Você está na página 1de 25

Justiça Federal da 1ª Região

PJe - Processo Judicial Eletrônico

13/07/2023

Número: 1067809-04.2023.4.01.3400
Classe: MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
Órgão julgador: 16ª Vara Federal Cível da SJDF
Última distribuição : 13/07/2023
Valor da causa: R$ 100,00
Assuntos: Agências/órgãos de regulação
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? NÃO
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM
Partes Procurador/Terceiro vinculado
SINDICATO DA INDUSTRIA DO TABACO NO ESTADO DA CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO
BAHIA (IMPETRANTE) (ADVOGADO)
) DIRETOR PRESIDENTE DA AGÊNCIA NACIONAL DE
VIGILÂNCIA SANITÁRIA - ANVISA (IMPETRADO)
Ministério Público Federal (Procuradoria) (FISCAL DA LEI)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
17103 13/07/2023 12:43 AÇÃO SINDITABACO Vendas 2023 versão final Inicial
42487
EXCELENT ÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA___ VARA CÍ VEL
FEDERAL DA SESSÃO JUDICI ÁRIA DO DIST RIT O FEDERAL

O SINDICAT O DA INDÚST RIA DO T ABACO NO EST ADO DA BAHIA


– SINDIT ABACO/BA, entidade sindical patronal, devidamente
inscrito no CNPJ/MF sob o nº 15.235.880/0001- 52,
sinditabacoba@ gmail.com, com sede na Rua J.B. da Fonseca, n°
150, 1º andar, Centro – Cruz das Almas, BA, na pessoa de s eu
representante legal, Renato Humberto Madeiro, brasileiro, casado,
Empresário, CPF n° 014431388- 00, residente e domiciliado na Rua
dos Artista, n° 48, Muritiba – Bahia, vem, respeitosamente, por seus
advogados abaixo subscrit os, instrumento de mandato anexo,
profissionais com endereço para intimações na Rua Leonel Ribas,
n° 90, Centro de Cruz das Almas – Bahia, com fundamento no art.
5, LXIX da Constituição Federal e artigo 1º e seguintes d a lei n°
12.016/2009 impetrar

MANDADO DE SEGURANÇA PREVENT IVO, COM PEDIDO DE


T UT ELA DE URGÊNCIA

Em face do ato administrativo ilegal e coator do direito líquido e


certo da Impetrant e praticado pelo Impetrado no exer cício das
funções do cargo de DIRETOR PRESIDENT E DA AGÊNCIA
NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANIT ÁRIA (ANVISA), Autarquia sob
regime especial vinculada ao Ministério da Saúde da União, criada
pela Lei n° 9.782/1999, com sede no SIA, Trecho 5, Área Especial
57, Brasília -DF, CEP: 71205-050, consubstanciada nas razões de
fato e de direito a seguir aduzidas, as quais requer sejam recebidas
e processadas na forma da lei vigente

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 1
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
1. DA LEGITIMIDADE DO SINDICATO E DA
DISPENSA DE AUTORIZAÇÃO DOS SUBSTITUÍDOS E
RELAÇÃO DE FILIADOS

O Impetrante é entidade sindical patronal constituída para,


entre outros fins, defender os direitos e os interesses
individuais das indústrias da categoria econômica
representada ou localizada no Estado da Bahia, onde quer
que se manifestem, inclusive em questões judici ais e
administrativas.

Portanto, dentre suas atribuições está a de defender os


interesses individuais ou coletivos das empresas
associadas perante as autoridades judiciárias, inclusive nos
dissídios coletivos (arts. 4º e 5º, inciso I do Estatuto Social).

Dessa forma, o sindicato patronal deve ser considerado


parte legítima para figurar como Requerente em ações onde
se discutem direito dos associados, sem que seja
necessário instrumento de mandato específico para este
fim, conforme entendimento m ajoritário de nossos tribunais,
senão vejamos o posicionamento sumulado do Egrégio
Superior Tribunal Federal:

Há muito, o STJ, seguindo entendimento do Supremo


Tribunal Federal, firmou posição no sentido de que os

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 2
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
sindicatos, possuem ampla legitimidade pa ra defender os
direitos da categoria, quer nas ações ordinárias, quer nas
seguranças coletivas, ocorrendo a chamada substituição
processual, sendo dispensável a autorização expressa dos
substituídos e a juntada da relação nominal dos filiados.

