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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO

TRABALHO DE FREDERICO WESTPHALEN, RS.

MARISA JOANA BORLINE brasileira, casada, desempregada,


CPF nº 051.172.359-83, RG nº 4138157229, residente e
domiciliada na Rua 150, nº 113, Bairro Distrito Industrial, na cidade
de Frederico Westphalen, RS, através de suas procuradoras que a
esta subscrevem, regularmente inscrita na OAB/RS sob nº 70.459 e
OAB/RS 80.286A, ambas com escritório profissional sito na Rua
Tenente Portela, 789, sala 402, Frederico Westphalen, RS, onde
recebem notificações e intimações, consoante instrumento de
mandado anexo, vem, à presença de Vossa Excelência, propor a
presente

RECLAMATÓRIA TRABALHISTA

em face de em face de MULTICLEAN SERVICE – LOCAÇÃO


DE MÃO DE OBRA LTDA ME, pessoa jurídica, inscrita no CNPJ
sob o nº 04.206.409/0001-10, com endereço na Avenida Pátria,
nº 516, no munícipio de Porto Alegre, RS, podendo ser citada
pelo número de celular (53) 99937-6363 e o ESTADO DO RIO
GRANDE DO SUL, CNPJ n. 87.934.675/0001-96, estabelecido
na Av. P. Marechal Deodoro, s/n, CEP 90010-900, centro de
Porto Alegre – RS, neste ato representado por seu Procurador,
que pode ser citado pelo sistema eletrônico de uso de Vossa
Excelência pelos fatos e substratos jurídicos abaixo expendidos.

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I – PRELIMINARMENTE:
1. Da Assistência Judiciária Gratuita:
A reclamante é pessoa pobre de recursos econômicos não
possuindo condições de demandar na Justiça sem prejuízo do sustento próprio e da
família, consoante declaração juntada e firmada sob as penas da Lei.
Ademais, a reclamante está desempregada, sem auferir
recursos econômicos, situação que evidentemente lhe impede de demandar na Justiça
do Trabalho a não ser que lhe sejam concedidos os benefícios da Assistência Judiciária
Gratuita de forma ampla e irrestrita.
No que diz respeito à justiça gratuita, segundo o disposto no art.
790 da CLT com as disposições trazidas pela Lei 13.467/2017, aplicável ao caso
presente, o referido benefício pode ser concedido, a requerimento ou ex officio, aos que
perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos
benefícios do RGPS (§ 3º), ou, ainda, será concedida à parte que de qualquer forma
comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo (§ 4º).
A autora se encaixa em ambas as situações vez que suas
atividades laborativas jamais ultrapassaram remuneração de 40% (quarenta por cento)
do limite máximo dos benefícios do RGPS, bem como diante do quadro de que hoje está
desempregada.
Nesse contexto, a concessão da justiça gratuita não está somente
vinculada à hipótese prevista no § 3º do art. 790 da CLT, que remete a um teto com base
nos benefícios do INSS, mas deve ser concedida também, de forma mais ampla, "à parte
que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do processo",
consoante o § 4º do mesmo dispositivo celetista (notadamente à parte que perceber
acima do quantum referido, uma vez que, aos que perceberem igual ou aquém disso,
aplica-se direta e objetivamente o próprio § 3º). Quanto a esse aspecto, Maurício
Godinho Delgado leciona que, in verbis:

"O art. 790, § 3º, da CLT alterou o parâmetro numérico, no tocante


à presunção de hipossuficiência econômico financeira, para o
seguinte nível: "salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento)
do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social".

Essa comprovação de hipossuficiência pode ser feita através de


simples declaração assinada pela parte autora, quando essa declara pobre nos termos
da Lei.
No presente caso, a autora junta aos autos declaração de pobreza
firmada sob as penas da lei, presumindo a sua impossibilidade de arcar com os ônus da

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lide sem prejuízo do sustento próprio e/ou do de sua família, a teor do art. 1º da Lei
7.115/83 ("A declaração destinada a fazer prova de vida, residência, pobreza,
dependência econômica, homonímia ou bons antecedentes, quando firmada pelo próprio
interessado ou por procurador bastante, e sob as penas da Lei, presume-se verdadeira")
e do §3º do art. 99 do CPC ("Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência
deduzida exclusivamente por pessoa natural").
Requer ainda a aplicação do disposto no item I da súmula 463 do
TST, in verbis:

"ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO. I - A


partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária
gratuita à pessoa natural, basta a declaração de hipossuficiência
econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que
munido de procuração com poderes específicos para esse fim (art.
105 do CPC de 2015).".

Além disso, a autora invoca a recente decisão da ADI 5766 datada


de 20/10/21, onde o STF por maioria de votos declarou a inconstitucionalidade de
dispositivos trazidos pela lei 13.467/2017 (não imputando à parte sucumbente o
pagamento de honorários periciais e honorários sucumbenciais, desde que a parte
comprove se tratar de beneficiário da justiça gratuita) no que tange a obrigatoriedade de
pagamento de honorários de sucumbência e honorários periciais, o que desde já requer
seja observado.
Cita ainda a autora a decisão proferida pela 3ª Turma do TST no
julgamento preferido nos autos do RR-1000683-69.2018.5.02.0014 reconheceu que
mesmo após a reforma trabalhista a comprovação de insuficiência de recursos para a
concessão de justiça gratuita pode ser feita mediante a simples declaração da
parte.
Por todo o exposto, requer seja concedido o benefício da Justiça
Gratuita, dispensando a autora do recolhimento de custas, honorários periciais,
honorários advocatícios à parte contrária, em caso de sucumbência, e emolumentos.
Entretanto, por medida de cautela, caso este MM. Juízo entenda
que a documentação comprobatória da situação de pobreza da reclamante, ora acostada,
é insuficiente à comprovação do estado hipossuficiente alegado, requer, desde já, a
aplicação do § 3º do art. 99 do CPC, norma mais favorável ao empregado, presumindo-se
verdadeira a declaração firmada pela reclamante, documento este que também instrui a
presente peça.

