coleta e
utilização dos dados para a realização dos treinamentos.

■ Tempo de Armazenamento: Para que o tratamento esteja em conformidade com a legislação,


o tempo de armazenamento deve ser estabelecido de maneira razoável, ou seja, deve ser
levado em consideração a finalidade do tratamento e seu cumprimento.
■ Recomendação: armazenar com outros documentos relativos à execução do contrato de
trabalho, eliminando após o prazo da prescrição trabalhista.

1.5 Rescisão Contratual (RH05)

Finalidades:
- Realizar a rescisão contratual

Base legal / Requisitos legais:


- Execução contratual: quando necessário para a execução de contrato ou de procedimentos
preliminares relacionados a contrato;
- Obrigação legal ou regulatória.4

4
Com base no disposto no art. 477 da Lei nº 5452/1943 o empregador tem o dever de proceder à anotação na
Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos competentes e realizar o pagamento

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Dados Pessoais coletados:


- Documento de formalização do desligamento: dados de identificação (nome, CPF, telefone)
e assinatura;
- Exame demissional: dados de saúde;
- Dados bancários: agência e conta;
- Assinatura do colaborador no aviso prévio;
- TRCT (Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho): dados de identificação (nome, endereço,
CTPS, PIS, data de nascimento e CPF).

Há dados sensíveis: sim


- Dados de saúde relativos ao exame demissional.

Transferência de dados a terceiros: sim


- Empresa terceirizada SESMT

Armazenamentos / base de dados:


- Físico

Quem tem acesso aos dados pessoais:


- RH

Descarte:
- O descarte ocorre quando necessário para liberar espaço físico.

Análise

Ao analisar o respectivo setor, observa-se que o tratamento de dados ocorre com a finalidade de
rescindir o contrato, com isso, a coleta de dados demonstra-se válida pois é necessária para cumprir
com a execução do contrato de trabalho bem como cumprimento de obrigação legal prevista na
legislação trabalhista nos casos de rescisão de contratos, momento em que será necessário a coleta
de dados de saúde para realizar o exame demissional.

das verbas rescisórias na extinção do contrato de trabalho. Além disso, de acordo com o art. 168, inciso III da
CLT é obrigatório a realização de exame no momento da demissão.

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Com base nas informações relatadas, é possível concluir que cumprida a ressalva de se
estabelecer prazo para o descarte dos dados, o tratamento estará em conformidade com os princípios
da finalidade, adequação, necessidade e transparência.

Vejamos:

■ Finalidade: o tratamento de dados pessoais deve ser feito para propósitos legítimos,
específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de
forma incompatível com essas finalidades. No caso em tela, é possível identificar que as
finalidades permitem ao controlador rescindir o contrato em conformidade com a legislação
trabalhista.

■ Adequação: o tratamento está de acordo com o princípio da adequação, vez que será realizado
apenas para rescisão contratual, de acordo com o contexto do tratamento. Todos os dados
coletados estão em conformidade com a finalidade indicada.

■ Necessidade: é a limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização das


finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação
às finalidades do tratamento de dados. São tratados somente os dados pessoais necessários
para a devida rescisão contratual que são requeridos pela legislação.

■ Tempo de Armazenamento: Para que o tratamento esteja em conformidade com a legislação,


o tempo de armazenamento deve ser estabelecido de maneira razoável, ou seja, deve ser
levado em consideração a finalidade do tratamento e seu cumprimento. Conforme determina
a LGPD, é necessário que os dados sejam eliminados após o término do tratamento de dados,
todavia, a lei autoriza a conservação dos dados nos casos de cumprimento de obrigação legal
ou regulatória pelo controlador, assim, os dados da relação de trabalho que são necessários
para cumprir obrigações legais podem ser mantidos mesmo após o fim do tratamento.

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SUMÁRIO
1. SEGURANÇA DO TRABALHO (ST) 1
1.1 ACIDENTE DE TRABALHO (ST01) 1
1.2 CONTROLE MÉDICO (ST02) 4
1.3 TABELA DE ARMAZENAMENTO 7
ANEXOS 8

1. SEGURANÇA DO TRABALHO (ST)

Este documento busca analisar e orientar a Ecocitrus em relação ao nível de conformidade da Lei
Geral de Proteção de Dados Pessoais através do mapeamento realizado com o departamento de
Segurança do Trabalho. Toda a avaliação contida neste relatório baseiam-se nos documentos e
informações fornecidas, até o momento de sua realização. Em razão disso, não representam o seu
nível preciso de maturidade e aderência à proteção de dados pessoais, mas apenas uma visão
provisória, o qual será revisto de forma recorrente, enquanto o projeto perdurar, à medida que as
informações necessárias sejam identificadas e fornecidas.

Departamentos analisados:

i. Acidente de trabalho
ii. Controle médico de saúde

Documentos analisados:

i. Contrato empresa terceirizada UNISEG

1.1 ACIDENTE DE TRABALHO (ST01)

Finalidades:
- Encaminhar acidentado para atendimento hospitalar;
- Emitir CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho)

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Base legal / Requisitos legais:


- Tutela da saúde, nos casos de procedimento realizado por profissionais de saúde, serviços
de saúde ou autoridade sanitária
- Obrigação legal ou regulatória1

Dados Pessoais coletados:


- Boletim de atendimento: descrição do ocorrido, dados de identificação do colaborador.
- CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho): nome do colaborador, salário, número da
carteira de trabalho, identidade, NIT/PIS/PASEP, Endereço, CEP, Telefone, CBO, área,
descrição do ocorrido, assinatura.

Há dados sensíveis: sim


- Dados de saúde, sinais vitais.

Transferência de dados a terceiros: sim


- Repassar as informações do acidente de trabalho para a empresa terceirizada por e-mail.

Armazenamentos / base de dados:


- Físico

Quem tem acesso aos dados pessoais:


- RH, empresa terceirizada, clínica e médicos

Descarte:
- O descarte ocorre quando necessário para liberar espaço físico.

1
Nos termos do art. 169 da CLT: Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em
virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as
instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho.

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Análise

Ao analisar o departamento, observa-se que o tratamento de dados ocorre com a finalidade de


prestar atendimento quando há acidente de trabalho, com isso, a coleta de dados demonstra-se válida
pois é necessária para garantir a tutela da saúde e cumprir com obrigação legal prevista na legislação
trabalhista.

Com base nas informações relatadas, é possível concluir que cumprida a ressalva de se
estabelecer prazo para o descarte dos dados, o tratamento estará em conformidade com os princípios
da finalidade, adequação, necessidade e transparência.

Vejamos:

■ Finalidade: o tratamento de dados pessoais deve ser feito para propósitos legítimos,
específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de
forma incompatível com essas finalidades. No caso em tela, é possível identificar que as
finalidades permitem ao controlador direcionar o funcionário para atendimento hospitalar bem
como cumprir com obrigação legal de emissão do comunicado de acidente de trabalho.

■ Adequação: o tratamento está de acordo com o princípio da adequação, vez que será realizado
apenas para garantir atendimento aos colaboradores e cumprimento de obrigação legal, de
acordo com o contexto de cada tratamento. Com isso, observa-se que todos os dados coletados
cumprem com a finalidade e o contexto de atendimento em casos de acidente de trabalho.

■ Necessidade: é a limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização das


finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação
às finalidades do tratamento de dados. No departamento de Segurança do Trabalho, nota-se
que somente os dados pessoais necessários para realizar o atendimento hospitalar e a emissão
do CAT são tratados.

■ Tempo de Armazenamento: Para que o tratamento esteja em conformidade com a legislação,


o tempo de armazenamento deve ser estabelecido de maneira razoável, ou seja, deve ser
levado em consideração a finalidade do tratamento e seu cumprimento.

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Fls.: 229

- Observação: na respectiva área, observa-se que o descarte ocorre apenas quando é


necessário para liberar espaço físico, por se tratar de dados relacionados a saúde dos
funcionários, é importante que exista prazo de retenção definido e uma política de
descarte para proteger e minimizar os riscos.

- Recomenda-se: estipular um prazo de retenção dos documentos que estão


armazenados, garantindo o acesso apenas às pessoas responsáveis e adotando política
de descarte adequada. A tabela com os prazos segue abaixo.

1.2 CONTROLE MÉDICO (ST02)

Finalidades:
- Analisar os riscos nas instalações da Ecocitrus

Base legal / Requisitos legais:


- Cumprimento de obrigação legal ou regulatória2

Dados Pessoais coletados:

- ASO (Atestado de saúde ocupacional): RG, CPF, nome completo, data de nascimento, dados
dos exames de saúde.
- PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário): CTPS, nome do funcionário, data de nascimento,
sexo.
- Exames admissionais e demissionais: dados de saúde.

Há dados sensíveis: sim


- Dados referente à saúde.

2
Nos termos do art. 157 da CLT: Cabe às empresas: I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e
medicina do trabalho; II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar
no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III - adotar as medidas que lhes sejam
determinadas pelo órgão regional competente; IV - facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade
competente.

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Fls.: 230

Transferência de dados a terceiros: sim


- Terceirizada SESMT

Armazenamentos / base de dados:


- Físico

Quem tem acesso aos dados pessoais:


- RH Ecocitrus e Terceirizada SESMT

Descarte:
- O descarte ocorre quando necessário para liberar espaço físico.

Análise

Ao analisar o respectivo setor, observa-se que o tratamento de dados ocorre com a finalidade de
analisar os riscos nas instalações da Ecocitrus, com isso, a coleta de dados demonstra-se válida pois é
necessária para cumprir com obrigação legal, em conformidade com a segurança do trabalho.
Com base nas informações relatadas, é possível concluir que cumprida a ressalva de se
estabelecer prazo para o descarte dos dados, o tratamento estará em conformidade com os princípios
da finalidade, adequação, necessidade e transparência.

Vejamos:

■ Finalidade: o tratamento de dados pessoais deve ser feito para propósitos legítimos,
específicos, explícitos e informados ao titular, sem possibilidade de tratamento posterior de
forma incompatível com essas finalidades. No caso concreto, é possível identificar que as
finalidades permitem ao controlador evitar acidentes de trabalho, o que resulta em maior
segurança aos trabalhadores.

■ Adequação: o tratamento está de acordo com o princípio da adequação, vez que será realizado
apenas para analisar os riscos nas instalações da Ecocitrus, de acordo com o contexto do
tratamento. Todos os dados coletados estão em conformidade com a finalidade indicada.

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Fls.: 231

■ Necessidade: é a limitação do tratamento ao mínimo necessário para a realização das


finalidades, com abrangência dos dados pertinentes, proporcionais e não excessivos em relação
às finalidades do tratamento de dados. São tratados somente os dados pessoais necessários
para garantir a análise dos riscos.

■ Tempo de Armazenamento: Para que o tratamento esteja em conformidade com a legislação,


o tempo de armazenamento deve ser estabelecido de maneira razoável, ou seja, deve ser
levado em consideração a finalidade do tratamento e seu cumprimento.

- Observação: na respectiva área, observa-se que o descarte ocorre apenas quando é


necessário para liberar espaço físico, por se tratar de dados relacionados a saúde dos
funcionários, é importante que exista prazo de retenção definido e uma política de
descarte para proteger e minimizar os riscos.

- Recomenda-se: estipular um prazo de retenção dos documentos que estão


armazenados, garantindo o acesso apenas às pessoas responsáveis e adotando política
de descarte adequada.

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Fls.: 232

1.3 TABELA DE ARMAZENAMENTO

Tabela de guarda de documentos e prazos:

Documento Período Fundamento Legal

Artigo 225, §§ 5º e 7º do
CAT (Comunicado Acidente de Decreto nº 3.048/1999 e art.
10 anos
Trabalho) 568 da Instrução Normativa
INSS nº 77/2015.

Registro PPRA 20 anos NR-9

Programa de Controle Médico


de Saúde Ocupacional 20 anos NR-7
(PCMSO)

Atestado de Saúde
20 anos NR-7
Ocupacional (ASO)

Mapa de Avaliação Anual


5 anos NR-4
(SESMT)

PPP - Perfil Profissiográfico Art. 266, § 9º Instrução


20 anos
Previdenciário Normativa nº 77 do INSS

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Fls.: 233

ANEXOS

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Fls.: 234

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Fls.: 235

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Aviso de Privacidade | Recursos Humanos

Nosso papel na proteção dos seus dados

Bem-vindo(a) ao Aviso de Privacidade da Ecocitrus!

Estamos comprometidos em garantir a privacidade e proteção de dados dos nossos


colaboradores e, por conta disso, este documento busca trazer transparência em
relação a forma como coletamos e tratamos os seus dados, nos termos da Lei
Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018)

Este aviso de privacidade dispõe, entre outros assuntos, sobre:

Quais dados são coletados sobre você;


Como utilizamos os seus dados pessoais;
Com quem compartilhamos os seus dados pessoais;
Por quanto tempo os seus dados pessoais serão armazenados;
Seus direitos como Titular de dados pessoais e a forma de exercê-los.

Dados de identificação do controlador

Cooperativa dos Citricultores Ecologicos do Vale do Cai Ltda


CNPJ: 02.560.231/0001-85
Nossa sede: Estr. Marcírio Souza Carpes, 7007 - Potreiro Grande, Montenegro - RS
CEP: 95780-000

Para facilitar a compreensão deste Dado sensível: dado pessoal sobre


aviso, destacamos alguns conceitos origem racial ou étnica, convicção
importantes para a leitura: religiosa, opinião política, filiação a
sindicato ou a organização de ca-
Dado pessoal: é toda informação ráter religioso, filosófico ou político,
capaz de identificar uma pessoa co- dado referente à saúde ou à vida se-
mo nome, CPF, telefone, e-mail, etc. xual, dado genético ou biométrico,
quando vinculado a uma pessoa
Titular: pessoa natural a quem se natural.
referem os dados pessoais que são
objeto de tratamento, ou seja, você
Tratamento: toda operação que uti-
como colaborador é considerado ti-
liza os dados pessoais que incluem
tular de dados.
atividades como coleta, armazena-
mento, transferência, entre outras.
Controlador: é o responsável por
tomar as decisões relativas ao trata-
mento de dados pessoais. O contro-
lador nesse caso seria a Ecocitrus.

Quais são os dados pessoais tratados e como coletamos:

Nós coletamos os seus dados a partir das informações que você mesmo nos fornece,
seja através de currículos encaminhados após a divulgação de vagas nas redes sociais e
site, por meio de fichas de cadastro, exames admissionais e demissionais, por meio dos
registros de ponto, registro em treinamentos e em boletins de atendimento nos casos de
acidente de trabalho.

A seguir destacamos quais são os tipos de dados são tratados:

Dados cadastrais e de identificação: são aquelas informações


que você nos fornece por meio de cadastros que garantem a sua
devida identificação e que são exigidos por lei, tais como nome,
endereço, telefone, estado civil, data de nascimento, sexo, filia-
ção, CPF, RG, carteira de trabalho, PIS, dados referentes à edu-
cação e dados bancários. É possível que, por conta de legislações
relacionadas à auxílios, sejam coletadas informações de seus
dependentes que incluem nome, certidão de nascimento, CPF,
RG, carteira de vacinação e comprovante de frequência escolar.

Dados de saúde: devido às normas trabalhistas, os funcionários


devem realizar exames no momento da admissão e demissão,
nesse processo são coletados dados sensíveis relativos a saúde
do colaborador. Além disso, em alguns casos e por questões
legais, a empresa poderá elaborar documentos como a Co-
municação de Acidente de Trabalho (CAT) e ASO - Atestado Saúde
Ocupacional que contenham dados de saúde dos colaboradores
em cumprimento com obrigações legais, também é possível a
coleta dados de saúde nos casos de envio de atestados médicos
pelo próprio funcionário.

Dados relativos à relação de trabalho: por força da legislação


trabalhista, certos dados são coletados e armazenados durante a
execução do contrato de trabalho, tais como: dados de registros
de entrada e saída, dados relacionados ao salário e função, dados
relativos à qualidade e desempenho do trabalhador durante a
execução laboral.

Bases legais e finalidades do tratamento:

A utilização dos dados indicados anteriormente é justificada pelas seguintes bases legais
(hipóteses que autorizam o tratamento de dados pessoais): execução do contrato de
trabalho e cumprimento de obrigações legais previstas na legislação trabalhista.

Com isso, destacamos abaixo as finalidades do tratamento de dados:

Realizar a contratação e demissão de funcionários;


Acompanhar a frequência dos colaboradores e gerar folha de pagamentos;
Cumprir obrigações legais (trabalhistas, previdenciárias e fiscais);
Proporcionar benefícios ao trabalhador e sua família;
Realizar modificações contratuais quando necessário;
Auxiliar no desempenho dos profissionais através de capacitação e treinamentos;
Garantir a segurança do trabalhador no desempenho das suas funções.

Onde e por quanto tempo armazenamos os seus dados:

Os dados pessoais que coletamos são processados e armazenados de forma física e em


sistemas de gestão, os critérios utilizados para determinar os períodos de armazena-
mento incluem:

i duração do contrato de trabalho;

ii obrigação legal ou regulatória que exija a manutenção;

iii prazos prescricionais aplicáveis, conforme previsto em lei.

Com quem compartilhamos seus dados

Nós podemos compartilhar seus dados com terceiros a fim de cumprir com o contrato de
trabalho e com as obrigações legais impostas. Salientamos que o compartilhamento dos
dados pessoais é sempre feito tomando medidas de segurança para garantir a sua priva-
cidade. O cumprimento da observação de direitos dos titulares é de responsabilidade de
cada empresa controladora de dados dentro dos limites de tratamento que é realizado
por ela.

Vejamos a seguir com quem compartilhamos os dados:

Órgãos e sistemas públicos (INSS, eSocial, entre outros);


Caixa Econômica Federal (pagamento de FGTS);
Instituições financeiras para efetuar a folha de pagamento;
Empresas parceiras que oferecem benefícios aos funcionários e seus familiares, mediante
manifestação de interesse do próprio funcionário;
Prestadores de serviços nas áreas de Segurança do Trabalho e Contabilidade;
Clínicas médicas para realização de exames admissionais e demissionais.

Direitos do titular:

Em observância ao que determina a Lei Geral de Proteção de Dados, a Ecocitrus garante


aos seus colaboradores os seguintes direitos, nos termos do art. 18 da LGPD:

Confirmação da existência de tratamento;

Acesso aos dados;

Correção de dados incompletos, inexatos ou desatualizados;

Anonimização, bloqueio ou eliminação de dados desnecessários, excessivos ou


tratados em desconformidade;

Portabilidade de seus dados a outro fornecedor de serviço ou produto, mediante


requisição expressa pelo Titular;

Eliminação dos dados tratados com consentimento do Titular;

Obtenção de informações sobre as entidades públicas ou privadas com as quais


compartilhamos seus dados;

Informação sobre a possibilidade de não fornecer o seu consentimento, bem


como de ser informado sobre as consequências, em caso de negativa;

Revogação do consentimento.

Observação

Existe a possibilidade da sua requisição ser legalmente rejeitada, seja por


motivos formais (a exemplo de impossibilidade de comprovação da sua
identidade) ou legais (a exemplo do pedido de exclusão de dados cuja
manutenção é livre exercício de direito nosso). Nessas hipóteses de
impossibilidade de atendimento destas requisições, apresentaremos as
justificativas dentro de um prazo razoável.

Atualizações

O respectivo aviso de privacidade poderá sofrer modificações a qualquer momento para


proporcionar melhorias, sendo resguardados os direitos da Ecocitrus em caso de não
interesse do titular em obter as informações atualizadas.