Conforme a atual interpretação do artigo 8º , inciso III,


da Constituição Federal, o sindicato representante de
categoria profissional possui legitimidade ativa para
defender em juízo os direitos e interesses coletivos ou
individuais dos integrantes da categoria que representa,
independente da vontade dos substituídos e sem a
necessidade de prévia autorização destes.

Como já sedimentado na jurisprudência, não é necessária a


autorização expressa dos filiados para o Sindicato agir
judicialmente em favor deles, sendo, também, dispensável
a lista com relação nominal dos substituídos.

DECISÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. LEGITIMIDADE


DO SINDICATO. ATUAÇÃO EM NOME DA CATEGORIA. SUBSTITUIÇÃO.
DESNECESSIDADE DE FILIAÇÃO. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO.
“PROCESSO CIVIL. SINDICATO. ART. 8º, III DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
LEGITIMIDADE. SUBSTITUIÇÃO PROCESSUAL. DEFESA DE DIREITOS E
INTERESSES COLETIVOS OU INDIVIDUAIS. RECURSO CONHECIDO E
PROVIDO. O artigo 8º, III da Constituição Federal estabelece a legitimidade
extraordinária dos sindicatos para defender em juízo os direitos e interesses
coletivos ou individuais dos integrantes da categoria que representam. (...) Por se
tratar de típica hipótese de substituição processual, é desnecessária qualquer
Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 3
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
autorização dos substituídos. Recurso conhecido e provido” (RE 210.029/RS,
Redator para o Acórdão o Ministro Joaquim Barbosa, Tribunal Pleno, DJ
17.8.2007).

Portanto, ao se analisar as decisões acima, verifica – se


que é dispensável a autorização dos substituídos
processuais, bem como, a apresentação da relação de
filiados.

2. INTRODUÇÃO

A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é uma


Autarquia sob regime especial, criada pelo art. 3º da Lei n°
9.782, de 26 de janeiro de 1999, com personalidade jurídica
de direito público, e que se encontra vinculada ao
Ministério da Saúde, sendo que os incisos IX e X do art. 7º
da Lei n° 9.782, de 26 de janeiro de 1999 estabelece a
competência da Anvisa para conceder registros de produtos
submetidos a sua esfera de atuação.

Para que qualquer empresa do ramo de tabaco possa


realizar a fabricação, importação e comercialização de
produtos fumígenos derivados do tabaco há necessidade de
obtenção prévia de registro e renovação(anual) de suas
marcas perante a ANVISA – Agência Nacional de Vigilância

Sanitária , a qual através da atual GGTAB – GERÊNCIA


GERAL DE PRODUTOS FUMÍGENOS DERIVADOS OU NÃO

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 4
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
DO TABACO é responsável por regulamentar e fiscalizar o
setor de produtos fumígenos derivados ou não do tabaco.

Para obtenção do registro/renovação de produtos


fumígenos as empresas devem obedecer ao disposto na
RDC nº 226/2018 a qual foi consolidad a pela RDC nº
559/2021, e que exige do setor um criterioso processo
administrativo o qual deve ser obrigatoriamente instruído
com a apresentação de laudo laboratorial analítico
contendo a análise de 162 substâncias ( análise química ),
além da análise de corrente primária ( análise de fumaça -
monóxido de carbono, alcatrão e nicotina ) para charutos,
acrescentando-se corrente primária e secundária com
análise de dezenas de substâncias para cigarros , nos
termos do que dispõem os arts.10 e 12, da RDC 559/2021.

É importante mencionar que somente para análise química


do tabaco (162 substâncias ) o custo estimado é de U$
10.500 ( dez mil e quinhentos dólares ) , conforme email do
laboratório anexado. Lembrando que este valor aumenta em
virtude da especificidade do produto tais como charutos e
cigarros.

Acrescente-se a isso que as empresas pagam taxas para a


Anvisa cujos valores podem ultrapassar os 150.000,00 (
cento e cinquenta mil reais) dependendo do porte
econômico da empresa.

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 5
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
Não bastassem as exigências acima mencionadas, as
empresas também deverão ser detentoras de registro ou
pedido de registro junto ao INPI, sem o qual o processo de
registro sanitário não é deferido.