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2. Da Aplicabilidade do Art. 324 do CPC.
A presente ação versa, dentre outros pontos, sobre pedido de
honorários advocatícios, juros e correção monetária.
A reforma trabalhista trouxe duas importantes inovações de
conteúdo nos parágrafos do art. 840 da CLT, ao prever que o pedido deve ser “certo,
determinado e com indicação de seu valor” e que deve haver julgamento sem resolução
de mérito quanto aos pedidos que não atendam aos requisitos estabelecidos no §1º do
mesmo dispositivo.
Contudo, quanto à certeza e determinação do pedido, cabe aa
autora trazer algumas considerações.
O pedido é considerado certo quando for explícito na petição
inicial (PONTES DE MIRANDA, 1999, p. 36). Só se admitem pedidos implícitos nas
hipóteses taxativamente previstas em lei: é o que ocorre, por exemplo, com a correção
monetária, com os juros de mora e com as verbas de sucumbência, inclusive os
honorários advocatícios (CPC, art. 322, §1º).
Já a exigência de determinação do pedido, conforme
entendimento majoritário da doutrina significa que o pedido deve ser delimitado quanto à
qualidade e à quantidade pretendidas (DIDIER, 2016, p. 575). Dessa concepção resulta
que, quando se tratar de obrigação pecuniária, a autora deve indicar na petição inicial,
em princípio, o respectivo valor.
Contudo, há linhas doutrinárias que associam a determinação do
pedido ao fato de a autora dever fazer conhecer com segurança e clareza a tutela
jurisdicional postulada, sendo preciso na indicação da prestação jurisdicional a ser obtida
(THEODORO JÚNIOR, 2015, p. 767).
O Código de Processo Civil de 2015 aparentemente sufragou a
corrente majoritária, pois se refere apenas à certeza e determinação, não exigindo
expressamente a liquidez dos pedidos (arts. 322 e 324).
Apesar disso, admite o pedido genérico (indeterminado ou
ilíquido) nas ações universais, se a autora não puder individuar os bens demandados,
quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato ou
ainda quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que
deva ser praticado pelo réu (art. 324, §1º).
Como a nova versão do art. 840 da CLT se trata de previsão
legislativa nova no campo trabalhista, a autora postula que seja observado à
jurisprudência firmada sobre o tema da liquidação dos pedidos na petição inicial no
Processo Civil.

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Nesse contexto, há, no Superior Tribunal de Justiça (órgão
uniformizador da interpretação da lei federal), precedentes no sentido de ser “permitida a
formulação de pedido genérico na impossibilidade imediata de mensuração do ‘quantum
debeatur’”, quando se tratar de “conteúdo econômico ilíquido e de difícil apuração
prévia”.(AgRg no REsp 825.994/DF, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 02/03/2010, DJe 16/03/2010).
Outros julgados do STJ também concluem pela licitude de pedido
genérico (ilíquido) sempre que a causa envolver cálculos contábeis complexos, “hipótese
em que o valor da causa pode ser estimado pela autora, em quantia simbólica e
provisória, passível de posterior adequação ao valor apurado pela sentença ou no
procedimento de liquidação”.(AgRg no REsp 906.713/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/06/2009, DJe 06/08/2009).
Conclui-se que o STJ relativiza, no âmbito cível, a exigência de
liquidação dos pedidos que a doutrina majoritária extrai do art. 324, caput, do CPC,
sempre que houver dificuldade de apuração prévia do valor devido ou se fizerem
necessários cálculos contábeis complexos.
Dessa forma, embora não conste do texto da CLT, é inevitável a
aplicação das exceções contidas no art. 324, §1º, do CPC (dada à omissão da CLT e a
compatibilidade com os princípios do Processo do Trabalho), que permitem a prolação de
sentença genérica em algumas hipóteses. Isso porque a aplicação de tais exceções é
imperativo lógico-jurídico, cuja não observância geraria situação de perplexidade e de
impedimento ilegítimo ao exercício do direito de ação.
Assim, quando não for possível determinar, desde logo, as
consequências do ato ou do fato, a sentença pode, licitamente, ser ilíquida. Exemplo no
campo trabalhista é o pedido de indenização por danos materiais em decorrência de
incapacidade laborativa (cujo percentual deve ser apurado em perícia) causada por
doença ocupacional.
Assim, sendo materialmente impossível a reclamante liquidar os
pedidos, considerando as particularidades da causa de pedir, a autora postula que a
aplicabilidade do art. 840, §1º, da CLT, não seja absoluta, contemplando as exceções
contidas no art. 324, §1º, do CPC.
Partindo-se dessa premissa, a autora postula que seja aplicado no
presente feito, o entendimento consolidado no âmbito do STJ (retratado em tópico
anterior) a respeito da possibilidade de relativização da exigência de liquidação dos
pedidos, bem como a exceção prevista no art. 324, §1º do CPC, em especifico quanto ao
pedido de honorários advocatícios sucumbenciais, diferenças de FGTS e multa de 40%
sobre parcelas remuneratórias, saque do FGTS com multa de 40%, fornecimento das

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guias do seguro-desemprego, sob pena de indenização das cotas correspondentes, nos
termos do art. 186 do CC, diferenças de horas extras pela nulidade do ponto e pelo
critério do art. 58 da CLT, juros e correção monetária.