Caso ainda tenha dúvidas após a leitura ou interesse em conversar conosco sobre
qualquer questão relacionada aos seus dados pessoais, fique à vontade para contatar
nossa equipe pelo canal de atendimento dpo@ecocitrus.com.br

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - 09abbe5


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 09abbe5 - Pág. 1
Número do documento: 21112317470520300000059879296
Fls.: 237

Procedimento Operacional Padrão (POP)

Nome do processo: Resposta a requerimento de Documentação referência:


Setor de aplicação: - Lei Geral de Proteção de Dados
Responsável: DPO (Encarregado) - Política de Privacidade
Versão | Data: 001 25/08/2021 - Aviso de Privacidade

Passo a passo:

0.0 - Requerimento das informações


A solicitação poderá ser encaminhada pelos seguintes canais:
Diretamente com o Administrativo ou via e-mail para o DPO da Ecocitrus
Independentemente do meio, será requerido um e-mail para o envio das comunicações.
0.1 - Encaminhar solicitações para o e-mail do DPO.
Uma vez que a solicitação seja enviada para o administrativo, a mesma será enviada transcrita e encaminhada via e-mail para o DPO
0.1.1 - Ao receber o e-mail, uma mensagem automática será enviada ao requerente infomando que a solicitação foi recebeda e será analisada.
0.2 - Verificação de identidade
Se a requisição for de funcionário da Ecocitrus, será requerido os 3 últimos dígitos do CPF para garantir a identidade do requerente.
0.2.1 Se a requisição não for de funcionário da Ecocitrus, será requerido cópia de documento de identificação.
O documento será eliminado imediatamente após a análise do requerimento.
0.3 - Resposta negada pela impossibilidade de verificação de identidade.
Se após todas as tentativas, não for possivel identificar o requerente, negar a solicitação por falta de identificação.
0.4 - O DPO irá registrar o requerimento no sistema Trello com prazo de 15 dias para a elaboração da resposta.
O registro irá conter: meio pelo qual foi realizado o requerimento, data de recebimento, prazo para resposta, tipo de requerimento.
0.5 - Analisar a viabilidade do pedido
O pedido deverá ser viável e não possuir fato impeditivo.
0.6 - Responder com uma justificativa.
Caso o requerimento não seja viável, o DPO irá fazer um justificativa e enviar via e-mail a resposta ao requerente.
0.7 - Responder o requerente com as informações solicitadas.
Caso o requerimento seja viável, responder o requerente com as informações solicitadas.
0.8 - Caso complexo - Extensão de prazo
Caso o requerimento seja de grande complexidade e demandar dilação de prazo, o DPO irá enviar comunicação para o titular com a justificativa.
0.9 - Registrar no Trello todas as etapas do procedimento e arquivar os quadros.
-- - Resposta ao requerente FINALIZADA.

Indicadores de desempenho:

Número totais de requerimentos: X


Número de requerimentos respondidos: X
Número de requerimentos negados por falta de identificação do cliente: X
Número de respostas que não respeitaram o tempo de 15 dias estabelecidos: X
Data da última revisão: Processo deve ser revisado semestralmente.

Resultados esperados:

O processo objetiva que todos os requerimentos de direitos dos titulares sejam analisados e respondidos dentro do prazo de 15 dias.
São respostas possíveis:
- Impossibilidade de cumprir o requerimento por impossibilidade de identificar o titular, negativa de cumprimento da solicitação por motivos justificados;
- Cumprimento da solicitação.

Jusitificativa:

A LGPD determina que os controladores e operadores devem adotar meios de responder os requerimentos dos titulares.
Art. 17. Toda pessoa natural tem assegurada a titularidade de seus dados pessoais e garantidos os direitos fundamentais de liberdade, de intimidade e de privacidade, nos termos desta Lei.
Art. 18. O titular dos dados pessoais tem direito a obter do controlador, em relação aos dados do titular por ele tratados, a qualquer momento e mediante requisição:
§1º O titular dos dados pessoais tem o direito de peticionar em relação aos seus dados contra o controlador perante a autoridade nacional.
§ 2º O titular pode opor-se a tratamento realizado com fundamento em uma das hipóteses de dispensa de consentimento, em caso de descumprimento ao disposto nesta Lei.
§ 3º Os direitos previstos neste artigo serão exercidos mediante requerimento expresso do titular ou de representante legalmente constituído, a agente de tratamento.

Aprovação:

Alta direção Responsável operacional

Documento elaborado por:

Responsáveis técnicos:

Alisson Possa

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - 41e4876


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Fls.: 238

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Fls.: 239

POLÍTICA DE PRIVACIDADE

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - 715ff27


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Número do documento: 21112317474243500000059879307
Fls.: 240

Sumário
2 OBJETIVO ..................................................................................................................................... 3
3 ÂMBITO ......................................................................................................................................... 3
4 DEFINIÇÕES ................................................................................................................................ 3
5 CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO................................................................................................. 4
6 Estrutura Normativa PRIVACIDADE E PROTEÇÃO DE DADOS ................................................ 4
6.1 DEFINIÇÃO ........................................................................................................................... 4
6.2 DIVULGAÇÃO E ACESSO À ESTRUTURA NORMATIVA .. Erro! Indicador não definido.
6.3 APROVAÇÃO E REVISÃO ................................................... Erro! Indicador não definido.
6.3.1 POLÍTICA ...................................................................... Erro! Indicador não definido.
6.3.2 NORMAS ....................................................................... Erro! Indicador não definido.
6.3.3 PROCEDIMENTOS....................................................... Erro! Indicador não definido.
7 SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ................................................................................................ 5
7.1 SISTEMA DE GOVERNANÇA DE PROTEÇÃO DE DADOS .............................................. 5
7.2 TREINAMENTOS .................................................................................................................. 6
8 ANÁLISE DE RISCO ..................................................................................................................... 6
9 SISTEMA DE RESPOSTA À INCIDENTES DE SEGURANÇA ................................................... 7
10 CONDIÇÕES PARA A COLETA E TRATAMENTO DE DADOS PESSOAIS .............................. 8
10.1 FINALIDADE ESPECÍFICA ................................................................................................... 8
10.2 IDENTIFICAR A BASE LEGAL ............................................................................................. 8
10.3 DETERMINAR COMO O CONSENTIMENTO SERÁ OBTIDO ............................................ 8
10.4 RELATÓRIO DE IMPACTO DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS ............................... 8
10.5 RELAÇÃO COM OPERADORES ......................................................................................... 9
10.6 TRATAMENTO EM CONJUNTO COM OUTROS CONTROLADORES .............................. 9
10.7 REGISTROS DE TRATAMENTOS DE DADOS PESSOAIS ............................................... 9
11 DIREITOS DOS TITULARES DE DADOS PESSOAIS .............................................................. 10
11.1 SISTEMA DE TRANSPARÊNCIA ....................................................................................... 10
11.1.1 AVISO DE PRIVACIDADE .......................................................................................... 10
11.2 REVOGAÇÃO DE CONSENTIMENTO .............................................................................. 11
11.3 MODIFICAÇÕES NOS DADOS PESSOAIS EM TRATAMENTOS COM TERCEIROS .... 11
11.4 FORNECIMENTO DE CÓPIAS DOS DADOS PESSOAIS ................................................ 12
11.5 SISTEMA DE REQUERIMENTOS DOS TITULARES ........................................................ 12
12 PRIVACIDADE BY DEFAULT E BY DESIGN ............................................................................ 12
12.1 LIMITAÇÃO DE COLETA DE DADOS PESSOAIS ............................................................ 12
12.2 LIMITAÇÃO DE TRATAMENTO ......................................................................................... 12
12.3 ELIMINAÇÃO ...................................................................................................................... 13
12.4 ANONIMIZAÇÃO E PSEUDONIMIZAÇÃO ......................................................................... 13
13 REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 13

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Fls.: 241

1 OBJETIVO
Definir uma expectativa da empresa e estabelecer princípios e diretrizes para o
tratamento de dados pessoais realizados pela empresa, criando um Sistema de Gestão
da Privacidade da Informação -SGPI, visando garantir os direitos dos titulares de dados
pessoais e cumprir as obrigações impostas aos agentes de tratamento.

Este documento deverá ser utilizado em conjunto com a Política de Segurança


da Informação – PSI da Ecocitrus, uma vez que contém diretrizes adicionais aplicadas
aos processos de tratamentos de dados pessoais

2 ÂMBITO
Este documento contém um conjunto de resoluções que, juntas, determinam o
papel da empresa nos processos de tratamentos de dados pessoais. Portanto, entende-
se como uma política que estabelece os limites comportamentais e medidas a serem
tomadas para visar adequação legal.

3 DEFINIÇÕES
Além das definições da Política de Segurança da Informação, entende-se:
• CONTROLADOR: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado,
a quem competem as decisões referentes ao tratamento de dados
pessoais;
• TITULAR: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são
objeto de tratamento;
• TRATAMENTO: toda operação realizada com dados pessoais, como as
que se referem a coleta, produção, recepção, classificação, utilização,
acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processamento,
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou controle da
informação, modificação, comunicação, transferência, difusão ou extração;
• CONSENTIMENTO: manifestação livre, informada e inequívoca pela qual
o titular concorda com o tratamento de seus dados pessoais para uma
finalidade determinada;
• ELIMINAÇÃO: exclusão de dado ou de conunto de dados armazenados
em banco de dados, independentemente do procedimento empregado;
• OPERADOR: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que
realiza o tratamento de dados pessoais em nome do controlador;
• DADO PESSOAL: informação relacionada a pessoa natural identificada ou
identificável;
• DADO PESSOAL SENSÍVEL: dado pessoal sobre origem racial ou étnica,
convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização
de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida

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Número do documento: 21112317474243500000059879307
Fls.: 242

sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a uma pessoa


natural;
• INCIDENTE DE SEGURANÇA: situação de violação da segurança que
pode levar à destruição, perda, alteração, divulgação não-autorizada ou
acesso não-autorizado à dados pessoais

4 CONTEXTO DA ORGANIZAÇÃO

A Ecocitrus está sujeita à aplicação da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais


– Lei n°13.709/2018 por coletar e tratar dados pessoais de seus colaboradores e
colaboradores de subcontratados.

A Ecocitrus é considerada na grande maioria dos processos de tratamento de


dados pessoais como CONTROLADORA de dados pessoais dos seus colaboradores,
uma vez que decide os dados pessoais que deve coletar ou está sujeita a legislações
que obriguem a coleta de determinados dados além de definir a finalidade da utilização
dos dados pessoais utilizados e a maneira como atingi-la.

Como controladora, a Ecocitrus deve:


• Manter registros atualizados de processos que realizam tratamentos de
dados pessoais;
• Definir o objeto de tratamento de dados pessoais para os operadores,
mediante clausula contratual, além das instruções para atingir a finalidade
do tratamento;
• Indicar um Encarregado de proteção de dados pessoais, se obrigatório;
• Observar os princípios aplicáveis aos tratamentos de dados pessoais;
• Observar os direitos dos titulares de dados pessoais e manter um sistema
de resposta à requerimentos;
• Adotar medidas de segurança, técnicas e administrativas para evitar
violações à confidencialidade, integridade e disponibilidade dos dados
pessoais;
• Manter um programa de governança com a adoção de regras de boas
práticas para segurança da informação e privacidade;
• Observar demais obrigações na LGPD e normativas da Autoridade
Nacional de Proteção de Dados, além das obrigações setoriais específicas
que porventura se apliquem;

5 ESTRUTURA NORMATIVA PRIVACIDADE E PROTEÇÃO DE


DADOS
5.1 DEFINIÇÃO

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Fls.: 243

A estrutura normativa da Privacidade e Proteção de dados da Ecocitrus é composta


por um conjunto de documentos com três níveis hierárquicos distintos, relacionados a
seguir:

• Política de Segurança da Informação (presente documento): constituída neste


documento, define a estrutura, as diretrizes e as obrigações referentes à
segurança da informação;
• Normas e Padrões de Segurança da Informação (Normas): são documentos que
estabelecem obrigações e procedimentos referentes à especificação de um
determinado processo de tratamento de dados pessoais e obrigações para
usuários e administradores de acordo com as diretrizes da Política, a serem
seguidos em diversas situações em que a informação é armazenada, processada
ou transmitida;
• Procedimentos Operacionais (Procedimentos): estabelecem procedimentos
detalhados definidos de acordo com o disposto nas Normas e na Política,
permitindo a direta aplicação nas atividades da Ecocitrus.

A estrutura de governança em Proteção de Dados na Ecocitrus segue a mesma


estrutura presente no Item 5 da Política de Segurança da Informação da empresa.

6 SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO

Todos os processos de tratamentos de dados pessoais devem observar os


controles que constam na Política de Segurança da Informação.

6.1 SISTEMA DE GOVERNANÇA DE PROTEÇÃO DE DADOS

O item 6 da Política de Segurança da Informação estabelece Atribuições e


Responsabilidades em um sistema de Governança em Segurança da Informação.

Esse mesmo sistema é aplicado à governança em Privacidade e Proteção de


Dados Pessoais, sendo os responsáveis por cada nível estratégico de segurança da
informação os mesmos responsáveis pelos respectivos níveis em Privacidade e Proteção
de Dados Pessoais.

6.1.1 ENCARREGADO

A Ecocitrus adota a contratação da figura de Encarregado externo, que é


responsável por:
• Responder solicitações de titulares de dados pessoais;

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Fls.: 244

• Manter contato com a Autoridade Nacional de Proteção de Dados, sempre


que demandado por ela;
• Auxiliar na manutenção do sistema de gerenciamento em privacidade da
Ecocitrus através de orientações para as equipes e funcionários;
• Elaborar relatórios com análises sobre a manutenção do sistema de
gerenciamento em privacidade da Ecocitrus;
• Identificar possíveis vulnerabilidades nas práticas da empresa e sugerir
modificações para o Conselho Administrativo;

O Encarregado possuí a prerrogativa de se reportar diretamente ao Conselho


Administrativo e deve possuir independência e autonomia necessárias para o
desempenho de suas funções.

6.2 TREINAMENTOS

O item 7.9 da Política de Segurança da Informação estabelece critérios para


treinamentos dos colaboradores internos da Ecocitrus, podendo ser utilizados os
mesmos treinamentos para abordar aspectos relacionados à proteção de dados
pessoais.

Nos treinamentos os colaboradores internos devem tomar ciência do sistema de


governança em privacidade e proteção de dados pessoais da Ecocitrus, assim como
todos seus documentos e os contextos de tratamentos de dados pessoais que a empresa
realiza.

Também devem ser realizados treinamentos dentro de cada setor com periodicidade
que acompanhe o calendário de revisão documental do item 5.2 que aborde os
tratamentos de dados pessoais que os setores realizam para garantir a observância dos
requisitos legais.

7 ANÁLISE DE RISCO

Todos os processos de mapeamentos de dados pessoais devem possuir análise


de risco conforme Matriz de Risco com base na possível violação dos princípios da Lei
n° 13.709/2018, devendo ser estabelecido uma relação de causa-consequência e
possibilidade-impacto, além de indicar os controles para mitigação.

Processos considerados de alto risco devem possuir Relatório de Impacto de


Proteção de Dados Pessoais.

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Número do documento: 21112317474243500000059879307
Fls.: 245

São considerados processos de alto risco aqueles que oferecem nível elevado de
risco à liberdade individual e direitos da personalidade. Portanto, os seguintes elementos
devem ser levados em conta:
• Tratamentos de dados pessoais sensíveis;
• Tratamentos em larga escala (grandes quantidades de dados pessoais ou
em uma grande extensão territorial);
• Monitoramento em tempo real de titulares (geolocalização, categorias de
dados pessoais sensíveis coletados em periodicidade pré-estabelecida
etc.).

8 SISTEMA DE RESPOSTA À INCIDENTES DE SEGURANÇA

Aplica-se às disposições abaixo o item 7.8 da Política de Segurança da


Informação – Resposta à Incidentes de Segurança com as seguintes orientações
adicionais em se tratando de dados pessoais.

Na hipótese de suspeita de incidentes de segurança que porventura ofereçam


risco à confidencialidade, integridade ou disponibilidade de dados pessoais a Ecocitrus
deverá registrar o incidente, com, no mínimo, as seguintes informações:
• Uma descrição dos fatos que levaram à suspeita/confirmação do incidente;
• O lapso temporal que os fatos podem ter persistido;
• As possíveis consequências do incidente para o funcionamento do Ecocitrus
e para os titulares de dados pessoais;
• A identificação de quem levou o conhecimento do incidente para o
responsável;
• O responsável pela definição de medidas de mitigação de danos, que
documentará todas as medidas adotadas;
• A classificação de qual propriedade dos dados pessoais o incidente afetou
com a justificativa pertinente;
• Quais as categorias de dados pessoais foram objeto do incidente e uma
definição da amplitude do incidente;
• Demais informações que serão demandadas pela Autoridade Nacional de
Proteção de Dados Pessoais ou órgãos fiscalizadores competentes;
• Informar a Autoridade Nacional de Proteção de Dados – ANPD;

Além do registro do incidente com as informações mínimas acima descritas, a


Ecocitrus deverá decidir se o incidente deverá ser publicizado para os titulares dos
dados, conforme orientação dos responsáveis jurídicos, além de registrar os motivos
para a adoção da medida ou não adoção, conforme a decisão.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - 715ff27


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Número do documento: 21112317474243500000059879307
Fls.: 246

9 CONDIÇÕES PARA A COLETA E TRATAMENTO DE DADOS


PESSOAIS

Os presentes requisitos devem ser preenchidos em todos os processos de


tratamentos de dados pessoais para garantir o registro adequado de informações quanto
aos tratamentos de dados pessoais.

O documento “Registros de Tratamentos de Dados Pessoais” pode ser utilizado


como referência e suporte para execução do presente item.

9.1 FINALIDADE ESPECÍFICA


A Ecocitrus deve identificar a finalidade específica para todos os processos de
tratamentos de dados pessoais e garantir que ela seja corretamente informada para os
titulares dos dados pessoais através de Avisos de Privacidade e Respostas à
Requerimentos, além de estar disponível em todos os processos mapeados;

9.2 IDENTIFICAR A BASE LEGAL


Todos os processos de tratamento de dados pessoais devem possuir uma base
legal correspondente para justificar o tratamento dos dados pessoais em conformidade
com o requisito do art. 7° ou art. 11° da LGPD.

A escolha das bases legais deve ser documentada e justificada com os


argumentos pertinentes nos registros de tratamentos de dados pessoais.

9.3 DETERMINAR COMO O CONSENTIMENTO SERÁ OBTIDO


Nos casos em que o consentimento é necessário para o tratamento dos dados
pessoais a Ecocitrus deverá fornecer as seguintes informações sobre o tratamento:

• A necessidade de transferência para terceiros (internacionalmente ou


nacionalmente);
• Deve ser específico para a finalidade do tratamento;
• Possibilidade de revogação do consentimento a qualquer momento;
• Direitos previstos no art. 9° da LGPD;

9.4 RELATÓRIO DE IMPACTO DE PROTEÇÃO DE DADOS


PESSOAIS
Os processos que oferecem alto risco à direitos dos titulares de dados pessoais
com base em matriz de risco e/ou definições da Autoridade Nacional de Proteção de
Dados Pessoais devem possuir um Relatório de Impacto.

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Número do documento: 21112317474243500000059879307
Fls.: 247

O documento deve indicar a metodologia adotada e possui, no mínimo:

• Descrição do tratamento realizado;


• Possíveis riscos aos titulares de dados pessoais;
• Mapeamento de vulnerabilidades à confidencialidade, integridade e/ou
disponibilidade dos dados pessoais;
• Indicação das medidas de mitigação de riscos e danos;
• O autor do Relatório de Impacto;

9.5 RELAÇÃO COM OPERADORES

A Ecocitrus deve manter contratos com todos os OPERADORES que realizem


tratamentos de dados pessoais em nome da Ecocitrus.

O contrato com os OPERADORES deve conter, no mínimo: diretrizes de


tratamento, subcontratações, disposições sobre observância de direitos dos titulares,
disposições sobre sistema de resposta à incidentes de segurança, eliminação de dados
pessoais e previsões sobre boas práticas em segurança da informação além de sistema
de governança e auditorias.

9.6 TRATAMENTO EM CONJUNTO COM OUTROS


CONTROLADORES
Em alguns casos a Ecocitrus realiza tratamento em conjunto com outros
controladores, especialmente os seus clientes, que são controladores de dados pessoais
dos funcionários da Ecocitrus e dos funcionários dos subcontratados.

Nos casos de tratamento em conjunto, o contrato com o outro controlador deve


prever, no mínimo, disposições sobre: compartilhamento de dados pessoais com
terceiros, adoção de medidas de segurança da informação, descrição e especificação
dos limites de tratamentos de dados pessoais para cada controlador, responsabilidades
de cada controlador, observância de direitos do titular, disposições para
responsabilidades em incidentes de segurança e discorrer sobre eliminação de dados
pessoais, quando aplicável.