Em suma, o processo administrativo sanitário para


obtenção do registro/renovação é um processo
tecnicamente rigoroso, moroso e de custo elevado para as
empresas.

Somente após cumpridas a todas as determinações da


Anvisa o produto é considerado apto ao consumo e
comercialização, sendo concluída sua análise com o
deferimento no D.O.U., a qual valida o início da atividade
das empresas importadoras e fabricantes , nos termos do
§2°, art. 25 da RDC nº 559/2021.

3. OBJETO DA DEMANDA

Objetiva-se com a presente demanda garantir as


empresas do setor o direito de comercializar os produtos
fumígenos fabricados e importados dentro do prazo de
vigência de seus registros, manten do-se válidas todas as
vendas realizadas dentro deste período, sem que haja
qualquer determinação de recolhimento do produto em
razão do cancelamento decorrente tão somente em

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 6
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
decorrência da não renovação do registro dentro do prazo
legal previsto no art. 27 da RDC 559/2021, que assim
dispõe:

Art. 27. A petição de renovação de registro de produto


fumígeno derivado do tabaco deve s er protocolizada anualmente
pela empresa, a partir de 90 ( noventa ) dias e até ( trinta ) dias
antes da data de vencimento do registro .
(...)
§2º Caso a petição de renovação do registro de produto
fumígeno não seja protocolizada no prazo estipulado pelo
caput deste artigo, será declarada a caducidade do registro
após o seu vencimento , com publi cação no Diári o Oficial da
União.

Art. 32. O registro de produto fumígeno derivado do


tabaco será cancelado nas segui ntes situações:
I. Após declarada a cad ucidade do registro , conforme
prazo estipulado por esta Resolução.
II. Após a decisão definitiva do indeferimento da renovação
do registro;
III. a pedido da empresa, por mei o de petição elet rônica de
cancelamento do registro a apeli do; e
IV. Quando houver descumprimento das normas sanitári as
vigentes.
§ 1º O ato de cancelamento ocorrerá por meio de Resol ução
publicada no Diário Oficial da U nião.
§ 2º O cancelamento do registro de produtos fumígeno
enseja o recolhimento do produto em todo o território nacional,
pela empresa titular do regi stro, no prazo estipulado no ato que
determinou o cancelamento do registro.

Trata-se aqui de medida que visa garantir o direito a


comercialização de um produto fabricado, importado, ou
adquirido para comercialização durante a vigência do seu
registro junto a Anvisa, para o qual ocorrera a caducidade
em virtude da não renovação no prazo previsto no §2º,
artigo 27, da RDC 559/2023, sendo certo que o mesmo

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 7
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
cumpriu a todas as determinações técnicas legais exigidas
e conferidas pela Anvisa para a concessão do registro.

A determinação de recolhimento de produtos fumígenos que


foram licitamente fabricados, importados e comercializados
dentro do prazo da vigência do seu registro não encontra
nenhum amparo na legislação federal vigente , e encontra-
se em completo descompasso com o Parágrafo Único, art.
170 da Constituição Federal o qual expressamente dispõe:

Art. 170.A ordem econômica, fundada na


valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna,
conforme os ditames da justiça social, observados os
seguintes princípios:
Parágrafo único. É assegurado a todos o livre
exercício de qualquer atividade econômica,
independentemente de autorização de órgãos
públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Frise-se que não se pretende com a presente ação o


comércio de produtos fumígenos sem registro, mas tão
somente o esgotamento de estoque dos produtos fumígenos
que tenham sido fabricados, importados e comercializados
enquanto validos o seus registros junto a Anvisa, estando
estes aptos e em condições de consumo tendo em vista

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 8
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
que cumpriram a todas as regras sanitárias impostas pela
legislação da Anvisa e sua respectiva Gerência.

É direito do fabricante, importador, distribuidor e varejista


comercializar a mercadoria que foi fabricada, importada e
adquirida para comercialização de forma lícita e dentro dos
padrões sanitários estabelecidos pela legislação vigente
sem que lhes sejam causados embaraços por parte da
Anvisa e seus delegados.

A Impetrante noticia sucessivas apreensões as mercadorias


licitas das empresas filiadas as quais configuram
inestimáveis prejuízos financeiros e causam insegurança
jurídica ao setor tendo em vista que a mesma Agência que
defere os registros dos produtos fumígenos apreende os
produtos para os quais concedeu o registro, tão somente
pelo decurso do prazo.