II – DOS FATOS:
1. Do Período Contratual e Salário:
A reclamante foi admitida como auxiliar de limpeza/faxineira na
data de 15/01/2019 e laborou até 14/12/2021, apesar de não ter havido o desligamento
formal.
Importante ressaltar, que durante todo período contratual, a
Reclamante prestou serviços junto ao Fórum da cidade de Frederico Westphalen, RS. A
CTPS-Carteira de Trabalho e Previdência Social foi devidamente registrada quanto a
admissão.
Auferiu como último salário o valor aproximado de R$ 1.362,00
conforme comprovam documentos em anexo.

2. Do Salário Maternidade:
A reclamante durante o contrato de trabalho engravidou e o
nascimento do filho ocorreu apenas seis dias após parar de trabalhar, ou seja, em
20/12/2021.
É importante destacar que o último salário recebido foi relativo ao
mês de novembro de 2021. No dia 23/12/2021 a reclamante comunicou os reclamados
do nascimento do bebê e em razão disso, recebeu a primeira parcela do salário-
maternidade, pela primeira reclamada, a empresa Multiclean – Locação de Mão de Obra
EIRELE.
A primeira parcela da licença veio apenas dois meses depois, ou
seja, na data de 08/02/2022.
Entretanto as demais parcelas do Salário-Maternidade não
foram mais pagas pela empresa, uma vez que esta afirma ser responsabilidade do
INSS o pagamento e por isso deixou a requerente desemparada no momento em
que mais necessitava.
Informa-se ainda que a empregadora era empresa terceirizada
que prestava serviços ao Fórum da Justiça Estadual de Frederico Westphalen – RS, mas
ao que tem conhecimento houve a ruptura do contrato de prestação de serviços (entre as
reclamadas) e o desligamento dos terceirizados, a exceção da autora que em tese
deveria estar recebendo a “licença-maternidade”.

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Insta salientar que a autora buscou diversas vezes entrar em
contato com a empresa para receber o auxilio maternidade ou ainda, a rescisão
contratual após o prazo da estabilidade gestante, mas nada foi explicado ou realizado em
face da autora.
Cabe destacar que, com base na Lei n° 8.213, de 1991, quem
paga pelo auxílio-maternidade é o empregador. Contudo, posteriormente, ele pode abater
o valor ao fazer a guia mensal do INSS, mas não foi isso que as reclamadas fizeram,
deixando o autora em completo desamparo desde a data em que parou de trabalhar, ou
seja, desde 14.12.21.
Por todo o exposto a autora postula o pagamento do seu salario
maternidade, o que deve ser feito nos termos do artigo 392 da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT) determina que o prazo de afastamento é de 120 dias (cerca de 4 meses),
sem prejuízo do emprego ou da remuneração do trabalhador, o que a reclamante estima
no importe de R$ 5.448,00.

3. Da Estabilidade Gestante.
A reclamante trabalhou para a reclamada no período de
15/01/2019 e laborou até 14/12/2021, tendo parado de trabalhar pela necessidade do
parto, que ocorreu em 20/12/2021.
De toda sorte, a reclamante tem direito à estabilidade provisória,
conforme prevê o artigo 10, II, a, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias e
súmula 244 do TST, cujo teor ora se transcreve:

Súmula nº 244 do TST


GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA (redação do item III
alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012) - Res.
185/2012, DEJT divulgado em 25, 26 e 27.09.2012
I - O desconhecimento do estado gravídico pelo empregador não afasta
o direito ao pagamento da indenização decorrente da estabilidade (art.
10, II, "b" do ADCT).
II - A garantia de emprego à gestante só autoriza a reintegração se
esta se der durante o período de estabilidade. Do contrário, a garantia
restringe-se aos salários e demais direitos correspondentes ao período
de estabilidade.
III - A empregada gestante tem direito à estabilidade provisória
prevista no art. 10, inciso II, alínea “b”, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, mesmo na hipótese de admissão
mediante contrato por tempo determinado.

Essa matéria tem relevância social, pois trata da dignidade da


pessoa humana e da garantia do bem-estar do nascituro, portanto, a jurisprudência do
Tribunal não pode restringir direitos fundamentais previstos na Constituição, como a

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proteção à maternidade e à infância (artigos 6º e 7º, XVIII), à família (artigo 226), à
criança e ao adolescente (artigo 227), entre outros. Nesse sentido o Egrégio Tribunal
Superior do Trabalho vem decidindo, senão vejamos:

“RECURSO DE REVISTA. ESTABILIDADE. GESTANTE. AVISO


PRÉVIO. ART. 10, II, B, DO ADCT. SÚMULA N.º 244, ITEM I. A
estabilidade provisória foi instituída de forma objetiva como um direito
devido a partir da gravidez, ainda que a confirmação tenha ocorrido no
curso do aviso prévio indenizado, com a finalidade de assegurar a
proteção ao nascituro. Isso porque, o artigo 10, II, b, do ADCT é
expresso no estabelecimento da fluência do direito desde a gravidez, e
não da data da ciência do estado gravídico, seja pela própria
reclamante ou pelo empregador, por ser fato irrelevante, nos termos da
norma instituidora da garantia (Súmula nº 244 desta Corte). Recurso de
revista provido.” (TST – RR-133500-03.2009.5.04.0232 – 2ª Turma-
Relator Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos – DJ em 017.04.2011,
p. 557).