9.7 REGISTROS DE TRATAMENTOS DE DADOS PESSOAIS


A Ecocitrus deve manter um registro dos processos de tratamento de dados
pessoais realizados por cada área que deve ser atualizado periodicamente pelo
responsável designado.

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Número do documento: 21112317474243500000059879307
Fls.: 248

Os registros deverão seguir uma metodologia de mapeamento de processos que


conste, no mínimo, as seguintes informações: identificação das categorias de dados,
riscos legais dos processos, finalidade específica do tratamento, partes que possuem
acesso aos dados pessoais no tratamento, sistemas que são utilizados para o
tratamento, dados pessoais que são utilizados, base legal que justifica o tratamento,
avaliação de risco.

10 DIREITOS DOS TITULARES DE DADOS PESSOAIS

A Ecocitrus realiza tratamento de dados pessoais de seus colaboradores e


colaboradores de subcontratados e sempre preza pela máxima segurança e privacidade
nos processos de tratamentos de dados pessoais.

Tendo em vista os tipos de tratamentos de dados pessoais que são realizados, a


eficiência na observância de direitos dos titulares também é uma demanda legal.

As seguintes medidas serão sempre adotadas perante os titulares de dados


pessoais.

10.1 SISTEMA DE TRANSPARÊNCIA

A LGPD demanda que algumas informações sejam concedidas aos titulares antes
da coleta de dados pessoais conforme art. 9º e após a coleta dos dados o titular pode
requerer fazer uso de algum direito previsto no art. 18.

No caso de direitos previstos no art.18, a Ecocitrus deverá estar atenta que o titular
pode requerer a resposta de forma simplificada ou completa, em formato físico ou digital,
conforme art. 19, incisos I e II e §2°, incisos I e II.

O titular ainda pode requerer a revisão de decisões tomadas unicamente com


base em sistemas automatizados, de acordo com o art. 20.

10.1.1 AVISO DE PRIVACIDADE

Um “Aviso de Privacidade” será disponibilizado no RH para garantir transparência


constante ao titular sobre os tratamentos de dados pessoais que a empresa realiza.

O Aviso deve conter, no mínimo: finalidade específica dos tratamentos, forma e


duração dos tratamentos, identificação do Controlador, informações de contato do
Controlador, informação acerca do uso compartilhado/transferências de dados pessoais
com a respectiva finalidade, responsabilidade de cada agente de tratamento (se
existente), direitos do titular.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - 715ff27


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Fls.: 249

Quando as informações requeridas corresponderem à tratamentos realizados por


outros controladores, no caso específico, fornecedoras e prestadores de serviços da
Ecocitrus, o respectivo contato para requerimento perante a empresa responsável
deverá ser indicado.

Além do Aviso de Privacidade, o titular de dados pessoais ainda pode desejar


fazer uso de algum dos direitos previstos no art. 18, hipótese em que o pedido será
encaminhado para o responsável ou para o Encarregado, que irá responder em até 5
dias úteis ou informar o titular sobre a impossibilidade de cumprimento do requerimento,
com a devida justificação.

Toda resposta de requerimento de direito do titular deverá ser realizada


preferencialmente na maneira como o titular elaborou o requerimento (físico/digital),
podendo ser enviado por e-mail conforme conveniência do titular.

10.2 REVOGAÇÃO DE CONSENTIMENTO


Em tratamentos de dados pessoais com base no consentimento (seja por escolha
da Ecocitrus seja por imposição de obrigação legal/regulatória), o titular poderá revogar
o consentimento para a continuidade do tratamento dos respectivos dados pessoais.

O pedido de revogação do consentimento será enviado para o RH ou para o


Encarregado, que deverá comunicar o setor responsável e a empresa responsável pelo
servidor para que cesse a utilização dos dados pessoais, devendo-se eliminar os dados
pessoais se não existir fator impeditivo (exemplo: obrigação regulatória de manter
registro).

Também deverá ser informado outros controladores ou operadores que a


Ecocitrus tenha realizado o compartilhamento do dado sobre a revogação do
consentimento.

10.3 MODIFICAÇÕES NOS DADOS PESSOAIS EM


TRATAMENTOS COM TERCEIROS

Nos casos em que o titular revogar o consentimento, desejar a


anonimização/eliminação dos dados pessoais que foram compartilhados com
operadores ou outros controladores, a Ecocitrus irá contatar o terceiro informando do
pedido do titular para que as devidas providências sejam tomadas.

Todas as comunicações com os terceiros deverão ser registradas com, no


mínimo: natureza do pedido, data/hora do pedido e da comunicação, a fim de resguardar
a Ecocitrus em caso de não observância pelo terceiro.

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Número do documento: 21112317474243500000059879307
Fls.: 250

10.4 FORNECIMENTO DE CÓPIAS DOS DADOS PESSOAIS

O titular de dados pessoais pode requerer cópia dos seus dados pessoais,
principalmente em casos de portabilidade, motivo pelo qual a Ecocitrus sempre manterá
os dados pessoais armazenados em formatos que permitam o envio para o titular ou
para o controlador que o titular indicar.

Nos casos em que os dados pessoais foram eliminados/anonimizados, a Ecocitrus


irá informar o titular com as devidas justificativas (exemplo: limitação de tempo de
armazenamento).

10.5 SISTEMA DE REQUERIMENTOS DOS TITULARES

Os titulares de dados pessoais poderão enviar requerimentos via contato com o


RH. Os requerimentos serão encaminhados para o setor responsável ou para o
Encarregado, que irá, juntamente com o auxílio jurídico, se necessário, responder o
titular ou dar as devidas justificativas em até 5 dias úteis.

É recomendado a adoção de um procedimento operacional padrão (POP) para


garantir a observância dos requerimentos dos titulares de maneira que seja registrado
todas as medidas tomadas desde o recebimento até a resposta.

11 PRIVACIDADE BY DEFAULT E BY DESIGN


A Ecocitrus adota mecanismos de garantia que a privacidade seja padrão em
todos seus processos de tratamentos de dados pessoais e esteja sempre presente na
elaboração de novos processos. Isso se dá mediante observância de limitações de uso,
transferências, tempo de armazenamento e eliminação através da adoção das medidas
abaixo.

11.1 LIMITAÇÃO DE COLETA DE DADOS PESSOAIS

Todos os tratamentos de dados pessoais utilizam somente os dados pessoais


estritamente necessários para atingir sua finalidade, sempre observando, quando
aplicável, a imposição de coleta/armazenamento/transferência de dados pessoais por
legislações ou regulações setoriais específicas.

11.2 LIMITAÇÃO DE TRATAMENTO

A Ecocitrus só utiliza os dados pessoais para atingir a finalidade específica de


cada tratamento, previamente identificada, além de garantir que somente os setores que
realizam o respectivo tratamento tenham acesso.

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Número do documento: 21112317474243500000059879307
Fls.: 251

As transferências para terceiros só são realizadas conforme a atividade de


tratamento e imposições legais, com a prévia identificação da justificativa para
transferência, que é comunicada no Aviso de Privacidade.

11.3 ELIMINAÇÃO

Todos os registros de tratamentos de dados pessoais devem identificar o tempo


de armazenamento dos dados pessoais, que deverão ser eliminados após o lapso
temporal. A responsabilidade pela eliminação dos dados após o período de
armazenamento é do setor que realiza o tratamento dos dados.

Para a eliminação segura, é recomendado que seja adotado um procedimento


operacional padrão (POP) pela empresa para todas suas áreas que indique: mecanismos
de eliminação seguros para documentos físicos e eletrônicos, mecanismos de eliminação
seguros para equipamentos eletrônicos (notebooks, pendrives, HDs, etc), requisitos
prévios para eliminação, registros de eliminações (que contenha, no mínimo motivo para
eliminação e data/hora da eliminação).

11.4 ANONIMIZAÇÃO E PSEUDONIMIZAÇÃO


Os registros de tratamentos de dados pessoais da Ecocitrus indicam que a
empresa só realiza tratamentos de dados pessoais de seus colaboradores e
colaboradores de prestadores de serviços, fornecedores e parceiros comerciais, que
estão sujeitos às obrigações de legislações trabalhistas e previdenciárias.

Nesse contexto, a anonimização não é recomendada pois a Ecocitrus, como


controladora por obrigação legal, deve comprovar a observância das obrigações, além
da necessidade de permitir os demais controladores por força legal (via responsabilidade
subsidiária/solidária) que também realizem a comprovação.

Ainda que a anonimização não seja recomendada, a pseudonimização pode ser


utilizada pois não interfere no cumprimento das obrigações legais dos controladores
envolvidos nos tratamentos de dados pessoais.

Nesse sentido, a Ecocitrus já realiza a pseudonimização de dados pessoais


através de identificadores de matrículas internos da empresa, designando um número
de matrícula que é associado ao funcionário contratado. Sempre que possível a empresa
deve realizar as transferências internas de dados pessoais dos funcionários mediante
somente o referido identificador.

12 REFERÊNCIAS
• NBR ISO/IEC 27701:2019 – Técnicas de segurança – Extenção da

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Número do documento: 21112317474243500000059879307
Fls.: 252

ABNT NBR ISO/27001 e 27002 para Sistema de Gestão da Privacidade


– Requerimentos e orientações
• PSI - Política de Segurança da Informação da Ecocitrus
• NBR/ISO/IEC 27002:2013, que institui o código de melhores práticas
para gestão de segurança da informação;
• NBR/ISO/IEC 27001:2013, que estabelece os elementos de um Sistema
de Gestão de Segurança da Informação;

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Número do documento: 21112317474243500000059879307
Fls.: 253

POLÍTICA DE SEGURANÇA
DA INFORMAÇÃO

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Número do documento: 21112317475641400000059879313
Fls.: 254

SUMARIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3
1 OBJETIVOS E PRINCÍPIOS .............................................................................. 3
2 ABRANGÊNCIA ................................................................................................. 3
3 CUMPRIMENTO ................................................................................................ 4
4 LOCALIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS ............................................................... 4
5 ESTRUTURA NORMATIVA DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO................... 4
5.1 DEFINIÇÃO ................................................................................................. 4
5.2 APROVAÇÃO E REVISÃO .......................................................................... 4
5.2.1 Política................................................................................................... 5
5.2.2 Normas .................................................................................................. 5
5.2.3 Procedimentos ...................................................................................... 5
6 ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES NA GESTÃO DE SEGURANÇA DA
INFORMAÇÃO ................................................................................................................ 5
6.1 RESPONSABILIDADE................................................................................. 5
6.2 PROPRIETÁRIO DA INFORMAÇÃO ........................................................... 5
6.3 DIRETORIA JURÍDICA ................................................................................ 5
6.4 DIRETORIAS, GERÊNCIA E COORDENAÇÕES ....................................... 6
6.5 DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS......................................... 6
6.6 COLABORADORES .................................................................................... 6
7 CONTROLES DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO ........................................ 6
7.1 CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO ......................................................... 6
7.1.1 ADOÇÃO DE INVENTÁRIO E DE SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO DA
INFORMAÇÃO ......................................................................................................... 8
7.2 Autorização e Controle de Acesso ............................................................... 8
7.3 GERENCIAMENTO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS ...................................... 9
7.4 Confidencialidade, DISPONIBILIDADE e Integridade ................................ 10
7.5 Adoção de Comportamento Seguro........................................................... 11
7.6 Avaliação dos Riscos de Segurança da Informação .................................. 12
7.7 MONITORAÇÃO E CONTROLE................................................................ 13
7.8 RESPOSTA A INCIDENTES DE SEGURANÇA ........................................ 13
7.9 TREINAMENTO E CONSCIENTIZAÇÃO DE SEGURANÇA DA
INFORMAÇÃO ........................................................................................................... 14
7.10 PRODUTOS E SERVIÇOS DE SEGURANÇA ....................................... 14
7.11 DA SEGURANÇA FÍSICA ...................................................................... 15
8 Violações da Política de Segurança da Informação e Sanções ....................... 15

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Número do documento: 21112317475641400000059879313
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9 HISTÓRICO DE ALTERAÇÕES....................................................................... 15

1 INTRODUÇÃO
A informação é um ativo que possui grande valor para a Ecocitrus, devendo ser
adequadamente utilizada e protegida contra ameaças e riscos por todos os seus
colaboradores. A adoção de políticas, normas e procedimentos que visem garantir a
segurança da informação deve ser prioridade constante da empresa e de seus
colaboradores, reduzindo-se os riscos de falhas, os danos e/ou os prejuízos que possam
comprometer a imagem e os objetivos da organização. A informação pode existir e ser
manipulada de diversas formas, ou seja, por meio de arquivos eletrônicos, mensagens
eletrônicas, internet, bancos de dados, em meio impresso, verbalmente, em mídias de
áudio e de vídeo, etc.

Para assegurar esses três itens mencionados, a informação deve ser


adequadamente gerenciada e protegida contra roubo, fraude, espionagem, perda não
intencional, acidentes e outras ameaças. Em geral, o sucesso da Política de Segurança
da Informação adotada pela Ecocitrus depende da combinação de diversos elementos,
dentre eles, a estrutura organizacional da empresa, as normas e os procedimentos
relacionados, à segurança da informação e à maneira pela qual são implantados e
monitorados, os sistemas tecnológicos utilizados, os mecanismos de controle
desenvolvidos, assim como o comportamento de diretores, funcionários e colaboradores.

1 OBJETIVOS E PRINCÍPIOS
Definir as diretrizes que nortearão as normas e padrões que tratam da proteção
da informação, abrangendo sua geração, utilização, armazenamento, distribuição,
confidencialidade, disponibilidade e integridade, independentemente do meio em que ela
esteja contida.

Por princípio, a segurança da informação deve abranger três aspectos básicos,


destacados a seguir:
(i) Confidencialidade: somente pessoas devidamente autorizadas pela empresa
devem ter acesso à informação.
(ii) Integridade: somente alterações, supressões e adições autorizadas pela
empresa devem ser realizadas nas informações.
(iii) Disponibilidade: a informação deve estar disponível para as pessoas
autorizadas sempre que necessário ou demandado.

2 ABRANGÊNCIA
A Política de Segurança da Informação tem abrangência corporativa na Ecocitrus,
ou seja, afeta todas as suas Áreas de Negócio, Filiais e Escritórios no que se refere à
Tecnologia, Informações e recursos tecnológicos disponíveis, seus clientes e seus
fornecedores.

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Número do documento: 21112317475641400000059879313
Fls.: 256

Ainda, as disposições presentes na presente Política são aplicadas conjuntamente


com a Política de Privacidade da Ecocitrus, que versa sobre a proteção de dados
pessoais na empresa.

3 CUMPRIMENTO
A Política de Segurança da Informação da Ecocitrus especifica os resultados que
devem ser obtidos, enquanto, os processos e procedimentos estabelecidos, definem
como a Ecocitrus, cliente ou fornecedor irá cumpri-los.

Os gestores devem garantir que seus funcionários, bem como terceiros, cumpram
estes padrões de segurança da informação, seguindo as práticas e procedimentos
correspondentes estabelecidos conforme o nível de risco dos processos.

4 LOCALIZAÇÃO DOS DOCUMENTOS


A política de segurança da informação da Ecocitrus, normas, procedimentos e os
formulários podem ser encontrados junto ao setor Administrativo.

5 ESTRUTURA NORMATIVA DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO


5.1 DEFINIÇÃO
A estrutura normativa da Segurança da Informação da Ecocitrus é composta por um
conjunto de documentos com três níveis hierárquicos distintos, relacionados a seguir:

• Política de Segurança da Informação (presente documento): constituída neste


documento, define a estrutura, as diretrizes e as obrigações referentes à
segurança da informação;
• Normas e Padrões de Segurança da Informação (Normas): são documentos que
estabelecem obrigações e procedimentos referentes à especificação do uso de
uma determinada tecnologia e obrigações para usuários e administradores de
acordo com as diretrizes da Política, a serem seguidos em diversas situações em
que a informação é armazenada, processada ou transmitida;
• Procedimentos de Segurança da Informação (Procedimentos): estabelecem
procedimentos detalhados definidos de acordo com o disposto nas Normas e na
Política, permitindo a direta aplicação nas atividades da Ecocitrus.

A tabela de Controles da ISO/IEC 27002:2013 contém o controle de evidências com
a estruturação e referências de normas e procedimentos que complementam as
previsões na presente Política, devendo ser utilizada em conjunto.

5.2 APROVAÇÃO E REVISÃO


Os documentos integrantes da estrutura normativa da Segurança da Informação da
Ecocitrus deverão ser aprovados e revisados conforme os seguintes critérios:

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Fls.: 257

5.2.1 POLÍTICA
• Nível de Aprovação: Conselho Administrativo
• Periodicidade de Revisão: Anual
5.2.2 NORMAS
• Nível de Aprovação: Conselho Administrativo
• Periodicidade de Revisão: Anual
5.2.3 PROCEDIMENTOS
• Nível de Aprovação: Gestor da área onde o procedimento é executado
• Periodicidade de Revisão: Anual

6 ATRIBUIÇÕES E RESPONSABILIDADES NA GESTÃO DE


SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO
6.1 RESPONSABILIDADE
O responsável por essa Política é Comitê de Segurança da Informação da
Ecocitrus, que contará com o gestor das áreas: Administrativa e Jurídico. Todas
as decisões do Comitê sobre práticas de Segurança da Informação que afetem
o ambiente de Tecnologia da empresa devem ser precedidas de um relatório de
viabilidade pela empresa responsável pelo ambiente.

6.2 PROPRIETÁRIO DA INFORMAÇÃO


Cada gestor é proprietário da informação de sua área e deve:

• Elaborar regras internas em conformidade com as normas de acesso


estabelecidas nessa Política para garantir acesso aos usuários de sua
área;
• Realizar a classificação dos documentos em conformidade com a
Classificação descrita nessa política;

6.3 DIRETORIA JURÍDICA


Cabe à Diretoria Jurídica:

• Manter as áreas da Ecocitrus informadas sobre eventuais alterações


legais e/ou regulatórias que impliquem responsabilidade e/ou ações
envolvendo a gestão de segurança da informação;
• Incluir, na análise e na elaboração de contratos, sempre que
necessárias cláusulas específicas relacionadas à segurança da
informação, com o objetivo de proteger os interesses da Ecocitrus;
• Avaliar, quando solicitada, as Normas e os Procedimentos de
Segurança da Informação elaborados pelas diversas áreas da Ecocitrus.

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Número do documento: 21112317475641400000059879313
Fls.: 258

6.4 DIRETORIAS, GERÊNCIA E COORDENAÇÕES


Cabem às Diretorias, Gerências e Coordenações:

• Cumprir e fazer cumprir esta Política, as Normas e Procedimentos


de Segurança da Informação;
• Assegurar que suas equipes possuam acesso e conhecimento desta
Política e das Normas de Segurança da Informação;
• Redigir os Procedimentos de Segurança da Informação relacionados
às suas áreas, mantendo-os atualizados;
• Comunicar imediatamente eventuais casos de violação de
segurança da informação à área de Segurança Corporativa.

6.5 DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS


Cabe ao RH:

• Colher a assinatura do Termo de Responsabilidade dos funcionários


e estagiários, arquivando-o nos respectivos prontuários; e
• Colher a assinatura do Termo de Responsabilidade específico para
os colaboradores da área de Tecnologia da Informação (TI);
• Comunicar à equipe de TI a existência de novos funcionários;
• Informar, prontamente, à equipe de TI (Controle de Acesso), todos
os desligamentos, afastamentos e modificações no quadro funcional da
empresa;
• Garantir treinamentos sobre a governança em segurança da
informação e privacidade da Ecocitrus;

6.6 COLABORADORES
É dever de todos os colaboradores da Ecocitrus seguirem as disposições e
práticas de segurança da informação aqui descritas, sob pena de
responsabilização administrativa.

7 CONTROLES DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO


A seguir, são apresentadas as diretrizes da Política de Segurança da Informação da
Ecocitrus. Tais diretrizes constituem os principais pilares da Gestão de Segurança da
Informação da Ecocitrus, norteando a elaboração das Normas e dos procedimentos.