4. RECOLHIMENTO DO PRODUTO - AFRONTA


AO DIREITO LÍQUIDO E CERTO DAS EMPRESAS
FILIADAS

Conforme inicialmente exposto, a s empresas do setor de


fumígenos devem solicitar anualmente a renovação de seus
registros nos termos do que determina o art. 27 da
Resolução nº 559/2021, passando por rigorosos processo
técnico de analise.

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 9
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
Ocorre que a partir de julho de 2021, entrou em vigor nova
exigência da Anvisa quanto aos laudos trazida pela RDC nº
226/2018 a qual foi consolidade pela RDC nº 559/2021,
exigência essa que demandou um longo período para
adaptação técnica por parte dos laboratórios, além de impor
de imediato elevado ônus financeiro as empresas do setor,
sem contar os embaraços para envio das amostras tendo
em vista que o principal fornecedor de laudos mudou seu
endereço do Reino Unido para a Indonésia País este que
possui uma série de regras para o envio de tabaco dentre
elas a emissão de certificado fitossanitário.

Como prova da demora desta adaptação por mais de uma


vez a Anvisa necessitou flexibilizar as exigências trazidas
na RDC nº 559/2021 para que o principal prestador de
serviços laboratoriais ( Essentra - localizado na Indonésia )
pudesse voltar a realizar laudos e prestar importante
serviço as empresas do setor, o que se arrastou até março
de 2023, conforme ofícios da Anvisa encaminhados ao
laboratório autorizando este a realizar laudos sem que
cumprisse temporariamente as exigências previstas pela
RDC nº 559/2021 (ofícios anexados).

Diante do acima noticiado, houve um atraso na realização


dos laudos o que fez com que muitos registros não
pudessem ser renovados tempestivamente ocasionando o

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 10
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
cancelamento de dezenas de registros em virtude tão
somente da declaração da caducidade.

Ocorre que a Anvisa tem estabelecido o prazo de 30 ( trinta


) dias para recolhimento do mercado , conforme
publicação no D.O.U em 22/05/2023, da Resolução -RE nº
1.796, de 19 de maio de 2023, a qual cancelou o registro de
diversas empresas filiadas, e que serve para exemplificar
os problemas atuais do setor, nos moldes a seguir expostos:

Sendo certo que alguns produtos, após a


interposição de recurso contra a caducidade tiveram a
determinação de recolhimento imediato dos pontos de
venda ( lista da Anvisa anexada ):

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 11
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
Ao exemplo acima soma-se que um dos produtos
cancelados é charuto (publicação anexada na íntegra) , e
que tem vida útil de pelo menos 10 anos se armazenado nos
moldes determinados na embalagem, ocorre que , se o
produto tiver sido fabricado no dia 20/05/2023 e
comercializado no dia 21/05/2023 (dentro da vigência do
registro), em virtude da caducidade publicizada em
22/05/2023 no D.O.U., o produto somente poderá ser
comercializado por 1 dia, devendo ser recolhido nos 30 dias
subsequentes, mesmo depois de ter passado por rigorosa
análise técnica, e ter sido considerado apto ao consumo
pela Anvisa.

Importante salientar que em se tratando de empresas


importadoras as mesmas já tem um prazo bastante reduzido
para disponibilizar suas mercadorias tendo em vista que
muitos contêiners demoram até 6 ( seis ) meses para
chegarem ao Brasil, restando -lhes tão somente 6 ( seis )
meses para disponibilizarem suas mercadorias ao comércio
varejista levando-se em conta o prazo de vigência do
registro que é somente de 1 ano.

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 12
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
Acrescente-se a isto os impostos já recolhidos pelas
empresas do setor ( Imposto de Importação, IPI, ICMS, etc
), não sendo razoável nem proporcional que tenham que
descartar seus estoques e amargar imensuráveis prejuízos
financeiros.