Desta forma, a reclamante faz jus à estabilidade provisória


prevista no art. 10, II, alínea “b”, do ADCT, que compreende desde a confirmação da
gravidez e até cinco meses após o parto. Aplicável ao caso, ainda, a proteção prevista
no art. 391-A da CLT, conforme redação acrescentada pela Lei nº 12.812/13, conforme
texto abaixo transcrito:

“Art. 391- A . A confirmação do estado de gravidez advindo no


curso do contrato de trabalho, AINDA QUE DURANTE O PRAZO
DO AVISO PRÉVIO TRABALHADO OU INDENIZADO, garante
à empregada gestante a estabilidade provisória prevista na
alínea b do inciso II do art. 10 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias.”

A estabilidade da gestante é direito fundamental já que visa à


proteção não só da trabalhadora, mas também e principalmente, da gestação e do
nascituro, fugindo do interesse meramente individual da empregada.
Assim, considerando ser inviável a reintegração, requer a
indenização dos salários, natalinas, férias com 1/3 e do FGTS com multa de 40% quanto
ao período estabilitário, assim compreendido aquele havido até cinco meses após o
parto, ou seja, 20.05.22, cujo valor a reclamante estima no importe de R$ 6.800,00, com
reflexos no importe de R$ 2.000,00.

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4. Dos Danos Materiais e Morais pelo Labor durante o
período de vigência da Lei 14.151/21.
A reclamante foi admitida como auxiliar de limpeza/faxineira na
data de 15/01/2019 e laborou até a data de 14/12/2021, quando a empresa permitiu que
a mesma não fosse mais laborar, uma vez que estava gravida e logo iria ganhar o seu
filho. Dessa forma, cabe ressaltar que o período gestacional da autora, ocorreu em
período pandêmico, causado pela Covid-19.
Sabe-se também que desde a data 13/05/2021, foi publicado no
diário oficial a Lei 14.151/21. Essa lei garantiu o afastamento da gestante do trabalho
presencial com remuneração integral durante a emergência de saúde pública do
novo coronavírus, senão vejamos o teor:

“O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso


Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º Durante a emergência de saúde pública de importância nacional
decorrente do novo coronavírus, a empregada gestante deverá
permanecer afastada das atividades de trabalho presencial, sem
prejuízo de sua remuneração.
Parágrafo único. A empregada afastada nos termos do caput deste
artigo ficará à disposição para exercer as atividades em seu domicílio,
por meio de teletrabalho, trabalho remoto ou outra forma de trabalho a
distância.
Art. 2º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação”.

Como a reclamante esteve gestante em 2021, não foi abarcada


pelas mudanças da Lei nº 14.311, de 2022, o que desde já postula que seja observado.
Ainda, tratando-se de auxiliar de limpeza, presume-se a impossibilidade de realização de
teletrabalho.
Entretanto a reclamada laborou de maneira ininterrupta até a data
de 14/12/2021, sem ser afastada de suas atividades como servente de limpeza, não
obstante, informa-se ainda, que quando a reclamante questionou a primeira reclamada a
mesma afirmou que era para autora laborar mais alguns dias para ajudar a empresa e
que após ela seria liberada para permanecer em casa, o que não ocorreu, pois como
mencionado acima a reclamada, somente foi dispensada de suas atividades dias perto de
dar a luz ao seu filho que nasceu na data de 20/12/2021, tendo encaminhando para
reclamada a certidão de nascimento do mesmo na data de 23/12/2021.
Dessa forma, novamente as reclamadas cometeram ilícito civil o
qual ensejou abalo moral da reclamante, que mesmo sendo protegida pela Lei 14.151/21,
teve que laborar gravida DURANTE SETE MESES GESTACIONAIS de vigência da Lei
que determinava o afastamento em período pandêmico, colocando a sua vida e de seu
filho em risco.

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4.1. Dos Danos Materiais.
Conforme o acima exposto, a autora foi obrigada a trabalhar por
sete meses, desde o início da vigência da Lei14.151/21, até a data 14.12.21, quando foi
afastada pelo motivo do parto iminente.
Assim, a reclamante neste momento vem postular a indenização
pelos salários dos sete meses em que prestou serviços, quando na verdade deveria ter
permanecido em casa. Nesse sentido, a autora entende que é da reclamada a
responsabilidade da empresa pelo pagamento dos salários do período de afastamento.
O dispositivo legal dispõe expressamente que o afastamento se
dará "sem prejuízo da remuneração", fazendo referência direta à principal obrigação do
empregador decorrente da relação de emprego (o pagamento da remuneração). A norma
legal em questão em momento algum prevê a possibilidade de suspensão contratual ou
de concessão de benefício previdenciário, denotando a ausência de intenção do
legislador em tal sentido.
Nesse contexto, também há direito em relação aos salários do
período de licença-maternidade (os quais são pagos pelo empregador e posteriormente
ressarcidos a ele pela Previdência), de garantia no emprego, verbas rescisórias e dano
moral, conforme já postulado anteriormente.
Conforme o acima exposto, e considerando que a autora foi
obrigada a trabalhar por sete meses, desde o início da vigência da Lei14.151/21, até a
data 14.12.21, quando foi afastada pelo motivo do parto iminente, requer a indenização
pelos danos materiais sofridos, ou seja, no importe de sete salários mensais, o que
estima no valor de R$ 9.550,00.