7.1 CLASSIFICAÇÃO DA INFORMAÇÃO


O Comitê de Segurança da Informação, representado por seus membros, é
designado proprietário das informações custodiadas pela Ecocitrus, com a

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Número do documento: 21112317475641400000059879313
Fls.: 259

responsabilidade da gestão da sua segurança durante todo o ciclo de vida da


informação.

O Comitê Corporativo deve classificar as Informações custodiadas pela


Ecocitrus utilizando um dos seguintes níveis de Classificações de Informação:

Classificação Descrição Exemplos


Restrita Informação que, se Dados pessoais e de
revelada a pessoas não autenticação como:
autorizadas, pode ter um senhas, PINs, chaves
impacto significativo nas privadas de
obrigações legais ou criptografia, entre
regulatórias, na outros, também estão
condição financeira ou incluídos nesta
reputação, da Ecocitrus classificação
ou de seus clientes.
Confidencial Tem o potencial de Dados financeiros,
fornecer uma vantagem fiscais, contratos,
competitiva ou ter um estratégias de
impacto significativo mercado, etc.
sobre a posição de
mercado Ecocitrus se
revelada a pessoas não
autorizadas.
Interna Informação que é Apresentações internas das
normalmente compartilhada mais diversas, trocas de
dentro da Ecocitrus, não é informações entre áreas,
destinada a distribuição fora materiais de divulgação
da Ecocitrus e não é interna, políticas e manuais
classificada como RESTRITA não públicos, documentos e
ou CONFIDENCIAL dados de processos
internos.

Pública Informação que é livremente Documentos para


disponível fora da Ecocitrus comunicação, marketing,
ou é destinada a uso público. etc.

Cada gestor deve assegurar que o inventário com a classificação da informação sob
sua responsabilidade esteja atualizado.

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Fls.: 260

7.1.1 ADOÇÃO DE INVENTÁRIO E DE SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO


DA INFORMAÇÃO
As áreas responsáveis por seus ativos devem manter um inventário
atualizado que identifique e documente a existência e as principais
características de todos os seus ativos de informação (base de dados, arquivos,
diretórios de rede, trilhas de auditoria, códigos fonte de sistemas, documentação
de sistemas, manuais, planos de continuidade etc.).

As informações inventariadas devem ser classificadas de acordo com o grau


de confidencialidade e criticidade para o negócio da Ecocitrus, e com base nos
critérios estabelecidos acima

As informações inventariadas devem ser associadas a um “proprietário”, que


é o gestor da área responsável pela coleta e utilização.

7.2 AUTORIZAÇÃO E CONTROLE DE ACESSO


Os gestores devem implementar controles de acesso que:

• Estejam totalmente documentados e sejam auditáveis.


• Assegurem que sejam dados aos usuários apenas os mínimos
privilégios e direitos necessários para realizar sua função.
• Utilizem métodos, produtos e serviços previamente aprovados pelo
Comitê Corporativo.

Os gestores devem proteger os processos e sistemas de informação de


acessos não autorizados e para isto devem ser usados produtos, ferramentas e
processos de segurança, compatíveis com o risco, com a classificação da
informação e com a classificação da infraestrutura correspondentes.

Os direitos de acesso devem ser atribuídos a cada usuário através dos


correspondentes IDs (login) de Usuário que estão sob sua custódia.

As áreas com funções de gerenciamento e administração dos sistemas de


controle de acesso devem implementar processo documentado para que os
gestores da Ecocitrus, de clientes ou de fornecedores revisem a titularidade dos
usuários sob sua responsabilidade, assegurando que os direitos de acesso
reportados refletem todas as mudanças ocorridas para estes usuários.

DIRETRIZES:
• Cada gestor é responsável pelos direitos de acesso dos usuários
sob sua responsabilidade. As mudanças nos direitos de acesso
existentes devido a transferências e mudanças nas funções de trabalho
devem ser formalmente comunicadas a área de TI responsável pelo
gerenciamento e administração dos sistemas de controle de acesso,

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Fls.: 261

imediatamente. A comunicação deve identificar os direitos de acesso que


precisam ser alterados e a data efetiva em que eles devem ser alterados.
• Em caso de desligamento os gestores devem notificar
antecipadamente o RH que deve realizar o procedimento de
desligamento e informar a área de TI responsável pelo gerenciamento e
administração dos sistemas de controle de acesso sobre os usuários,
sob sua responsabilidade, que encerraram o vínculo de trabalho.
• Os direitos de acesso devem ser atualizados pela área de TI
responsável pelo gerenciamento e administração dos sistemas de
controle de acesso no prazo máximo de 24 horas, desde sua notificação.
• Procedimento formal de concessão e cancelamento de autorização
de acesso à usuários aos sistemas de informação;
• Comprovação da autorização do proprietário da informação;
• Utilização de identificadores de usuário (ID de usuário)
individualizados, de forma a assegurar a responsabilidade de cada
usuário por suas ações;
• Verificação se o nível de acesso concedido é apropriado ao
propósito do negócio e se é consistente com a Política de Segurança da
Informação, as Normas e Procedimentos;
• Remoção imediata de autorizações dadas a usuários afastados ou
desligados da empresa, ou que tenham mudado de função;
• Processo de revisão periódica das autorizações concedidas;

7.3 GERENCIAMENTO DE DISPOSITIVOS MÓVEIS


A Ecocitrus disponibiliza dispositivos móveis (notebooks, celulares
corporativos, etc) para alguns de seus gestores.

Esses dispositivos podem ser retirados das dependências da Ecocitrus mas


os gestores continuarão obrigados à observação das medidas dispostas na
presente Política.

DIRETRIZES:
• O setor administrativo deverá manter um inventário dos gestores em
posse de dispositivos móveis, contendo, no mínimo: tipo, modelo, marca
e ano de fabricação do dispositivo, identificação do gestor, data em que
houve o empréstimo, data da devolução;
• O gestor deverá utilizar o dispositivo SOMENTE para questões
relativas à Ecocitrus, não devendo ser utilizado para uso pessoal;
• Os dispositivos móveis não podem ser cedidos para terceiros;
• Os gestores deverão assinar um Termo de Responsabilidade se
comprometendo a observar as diretrizes de Segurança da Informação e
garantir a integridade e funcionalidade dos dispositivos;

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Fls.: 262

• Os gestores deverão devolver imediatamente os dispositivos em sua


posse quando requerido pelo setor administrativo;

7.4 CONFIDENCIALIDADE, DISPONIBILIDADE E INTEGRIDADE


Os gestores devem informar os colaboradores da Ecocitrus, dos clientes e
dos fornecedores, usuários dos sistemas de informação e dos processos (em
particular usuários do sistema de e-mail e do correio de voz) que todas as
informações armazenadas, transmitidas ou manuseadas por estes processos e
sistemas são de propriedade da Ecocitrus, de seus clientes ou licenciadas por
terceiros. Sempre que permitido pela legislação, a Ecocitrus reserva o direito de
revisar e monitorar estas informações para fins administrativos, de segurança ou
legais.

Informações da Ecocitrus, independentemente da mídia ou ambiente onde


estejam sendo mantidas, devem ser protegidas contra acessos não autorizados
e com as devidas aprovações.

Cada gestor deve assegurar que Terceiros (clientes ou fornecedores)


protejam adequadamente as informações custodiadas pela Ecocitrus às quais
eles têm acesso.

DIRETRIZES:
• Para a proteção adequada das informações custodiadas pela
Ecocitrus, que estão sendo manuseadas nas estações de trabalho,
sempre que o colaborador se ausentar do ambiente, em particular fora
do horário de trabalho, é sua responsabilidade bloquear a estação de
trabalho, solicitar e utilizar os recursos disponibilizados pela Ecocitrus
para proteger as informações de acessos não autorizados.
• Para a proteção adequada das informações custodiadas pela
Ecocitrus, que estão sendo manuseadas em equipamentos portáteis
(notebook), todos os usuários devem cumprir os requerimentos de
estações de trabalho na empresa, na medida de sua aplicabilidade;
• Todas as informações da Ecocitrus que estiverem armazenadas no
servidor deverão ser objeto de backup, realizado pela empresa de
manutenção do ambiente de tecnologia;
• As informações, quando não forem mais úteis para Ecocitrus ou
seus clientes, considerados os períodos de retenção estabelecidos por
lei, regulamento ou contrato, devem ser destruídas através de
incineração.
• Monitorar os Terceiros que armazenam, processam, gerenciam ou
acessam as informações da Ecocitrus (exceto as informações
classificadas como INTERNA ou PÚBLICA) ou têm conexão com os
recursos de rede da Ecocitrus para que cumpram os padrões aqui
definidos.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - 532e842


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21112317475641400000059879313
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 532e842 - Pág. 10
Número do documento: 21112317475641400000059879313
Fls.: 263

• Realizar avaliações de segurança da informação nos Terceiros de


acordo com os procedimentos aprovados pelo Comitê Corporativo.
• Formalizar acordos de confidencialidade ou disposições
equivalentes, aprovados pela área jurídica da Ecocitrus, com os
Terceiros que armazenem, processem, gerenciem ou acessem
informações custodiadas pela Ecocitrus (exceto informações
classificadas como PÚBLICA).

7.5 ADOÇÃO DE COMPORTAMENTO SEGURO


Independentemente do meio ou da forma em que exista, a informação está
presente no trabalho de todos os profissionais.

DIRETRIZES:
• Diretores, gerentes, coordenadores, funcionários e prestadores de
serviços devem assumir atitude pró-ativa e engajada no que diz respeito
à proteção das informações da Ecocitrus.
• A diretoria deve estimular e garantir treinamentos periódicos em
segurança da informação e proteção de dados pessoais;
• Os colaboradores da Ecocitrus devem compreender as ameaças
externas que podem afetar a segurança das informações da empresa,
tais como vírus de computador, interceptação de mensagens eletrônicas,
grampos telefônicos etc., bem como fraudes destinadas a roubar senhas
de acesso aos sistemas de informação.
• Todo tipo de acesso à informação da Ecocitrus que não for
explicitamente autorizado é proibido.
• Assuntos confidenciais de trabalho não devem ser discutidos em
ambientes públicos ou em áreas expostas (aviões, restaurantes,
encontros sociais etc.).
• As senhas de usuário são pessoais e intransferíveis, não podendo
ser compartilhadas, divulgadas a terceiros (inclusive colaboradores da
própria empresa), anotadas em papel ou em sistema visível ou de acesso
não-protegido.
• Somente softwares homologados pela empresa de suporte em TI
podem ser instalados nas estações de trabalho;
• Somente a empresa de Suporte em TI pode instalar softwares nas
estações de trabalho, à requerimento do gestor responsável pelo setor;
• A política para uso de internet e correio eletrônico deve ser
rigorosamente seguida;
• Arquivos de origem desconhecida nunca devem ser abertos e/ou
executados;
• Documentos impressos e arquivos contendo informações
confidenciais devem ser adequadamente armazenados e protegidos.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - 532e842


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21112317475641400000059879313
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 532e842 - Pág. 11
Número do documento: 21112317475641400000059879313
Fls.: 264

• Qualquer tipo de dúvida sobre a Política de Segurança da


Informação e suas Normas deve ser imediatamente esclarecido com a
área de Segurança Corporativa;
• Todas as normas de segurança da informação devem ser
rigorosamente seguidas. Casos não previstos devem ser imediatamente
submetidos para análise e a validação à área de Segurança Corporativa.
• Os colaboradores da Ecocitrus devem ter em mente a periodicidade
de armazenamento das informações e dados que estão sob custodia da
empresa, sendo garantido através de treinamentos periódicos e
informativos internos, a fim de impedir tratamentos posteriores ao tempo
de armazenamento permitido;
• Os usuários não devem inserir ou divulgar informações sensíveis da
Ecpcotris em redes sociais (Twitter, Facebook, etc) obedecendo a
definição do critério determinado na política de classificação da
informação.
• Não é permitido comentar assuntos de trabalho sem autorização
explícita da Administração da Ecocitrus em redes sociais (Twitter,
Facebook, etc).
• Os usuários das áreas autorizadas devem usar adequadamente as
redes sociais com propósito somente profissional.
• Apenas as soluções aprovadas pelo Comitê Corporativo para
mensagens instantâneas, redes "peer-to-peer" ou outras ferramentas
colaborativas da Internet serão usadas para transmitir ou armazenar
informações custodiadas pela Ecocitrus.

7.6 AVALIAÇÃO DOS RISCOS DE SEGURANÇA DA


INFORMAÇÃO
A área de Segurança da Informação Corporativa deve realizar, de forma
sistemática, a avaliação dos riscos relacionados à segurança da informação da
Ecocitrus.

DIRETRIZES:
• Identificação dos principais riscos aos quais as informações da
Ecocitrus estão expostas; e
• Priorização das ações voltadas à mitigação dos riscos apontados,
tais como implantação de novos controles, criação de novas regras e
procedimentos, reformulação de sistemas etc. O escopo da
análise/avaliação de riscos de segurança da informação pode ser toda a
organização, partes da organização, um sistema de informação
específico, componentes de um sistema específico etc.

A análise dos riscos deve abranger os tratamentos de dados pessoais e riscos


inerentes à legislação aplicável.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - 532e842


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21112317475641400000059879313
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 532e842 - Pág. 12
Número do documento: 21112317475641400000059879313
Fls.: 265

7.7 MONITORAÇÃO E CONTROLE


Os sistemas, as informações e os serviços utilizados pelos usuários são de
exclusiva propriedade da Ecocitrus não podendo ser interpretados como de uso
pessoal.

Todos os profissionais e colaboradores da Ecocitrus devem ter ciência de


que o uso das informações e dos sistemas de informação da Ecocitrus pode ser
monitorado, e que os registros assim obtidos poderão ser utilizados para
detecção de violações da Política, as Normas e Procedimentos de Segurança da
Informação e, conforme o caso, servir como evidência em processos
administrativos e/ou legais.

7.8 RESPOSTA A INCIDENTES DE SEGURANÇA


A área Jurídica e a Administração, são responsáveis por manter
procedimentos para os processos de Gerenciamento de Incidente e do Grupo de
Resposta a Incidente de Segurança.

Os gestores devem assegurar que todos os sistemas de informação que


armazenam informações custodiadas (confidenciais) pela Ecocitrus usam trilhas
de auditoria para registrar e reportar:

• Todas as tentativas de violação da segurança do sistema.


• Todos os eventos significativos relacionados à administração do
sistema bem como a segurança das transações e informações custodiadas
(confidenciais) pela Ecocitrus.
▪ O nível de detalhe das trilhas de auditoria deve ser compatível com
o nível de risco do processo associado.
▪ Qualquer atividade suspeita deve ser imediatamente verificada e
tomadas as ações corretivas necessárias.

Os gestores devem assegurar que as trilhas de auditoria sejam revisadas


periodicamente de forma compatível com o nível de risco do processo associado.
O processo de revisão deve ser segregado para assegurar que os revisores não
revisem sua própria atividade.

As áreas responsáveis devem atentar para a necessidade de comunicação


à órgãos reguladores específicos por conta de obrigações específicas e as
orientações/informações pontuais. A Política de Privacidade estabelece os
requisitos mínimos relativos à incidentes de segurança relativos à dados
pessoais.

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - 532e842


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21112317475641400000059879313
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Número do documento: 21112317475641400000059879313
Fls.: 266

7.9 TREINAMENTO E CONSCIENTIZAÇÃO DE SEGURANÇA


DA INFORMAÇÃO
Cada gestor deve garantir que todos os colaboradores da Ecocitrus e de
fornecedores, ao iniciar a relação com a Ecocitrus ou quando tiverem alteração
significativa na responsabilidade do trabalho, recebam treinamento sobre
aspectos de segurança da informação e aspectos de proteção de dados pessoais
relacionados a sua função dentro de 30 dias do início do trabalho.

Os gestores devem assegurar que todos os colaboradores da Ecocitrus e de


fornecedores recebam anualmente material de conscientização aprovado pelo
Comitê Corporativo sobre:

(i) Segurança da informação em geral;


(ii) Aspectos de segurança da informação relacionados a sua função de
trabalho;
(iii) Aspectos de proteção de dados pessoais aplicáveis ao negócio da
Ecocitrus;

7.10 PRODUTOS E SERVIÇOS DE SEGURANÇA


Firewalls, sistemas de detecção e prevenção de invasão (IDS/IPS) e demais
produtos e serviços de segurança da informação (antivírus, testes de
vulnerabilidade, serviços de monitoramento de segurança, etc.) só podem ser
contratados se aprovados pelo Comitê Corporativo de Segurança da Informação.

Atualmente uma empresa terceirizada e especializada é responsável pela


manutenção dos sistemas e serviços de segurança, sendo responsável
contratualmente pela gestão de mudanças no ambiente tecnológico da empresa.

DIRETRIZES:
• Uma empresa especializada em manutenção de ambientes de
tecnologia sempre será utilizada pela Ecocitrus;
• A empresa deve garantir via contrato a gestão de mudanças
decorrentes de contratações de produtos e serviços quando realizar a
implementação deles;
• A empresa deve garantir a segurança de suas operações de maneira
a não causar prejuízos à Ecocitrus;
• Deve haver cláusulas de responsabilidade contratual em caso de
falhas na prestação dos serviços que causem danos à Ecocitrus ou seus
clientes, parceiros e fornecedores;

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - 532e842


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21112317475641400000059879313
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Número do documento: 21112317475641400000059879313
Fls.: 267

7.11 DA SEGURANÇA FÍSICA


A Ecocitrus conta com empresa terceirizada de monitoramento por câmeras
e resposta rápida em casos de tentativas de arrombamentos e outros eventos
que atentem contra a segurança das instalações físicas.

DIRETRIZES:
• A empresa contratada deve garantir o funcionamento das câmeras de
segurança em tempo integral;
• A empresa deve garantir a disponibilidade e integridade das
gravações;
• A empresa deve realizar a eliminação de gravações com uma
periodicidade pré-definida;
• A empresa deve estar obrigada contratualmente à confidencialidade
das gravações que contenham dados pessoais (imagens) de todos
que circularem pelas instalações da Ecocitrus;

8 VIOLAÇÕES DA POLÍTICA DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO


E SANÇÕES

Nos casos em que houver violação desta Política, as Normas e Procedimentos de


Segurança da Informação, sanções administrativas e/ou legais poderão ser adotadas,
podendo culminar o desligamento do profissional e ou eventuais processos criminais, se
aplicáveis.

Qualquer caso de não cumprimento da política de segurança da informação da


Ecocitrus, por uma área, cliente ou fornecedor, deve ser documentado seguindo o
processo correspondente definido pela área Jurídica. Deve e é necessário indicar a razão
do não cumprimento/violação, os controles compensatórios os riscos residuais
relacionados, e deve ser aprovado tanto pelo membro do Comitê Executivo responsável
pela área quanto pelo Conselho Administrativo

No caso de um cliente optar por não cumprir algum padrão estabelecido pela
Ecocitrus, deve formalizar esta decisão através de um Termo de Responsabilidade onde
estejam claras as responsabilidades e ônus da decisão.

9 HISTÓRICO DE ALTERAÇÕES
Data Versão Descrição Autor
1.0 Política de Segurança da Informação Alisson A. Possa

Assinado eletronicamente por: ATALIBA TELLES CARPES - 23/11/2021 17:48:19 - 532e842


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 532e842 - Pág. 15
Número do documento: 21112317475641400000059879313
Fls.: 268

Ministério Público do Trabalho


PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO – 4ª REGIÃO

PROCESSO Nº: 0020043-80.2021.5.04.0261 - ROT


RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLÓGICOS
DO VALE DO CAI LTDA.
RECORRIDO: SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS
DA ALIMENTAÇÃO DE MONTENEGRO E REGIÃO
ORIGEM: VARA DO TRABALHO DE MONTENEGRO

PARECER

1. RELATÓRIO
Trata-se de recurso ordinário interposto por COOPERATIVA
DOS CITRICULTORES ECOLÓGICOS DO VALE DO CAÍ LTDA. em face da
sentença de id. 01bf095, integrada pela decisão de id. 4cf9ade, nos autos da
ação coletiva ajuizada pelo SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS
INDÚSTRIAS DA ALIMENTAÇÃO DE MONTENEGRO E REGIÃO.
Contrarrazões pelo autor (id. 21d28c6 e ff85cab).