Não há na legislação federal nada que ampare o disposto


no § 2º do art. 32 da RDC nº 599/2021 o qual determina o
recolhimento dos produtos fumígenos em decorrência tão
somente da sua caducidade, em especial pois estes
produtos cumpriram com todas as determinações sanitárias
para a obtenção do registro, cuja fabricação, importação e
comercialização foi deferida portanto validada pela Anvisa,
sendo que sua caducidade ocorrera tão somente em virtude
da não renovação tempestiva do registro por fatores alheios
a vontade das empresas, e não em virtude de
descumprimento de regras técnicas sanitárias.

Importante aqui frisar, que a ANVISA ao estabelecer


empecilhos para a comercialização de produtos legalmente
fabricados e importados desrespeita aos princípios da
razoabilidade, proporcionalidade, motivação, legalidade e
finalidade da norma, e em especial ao princípio da
segurança jurídica, pois não se pode causar obstáculos
aquele que legalmente adquire um produto regularmente
liberado pela Anvisa, e depois impedi-lo de comercializá-lo.

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 13
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
Além do que a determinação do recolhimento dos produtos
fumígenos que obtiveram registro na Anvisa desrespeita a
lei nº 13.874, de 20 de setembro de 2019, que instituiu a
Declaração de Direitos e Liberdade econômica, e que tem
como objetivo a proteção à livre iniciativa e o livre exercício
da atividade econômica, nos termos do parágrafo único do
art. 170 da Constituição Federal, demonstrando intervenção
ilegal da Anvisa no livre exercício da atividade de
fabricação, importação e comercialização dos produtos
fumígenos, os quais possuem sua atividade regulamentada
e permitida.

Não se pode permitir que o poder conferido as Agências


reguladoras restrinja direitos e afronte pr incípios
constitucionais. Sendo certo que “ ninquém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de
lei”.

5. DO ESGOTAMENTO DO ESTOQUE DAS


EMPRESAS FILIADAS

Além do não recolhimento dos produtos legalmente


comercializados de forma a garantir ao varejista é
indispensável que seja possibilitado as empresas
fabricantes e importadoras o esgotamento dos seus
estoques.

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 14
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
O esgotamento de estoque é um assunto que tem
sobrecarregado a Anvisa em virtude do grande número de
pedidos neste sentido, motivo pelo qual foi aberta a
consulta pública nº 869, de 8 de julho de 2020 .

Salienta-se que a consulta pública nº 869, de 8 de julho de


2020( anexada aos autos ), já trouxe em seu anexo uma
minuta de RDC que prevê a possibilidade do esgotamento
total do estoque fabricado durante o período de vigência do
registro sanitário em caso de cancelamento ou caducidade
de registro ( conforme documento anexado ), nos seguintes
termos:

Art. 1° Esta Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) tem o objetivo de


estabelecer as diretrizes, os procedimentos e os critérios para o esgotamento de
estoque de produtos sujeitos à controle sanitário. SEI/ANVISA - 1078475 -
Consulta
Públicahttps://sei.anvisa.gov.br/sei/controlador.phpacao=documento_imprimir... 2
of 515/07/2020 09:11Seção II Abrangência

Art. 2° Esta Resolução abrange todos os produtos sujeitos à controle


sanitário.
§1º As disposições condas nesta Resolução relacionadas ao registro sanitário
de produtos se aplicam de maneira equivalente aos produtos isentos ou
dispensados de registro, sujeitos à notificação e à cadastro.
§2º As disposições condas nesta Resolução não se aplicam aos produtos
agrotóxicos, seus componentes e afins, por estarem sujeitos às normas
estabelecidas pelo órgão federal registrante.

Art. 3° Esgotamento de estoque não se aplica quando:


I - a condição que inviabilizou a regular fabricação, distribuição,
comercialização e uso buscar solucionar deficiências ou está relacionada à
manutenção de padrões mínimos de qualidade, segurança ou eficácia do produto;
ou
II - os produtos escreverem com prazo de validade vencido.

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 15
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
Art. 5° Os produtos devidamente fabricados durante a vigência do
registro sanitário podem ser regularmente distribuídos, comercializados e
usados nos termos desta Resolução.

É importantíssimo observar que a minuta proposta pela


própria Anvisa prevê absolutamente o que pleiteia a
Impetrante, ou seja que os produtos fabricados durante a
vigência do registro sanitário possam ser regularmente
comercializados e distribuídos.