4.2. Dos Danos Morais.


A atitude das reclamadas de obrigar a reclamante a trabalhar
grávida, quando a Lei 14.151/21 determinava seu afastamento, ensejam convencimento
in reipsa quanto à ocorrência do abalo moral.
No que tange à fixação do valor da indenização a título de dano
moral, impõe-se destacar que a reparação do abalo deve ser integral, o que em se
tratando de dano moral nem sempre se afigura de fácil solução. Necessário observar,
ainda, o conteúdo pedagógico da indenização, no sentido de desencorajar o agente
agressor a novamente incorrer na conduta lesiva. Assim, a reparação pecuniária do dano
moral tem duplo caráter: compensatório para a vítima e punitivo para o ofensor.
Ao mesmo tempo em que serve de lenitivo, de consolo, de uma
espécie de compensação para atenuação do sofrimento havido, atua como sanção ao

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lesante, como fator de desestímulo, a fim de que não volte a praticar atos lesivos a
personalidade de outrem.
A reparação do dano moral visa a conduzir as coisas aos mesmos
níveis que possuíam antes do ato ilegalmente praticado, dando à parte lesada uma
indenização que substitua os valores lesados pelo infrator.
A feição imaterial dos bens lesados não constitui óbice ao
reconhecimento da indenização, pois integram, sem controvérsia, o patrimônio das
pessoas. A indenização tem, nesse caso, caráter substitutivo, com o intuito de propiciar
ao lesado sensações inversas daquelas resultantes do ato agressor, viabilizando
momentos de alegria capazes de amenizar o sofrimento decorrente do ato ilegal.
Destarte, na apuração do valor da indenização de danos morais a
ser arbitrada por este Juízo, requer-se que Vossa Excelência observe os dois elementos
norteadores, a saber: que o valor deferido não seja causa de ruína para quem é obrigado
a pagar; e que não seja motivo de enriquecimento sem causa do beneficiado pela
indenização.
Destarte, ante a gravidade dos problemas de saúde sofridos pela
reclamante, faz jus à indenização por danos morais, conforme assegura o art. 5º, V e X,
da Carta da República e do art. 186 do Código Civil, o que a reclamante desde já postula,
em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência, porém em importe não inferior a R$
20.000,00 (vinte mil reais).

5. Da Dispensa sem Justa Causa. Sucessivamente – Da


Rescisão Indireta:
A reclamante admitida pela reclamada na data de 15/01/2019 e
trabalhou até 14/12/2021, quando foi autorizada pela reclamada a afastar de suas
atividades uma vez que estava quase ganhando seu filho, o qual nasceu na data de
20/12/2021. Informa-se ainda, que a reclamada sequer realizou a baixa na CTPS da
reclamante, a qual ainda possui em sua carteira de trabalho, vínculo de trabalho em
aberto.
Assim, considerando que a dispensa se deu sem justa causa após
o término da estabilidade gestante, o que ocorreu dia 20.05.2022, a autora postula o
pagamento de todas as verbas rescisórias, a saber:

a) Indenização do aviso prévio proporcional a 36 dias,


projetando a data da rescisão para 26.06.22, no importe
estimado de R$ 1.650,00;

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b) Férias integrais e em dobro referentes ao período aquisitivo
de 15/01/2020 a 14/01/2021, acrescidas do terço
constitucional, no importe estimado de R$ 3.640,00;
c) Férias integrais referentes ao período aquisitivo de
15/01/2021 a 14/01/2022, acrescidas do terço constitucional,
no importe estimado de R$ 1.820,00;
d) Férias proporcionais 5/12 (já considerada a projeção do aviso
prévio proporcional de 36 dias), acrescida do terço
constitucional, no importe estimado de 710,00;
e) Décimo terceiro ao ano de 2021, no importe de R$ 1.360,00;
f) Décimo terceiro proporcional 6/12 (já considerada a projeção
do aviso prévio proporcional de 36 dias), ao ano de 2022, no
importe de R$ 670,00;
g) Saldo de salário referente ao mês de dezembro de 2021,
quanto a 20 dias de trabalho (pois somente ganhou bebe dia
20.12 e por foça de Lei deveria estará afastada do trabalho
desde maio), no importe de R$ 910,00;
h) Multa de 40% sobre o FGTS do contrato no importe estimado
de R$ 1.800,00;
i) Liberação do FGTS da contratualidade, incluindo a multa de
40% sobre o FGTS postulada;
j) Seja determinado que a reclamada forneça as guias do
seguro-desemprego, sob pena de indenização das cotas
correspondentes, nos termos do art. 186 do CC.
k) Pela ausência no pagamento das verbas rescisórias, requer
seja a reclamada condenada ao pagamento, a título da multa
prevista no art. 477, §8º, da CLT, a maior remuneração
devida à reclamante durante o pacto laboral em questão no
importe estimado de R$ 1.360,00;
l) Seja aplicado a multa de 50% prevista no art. 467 da CLT no
que tange às verbas rescisórias incontroversas, caso não
pagas na primeira audiência, no importe estimado de R$
1.520,00;
m) Requer, por fim, que seja a reclamada compelida a proceder
ao registro da data de saída na sua CTPS, devendo constar
como data de saída o dia 26.06.22 (já considerada a
estabilidade gestante de cinco meses após o parto e a