2. ADMISSIBILIDADE
Opina-se pelo conhecimento do recurso interposto, uma vez
atendidos os pressupostos objetivos e subjetivos previstos em lei.

3. FUNDAMENTAÇÃO
3.1. Da ausência de legitimidade ad causam
Sem razão a recorrente ao arguir a ilegitimidade ativa.
A Constituição de 1988, em seu artigo 8º, inciso III, dispõe que
aos sindicatos cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais
da categoria que representam, inclusive em relação às questões judiciais ou
administrativas.
O Supremo Tribunal Federal pacificou entendimento de que os
sindicatos possuem legitimidade ampla para a defesa dos interesses dos
integrantes da categoria.
O artigo 81, da Lei nº 8.078/1990, a seu turno, estabelece que:

"Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas
poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares
pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo,
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os
decorrentes de origem comum." (com grifo nosso)

Assinado eletronicamente por: ALINE MARIA HOMRICH SCHNEIDER CONZATTI - 06/12/2021 07:25:28 - d1e0f43
https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21120607253700000000060223734
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. d1e0f43 - Pág. 1
Número do documento: 21120607253700000000060223734
Fls.: 269

Ministério Público do Trabalho


PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO – 4ª REGIÃO

No caso, a entidade sindical defende o interesse coletivo e


individual homogêneo do grupo dos empregados da ré, especificamente o
direito objeto de proteção pela Lei nº 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de
Dados Pessoais – LGPD).
Conforme manifestação do Ministério Público do Trabalho em
primeira instância, a presente ação contém pretensões tanto de tutela inibitória
quanto ressarcitória, de forma que “o presente processo se trata de uma Ação Civil
Pública cumulada com Ação Civil Coletiva” (id. 8835b31). De qualquer forma, não
existe qualquer óbice legal a que se cumulem numa mesma demanda coletiva
pretensões próprias de Ação Civil Pública e de Ação Civil Coletiva, até mesmo
porque a entidade sindical possui legitimidade para ambas (artigo 5º, inciso V,
da Lei nº 7.347 e artigo 82, inciso IV, da Lei nº 8.078) e o procedimento pode
ser compatibilizado, o que de fato foi, inclusive com a publicação dos editais
previstos no CDC (artigo 94). Conclui-se, nesses termos, estar-se diante de
instrumento processual adequado para a tutela dos interesses coletivos dos
trabalhadores.
Ademais, o posicionamento pacificado no TST, na linha do
Supremo Tribunal Federal, é o de que as entidades sindicais profissionais
detêm amplo espectro de atuação na defesa dos interesses das respectivas
categorias, possuindo legitimidade para atuar como substitutas em processos
cujas controvérsias recaiam sobre direitos coletivos, individuais homogêneos
ou, ainda, subjetivos específicos, não havendo falar em necessidade de
autorização expressa ou de juntada de rol de substituídos como condição de
procedibilidade da reclamação (TST, Ag-AIRR - 11118-26.2014.5.18.0011, Rel. Min.
Alexandre de Souza Agra Belmonte, j. em 03-04-2019, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT
05/04/2019).
Conforme exposto, a legitimação do sindicato é ampla em favor
da categoria profissional. Descabe, portanto, estabelecer restrição à
prerrogativa sindical estabelecida na CRFB.
Opina-se, assim, pelo desprovimento do apelo no ponto.

3.2. Da incidência da Lei Geral de Proteção de Dados


(LGPD) ao caso concreto
Na sentença recorrida, foram parcialmente acolhidos os
pedidos contidos na ação coletiva, sendo reconhecida a parcial inadequação
da ré à Lei Geral de Proteção de Dados. Com efeito, a COOPERATIVA DOS
CITRICULTORES ECOLÓGICOS DO VALE DO CAI LTDA. foi condenada, sob
pena de multa diária, a (a) indicar e nominar encarregado, na forma do artigo
41 da LGPD; e (b) implementar e comprovar nos autos as práticas
relacionadas à segurança e sigilo de dados, na forma dos artigos 6º, VII, 46 e
47 da LGPD (id. 01bf095).
Inconformada, a ré interpõe recurso ordinário no qual, quanto
ao mérito propriamente dito, aduz que “não há qualquer relato de dano ou suposto
‘vazamento de dados’, por parte da Reclamada – logo, não há que se falar em indenização ou
punição nesse sentido”. Destaca que “há a incorrência, por parte da Douta Magistrada, de

Assinado eletronicamente por: ALINE MARIA HOMRICH SCHNEIDER CONZATTI - 06/12/2021 07:25:28 - d1e0f43
https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21120607253700000000060223734
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. d1e0f43 - Pág. 2
Número do documento: 21120607253700000000060223734
Fls.: 270

Ministério Público do Trabalho


PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO – 4ª REGIÃO

invasão à competência da ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados) no que tange à


fiscalização do cumprimento daquilo que está estabelecido na Lei nº 13.709/18 (LGPD)”.
Pondera que “tão somente coleta os dados de seus funcionários para fins de registro legal,
na esteira da permissão do art. 7º, II da própria LGPD. Não houve jamais a comercialização,
compartilhamento indevido ou permissão de acesso aos dados de seus funcionários a
terceiros”. Ressalta que “a Recorrente já indicou um Encarregado e está realizando a
execução de um cronograma para o estabelecimento de sua governança em segurança da
informação e privacidade, não havendo resignação contra a necessidade de tomar tais
medidas. O que preocupa é a falta de parâmetros para o cumprimento da obrigação judicial,
que em decisão singular pode desconsiderar todo o trabalho realizado”. Requer “seja
intimada/oficiada a Autoridade Nacional de Proteção de Dados para que intervenha neste
litígio, com fulcro no art. 138 do Código de Processo Civil, dentro da competência estabelecida
pelo artigo 2°, inciso XVI do Decreto 10.474/2020”. Requer, ainda, seja “absolvida da
obrigação imposta, haja vista não haver descumprimento da LGPD, restando julgado
improcedentes os pedidos da inicial, ou subsidiariamente; Que este Órgão Colegiado aponte
quais parâmetros entendem serem mínimos no que tange à observância da LGPD, através de
intimação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados para manifestação, restando dilatado
o prazo de 90 (noventa) dias estabelecido, bem como diminuída a multa imposta de R$
1.000,00 diários” (id. 8d26a52).
Sem razão,
Inicialmente, para fins de delimitação da matéria objeto de
devolução recursal, cabe considerar que apenas parte dos pedidos contidos na
ação coletiva foram acolhidos e que apenas a ré interpôs recurso ordinário, na
parte em que sucumbente. Dessa forma, está preclusa, nos presentes autos, a
discussão pertinente aos pedidos autorais julgados improcedentes.
Quanto às obrigações a que condenada a ré, extrai-se da
sentença que buscam fundamento nos artigos 6º, inciso VII, 41, 46 e 47 da
LGPD, os quais seguem transcritos:

“Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a


boa-fé e os seguintes princípios:
[...]
VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a
proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações
acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou
difusão;”

“Seção II
Do Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais
Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo tratamento de dados
pessoais.
§ 1º A identidade e as informações de contato do encarregado deverão ser
divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva, preferencialmente no
sítio eletrônico do controlador.
§ 2º As atividades do encarregado consistem em:
I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar
esclarecimentos e adotar providências;
II - receber comunicações da autoridade nacional e adotar providências;
III - orientar os funcionários e os contratados da entidade a respeito das
práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados pessoais; e
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo controlador ou
estabelecidas em normas complementares.

Assinado eletronicamente por: ALINE MARIA HOMRICH SCHNEIDER CONZATTI - 06/12/2021 07:25:28 - d1e0f43
https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=21120607253700000000060223734
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. d1e0f43 - Pág. 3
Número do documento: 21120607253700000000060223734
Fls.: 271

Ministério Público do Trabalho


PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO – 4ª REGIÃO

§ 3º A autoridade nacional poderá estabelecer normas complementares


sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusive hipóteses de
dispensa da necessidade de sua indicação, conforme a natureza e o porte
da entidade ou o volume de operações de tratamento de dados.
§ 4º (VETADO).”

“Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança,


técnicas e administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos
não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda,
alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamento inadequado ou
ilícito.
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técnicos mínimos
para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo, considerados a
natureza das informações tratadas, as características específicas do
tratamento e o estado atual da tecnologia, especialmente no caso de dados
pessoais sensíveis, assim como os princípios previstos no caput do art. 6º
desta Lei.
§ 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser observadas
desde a fase de concepção do produto ou do serviço até a sua execução.”

“Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa que intervenha


em uma das fases do tratamento obriga-se a garantir a segurança da
informação prevista nesta Lei em relação aos dados pessoais, mesmo após
o seu término.”

De pronto, afasta-se a alegação de invasão à competência da


ANPD (Agência Nacional de Proteção de Dados) no que tange à fiscalização
do cumprimento daquilo que estabelecido na Lei nº 13.709/18.
A ANPD possui competências diversas, importantes à
efetivação dos direitos fundamentais de liberdade e privacidade e o livre
desenvolvimento da personalidade da pessoa natural, conforme artigo 55-J da
Lei nº 13.709/2018 e detalhamento contido no artigo 2º do Anexo I do Decreto
nº 10.474/2020. Dentre essas competências administrativas, citam-se a de
“fiscalizar e aplicar sanções na hipótese de tratamento de dados realizado em descumprimento
à legislação, mediante processo administrativo que assegure o contraditório, a ampla defesa e
o direito de recurso” (inciso IV); de “apreciar petições de titular contra controlador após a
comprovação pelo titular da apresentação de reclamação ao controlador não solucionada no
prazo estabelecido em regulamentação” (inciso V); de “realizar auditorias ou determinar sua
realização, no âmbito da atividade de fiscalização de que trata o inciso IV e com observância
ao disposto no inciso II, sobre o tratamento de dados pessoais efetuado pelos agentes de
tratamento, incluído o Poder Público” (inciso XVI), de “celebrar, a qualquer momento,
compromisso com agentes de tratamento para eliminar irregularidade, incerteza jurídica ou
situação contenciosa, no âmbito de processos administrativos, de acordo com o previsto no
Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942” (inciso XVII).
Sublinha-se que as sanções administrativas previstas nos
artigos 52 a 54 da LGPD apenas entraram em vigor no dia 1º de agosto de
2021, nos termos do seu artigo 65, inciso I-A, incluído pela Lei nº 14.010/2020.
Não obstante as relevantes atribuições da ANPD, ela não
detém exclusividade no exame de irregularidades à Lei Geral de Proteção de
Dados, podendo eventuais prejudicados recorrer ao Poder Judiciário para que

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este aprecie lesão ou ameaça a direito, na forma do inciso XXXV do artigo 5º


da CRFB.
O Sindicato autor, portanto, possui legitimidade e capacidade
para acionar o Poder Judiciário, a fim de que a ré, sujeita aos ditames da Lei
13.709/2018, seja condenada, se for o caso, a se adequar à legislação. Frisa-
se que o Poder Judiciário atua independentemente da atuação prévia,
concomitante ou posterior da ANPD, porquanto se trata de instâncias
(administrativa e judicial) independentes.
De acordo com o artigo 5º da LGPD, conceituam-se como
controlador a “pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem competem
as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais”; como operador a “pessoa
natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza o tratamento de dados pessoais
em nome do controlador”; e como encarregado a “pessoa indicada pelo controlador e
operador para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os titulares dos dados e a
Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD)”. São agentes de tratamento tanto
o controlador como o operador.
Por sua vez, conceitua-se tratamento como “toda operação
realizada com dados pessoais, como as que se referem a coleta, produção, recepção,
classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão, distribuição, processamento,
arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou controle da informação, modificação,
comunicação, transferência, difusão ou extração” (inciso X do artigo 5º da LGPD).
Para a consecução dos fins estabelecido na LGPS, observar-
se-á, entre outros, o princípio da “segurança”, mediante “utilização de medidas
técnicas e administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de
situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou difusão”
(artigo 6º).
No caso da ré, em razão de se caracterizar como empregadora
dos trabalhadores substituídos, por certo está obrigada por lei a proceder ao
tratamento de dados pessoais destes, inclusive sensíveis, o que faz com
fundamento no inciso II do artigo 7º, bem como na alínea “a” do inciso II do
artigo 11, ambos da LGPD.
Nessa linha, ainda que a ré não necessite do consentimento do
titular (empregado) para o tratamento de seus dados pessoais, o § 6º do artigo
7º da LGPD preceitua que “eventual dispensa da exigência do consentimento não
desobriga os agentes de tratamento das demais obrigações previstas nesta Lei, especialmente
da observância dos princípios gerais e da garantia dos direitos do titular.”
Assim, os dados pessoais dos empregados substituídos,
fornecidos à empregadora ou em poder desta, merecem a devida proteção de
que trata a Lei nº 13.709/2018, o que é decorrência dos direitos da
personalidade, do respeito à privacidade e à autodeterminação informativa,
inclusive de estatura constitucional.
Uma vez vigente a LGPD, cumpre à empregadora se adequar
às providências exigidas pela legislação, porquanto autorizada a proceder ao
tratamento de dados pessoais, inclusive sensíveis, de seus empregados, os
quais merecem proteção, mormente em face da crescente intercomunicação de
dados armazenados em sistemas eletrônicos e conectados em rede.

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Dentre as providências que a LGPD impõe ao controlador,


inclui-se a de indicar encarregado pelo tratamento de dados pessoais,
sendo que a identidade e as informações de contato do encarregado deverão
ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva, preferencialmente no
sítio eletrônico do controlador (artigo 41). Tal providência é importante, já que
se trata do canal de comunicação entre titular dos dados pessoais e
controlador. Conforme acima exposto, as atividades do encarregado consistem
em: I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar
esclarecimentos e adotar providências; II - receber comunicações da
autoridade nacional e adotar providências; III - orientar os funcionários e os
contratados da entidade a respeito das práticas a serem tomadas em relação à
proteção de dados pessoais; e IV - executar as demais atribuições
determinadas pelo controlador ou estabelecidas em normas complementares.
Note-se que, nos termos do § 3º do artigo 41, a autoridade
nacional “poderá” estabelecer normas complementares sobre a definição e as
atribuições do encarregado, inclusive hipóteses de dispensa da necessidade de
sua indicação, conforme a natureza e o porte da entidade ou o volume de
operações de tratamento de dados. Contudo, tal dispositivo legal não conduz à
conclusão de que a ré esteja dispensada de cumprir a obrigação em referência
(indicação de encarregado pelo tratamento de dados pessoais).
Portanto, entende-se que deve ser mantida a sentença
quanto à obrigação de indicar encarregado pelo tratamento de dados
pessoais.
Quanto à obrigação de implementar e comprovar nos autos as
práticas relacionadas à segurança e sigilo de dados, na forma dos artigos 6º,
VII, 46 e 47 da LGPD, trata-se igualmente de simples aplicação de imposição
legal:

“Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança,


técnicas e administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos
não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda,
alteração, comunicação ou qualquer forma de tratamento inadequado ou
ilícito.
§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técnicos mínimos
para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo, considerados a
natureza das informações tratadas, as características específicas do
tratamento e o estado atual da tecnologia, especialmente no caso de dados
pessoais sensíveis, assim como os princípios previstos no caput do art. 6º
desta Lei.
§ 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser observadas
desde a fase de concepção do produto ou do serviço até a sua execução.”

“Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa que intervenha


em uma das fases do tratamento obriga-se a garantir a segurança da
informação prevista nesta Lei em relação aos dados pessoais, mesmo após
o seu término.”

Não é objeto deste processo o estabelecimento, pelo juízo, de


parâmetros atinentes à observância da LGPD, mas a determinação para que a

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ré adote as medidas de segurança, técnicas e administrativas aptas a proteger


os dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou
ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer forma de
tratamento inadequado ou ilícito.
O fato de a autoridade nacional poder dispor sobre padrões
técnicos mínimos para tornar aplicável o disposto acima, “considerados a natureza
das informações tratadas, as características específicas do tratamento e o estado atual da
tecnologia, especialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os princípios
previstos no caput do art. 6º desta Lei”, não torna facultativa a obrigação contida no
caput do artigo 46 da LGPD.
Descabida a intimação da Autoridade Nacional de Proteção de
Dados para intervir no feito, porquanto se trata de faculdade deste órgão “dispor
sobre padrões técnicos mínimos para tornar aplicável o disposto no caput deste artigo”, ou
seja, não é ele obrigado a tanto. De qualquer forma, acaso exercida a
atribuição pela ANPD de dispor sobre os padrões mínimos de medidas de
segurança, cumprirá ao controlador (no caso, à recorrente) a observância da
normativa sobre a matéria.
Pelo exposto, opina-se pela manutenção da sentença
também quanto à obrigação de implementar e comprovar nos autos as
práticas relacionadas à segurança e sigilo de dados, na forma dos artigos
6º, VII, 46 e 47 da LGPD.
As obrigações acima não se confundem com o regime de
responsabilidade e ressarcimento de danos de que tratam os artigos 42 a 45 da
LGPD. Portanto, para fins de manutenção da sentença quanto às obrigações
acima tratadas, é indiferente a comprovação/demonstração de efetivo dano aos
trabalhadores titulares dos dados pessoais.
Antes, tais obrigações, impostas à ré, pretendem a prevenção
da ocorrência de danos (patrimonial, moral, individual ou coletivo) em razão do
exercício de atividade de tratamento de dados pessoais, por violação à
legislação de proteção de dados pessoais. Cabe pontuar, por pertinente, que o
pedido de indenização (danos morais) postulado na origem foi julgado
improcedente e o sindicato autor não recorreu da sentença, pelo que
desnecessários, por ora, maiores esclarecimentos quanto à efetiva ocorrência
de dano aos substituídos.

3.3. Da justiça gratuita


A recorrente pretende a reforma da sentença para que seja o
Sindicato autor condenado ao pagamento de honorários sucumbenciais,
conforme disposto do art. 791-A da CLT; seja o valor da causa pormenorizado,
haja vista não haver qualquer proximidade de procedência em comparação aos
pedidos formulados pelo Sindicato autor; e que seja também indeferido o
benefício da gratuidade de justiça pleiteado pelo Sindicato (id. 8d26a52).
Sem razão.
Há diversas decisões desse egrégio Tribunal Regional do
Trabalho deferindo a assistência judiciária gratuita a sindicatos profissionais

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que atuam como substituto processual dos empregados da categoria


profissional:

“ENTIDADE SINDICAL. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA GRATUITA. É inegável que o sindicato quando atua na
condição de substituto processual possui a função social de representar em
juízo os trabalhadores - hipossuficientes, conforme expressamente
consignado no art. 14 da Lei nº 5.584/70. Indeferir-lhe a concessão do
benefício da assistência judiciária gratuita corresponderia a obstaculizar o
acesso destes trabalhadores ao Poder Judiciário, o que não pode ser
admitido, diante do preceito constitucional do livre acesso à justiça.”
(Processo 0020742-77.2015.5.04.0812 RO, 3ª Turma, Redator Des.
Claudio Antonio Cassou Barbosa, data: 13/07/2017)

“SINDICATO. ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. HONORÁRIOS


ASSISTENCIAIS. A Lei nº 1.060/50 prevê o deferimento da assistência
judiciária gratuita a todo aquele que não tiver condições financeiras de
demandar em Juízo sem dano ao próprio sustento ou se sua família. A
amplitude da substituição processual permite a conclusão de que é
possível a declaração de insuficiência econômica ser firmada pelo
Sindicato autor, em nome dos substituídos.” (Processo 0021335-
65.2015.5.04.0664 RO, 10ª Turma, Redatora Des. Cleusa Regina Halfen,
data 27/01/2017)

Ainda que assim não fosse, em se tratando de ação em que se


busca a tutela de interesses coletivos em sentido amplo, é aplicável ao caso a
Lei nº 8.078/90, cujo artigo 87 preceitua que “não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da
associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas
processuais”. Nesse sentido, ainda, o artigo 18 da Lei nº 7.347/1985 preceitua
que, nas ações civis públicas de que trata a lei, “não haverá adiantamento de custas,
emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da
associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas
processuais”.
Preconiza-se, assim, o desprovimento do recurso no ponto.