Embora ainda não publicada, é certo que a minuta anexada


demonstra que já há diligência da Anvisa no sentido de
possibilitar o esgotamento de todo o estoque dos produtos
fabricados durante o registro sanitário o que está em
completa consonância com o pedi do da Impetrante.

A inércia da Anvisa em tramitar a regulamentação que trata


do esgotamento de estoque não pode causar prejuízos as
empresas do setor, sendo certo que este assunto já está na
agenda regulatória da Anvisa desde 2013.

O artigo 2º da lei nº 9.784/99 estabelece obediência da


administração pública aos princípios da legalidade,
razoabilidade, e da proporcionalidade, e não se mostra
razoável ou proporcional impedir que as empresas possam
esgotar o seu estoque de produtos, bem como inexiste
legislação que impeça o exercício deste direito .

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 16
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
6. INEXISTÊNCIA DE RISCO IMINENTE A
SAÚDE

Ao deferir os registros dos produtos fumígenos a Anvisa


autorizou a importação, a fabricação e a comercialização,
uma vez ocorrida a caducidade tão somente pelo decurso
do prazo para renovação, esta ndo o produto próprio para
consumo, dentro do prazo de validade, não há razões para
que as empresas não possam realizar a comercialização
dos produtos fabricados e importados dentro do prazo do
seu registro.

Soma-se aqui o fato de que conforme determinação do


inciso V, art. 5º da RDC nº 195/2017 , as embalagens de
produtos fumigenos devem obrigatoriamente c onter a data
de fabricação.

Não se trata de permitir a comercialização de produtos que


nunca tiveram registro, mas sim resguardar o direito de
comercialização de produtos que cumpriram a rigoroso,
moroso e dispendioso processo administrativo sanitário
para obtenção de seus registro.

O legislador estabeleceu limites ao poder regulamentar da


ANVISA, nos termos do art. 5°, II da Constituição Federal,
e conforme disposto no inciso XV do art. 7° e inciso X do
art. 8° da Lei Federal 9.782/99, assim dispõe:
Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 17
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
Art. 7° Compete á Agencia proceder a implementação e a execução do
disposto nos incisos II a VII do art. 2° desta lei, devendo:
(...)
XV- Proibir a fabricação, a importação, o armazenamento, a distribuição
e a comercialização de produtos e insumos, em caso de violação da legislação
pertinente ou de risco iminente à saúde.
Art. 8º Incumbe à Agência, respeitada a legislação em vigor, regulamentar,
controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam risco à saúde pública.
X - cigarros, cigarrilhas, charutos e qualquer outro produto fumígero, derivado
ou não do tabaco

O Tribunal Regional Federal – TRF1 autos do processo


1003433-97.2018.4.01.000, deferiu o pedido de
antecipação da tutela recursal, donde destaca -se o seguinte
trecho:

Com efeito, se a ANVISA autorizou a importação do produto e permitiu sua


venda, não é razoável que, vencido seu registro, e ainda estando o produto
próprio para consumo, dentro do prazo de validade, não possa o importador,
proceder ao esgotamento do seu estoque.
Não se trata de comércio de produto sem registro, mas sim esgotamento
de estoque de produto que foi importado e fabricado enquanto registrado
pela ANVISA, e portanto, próprio para consumo, que hoje se encontram
nessa mesma situação.
Trata-se, pois, de aplicação dos princípios da razoabilidade e
proporcionalidade, não sendo razoável que se permita a destruição de produto
próprio para consumo. Conforme reconhecido pela própria ANVISA.
... Em face do exposto, DEFIRO O PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DA TUTELA
RECURSAL, para determinar que as autoridades impetradas concedam prazo
razoável para que a agravante proceda ao esgotamento do estoque dos produtos
debatido nestes autos, desde que estejam eles em plenas condições de consumo
à exceção do registro já vencido.

O TRF3 em ação análoga permitiu o esgotamento de


estoque de empresa do setor de fumígeno, nos termos do
que abaixo segue:

ADMINISTRATIVO. REGULAMENTAÇÃO DA ANVISA SOBRE RÓTULO DE


PRODUTOS FUMÍGENOS. INÉRCIA. COMERCIALIZAÇÃO DE ESTOQUE.