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projeção dos 36 dias de aviso prévio), sob pena de multa
diária de R$ 200,00 (duzentos reais) pelo descumprimento de
obrigação de fazer, nos termos do art. 461, § 4ª, da CLT;

Contudo, caso Vossa Excelência entenda que não seja o caso de


demissão sem justa causa pelo empregador, sucessivamente requer seja declarada a
rescisão indireta do contrato de trabalho, com fulcro no art. 483, alínea “a”, “c” e “d”, da
CLT, ou seja, em especial por não cumprir o empregador com as obrigações do contrato
– especialmente ausência de pagamento de salários, não pagamento da estabilidade
gestante, não pagamento das verbas rescisórias e abandono da trabalhadora.
Nesse sentido, cabe ressaltar que os pagamentos salariais eram
feitos sempre em atraso, não havia o pagamento correto do adicional de insalubridade,
além de estar sem receber os últimos meses em que trabalhou na reclamada. Além disso
não lhe foi depositado corretamente o FGTS de todo o período em que ficou sem receber
salário.
Insta salientar que a autora recebia salário muito baixo e qualquer
importância que lhe era sonegada faz a diferença entre comer ou passar fome. Não há,
nessa assertiva, nenhum exagero, já que estava gestante e sabidamente tem enormes
gastos nesta fase, logo, dificuldades para prover a si própria e a sua família.
Não bastasse o enquadramento do proceder da reclamada na
justa causa precitada, também autoriza a resolução contratual a sujeição da reclamante a
condições de trabalho prejudiciais à sua saúde. É que a reclamante trabalhava em
atividade que lhe exigiam grande esforço físico, o contato com agentes químicos e
biológicos altamente prejudiciais à saúde. A reclamada, contudo, não se preocupava em
fornecer os EPI’s adequados para os procedimentos indispensáveis para minorar o risco
a que estava à reclamante exposta. A manutenção do contrato de trabalho ensejava
grande risco de acometimento de problema de saúde à autora, dadas às condições
fisicamente degradantes a que estava exposta.
Assim, sucessivamente, a reclamante postula a declaração de
despedida indireta com fulcro no art. 483, alínea “a”, “c” e “d”, da CLT, ou seja, por não
cumprir o empregador com as obrigações do contrato, com a condenação da
reclamada ao pagamento das mesmas verbas rescisórias acima informadas nas
letras “a” até “m”.

6. Da Ausência de Depósito do FGTS da Contratualidade:


A demandada Multiclean não procedeu ao integral depósito do
FGTS e INSS da contratualidade, havendo expressivas diferenças em favor da

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reclamante. Assim, a reclamante desde já postula que seja a mencionada reclamada
compelida a juntar os comprovantes de depósito do FGTS e INSS, a fim de que seja
possível aferir as competências em depósito e o valor das correspondentes diferenças.
Pede a autora, assim, a condenação das reclamadas ao
pagamento das diferenças de FGTS e INSS da contratualidade, segundo valores que
serão apurados em liquidação, inclusive daqueles meses correspondentes em que não
houve o pagamento de salário, no importe estimado de R$ 4.400,00.

7. Do Salário em Atraso. Multa e Danos Morais.


A reclamante, tal como já referido acima, laborava como servente
de limpeza na agência da segunda reclamada, ou seja, Fórum da Comarca de Frederico
Westphalen, entretanto formalmente contratada pela primeira reclamada (Multiclean).
Dessa forma, cabe ressaltar que a reclamante além de não ter
recebido o salário maternidade requerido acima, antes de sair de licença também não
recebeu o pagamento dos salários e verbas rescisórias.
Não obstante, a reclamante informa que após setembro de 2021
começou a receber de maneira atrasada o salário mensal, bem como valores que não
totalizam o seu salário.
Informa-se assim, que a reclamante chegou a ficar dois a três
meses sem receber salários e somente recebeu valores (pagando o atrasado) novamente
início do mês de dezembro de 2021, e após uma única parcela de licença maternidade.
Por fim, informa-se ainda que a reclamada não deu baixa na
CTPS da reclamante, não realizou nenhum pagamento de salário pelo período em que a
CTPS esteve me aberto, não pagou o salário maternidade e mais, nenhum pagamento de
verba rescisória.
O salário tem caráter alimentar e tem previsão constitucional
conforme pode ser visto no art. 7º, VI da CF1. Ainda, o art. 468 da CLT trata do princípio
da irredutibilidade salarial, preconizando que “nos contratos individuais de trabalho só é
lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e, ainda assim,
desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao empregado, sob pena de
nulidade da cláusula infringente desta”.
Não bastasse isso, durante toda a contratualidade os salários
eram pagos com expressivos atrasos, ultrapassando o 5º dia útil do mês subseqüente ao
vencido, conforme preconiza §1º do art. 459 da CLT, infringindo a cláusula 2ª do Contrato

1 Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
(...)
VI - irredutibilidade do salário, salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo;