3.4. Dos demais pontos controvertidos


Quanto aos demais pontos objeto de controvérsia, restringe-se
o Ministério Público do Trabalho a se pronunciar pelo prosseguimento do feito,
na forma da lei, ressalvada manifestação posterior, caso se entenda
necessária, nos termos do artigo 83, II e VII, da Lei Complementar nº 75, de 20-
05-1993.

4. CONCLUSÃO
Diante do exposto, o Ministério Público do Trabalho opina pelo
conhecimento do recurso ordinário e, no limite do apreciado, pelo seu
desprovimento, nos termos da fundamentação.

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. d1e0f43 - Pág. 8
Número do documento: 21120607253700000000060223734
Fls.: 276

Ministério Público do Trabalho


PROCURADORIA REGIONAL DO TRABALHO – 4ª REGIÃO

Porto Alegre, 06 de dezembro de 2021

Aline Maria Homrich Schneider Conzatti


Procuradora Regional do Trabalho

Assinado eletronicamente por: ALINE MARIA HOMRICH SCHNEIDER CONZATTI - 06/12/2021 07:25:28 - d1e0f43
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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. d1e0f43 - Pág. 9
Número do documento: 21120607253700000000060223734
Fls.: 277

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
11ª TURMA
Relatora: VANIA MARIA CUNHA MATTOS
ROT 0020043-80.2021.5.04.0261
RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE
DO CAI LTDA
RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

Certifico que, em sessão virtual iniciada em 20/04, as 00h, em


razão da inscrição para sustentação oral, na forma da RA nº 09/2018 e, ainda, seguindo
recomendação da Portaria Conjunta nº 1.268 de 20/03/2020, baixada pela Presidência
e pela Corregedoria-Regional deste Eg. TRT da 4ª Região. foi o julgamento do presente
processo adiado para a sessão ordinária mista (presencial e telepresencial por
videoconferência - observado o art. 3º da RA 08/2018) do dia 02/06/2022, às 14 horas.
Assegurada a sustentação oral.

PORTO ALEGRE/RS, 29 de abril de 2022.

PAULO EDUARDO VIEIRA CORREA


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: PAULO EDUARDO VIEIRA CORREA - Juntado em: 29/04/2022 16:38:58 - 4006056
Certificado por TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4 REGIAO:02520619000152
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/22042916385275200000063386627?instancia=2
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 22042916385275200000063386627
Fls.: 278

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
11ª TURMA
Relatora: VANIA MARIA CUNHA MATTOS
ROT 0020043-80.2021.5.04.0261
RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE
DO CAI LTDA
RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

Certifico que, de ordem da Exma. Desa. Flávia Lorena Pacheco,


Presidente da 11ª Turma, o julgamento do presente processo foi adiado para a sessão
ordinária mista (presencial e telepresencial) do dia 07/07/2022, às 14
horas. Assegurada(s) a(s) sustentação(ões) oral (is).

PORTO ALEGRE/RS, 23 de maio de 2022.

PAULO EDUARDO VIEIRA CORREA


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: PAULO EDUARDO VIEIRA CORREA - Juntado em: 23/05/2022 17:16:05 - 004976c
Certificado por TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4 REGIAO:02520619000152
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/22052317155976600000064168025?instancia=2
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 22052317155976600000064168025
Fls.: 279

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
11ª Turma
Identificação
PROCESSO nº 0020043-80.2021.5.04.0261 (ROT)
RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA
RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RELATOR: VANIA MARIA CUNHA MATTOS

EMENTA

JUSTIÇA GRATUITA. SINDICATO. SUBSTITUTO PROCESSUAL

O Sindicato que atua na condição de substituto processual faz jus à concessão do benefício da Justiça
gratuita, por não pretender direito próprio, mas dos substituídos

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.

ACORDAM os Magistrados integrantes da 11ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª


Região: por unanimidade de votos, DAR PROVIMENTO PARCIAL AO RECURSO DA RÉ para
absolvê-la integralmente da condenação imposta. Deixa-se de reverter o ônus do pagamento das custas
do processo ao autor, por indevidas, na forma dos artigos 18 da Lei nº 7.347/1985 e 87 do Cód. de Defesa
do Consumidor.

Intime-se.

Porto Alegre, 07 de julho de 2022 (quinta-feira).

RELATÓRIO

Foi prolatada a sentença (id 01bf095 - Pág. 2 e id 4cf9ade - Pág. 1).

Assinado eletronicamente por: VANIA MARIA CUNHA MATTOS - 08/07/2022 17:17:37 - fec8d9b
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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. fec8d9b - Pág. 1
Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 280

A ré interpõe recurso ordinário (id 8d26a52 - Pág. 1) e renova a tese de ilegitimidade de parte, efeito
suspensivo, segredo de justiça, lei de proteção de dados, Justiça gratuita, custas, valor da causa e
honorários.

Há contrarrazões do autor (id 80f67fb - Pág. 1).

Juntados documentos. Encaminhado o processo ao MPT, fl.202.

Em 06.DEZ.2021, o MP do Trabalho exara parecer, fls.269-277 e opina pelo conhecimento e


desprovimento ao recurso.

Conclusos para julgamento.

É o relatório.

FUNDAMENTAÇÃO

1.RECURSO DA RÉ

1. LEGITIMIDADE DE PARTE

A sentença reconhece a legitimidade ativa do autor, Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de
Alimentação de Montenegro, com fundamento no artigo 8º, III, da Constituição Federal.

A ré renova a alegação de ilegitimidade ativa do autor para ajuizar a ação, porque a pretensão não se
relaciona a direito individual homogêneo, nos termos do artigo 81 do Código de Processo Civil e por
inexistência de dano ou irregularidade. Impugna a legitimidade ampla e irrestrita do autor para atuar
como substituto processual, mesmo que tenha havido a publicação de dois editais, não houve expressa
manifestação dos substituídos e invoca o artigo 5º, XXI, da Constituição Federal.

Na inicial, o autor alega que a ré impõe risco à intimidade e vida privada dos substituídos por
descumprimento das obrigações definidas na Lei nº 13.709/2018 - Lei Geral de Proteção de Dados, por
realizar operações de tratamento de dados pessoais dos substituídos, com compartilhamento com
terceiros, sem as medidas de segurança técnicas e administrativas, com violação ao disposto no artigo 46
da referida lei. E, ainda, há violação ao artigo 41, por omissão quanto à indicação do encarregado pelos
dados pessoais, havendo violação ao artigo 5º, X e XII, da Constituição Federal face ao armazenamento e
compartilhamento dos dados pessoais dos substituídos de forma irregular.

Assinado eletronicamente por: VANIA MARIA CUNHA MATTOS - 08/07/2022 17:17:37 - fec8d9b
https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22020715035936100000060991118
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. fec8d9b - Pág. 2
Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 281

Requer a condenação da ré ao cumprimento das obrigações de fazer direcionadas ao cumprimento dos


termos da Lei nº 13.709/2018 e pagamento da indenização por danos morais.

A legitimidade do sindicato na defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria está
definida no artigo 8º, III, da Constituição Federal:

Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:

(...)

III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da


categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas;

De acordo com o artigo 5º da Lei nº 13.709/2018 e em razão da relação de trabalho, o empregado é titular
dos direitos previstos na referida norma, atuando o empregador como controlador e, portanto, destinatário
dos deveres garantidores da proteção aos dados pessoais coletados e compartilhados. O referido
dispositivo legal estabelece :

Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:

I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável;

II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção
religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso,
filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou
biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural;

(...)

V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de
tratamento;

VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem


competem as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais;

VII - operador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, que realiza o
tratamento de dados pessoais em nome do controlador;

VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e operador para atuar como canal
de comunicação entre o controlador, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de
Proteção de Dados (ANPD);

(...)

X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, como as que se referem a
coleta, produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão,
distribuição, processamento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, difusão ou extração;

(...)

Assinado eletronicamente por: VANIA MARIA CUNHA MATTOS - 08/07/2022 17:17:37 - fec8d9b
https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22020715035936100000060991118
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. fec8d9b - Pág. 3
Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 282

XIX - autoridade nacional: órgão da administração pública responsável por zelar,


implementar e fiscalizar o cumprimento desta Lei em todo o território nacional.

O direito à proteção dos dos dados pessoais, objeto de tratamento pelo empregador, tem natureza
coletiva, na forma do artigo 81 do Código de Defesa do Consumidor, o que possibilita a atuação da
entidade sindical para a sua defesa. O parecer do Ministério Público do Trabalho (id. d1e0f43 - Pág. 1) é
nestes termos:

No caso, a entidade sindical defende o interesse coletivo e individual homogêneo do


grupo dos empregados da ré, especificamente o direito objeto de proteção pela Lei nº
13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais - LGPD).

Conforme manifestação do Ministério Público do Trabalho em primeira instância, a


presente ação contém pretensões tanto de tutela inibitória quanto ressarcitória, de forma
que "o presente processo se trata de uma Ação Civil Pública cumulada com Ação Civil
Coletiva" (id. 8835b31). De qualquer forma, não existe qualquer óbice legal a que se
cumulem numa mesma demanda coletiva pretensões próprias de Ação Civil Pública e de
Ação Civil Coletiva, até mesmo porque a entidade sindical possui legitimidade para
ambas (artigo 5º, inciso V, da Lei nº 7.347 e artigo 82, inciso IV, da Lei nº 8.078) e o
procedimento pode ser compatibilizado, o que de fato foi, inclusive com a publicação dos
editais previstos no CDC (artigo 94). Conclui-se, nesses termos, estar-se diante de
instrumento processual adequado para a tutela dos interesses coletivos dos
trabalhadores.

Ademais, o posicionamento pacificado no TST, na linha do Supremo Tribunal Federal, é


o de que as entidades sindicais profissionais detêm amplo espectro de atuação na defesa
dos interesses das respectivas categorias, possuindo legitimidade para atuar como
substitutas em processos cujas controvérsias recaiam sobre direitos coletivos, individuais
homogêneos ou, ainda, subjetivos específicos, não havendo falar em necessidade de
autorização expressa ou de juntada de rol de substituídos como condição de
procedibilidade da reclamação (TST, Ag-AIRR - 11118-26.2014.5.18.0011, Rel. Min.
Alexandre de Souza Agra Belmonte, j. em 03-04-2019, 3ª Turma, Data de Publicação:
DEJT 05/04/2019).

Conforme exposto, a legitimação do sindicato é ampla em favor da categoria


profissional. Descabe, portanto, estabelecer restrição à prerrogativa sindical
estabelecida na CRFB.

Opina-se, assim, pelo desprovimento do apelo no ponto.

Trata-se de legitimidade que não depende de autorização expressa dos interessados e o requisito de
publicação dos editais, na forma do artigo 94 da Lei nº 8.078/1990, foi observado pelo demandante.

Em contraposição às alegações da recorrente, a controvérsia relativa ao dano ou efetiva irregularidade


está vinculada ao mérito, sem relação com os pressupostos processuais.

Assim, nego provimento ao recurso ordinário.

2. OBRIGAÇÕES DA LEI GERAL DE PROTEÇÃO DE DADOS

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. fec8d9b - Pág. 4
Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 283

A ré visa a exclusão da condenação por não haver relato de qualquer dano ou "vazamento de dados"
capaz de configurar o pagamento de indenização, representando a condenação em clara violação da
competência da Agência Nacional de Proteção de Dados - ANPD quanto à fiscalização do cumprimento
das obrigações definidas na Lei nº 13.709/18 (Lei Geral de Proteção de Dados - LGPD). Aduz ainda, que
não há pretensão de fiscalização do tratamento de dados a se realizado no local de trabalho e porque
sempre cumpriu o que determinam os artigos 41 a 48 da CLT.

Informa que apenas coleta dados de seus empregados para efeito do registro legal, conforme autoriza o
artigo 7º, II, da LGPD, sem a comercialização, compartilhamento indevido ou permissão de acesso a
terceiros. E tem por inviável o cumprimento da condenação por ausente definição de padrões técnicos
mínimos exigidos no artigo 46, §1º, da LGPD. E, ainda, que atua para executar cronograma de
implementação de medidas de governança em segurança e informação e privacidade e não se opõe à
adoção das medidas determinadas, desde que definidos parâmetros para o cumprimento das obrigações.
Apresenta cronograma de plano de ação para a implementação da LGPD e requer a exclusão da
condenação imposta.

Em ordem sucessiva, visa a notificação da Autoridade Nacional de Proteção de dados para manifestação
e definição dos parâmetros para cumprimento dos deveres previstos na LGPD, com a dilação do prazo
para 90 (noventa) dias e redução da multa diária.

A sentença com base no fato que a ré não junta qualquer documento que demonstre a implementação das
obrigações definidas na LGPD e a sua implementação, ressalvadas as exceções expressamente definidas
que não depende de regulamentação em razão da eficácia escalonada, determina seja nominado o
encarregado, na forma do artigo 41 da LGPD. E, ainda, que os artigos 46 e seguintes determinam que os
agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança, técnicas e administrativas aptas à proteção
dos dados, o que não foi comprovado pela ré.

Foram deferidos parcialmente os pedidos 16, 17 e 18, com a determinação que a ré implemente e
comprove nos autos as práticas relacionadas à segurança e sigilo de dados, na forma dos arts. 6º, VII,
46 e 47 da LGPD e a tutela inibitória foi definida na sentença :

Ante o exposto, nos termos da fundamentação, rejeito a preliminar lançada pelas


reclamadas e, no mérito JULGO PROCEDENTE EM PARTE a ação movida por SIND
TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO contra COOPERATIVA DOS
CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI para reconhecer parcialmente a
inadequação LTDA, à Lei Geral de Proteção de Dados e condenar a reclamada nas
seguintes obrigações, conforme os termos da fundamentação supra e observada a
liquidação pelo procedimento comum, conforme art. 509, II, do CPC:

1. determinar que a empresa indique e nomine encarregado;

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. fec8d9b - Pág. 5
Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 284

2. que a reclamada implemente e comprove nos autos as práticas relacionadas à


segurança e sigilo de dados; sob pena de multa a ser fixada;

3. comprovar nos autos o cumprimento das obrigações impostas, no prazo de 90


(noventa) dias, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00.

A Lei nº 13.709/1918 incide sobre qualquer operação de tratamento de dados, nos seguintes termos
(artigo 3º):

Art. 3º Esta Lei aplica-se a qualquer operação de tratamento realizada por pessoa
natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, independentemente do
meio, do país de sua sede ou do país onde estejam localizados os dados, desde que:

I - a operação de tratamento seja realizada no território nacional;

II - a atividade de tratamento tenha por objetivo a oferta ou o fornecimento de bens ou


serviços ou o tratamento de dados de indivíduos localizados no território nacional; ou

III - os dados pessoais objeto do tratamento tenham sido coletados no território nacional.

A norma ainda define dado pessoal, titular, controlador e tratamento - (artigo 5º):

Art. 5º Para os fins desta Lei, considera-se:

I - dado pessoal: informação relacionada a pessoa natural identificada ou identificável;

II - dado pessoal sensível: dado pessoal sobre origem racial ou étnica, convicção
religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso,
filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou
biométrico, quando vinculado a uma pessoa natural;

(...)

V - titular: pessoa natural a quem se referem os dados pessoais que são objeto de
tratamento;

VI - controlador: pessoa natural ou jurídica, de direito público ou privado, a quem


competem as decisões referentes ao tratamento de dados pessoais;

(...)

X - tratamento: toda operação realizada com dados pessoais, como as que se referem a
coleta, produção, recepção, classificação, utilização, acesso, reprodução, transmissão,
distribuição, processamento, arquivamento, armazenamento, eliminação, avaliação ou
controle da informação, modificação, comunicação, transferência, difusão ou extração;

A norma visa assegurar os direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento


da personalidade da pessoa natural, o que repercute diretamente no âmbito da relação de trabalho, por

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. fec8d9b - Pág. 6
Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 285

ser o empregador detentor (realiza o tratamento) de diversos dados pessoais de seus empregados, o que
impõe o dever de proteção com critérios técnicos definidos expressamente na norma, sob pena de
responsabilidade civil pelos danos causados.

A normatização do artigo 7º, II, da referida norma autoriza a ré a realizar o tratamento de dados, com as
obrigações direcionadas à proteção da liberdade e privacidade dos titulares.

Em contraposição à equivocada afirmação do recurso, a condenação à obrigação de fazer independe da


comprovação do dano por ser pretensão de natureza distinta.

O dano configura pressuposto na área da responsabilidade civil e eventual condenação ao pagamento de


indenização (obrigação de pagar), sem que haja necessariamente condenação ao cumprimento do dever
legal ou contratual (obrigação de fazer).

A incompleta compreensão sobre institutos jurídicos fundamentais no Direito das Obrigações reflete na
tese recursal distante da melhor técnica jurídica, que pressupõe haver ação tão-somente para garantia de
obrigações de dar (indenizações), com exclusão do Poder Judiciário de tutela inibitória direcionada ao
cumprimento de obrigações de fazer.

A atribuição da fiscalização a Órgão do Poder Executivo se insere no âmbito do poder de polícia da


Administração Pública, sem qualquer efeito sobre a esfera judicial.

A tese da ré, de ter havido violação de competência da ANDP (sic), colide com preceito constitucional
basilar de qualquer Estado Democrático de Direito, previsto no artigo 5º, XXXV, da Constituição
Federal: XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.

Indicação e Nomeação de Encarregado.

A indicação de encarregado está expressamente prevista no artigo 41 da Lei nº 13.709/18 :

Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo tratamento de dados pessoais.

§ 1º A identidade e as informações de contato do encarregado deverão ser divulgadas


publicamente, de forma clara e objetiva, preferencialmente no sítio eletrônico do
controlador.

O encarregado está definido no artigo 5º, VIII, da norma:

VIII - encarregado: pessoa indicada pelo controlador e operador para atuar como canal
de comunicação entre o controlador, os titulares dos dados e a Autoridade Nacional de
Proteção de Dados (ANPD);

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. fec8d9b - Pág. 7
Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 286

Trata-se a condenação em obrigação de fazer que dispensa regulamentação ou definição de parâmetros


para o seu cumprimento, visto que a ausência do encarregado, indicado de forma pública, representa
obstáculo à comunicação e transparência sobre o tratamento implementado pelo controlador.

O parecer do Ministério Público do Trabalho (id d1e0f43 - Pág. 6) tem o mesmo conteúdo:

Dentre as providências que a LGPD impõe ao controlador, inclui-se a de indicar


encarregado pelo tratamento de dados pessoais, sendo que a identidade e as informaçõe
s de contato do encarregado deverão ser divulgadas publicamente, de forma clara e
objetiva, preferencialmente no sítio eletrônico do controlador (artigo 41). Tal
providência é importante, já que se trata do canal de comunicação entre titular dos
dados pessoais e controlador. Conforme acima exposto, as atividades do encarregado
consistem em: I - aceitar reclamações e comunicações dos titulares, prestar
esclarecimentos e adotar providências; II - receber comunicações da autoridade
nacional e adotar providências; III - orientar os funcionários e os contratados da
entidade a respeito das práticas a serem tomadas em relação à proteção de dados
pessoais; e IV - executar as demais atribuições determinadas pelo controlador ou
estabelecidas em normas complementares.

Note-se que, nos termos do § 3º do artigo 41, a autoridade nacional "poderá" estabelecer
normas complementares sobre a definição e as atribuições do encarregado, inclusive
hipóteses de dispensa da necessidade de sua indicação, conforme a natureza e o porte da
entidade ou o volume de operações de tratamento de dados. Contudo, tal dispositivo
legal não conduz à conclusão de que a ré esteja dispensada de cumprir a obrigação em
referência (indicação de encarregado pelo tratamento de dados pessoais).

Portanto, entende-se que deve ser mantida a sentença quanto à obrigação de indicar
encarregado pelo tratamento de dados pessoais.

Concerne ao empregador o dever de estabelecer nos termos da lei, a regular comunicação entre aquele
que realiza a operação de dados pessoais, titulares e o órgão fiscalizador, fundamento suficiente para a
condenação imposta.