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 18
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
IMPORTAÇÃO. APELAÇÃO PROVIDA. 1. Repele-se qualquer crítica do Poder
Público e do Judiciário quanto ao fato da empresa comprar no exterior grande
quantidade do produto que comercializa, uma vez que é descabida, na medida
em que a Constituição prestigia a liberdade das atividades econômicas (art. 170,
§ único) e salvo a existência de unia lei que limite o estoque de uma empresa
privada comercial (o que já seria de duvidosa constitucionalidade) nenhum
comerciante pode ser criticado por haver - licitamente - fornido o seu estoque para
garantir o futuro de sua atividade comercial, ainda mais em um país onde as
questões cambiais são sempre uma caixa de Pandora. 2. A ANVISA é que deveria
ter sido mais diligente em regulamentar a Lei n° 12.546/11, na parte em que a
mesma alterou o disposto na Lei n° 9.424/96 e não demorar quatro anos para
regulamentar a nova advertência de maleficios do fumo, fazendo-o apenas em
maio de 2015, obviamente ignorando que os destinatários da nova exigência não
são todos iguais (há grandes empresas fabricantes de cigarros, que podem
produzir milhares de unidades por dia e que não têm dificuldade em adequar as
embalagens que são feitas aqui no Brasil mesmo), ou seja, que existem empresas
de comércio de produtos fumígenos importados, que obviamente internalizam
seus produtos em quantidades ao menos suficientes para evitar a solução de
continuidade das atividades comerciais. 3. A mora de quatro anos é um
desrespeito ao princípio da eficiência elencado no art. 37 da Constituição. e a esta
altura não há qualquer razoabilidade em comprometer os estoques das empresas
importadoras - talvez comprometer até sua sobrevivência no ramo comercial -
desconsiderando a soma da situação peculiar dessas empresas com a lassidão
com que a ANVISA tratou o seu dever legal de regulamentar a novel exigência
ventilada na Lei n° 12.546/11. 4. Qualquer beneplácito que se outorgue não
coloca em maior risco a saúde pública, porque na esteira da legislação que já
existia, as embalagens dos produtos que a empresa comercializa já contêm
metade do rótulo coberto pelos avisos sobre os maleficios do fumo. 5. Recurso
provido para autorizar a comercialização dos produtos fumígenos (charutos e
nicotina para narguilé) cuja importação foi solicitada antes do advento do RDC n.°
014/15 da ANVISA, até o esgotamento dos estoques, ainda que não venham a
conter a advertência frontal de periculosidade do produto (que deve ocupar 30%
Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 19
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
da parte inferior da face frontal da embalagem), ordenada pela Lei n.° 12.546/11,
a qual só foi regulamentada em 10 de abril de 2015 pela ANVISA, com a
Resolução - RDC n.° 14, impondo à Anvísa que se abstenha de recolhê-los do
mercado a partir de 30/06/20 16 ou mesmo realizar autuações pela distribuição
de referidos produtos. 6. Condena-se a ré ao pagamento das despesas
processuais e honorários advocatícios, que se fixa em 10% (dez por cento) sobre
o valor atualizado da causa, nos termos do artigo 85, § 2°, § 3°, inciso 1, e § 40,
inciso 111, do CPC. APELAÇÃO Nº 0024374-69.2015.4.03.6100/sp. Trf3. Relator
Desembargador Federal Johonsom Di Salvo.

Frise-se que o que se pretende é comercializar produtos


que foram fabricados e importados com a anuência da
Anvisa que deferiu os registros, validando a atividade das
empresas.

DA TUTELA DE URGÊNCIA

O art. 300, do CPC, prevê expressamente que a tutela de


urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou
risco ao resultado útil de processo.

Na hipótese dos autos, a Impetrante demonstrou


cabalmente a probabilidade do direito que ampara a sua
pretensão, qual seja, o direito de comercializar os produtos
fabricados e importados durante o prazo de vigência do
registro junto a Anvisa, bem como o direito de não recolher
os produtos já comercializados durante o mesmo período, e

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 20
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
por outro lado, a violação aos princípios da segurança
jurídica, confiança legítima, boa -fé, motivação, isonomia e
ao direito de propriedade em que incorre a Impetrada com
o ato ilegal ora questionado, a ausência de motivação e de
análise de impacto regulatório que justifique a decisão da
Agência de recolhimento dos produtos em 30 ( trinta dias ).