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de Trabalho estipulado entre as partes., não bastasse, cabe ressaltar que a reclamante
estava gravida, possuindo diversos custos com a gestação, deu à luz ao seu filho, sem
podendo contar de maneira efetiva com auxílio financeiro, ou seja, verba salarial por
parte da reclamada.
O artigo 2º da CLT prevê que uma empresa não pode transferir os
riscos e dificuldades de sua atividade econômica para os empregados. Isto quer dizer
que, não importa qual a situação de dificuldade de uma empresa, não há um motivo
válido para que o salário atrase.
A multa padrão estabelecida por lei para casos de salário atrasado
é prevista pelo Precedente normativo nº 72 do Tribunal Superior do Trabalho, na
proporção de correção monetária necessária sobre o período e multa adicional de 10%
sobre o saldo devedor para atraso de período inferior a 20 dias ou para atrasos
superiores há 20 dias, soma-se, à multa anterior, um acréscimo de 5% a cada dia útil de
atraso após o vigésimo dia, desde o vencimento da obrigação, ou seja, o 5º dia útil, até o
efetivo pagamento o que desde já requer seja aplicado.
Ademais, a reclamante, como já ressaltado acima, sequer foi
“demitida da empresa”, ou seja, não ocorreu o pagamento de qualquer verba rescisória.
Esta inadimplência tem grande impacto social, financeiro e moral, pois trata-se de parcela
de caráter alimentar, imputando a reclamante restrições de toda ordem, pois desde
dezembro de 2021 foi “abandonada” pelas reclamadas, mesmo com um filho recém-
nascido.
A postura das reclamadas atentou contra os mais basilares
direitos de uma pessoa humana, ou seja, o da dignidade, mormente ante a natureza
alimentar das parcelas envolvidas e objeto da inadimplência.
Cabe ainda informar que a reclamante por diversas vezes cobrou
a primeira reclamada acerca dos seus pagamentos, a qual somente afirmava que já havia
realizado o pagamento para a segunda reclamada e que a mesma iria repassar os
valores a reclamante, assim quando cobrava a segunda reclamada, a mesma informava
que a primeira reclamada não havia realizado nenhum pagando, enquanto isso, a
reclamante, no meio desse jogo de desinteresse das reclamadas.
Dessa forma, nitidamente cometeram as reclamadas ato ilícito
trabalhista e também ilícito civil, em face dos quais restou abalo moral indenizável
à reclamante, o que vem postular perante Vossa Excelência.
O entendimento jurisprudencial chancela a ocorrência de dano
moral indenizável na hipótese de habitual mora salarial, tal como ocorria no caso
presente, conforme evidencia a Súmula nº 104 do Eg. TRT da 4ª Região, com a seguinte
e literal redação:

Assinado eletronicamente por: GECIELI LORENZI VIAN - Juntado em: 07/08/2023 12:25:17 - 3a40538
“Súmula nº 104 - ATRASO REITERADO NO PAGAMENTO DE
SALÁRIOS. DANO MORAL. INDENIZAÇÃO DEVIDA.
O atraso reiterado no pagamento dos salários gera presunção de
dano moral indenizável ao empregado.”

Dessa forma, com fulcro nos arts. 186 e 927 do Código Civil, bem
como do art. 5º, V e X, da Carta da República, a reclamante postula indenização por
danos morais em valor a ser arbitrado por Vossa Excelência, porém não inferior a R$
20.000,00 (vinte mil reais).

7. Do FGTS:
Sobre todas as parcelas postuladas na presente reclamatória
trabalhista que possuam natureza remuneratória faz jus a reclamante ao recebimento da
importância correspondente a 8% (oito por cento) a título de Fundo de Garantia por
Tempo de Serviço (FGTS), inclusive férias acrescidas de 1/3, sobre os valores pagos a
título de aviso prévio trabalhado ou indenizado (En. 305 do TST), tudo com o acréscimo
da multa rescisória de 40%, cujos valores já foram estimados em linhas pretéritas.

8. Do Litisconsórcio Passivo. Responsabilidade Subsidiária:


A reclamante foi contratada e sempre trabalhou como empregada
da primeira reclamada (Multiclean), porém durante todo o contrato prestou serviços em
favor da segunda demandada (Fórum da Justiça Estadual de Frederico Westphalen –
RS), mediante contrato de terceirização de mão de obra de atividade-meio.
Contudo, incumbe ao tomador dos serviços a escolha de parceiro
comercial idôneo financeiramente e, ainda, o dever de vigiar o cumprimento, pela
empresa terceirizada, das obrigações trabalhistas e sociais decorrentes dos
trabalhadores que lhe prestam serviços, sob pena de incorrer em culpa in eligendo e in
vigilando.
No caso presente a segunda reclamada incorreu nas
mencionadas modalidades de culpa, visto que escolheu parceiro comercial notoriamente
inidôneo, bem como porque não fiscalizou o cumprimento, pela terceirizada, das
obrigações trabalhistas, sociais e fundiárias dizentes aos empregados que lhe prestam
serviços.
A culpa in vigilando resta evidente na ausência de qualquer
fiscalização pela segunda reclamada acerca do correto pagamento do salário e dos
demais direitos trabalhistas da autora. Tanto é verdade que a tomadora dos serviços