No entanto, não há pretensão para que a ré cumpra a obrigação de indicar um encarregado, visto que a
inicial formula o pedido : para que a ré informe os dados pessoais do encarregado, em 24 horas, nos
seguintes termos: 1. Informar os dados e o contato de seu encarregado, com indicação dos comprovantes
de aptidão do indicado; (...)

Trata-se de pretensão direcionada exclusivamente para, no caso de omissão da ré, fundamentar os


pedidos subsequentes, dentre esses de natureza declaratória - desconformidade com a Lei nº 13.709
/1918 - item VI) e outros, com natureza condenatória - indenização por danos morais - VII; e penalidades
- VIII.

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. fec8d9b - Pág. 8
Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 287

Ao determinar à ré a indicação e que esta nomine um encarregado, mesmo que com base em expressa
previsão legal, a sentença extrapola os limites estritos da lide e concede tutela diversa da pretensão
formulada pelo autor.

Segurança e Sigilo de Dados

A norma expressamente prevê a obrigação de adoção de medidas técnicas e administrativas para que haja
proteção dos dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou de tratamento
inadequado ou ilícito, com base nos arts.6º, 46 e 47, verbis :

Art. 6º As atividades de tratamento de dados pessoais deverão observar a boa-fé e os


seguintes princípios:

(...)

VII - segurança: utilização de medidas técnicas e administrativas aptas a proteger os


dados pessoais de acessos não autorizados e de situações acidentais ou ilícitas de
destruição, perda, alteração, comunicação ou difusão;

(...)

Art. 46. Os agentes de tratamento devem adotar medidas de segurança, técnicas e


administrativas aptas a proteger os dados pessoais de acessos não autorizados e de
situações acidentais ou ilícitas de destruição, perda, alteração, comunicação ou qualquer
forma de tratamento inadequado ou ilícito.

§ 1º A autoridade nacional poderá dispor sobre padrões técnicos mínimos para tornar
aplicável o disposto no caput deste artigo, considerados a natureza das informações
tratadas, as características específicas do tratamento e o estado atual da tecnologia,
especialmente no caso de dados pessoais sensíveis, assim como os princípios previstos no
caput do art. 6º desta Lei.

§ 2º As medidas de que trata o caput deste artigo deverão ser observadas desde a fase de
concepção do produto ou do serviço até a sua execução.

Art. 47. Os agentes de tratamento ou qualquer outra pessoa que intervenha em uma das
fases do tratamento obriga-se a garantir a segurança da informação prevista nesta Lei
em relação aos dados pessoais, mesmo após o seu término.

Em contraposição às alegações da recorrente, a ausência de padrões mínimos dessas medidas não a


dispensa do dever legal sobre a segurança e sigilo dos dados pessoais de seus empregados, porque a
indicação e comprovação das medidas técnicas e administrativas devem estar direcionadas ao
cumprimento destes objetivos.

No entanto, por igual, não há pedido para implementação e comprovação de novas medidas de
segurança na inicial. Os pedidos de 16 a 18 igualmente se referem à prestação de informações :

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. fec8d9b - Pág. 9
Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 288

16. Indique as medidas de mitigação em curso nessa empresa para a proteção dos dados
pessoais, tais como criptografia dos dados pessoais; estratégias de minimização de
dados; anonimização ou pseudonimização; e/ou outras medidas adotadas;

17. Indique as políticas e padrões de informações adotadas pela empresa em relação à


proteção dos dados pessoais, bem como informações sobre aderência às normas de
segurança das informações e, mais especificamente, suas práticas em relação ao
seguinte:

17.a: informe se a empresa fez backup dos dados pessoais, onde estão armazenados e
como estão protegidos, incluindo as camadas de proteção de dados pessoais contra
perda ou roubo e se isso inclui criptografia.

17.b: informe as tecnologias e aparatos em meio físico e eletrônico que permitam, com
certeza razoável, saber se os dados pessoais foram ou não divulgados, incluindo, dentre
outros aspectos, os seguintes:

- Sistemas de detecção de invasão;

- Tecnologias de firewall;

- Tecnologias de acesso e gerenciamento de identidades;

- Auditoria de banco de dados e/ou ferramentas de segurança; e/ou

- Ferramentas de análise comportamental, ferramentas de análise de log ou ferramentas


de auditoria;

18. Quais tecnologias ou procedimentos a empresa Ré adota para garantir que os


indivíduos em sua organização sejam monitorados no que se refere à divulgação
deliberada ou inadvertida de dados pessoais para fora da empresa (por e-mail, webmail
ou mensagens instantâneas ou outros);

Tratam-se de pretensões direcionadas exclusivamente para, em caso de omissão da ré ou indicação


de informações consideradas insuficientes, fundamentar os pedidos subsequentes, um de natureza
declaratória - desconformidade com a Lei nº 13.709/18 - item VI - e, outros condenatórios - indenização
por danos morais - VII; e penalidades - VIII).

Conclusão.

O teor da inicial não deixa a menor dúvida que a pretensão do sindicato autor em nada é direcionada ao
cumprimento das normas de proteção de dados, mas apenas a eventual indenização com base em mera
declaração do não cumprimento pela ré das obrigações legais, com finalidade pecuniária e não preventiva.

Os pedidos de 1 a 19 (id 9f0bda9 - Pág. 16) têm por objeto a obrigação de prestar informações e
não o cumprimento dos deveres da norma.

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Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 289

O autor, que deveria zelar pelos interesses dos substituídos, deveria indicar obrigação descumprida pela
ré, que efetivamente coloque em risco a privacidade e liberdade dos titulares dos dados pessoais, em vez
disso, opta por elencar pedidos de informações não relacionadas a fatos concretos, com escopo único
de demonstrar eventual desconformidade da ré com a LGPD e receber indenização por danos morais.

A tutela inibitória (obrigação de fazer) concedida na sentença não se insere nos limites do pedido e nem
a eles se equipara para efeitos de alcançar o objetivo monetário da ação ajuizada pelo sindicato autor.

A condenação deve ser integralmente excluída por ter havido condenação totalmente estranha ao objeto
da lide. Incabível a reforma parcial para a adequação da condenação ao pedido ante a relação direta com
as pretensões condenatórias indeferidas na sentença, não impugnada pelo autor.

Assim, dou provimento ao recurso ordinário da ré para absolvê-la integralmente da condenação imposta.

3. GRATUIDADE DA JUSTIÇA

A recorrente alega que apenas três dos trinta e nove pedidos foram acolhidos e não há comprovação da
insuficiência financeira do autor capaz de justificar a concessão do benefício da Justiça Gratuita. E, que
há omissão da sentença quanto ao pedido de condenação do autor ao pagamento de honorários de
advogado e equivocado valor da causa por elevado.

Objetiva o pagamento de honorários da sucumbência e a exclusão do benefício da Justiça gratuita.

Esta Turma Julgadora adota posicionamento favorável à concessão do benefício da Justiça gratuita ao
Sindicato, com fundamento no art. 790, §3º da CLT, nas hipóteses em que sua atuação seja na condição
de substituto processual, por não pleitear direito próprio, mas dos substituídos.

No caso, incidem os artigos 18 da Lei nº 7.347/1985 e 87 do Cód. de Defesa do Consumidor, de forma


que não se cogita de condenação do Sindicato autor em custas e honorários de sucumbência. Nesse
sentido:

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL COLETIVA. RECOLHIMENTO DE


CUSTAS. I - A despeito do nomen juris indicado na exordial - "RECLAMAÇÃO
TRABALHISTA" - a ação voltada à tutela de direitos individuais homogêneos, a rigor,
constitui uma Ação Civil Coletiva. II - Tratando-se de Ação Civil Coletiva, salvo na
hipótese de má-fé, não há condenação do sindicado-autor em honorários advocatícios,
custas e despesas processuais, à luz do que expressamente disciplina o art. 87 do CDC.
III - Agravo de instrumento provido para determinar o processamento do recurso
ordinário interposto. (TRT da 4ª Região, 11ª Turma, 0020743-31.2017.5.04.0541 ROT,
em 11/07/2019, Desembargador Roger Ballejo Villarinho)

Recurso desprovido.

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Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 290

3. PREQUESTIONAMENTO

Tenho como prequestionados todos os dispositivos legais e constitucionais invocados para que não haja
interposição de embargos de declaração meramente protelatórios.

Os embargos de declaração também não se destinam à reapreciação de prova, rejulgamentos ou mesmo


exercícios interpretativos.

Neste sentido, a doutrina:

Os embargos de declaração não podem ser utilizados como meio de reexame da causa,
ou como forma de consulta ou questionário quanto a procedimentos futuros. O juiz não é
obrigado a rebater todos os argumentos trazidos pela parte, bastando apenas decidir
fundamentadamente, ainda que se utilize apenas de um fundamento jurídico. O mesmo
ocorre em relação a questões novas que anteriormente não foram ventiladas ("in"
Direito Processual do Trabalho, Sérgio Pinto Martins, Atlas, São Paulo, 2000, 13ª
edição, p. 421).

No mesmo sentido, a Orientação Jurisprudencial Nº 118 da SDI-1 do C. TST, in verbis:

PREQUESTIONAMENTO. TESE EXPLÍCITA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA Nº


297.

Havendo tese explícita sobre a matéria, na decisão recorrida, desnecessário contenha


nela referência expressa do dispositivo legal para ter-se como prequestionado este.

Fica expressamente definido que a interposição de embargos de declaração fora das estritas
hipóteses do artigo 1.022, em seus incisos e parágrafo único, do Código de Processo Civil, de intuito
meramente protelatório, acarretará, além da multa prevista no artigo 1.026, § 2º, do mesmo
diploma legal, as penalidades de litigância de má-fé, com base no artigo 77, em seus incisos e
parágrafos, do Código de Processo Civil.

VANIA MARIA CUNHA MATTOS


Relator

VOTOS

PARTICIPARAM DO JULGAMENTO:

DESEMBARGADORA VANIA MATTOS (RELATORA)

DESEMBARGADORA MARIA SILVANA ROTTA TEDESCO

DESEMBARGADORA FLÁVIA LORENA PACHECO

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Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 291

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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. fec8d9b - Pág. 13
Número do documento: 22020715035936100000060991118
Fls.: 292

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
11ª TURMA
Relatora: VANIA MARIA CUNHA MATTOS
ROT 0020043-80.2021.5.04.0261
RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE
DO CAI LTDA
RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

INTIMAÇÃO

DESTINATÁRIO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

[11ª Turma] Ficam as partes intimadas do acórdão proferido no presente processo


(Artigo 17 da Resolução CSJT nº 185/2017 c/c Lei nº 13.467/2017). Acesso ao sistema PJe-
JT - 2º grau: http://pje.trt4.jus.br/segundograu.

PORTO ALEGRE/RS, 11 de julho de 2022.

ROSELI COELHO FOSSARI


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ROSELI COELHO FOSSARI - Juntado em: 11/07/2022 14:06:55 - 0a04cc5
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/22071114065264800000065780722?instancia=2
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 22071114065264800000065780722
Fls.: 293

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
11ª TURMA
Relatora: VANIA MARIA CUNHA MATTOS
ROT 0020043-80.2021.5.04.0261
RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE
DO CAI LTDA
RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

INTIMAÇÃO

DESTINATÁRIO: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA

[11ª Turma] Ficam as partes intimadas do acórdão proferido no presente processo


(Artigo 17 da Resolução CSJT nº 185/2017 c/c Lei nº 13.467/2017). Acesso ao sistema PJe-
JT - 2º grau: http://pje.trt4.jus.br/segundograu.

PORTO ALEGRE/RS, 11 de julho de 2022.

ROSELI COELHO FOSSARI


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ROSELI COELHO FOSSARI - Juntado em: 11/07/2022 14:06:55 - 6b67c0a
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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 22071114065257900000065780721
Fls.: 294

EGRÉGIO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

PORTO ALEGRE, RS

PROCESSO nº 0020043-80.2021.5.04.0261 (ROT)

RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO


VALE DO CAI LTDA

RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE


MONTENEGRO

RELATOR: DESEMBARGADORA VANIA MARIA CUNHA MATTOS

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Eminente Relator:

O SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDUSTRIAS


DE ALIMENTAÇÃO DE MONTENEGRO, na condição de
substituto processual dos trabalhadores da categoria
profissional dos, por intermédio do advogado que firma os
presentes, na tutela de direitos fundamentais dos
trabalhadores congregados pela entidade demandante, vem,
à presença de Vossa Excelência, interpor,

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

em face do R. Acórdão referido, nos seguintes termos:

Com efeito, trata-se de demanda coletiva ajuizada pelo


embargante, que foi julgada parcialmente procedente na origem.

Inconformada, a ré interpôs recurso ordinário, julgado por


esse Colegiado, no V. Acórdão ora embargado, o qual, com a devida vênia,
apresenta as seguintes máculas, as quais, nos termos do art. 897 – A da
CLT, e do art. 1022 do Código de Processo Civil, notadamente pelos incisos

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 18/07/2022 21:19:39 - 4e0dd0e


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4e0dd0e - Pág. 1
Número do documento: 22071821190389600000066041054
Fls.: 295

I, II e III, nos seguintes termos, os quais ostentam potenciais efeitos


infringentes em decorrência do provimento que deverá ser dado ao recurso,
razão pela qual, desde já, entende-se que deve ser dada vista dos autos à
parte contrária, bem como suscitada manifestação ao sempre operoso
MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO que oficia no feito:

1. DA OMISSÃO RELATIVA AO RECONHECIMENTO DO


PEDIDO PELA RECLAMADA

Eminente Relator, palmilhando-se os autos, tem-se


que o reclamante esgrimiu nas contrarrazões recursais, o evidente
reconhecimento do pedido pela reclamada, nos seguintes termos:
“Imperioso destacar que a Recorrente já indicou um
Encarregado e está realizando a execução de um
cronograma para o estabelecimento de sua governança
em segurança da informação e provacidade NÃO
HAVENDO IRRESIGNAÇÃO QUANTO A
NECESSIDADE DE TOMAR TAIS MEDIDAS (...)”
De pronto cumpre referir, portanto, que a própria recorrente
confessa as omissões ao cumprimento de obrigações legais em relação aos
fatos narrados na exordial, a ponto de que, ainda de modo tímido, refere que
já teria indicado o Encarregado pelo Tratamento de Dados Pessoais
(mantendo, contudo o sigilo quanto ao nome e ao contato do referido
profissional), bem como diz estar implementando plano de adequação.

Isso, de certa forma, além de representar confissão, traz certo


conforto aos titulares dos dados pessoais tratados pela recorrente, na
esperança de que seus dados pessoais sejam tratados, ainda que no futuro,
e forma adequada, e evidencia a absoluta pertinência da demanda e o
atingimento do principal objetivo do feito, qual seja o de que a
recorrente passe a tratar dados pessoais de forma adequada e correta.

Todavia, da leitura do V Acórdão ora embargado, não


se percebe nenhuma referência ao fato de que a reclamada, em postura

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 18/07/2022 21:19:39 - 4e0dd0e


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4e0dd0e - Pág. 2
Número do documento: 22071821190389600000066041054
Fls.: 296

evidentemente conflitante, seja na origem com a vontade de contestar o


feito, seja com o próprio manejo do Recurso Ordinário em tela, JÁ
CUMPRIU, QUASE QUE NA INTEGRALIDADE, AS DETERMINAÇÕES DA
SENTENÇA, adotando praticamente todas as medidas determinadas na
sentença, E APÓS, TANTO O AJUIZAMENTO DA DEMANDA QUANTO ÀS
DETERMINAÇÕES DO MM JUÍZO DA ORIGEM.

Vale referir, também, que as próprias razões


recursais reconhecem as obrigações impostas na sentença, o que, reitera-
se, revela-se contraditório com a vontade de recorrer, como se percebe, sem
qualquer dúvidas pela leitura do item “5.3 Do Plano de Ação”, fls. 176 e
seguintes, iniciado, como afirmado pela própria reclamada, em 21 de
julho de 2021:

Assim, cumpre que esse Colendo Colegiado


manifeste-se sobre a argumentação do ora embargante, que também se
configura em matéria que deve ser conhecida de ofício pelo Colendo Órgão
Julgador, e deduzida nas contrarrazões, de que a reclamada reconheceu o

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Número do documento: 22071821190389600000066041054
Fls.: 297

pedido, adotando postura absolutamente contrária ao interesse de


recorrer, devendo, pois, tal omissão ser sanada por esse augusto Colegiado.

2.DA CONTRADIÇÃO PRESENTE NO V. JULGADO:

Da leitura do culto Acórdão objurgado, tem-se trecho em que


restou reconhecido que :

(...) “concerne ao empregador o dever de estabelecer


nos termos da lei, a regular comunicação entre aquele
que realiza a operação de dados pessoais, titulares e o
órgão fiscalizador, fundamento suficiente para a
condenação imposta”.

Em seguida, o Culto Voto do Eminente Relator, consigna


que:

“Em contraposição à equivocada afirmação do recurso,


a condenação à obrigação de fazer independe da
comprovação do dano por ser pretensão de natureza
distinta. O dano configura pressuposto na área da
responsabilidade civil e eventual condenação ao
pagamento de indenização (obrigação de pagar), sem
que haja necessariamente condenação ao cumprimento
do dever legal ou contratual (obrigação de fazer). A
incompleta compreensão sobre institutos jurídicos
fundamentais no Direito das Obrigações reflete na tese
recursal distante da melhor técnica jurídica, que
pressupõe haver ação tão-somente para garantia de
obrigações de dar (indenizações), com exclusão do
Poder Judiciário de tutela inibitória direcionada ao
cumprimento de obrigações de fazer. A atribuição da
fiscalização a Órgão do Poder Executivo se insere no
âmbito do poder de polícia da Administração Pública,
sem qualquer efeito sobre a esfera judicial. A tese da ré,
de ter havido violação de competência da ANDP (sic),
colide com preceito constitucional basilar de qualquer
Estado Democrático de Direito, previsto no artigo 5º,
XXXV, da Constituição Federal: XXXV - a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou
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Número do documento: 22071821190389600000066041054
Fls.: 298

ameaça a direito”.

Nesse sentido, o dispositivo do V. Acórdão deveria ter sido


encaminhado no sentido do desprovimento do recurso da reclamada
porquanto como bem referido pelo Eminente Relator, que percebeu,
reconheceu e declarou a conduta ilegal da reclamada, exatamente como
descrita na exordial no sentido de que embora não tenha sido comprovada a
ocorrência de dano, a demanda em tela ostenta nítido caráter inibitório.

Portanto, é de ser provido o presente recurso para que seja


retificada, com a devida vênia, a contradição entre o culto trecho do voto que
reconheceu a postura ilegal da recorrente, violadora de preceitos da LGPD e,
com ainda mais gravidade, da própria Constituição Federal.

3. DA CONTRADIÇÃO DO ACÓRDÃO EM RELAÇÃO À


OBRIGAÇÃO DE INDICAÇÃO DO ENCARREGADO PELA
PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS.

Excelências, o V. Acórdão ora objurgado é, com a


devida vênia, contraditório em si mesmo porquanto, no item “Indicação e
Nomeação de Encarregado” (fl. 7/13), reconhece a obrigação, inclusive
também já reconhecida e cumprida pela própria recorrente, de indicação
de Encarregado pela Proteção de Dados Pessoais, prevista no art. 41 da
LGPD, como se percebe do trecho:

“A indicação de encarregado está expressamente


prevista no artigo 41 da Lei nº 13.709/18:

Art. 41. O controlador deverá indicar encarregado pelo


tratamento de dados pessoais.

§ 1º A identidade e as informações de contato do


encarregado deverão ser divulgadas publicamente, de
forma clara e objetiva, preferencialmente no sítio
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Número do documento: 22071821190389600000066041054
Fls.: 299

eletrônico do controlador.

O encarregado está definido no artigo 5º, VIII, da


norma: VIII - encarregado: pessoa indicada pelo
controlador e operador para atuar como canal de
comunicação entre o controlador, os titulares dos dados
e a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD);

Trata-se a condenação em obrigação de fazer que


dispensa regulamentação ou definição de parâmetros
para o seu cumprimento, visto que a ausência do
encarregado, indicado de forma pública, representa
obstáculo à comunicação e transparência sobre o
tratamento implementado pelo controlador”.