O periculum in mora, por sua vez, encontra-se igualmente


presente e decorre do fato de que se for imposto as filiadas
da Impetrante o dever de recolhimento dos seus produtos,
num momento extremamente delicado pelo qual passam
terão que fechar as portas por total ausência de vendas e
perdas dos produtos em estoque.

Por outro lado, conforme vastamente demonstrado nos


tópicos acima, o que se pretende é a possibilidade de
comercialização de todos e quaisquer produtos fabricados
e importados durante a vigência do registro junto a Anvisa
sem que hajam restrições ou impedimentos por parte da
Anvisa.

Fica demonstrado, que as filiadas da Impetrante estão na


iminência de sofrer diversos danos, dentre os quais, o de e
recolher produtos já comercializados par a o varejista, além
da perda do seu estoque acumulado durante a vigência do
registro, o que ocasionará prejuízos imensuráveis e levará
ao fechamento de todas as empresas filiadas.

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 21
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
Os danos acima apontados serão de IMPOSSÍVEL
REPARAÇÃO, o que justifica a antecipação dos efeitos
da tutela.

Essa é uma medida de extrema urgência que se faz


premente para permitir que as empresas filiadas da
Impetrante possam esgotar seus estoques e não terem que
recolher os produtos já comercializados durante a vigência
do registro para os quais já houve inclus ive o recolhimento
dos respectivos tributos.

Por outro lado, não há qualquer risco de dano reverso que


possa decorrer da concessão da liminar pleiteada – que
apenas garantirá a comercialização de produtos que já
estão no mercado e produtos que visam tão somente o
esgotamento do estoque produzido durante a vigência do
registro por empresas regulares.

Resta demonstrado, portanto, o cumprimento dos requisitos


para concessão de tutela de urgência, nos termos do art.
300 e seguintes do CPC.

DOS PEDIDOS

Em vista de todo o exposto, a Impetrante


requer:

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 22
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
I - Diante de todo o exposto, essencial seja
concedida a TUTELA DE URGÊNCIA, a pretensão
jurisdicional aqui almejada, para o fim de permitir às
empresas filiadas da Impetrante que não sejam obrigadas
a recolherem os produtos já comercializados durante a
vigência dos seus registros junto a Anvisa, bem como lhe
seja concedido o direito de esgotar o estoque de produtos
fabricados e importados durante a vigência do registro
Sanitário, e que estejam dentro da sua validade de uso;

II - Que a ANVISA seja impedida de recolher


do mercado os referidos produtos ou aplicar qualquer
sanção para estes casos, restando caracterizado o abuso
do poder regulamentador da Impetrada.

III – Requer, ainda, a Impetrante que seja


CONCEDIDA A SEGURANÇA, a fim de que seja confirmada
a Tutela de Urgência e declarada a nulidade e ilicitude
noticiada nos autos afastando a ilegalidade contida no § 2º
do artigo 32 da RDC nº 559/2021, o qual impõe o
recolhimento dos produtos licitamente comercializ ados,
tendo em vista que tal obrigação não contem previsão na
legislação federal vigente.

IV - Requer-se, ainda, após concedida a


Tutela de Urgência, a citação do Impetrado no endereço

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 23
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153
informado e que seja dado conhecimento à ANVISA, para
que também se manifeste, querendo .

Para os fins do disposto no artigo 106, inciso I,


do Código de Processo Civil, a Impetrante requer que todas
as intimações relativas ao presente feito sejam sempre
efetuadas na pessoa do advogado Celso Vinicius de Farias
Munford Ribeiro, OAB/BA 15757.

Protesta o Autor pela produção de todos os


meios de provas em direito admitidas, inclusive,
documental, testemunhal, pericial.

Dá à causa o valor de R$ 100,00 (cem reais)


para efeitos fiscais.

Nestes termos.
Pede deferimento.

Brasília, 13 de julho de 2023.

Celso Vinícius Ribeiro


OAB/BA 15757

Rua Leonel Ribas, n°90, térreo, Centro, Cruz das Almas - Bahia

Assinado eletronicamente por: CELSO VINICIUS DE FARIAS MUNFORD RIBEIRO - 13/07/2023 12:40:37 Num. 1710342487 - Pág. 24
https://pje1g.trf1.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?x=23071312334767500001692841153
Número do documento: 23071312334767500001692841153

Você também pode gostar