Note-se que tal reconhecimento já fora, inclusive, também


efetivado pelo Ministério Público do Trabalho, conforme trecho transcrito no
próprio Acórdão:

“Dentre as providências que a LGPD impõe ao


controlador, inclui-se a de indicar encarregado pelo
tratamento de dados pessoais, sendo que a identidade
e as informações de contato do encarregado deverão
ser divulgadas publicamente, de forma clara e objetiva,
preferencialmente no sítio eletrônico do controlador
(artigo 41). Tal providência é importante, já que se trata
do canal de comunicação entre titular dos dados
pessoais e controlador. Conforme acima exposto, as
atividades do encarregado consistem em: I - aceitar
reclamações e comunicações dos titulares, prestar
esclarecimentos e adotar providências; II - receber
comunicações da autoridade nacional e adotar
providências; III - orientar os funcionários e os
contratados da entidade a respeito das práticas a serem
tomadas em relação à proteção de dados pessoais; e
IV - executar as demais atribuições determinadas pelo
controlador ou estabelecidas em normas
complementares. Note-se que, nos termos do § 3º do
artigo 41, a autoridade nacional "poderá" estabelecer
normas complementares sobre a definição e as
atribuições do encarregado, inclusive hipóteses de
dispensa da necessidade de sua indicação, conforme a
natureza e o porte da entidade ou o volume de
operações de tratamento de dados. Contudo, tal
dispositivo legal não conduz à conclusão de que a ré
esteja dispensada de cumprir a obrigação em referência
(indicação de encarregado pelo tratamento de dados
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Número do documento: 22071821190389600000066041054
Fls.: 300

pessoais). Portanto, entende-se que deve ser mantida a


sentença quanto à obrigação de indicar encarregado
pelo tratamento de dados pessoais”.

Todavia, no V. Acórdão, constou a absolvição da reclamada


de tal obrigação, reitere-se, embora a própria recorrente já tenha se
ocupado de indicar Encarregado, em cumprimento ao ordenado na
sentença, em evidente reconhecimento do pedido, e demonstração do
absoluto desinteresse em recorrer!

Na mesma esteira, a sentença guardou absoluta


pertinência ao pedido, notadamente no item VI da exordial em que
constou:

“VI- A procedência da ação para reconhecer a ausência


de conformidade da reclamada com os preceitos da
Constituição Federal, Marco Civil da Internet, LGPD -
Lei Geral de Proteção de Dados - Lei 13.709/2018, com
a fixação de prazo para a adequação”.

Com efeito, evidente, vênia concessa, a contradição entre o


dispositivo do Acórdão no sentido de que não haveria pedido relativo ao
Encarregado pela Proteção de Dados Pessoais, uma vez que o pedido fora
expresso ao indicar “a ausência de conformidade da reclamada com os
preceitos da Constituição Federal, Marco Civil da Internet, LGPD – Lei
Geral de Proteção de Dados – Lei 13.709/2018, com fixação de prazo para a
adequação”, porquanto a obrigação de indicar o encarregado, inclusive já
cumprida pela reclamada, está expressa no art. 41 da LGPD, porquanto tal
se configura em contradição que autoriza o cabimento dos presentes
embargos de declaração, uma vez que existente entre a fundamentação e a
conclusão do acórdão, evidenciando-se falta de harmonia, que deve ser
sanada com o provimento do presente recurso.

4.DA CONTRADIÇÃO RELATIVA À SEGURANÇA DOS

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 18/07/2022 21:19:39 - 4e0dd0e


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Número do documento: 22071821190389600000066041054
Fls.: 301

DADOS PESSOAIS:

Excelências, do V Acórdão constou que não teria


havido pedido do reclamante relativo às obrigações da recorrente quanto à
segurança dos dados pessoais.

Todavia, o próprio Acórdão reconheceu tais


obrigações, no trecho:

“Em contraposição às alegações da recorrente, a


ausência de padrões mínimos dessas medidas não a
dispensa do dever legal sobre a segurança e sigilo dos
dados pessoais de seus empregados, porque a
indicação e comprovação das medidas técnicas e
administrativas devem estar direcionadas ao
cumprimento destes objetivos”.

Como se vê, obviamente a argumentação do voto


decorre do pedido, sob pena de que o Acórdão se configure decisão fora dos
limites da causa, há pedido expresso na exordial, tanto nos itens relativos à
antecipação de tutela, a partir do item 16, com expressa referência no pedido
lançado no item VI.

Com efeito, assim constou do item 16:

16. Indique as medidas de mitigação em curso nessa


empresa para a proteção dos dados pessoais, tais
como criptografia dos dados pessoais; estratégias de
minimização de dados; anonimização ou
pseudonimização; e/ou outras medidas adotadas;

17. Indique as políticas e padrões de informações


adotadas pela empresa em relação à proteção dos
dados pessoais, bem como informações sobre
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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4e0dd0e - Pág. 8
Número do documento: 22071821190389600000066041054
Fls.: 302

aderência às normas de segurança das informações e,


mais especificamente, suas práticas em relação ao
seguinte:

17.a: informe se a empresa fez backup dos dados


pessoais, onde estão armazenados e como estão
protegidos, incluindo as camadas de proteção de
dados pessoais contra perda ou roubo e se isso inclui
criptografia.

17.b: informe as tecnologias e aparatos em meio físico


e eletrônico que permitam, com certeza razoável,
saber se os dados pessoais foram ou não divulgados,
incluindo, dentre outros aspectos, os seguintes: -
Sistemas de detecção de invasão; - Tecnologias de
firewall; - Tecnologias de acesso e gerenciamento de
identidades; - Auditoria de banco de dados e/ou
ferramentas de segurança; e/ou - Ferramentas de
análise comportamental, ferramentas de análise de log
ou ferramentas de auditoria”;

Tanto que o V Acórdão reconheceu tais obrigações,


também na esteira da Culta Manifestação do Ministério Público do Trabalho:

“Segurança e Sigilo de Dados

A norma expressamente prevê a obrigação de adoção


de medidas técnicas e administrativas para que haja
proteção dos dados pessoais de acessos não
autorizados e de situações acidentais ou de
tratamento inadequado ou ilícito, com base nos arts.6º,
46 e 47, verbis:

(...)

Em contraposição às alegações da recorrente, a


ausência de padrões mínimos dessas medidas não a
dispensa do dever legal sobre a segurança e sigilo dos
dados pessoais de seus empregados, porque a
indicação e comprovação das medidas técnicas e
administrativas devem estar direcionadas ao

Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 18/07/2022 21:19:39 - 4e0dd0e


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Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4e0dd0e - Pág. 9
Número do documento: 22071821190389600000066041054
Fls.: 303

cumprimento destes objetivos”

Todavia, o V. acórdão concluiu que não teria havido


pedido em relação à segurança dos dados pessoais o que, como percebido
pela própria recorrente, pelo Ministério Público do Trabalho e, pelo eminente
Relator, tal pedido foi contemplado no item 16 da exordial, em composição
com o item VI, relativo à “A procedência da ação para reconhecer a
ausência de conformidade da reclamada com os preceitos da
Constituição Federal, Marco Civil da Internet, LGPD - Lei Geral de
Proteção de Dados - Lei 13.709/2018, com a fixação de prazo para a
adequação”.

Portanto, também e de ser provido o presente recurso


para, reconhecida a contradição, ser retificado o V. Acórdão, pelo
DESPROVIMENTO do Recurso Ordinário.

DO PEDIDO

Pelo exposto, requer:

A. O recebimento dos presentes embargos


declaratórios,

B. Seja dada vista à reclamada, em face dos


potenciais efeitos infringentes do presente recurso;

C. Seja dada vista ao Ministério Público do Trabalho;

D. PROVIMENTO para restarem sanadas tanto a


omissão quanto à matéria agitada pelo reclamante

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https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22071821190389600000066041054
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4e0dd0e - Pág. 10
Número do documento: 22071821190389600000066041054
Fls.: 304

quanto ao reconhecimento do pedido pela


reclamada, em evidente demonstração de falta de
interesse recursal, pelo cumprimento praticamente
integral das determinações da sentença, sendo
incontestável a incompatibilidade entre a conduta
fática e processual da reclamada;

E. PROVIMENTO aos presentes embargos de


declaração para que sejam sanadas as
contradições apontadas, e a retificação do
dispositivo do V. Acórdão objurgado, pelo
DESPROVIMENTO DO RECURSO ORDINÁRIO
de origem.

Porto Alegre, 18 de julho de 2022.

Daniel Paulo Fontana OAB/RS 35.057

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Assinado eletronicamente por: DANIEL PAULO FONTANA - 18/07/2022 21:19:39 - 4e0dd0e


https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22071821190389600000066041054
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. 4e0dd0e - Pág. 11
Número do documento: 22071821190389600000066041054
Fls.: 305

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
11ª Turma
Identificação
PROCESSO nº 0020043-80.2021.5.04.0261 (ROT)
RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA
RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO
RELATOR: VANIA MARIA CUNHA MATTOS

EMENTA

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. Não se destinam a novo julgamento, objeto de recurso próprio, no


prazo de oito dias.

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos os autos.

ACORDAM os Magistrados integrantes da 11ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª


Região: por unanimidade de votos, REJEITAR OS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
INTERPOSTOS PELO SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDUSTRIAS DE
ALIMENTAÇÃO DE MONTENEGRO.

Intime-se.

Porto Alegre, 28 de julho de 2022 (quinta-feira).

RELATÓRIO

O SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDUSTRIAS DE ALIMENTAÇÃO DE


MONTENEGRO interpõe embargos de declaração indica omissão e contradição sobre o fato que a ré em
postura conflitante, que adota praticamente todas as medidas determinadas na sentença e por haver
contradição por ter indicado encarregado para a proteção de dados pessoais e segurança dos dados
pessoais.

Os embargos são processados por tempestivos.

Assinado eletronicamente por: VANIA MARIA CUNHA MATTOS - 08/08/2022 12:51:04 - e1c26a2
https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22072718541010700000066457722
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. e1c26a2 - Pág. 1
Número do documento: 22072718541010700000066457722
Fls.: 306

Conclusos para julgamento.

É o relatório.

FUNDAMENTAÇÃO

O SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDUSTRIAS DE ALIMENTAÇÃO DE


MONTENEGRO interpõe embargos de declaração indica omissão e contradição sobre o fato que a ré em
postura conflitante, que adota, ao confessar que cumpriu praticamente todas as medidas determinadas na
sentença e por haver contradição por ter indicado encarregado para a proteção de dados pessoais e
segurança dos dados pessoais.

Inviável a tese de haver omissão e contradição porque ou bem o acórdão é omisso ou é contraditório,
mesmo porque conceitos, totalmente diversos.

No entanto, inexiste omissão ou contradição, porque o que na verdade, o que o sindicato objetiva, em
embargos de declaração muito confusos é que haja novo pronunciamento judicial sobre a matéria,
suficientemente decidida.

E, eventual desconformidade com a decisão deve ser travada em recurso próprio no prazo de oito dias.

Rejeito.

VANIA MARIA CUNHA MATTOS

Relator

VOTOS

PARTICIPARAM DO JULGAMENTO:

DESEMBARGADORA VANIA MATTOS (RELATORA)

DESEMBARGADORA MARIA SILVANA ROTTA TEDESCO

DESEMBARGADORA FLÁVIA LORENA PACHECO

Assinado eletronicamente por: VANIA MARIA CUNHA MATTOS - 08/08/2022 12:51:04 - e1c26a2
https://pje.trt4.jus.br/segundograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=22072718541010700000066457722
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261 ID. e1c26a2 - Pág. 2
Número do documento: 22072718541010700000066457722
Fls.: 307

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
11ª TURMA
Relatora: VANIA MARIA CUNHA MATTOS
ROT 0020043-80.2021.5.04.0261
RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE
DO CAI LTDA
RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

INTIMAÇÃO

DESTINATÁRIO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

[11ª Turma] Ficam as partes intimadas do acórdão proferido no presente processo


(Artigo 17 da Resolução CSJT nº 185/2017 c/c Lei nº 13.467/2017). Acesso ao sistema PJe-
JT - 2º grau: http://pje.trt4.jus.br/segundograu.

PORTO ALEGRE/RS, 08 de agosto de 2022.

ROSELI COELHO FOSSARI


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ROSELI COELHO FOSSARI - Juntado em: 08/08/2022 14:03:42 - 3ceec8e
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/22080814034001500000066782332?instancia=2
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 22080814034001500000066782332
Fls.: 308

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
11ª TURMA
Relatora: VANIA MARIA CUNHA MATTOS
ROT 0020043-80.2021.5.04.0261
RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE
DO CAI LTDA
RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

INTIMAÇÃO

DESTINATÁRIO: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE DO CAI LTDA

[11ª Turma] Ficam as partes intimadas do acórdão proferido no presente processo


(Artigo 17 da Resolução CSJT nº 185/2017 c/c Lei nº 13.467/2017). Acesso ao sistema PJe-
JT - 2º grau: http://pje.trt4.jus.br/segundograu.

PORTO ALEGRE/RS, 08 de agosto de 2022.

ROSELI COELHO FOSSARI


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ROSELI COELHO FOSSARI - Juntado em: 08/08/2022 14:03:42 - d0d2d0b
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/22080814033996900000066782331?instancia=2
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 22080814033996900000066782331
Fls.: 309

PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO
11ª TURMA
Relatora: VANIA MARIA CUNHA MATTOS
ROT 0020043-80.2021.5.04.0261
RECORRENTE: COOPERATIVA DOS CITRICULTORES ECOLOGICOS DO VALE
DO CAI LTDA
RECORRIDO: SIND TRAB NAS INDS DE ALIMENTACAO DE MONTENEGRO

CERTIDÃO DE TRÂNSITO EM JULGADO E REMESSA

CERTIFICO que em 23/08/2022, decorreu o prazo do acórdão


sem interposição de recurso.

Faço, nesta data, remessa dos autos à Vara de origem.

PORTO ALEGRE/RS, 24 de agosto de 2022.

ROSELI COELHO FOSSARI


Diretor de Secretaria

Assinado eletronicamente por: ROSELI COELHO FOSSARI - Juntado em: 24/08/2022 14:41:57 - b389c96
https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/22082414415181700000067313166?instancia=2
Número do processo: 0020043-80.2021.5.04.0261
Número do documento: 22082414415181700000067313166
SUMÁRIO
Documentos

Data da
Id. Documento Tipo
Assinatura

9f0bda9 26/01/2021 15:13 Petição Inicial Petição Inicial

4493a30 26/01/2021 15:13 Procuração Procuração

c22daca 26/01/2021 15:13 ATA Documento Diverso

a5e8d4e 26/01/2021 15:13 Estatuto Estatuto

fc62667 26/01/2021 18:20 Despacho Despacho

5491e28 27/01/2021 11:41 Intimação Intimação

9746bf2 27/01/2021 11:41 Certidão chaves de acesso Certidão

e22da6e 27/01/2021 11:47 Mandado Mandado

Parecer do Ministério
8835b31 28/01/2021 12:39 Parecer Público do Trabalho
(MPT)

8e8f937 28/01/2021 15:20 Despacho Despacho

9b97370 28/01/2021 17:24 Edital Edital

f467a18 24/02/2021 10:26 Certidão de Oficial de Justiça Certidão

8214755 24/02/2021 10:26 Print email notificacao Ecocitrus ACC 20043 Documento Diverso

Solicitação de
ee456e9 01/03/2021 14:14 Procuração Habilitação

6e8e5f6 01/03/2021 14:14 Procuração Procuração

5105eaf 01/03/2021 14:21 Contestação com manifestação sobre Tutela de Urgência Contestação

956b74c 01/03/2021 14:21 Ata de Eleição Documento Diverso

4d7aeda 01/03/2021 14:21 Estatuto Social Estatuto

aac0c56 02/03/2021 08:44 Decisão Decisão

976b8ad 02/03/2021 12:19 Intimação Intimação

5c7957f 12/03/2021 15:14 Edital Edital

a29ff01 23/03/2021 15:31 manifestaçaõ Manifestação

42108eb 24/03/2021 17:39 Despacho Despacho

9a4a83c 24/03/2021 17:40 Intimação Intimação

4d4040f 06/04/2021 16:27 Petição de Juntada Manifestação

1912ca8 06/04/2021 16:27 Carta de Preposição Carta de Preposição

041d0d5 09/04/2021 11:19 Ata da Audiência Ata da Audiência

b5fe0d1 09/04/2021 11:21 Certidão- Certidão

e622d4d 16/04/2021 18:06 sugestão Manifestação

0b4a666 04/05/2021 10:43 Manifestação sobre Acordo Manifestação

391807b 27/05/2021 15:21 Despacho Despacho

b2d2ce6 27/05/2021 15:22 Intimação Intimação

418d5c0 01/06/2021 14:58 Manifestação sobre produção de prova Manifestação


b519cb2 07/06/2021 18:52 prova Manifestação

8c3f06f 14/06/2021 10:14 Despacho Despacho

843b2fa 14/06/2021 10:15 Intimação Intimação

01bf095 13/07/2021 10:22 Sentença Sentença

2d44428 13/07/2021 12:00 Intimação Intimação

1ec3a1b 13/07/2021 12:00 Intimação Intimação

383ed72 13/07/2021 12:00 Intimação Intimação

c93dd49 16/07/2021 10:59 Ciência de Decisão Manifestação

Embargos de
38bc7a1 21/07/2021 13:45 Embargos de Declaração Declaração

4cf9ade 22/07/2021 16:07 Sentença Sentença

74f2f63 23/07/2021 02:02 Intimação Intimação

31fa536 23/07/2021 02:02 Intimação Intimação

8d26a52 03/08/2021 13:12 Recurso Ordinário Recurso Ordinário

Comprovante de
41696ed 03/08/2021 13:12 Guia Depósito Recursal Depósito Recursal

Comprovante de
e36a3cc 03/08/2021 13:12 Guia Depósito Recursal Paga Depósito Recursal

4c4b021 03/08/2021 13:12 Guia de Custas Documento Diverso

cf713d1 03/08/2021 13:12 Guia de Custas Paga Documento Diverso

2fc3777 03/08/2021 13:12 Plano de Ação LGPD Documento Diverso

1e84639 06/08/2021 17:52 Decisão Decisão

2157fd7 06/08/2021 17:53 Intimação Intimação

155ab0f 16/08/2021 09:39 Despacho Despacho

eb16d5a 17/08/2021 15:52 comprovante de deposito BB Certidão

5834a04 19/08/2021 13:49 Manifestação Juntada de Documento Manifestação

dfb20d2 19/08/2021 13:49 Ata de Reunião Interna Documento Diverso

80f67fb 23/08/2021 17:22 Contrarrazões Contrarrazões

28c957e 22/11/2021 16:31 Despacho Despacho

9fcca19 23/11/2021 11:42 Intimação Intimação

cc4c8d4 23/11/2021 17:48 Juntade de Documentos Manifestação

19f22f0 23/11/2021 17:48 Análise RH Documento Diverso

ab4ff9b 23/11/2021 17:48 Análise Segurança do Trabalho Documento Diverso

09abbe5 23/11/2021 17:48 Aviso de Privacidade RH Documento Diverso

41e4876 23/11/2021 17:48 Procedimento Operacional Padrão Documento Diverso

715ff27 23/11/2021 17:48 Política de Privacidade Documento Diverso

532e842 23/11/2021 17:48 Política de Segurança da Informação Documento Diverso

Parecer do Ministério
d1e0f43 06/12/2021 07:25 Parecer Público do Trabalho
(MPT)

Certidão de
4006056 29/04/2022 16:38 Certidão de Julgamento Julgamento
004976c 23/05/2022 17:16 Certidão Adia Julgamento. Certidão

fec8d9b 08/07/2022 17:17 Acórdão Acórdão

0a04cc5 11/07/2022 14:06 Acórdão Intimação

6b67c0a 11/07/2022 14:06 Acórdão Intimação

Embargos de
4e0dd0e 18/07/2022 21:19 Embargos de Declaração Declaração

e1c26a2 08/08/2022 12:51 Acórdão Acórdão

3ceec8e 08/08/2022 14:03 Acórdão Intimação

d0d2d0b 08/08/2022 14:03 Acórdão Intimação

Certidão de Trânsito
b389c96 24/08/2022 14:41 Certidão de Trânsito em Julgado em Julgado

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