Assinado eletronicamente por: GECIELI LORENZI VIAN - Juntado em: 07/08/2023 12:25:17 - 3a40538
permitiu o expressivo atraso no depósito do FGTS da contratualidade, bem como no
pagamento dos salários, além da falta de pagamento do mês de novembro e dezembro.
Por fim, observa-se que inadimplemento das verbas rescisórias
pela prestadora do serviço terceirizado, inclusive a multa de 40% sobre o saldo do FGTS
e multas dos artigos 467 e 477 da CLT, além da indenização pelo dano moral causado ao
empregado pela empregador contratado pelo ente público, gera responsabilidade pelo
pagamento a recair, subsidiariamente, no ente público tomador do serviço, como forma
de resguardo dos direitos sociais do empregado, o qual laborou em benefício do Fórum
da Justiça Estadual de Frederico Westphalen – RS ao longo da contratualidade.
Nesse sentido, são as súmulas 47 deste Tribunal e 331, VI, do
TST:
Súmula nº 47 - MULTAS. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA DO
TOMADOR DE SERVIÇOS.
O tomador de serviços é subsidiariamente responsável pelas multas dos
artigos 467 e 477, § 8º, da CLT, inclusive se for ente público.
Súmula nº 331. CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS.
LEGALIDADE (nova redação do item IV e inseridos os itens V e VI à
redação) - Res. 174/2011, DEJT divulgado em 27, 30 e 31.05.2011.
(...)
VI - A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços abrange
todas as verbas decorrentes da condenação referentes ao período da
prestação laboral.

Nesse cenário, diante da argumentação exposta quanto à


presença da premissa fática que demonstra a existência da culpa in vigiliando do ente
público, nesse caso concreto, deve ser considerada a responsabilidade subsidiária da
reclamada
Assim agindo, e porque se trata de nítida terceirização de
serviços, a segunda reclamada deve responder de forma subsidiária pelo cumprimento
das obrigações decorrentes do contrato de trabalho em discussão, nos termos do
entendimento jurisprudencial expresso na Súmula nº 331 do Eg. TST, o que a autora
desde já postula.

9. Dos Honorários Assistenciais ou Advocatícios:


A reclamante junta ao presente feito, declaração de pobreza e
requer que seja aplicado ao presente feito, em caso de sucumbência da parte reclamada,
o disposto no art. 791-A da CLT, na ordem de 15% (quinze por cento).
Impõe ainda ressaltar, conforme amplamente abordado alhures, a
inconstitucionalidade do § 4º do art. 791-A da CLT, que versa sobre o pagamento dos
honorários pela parte sucumbente mesmo que a parte seja beneficiária da gratuidade da
justiça, requerendo-se desde já pela inaplicabilidade do referido dispositivo.

Assinado eletronicamente por: GECIELI LORENZI VIAN - Juntado em: 07/08/2023 12:25:17 - 3a40538
Por fim, mas não menos importante, indispensável ressaltar o
entendimento sedimentado na 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho
da Anamatra, bem como na I Jornada sobre a Reforma Trabalhista do TRT da 4ª Região:

ENUNCIADO Nº 99 – SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA


O JUÍZO ARBITRARÁ HONORÁRIOS DE SUCUMBÊNCIA
RECÍPROCA (ART. 791-A, PAR.3º, DA CLT) APENAS EM CASO DE
INDEFERIMENTO TOTAL DO PEDIDO ESPECÍFICO. O
ACOLHIMENTO DO PEDIDO, COM QUANTIFICAÇÃO INFERIOR AO
POSTULADO, NÃO CARACTERIZA SUCUMBÊNCIA PARCIAL, POIS A
VERBA POSTULADA RESTOU ACOLHIDA. QUANDO O LEGISLADOR
MENCIONOU "SUCUMBÊNCIA PARCIAL", REFERIU-SE AO
ACOLHIMENTO DE PARTE DOS PEDIDOS FORMULADOS NA
PETICAO INICIAL.

PROPOSTA 2: SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. O juízo arbitrará


honorários de sucumbência recíproca (art. 791-A, § 3º, da CLT) apenas
em caso de indeferimento total do pedido específico. O acolhimento do
pedido, com quantificação inferior ao postulado, não caracteriza
sucumbência parcial, pois a verba postulada restou acolhida. Quando o
legislador mencionou "sucumbência parcial", referiu-se ao acolhimento
de parte dos pedidos formulados na petição inicial.

Nota-se que a reclamante não poderá ser condenada em


honorários de sucumbência recíprocos quando seus pedidos foram parcialmente
procedentes.
Ainda, pede a reclamante que seja observada a declaração de
inconstitucionalidade do § 4º do art. 791-A da CLT pelo Pleno do Eg. TRT da 4ª Região,
conforme decisão proferida nos autos do processo nº 0020024-05.2018.5.04.0124 – PET,
especificamente em relação à expressão "desde que não tenha obtido em juízo, ainda
que em outro processo, créditos capazes de suportar a despesa", constante do § 4º do
art. 791-A da CLT, com redação da Lei 13.467 de 13-07-2017.
Nesse sentido, há tramitação da ADI nº 5766 no Colendo STF,
questionando essa possibilidade de compensação dos honorários do advogado da parte
contrária com as verbas trabalhistas judicialmente recebidas pelo empregado.

10. Dos Juros e Correção Monetária. Decisão da ADC 58.


Indenização Compensatória:
É fato conhecido o julgamento proferido pelo E. STF na ADC nº
58, no que tange à incidência da correção monetária pelo IPCA-E na fase pré-judicial e
da taxa SELIC na fase judicial, ou seja, após o ajuizamento da demanda. Igualmente
sabido que a taxa SELIC, atualmente em 2% ao ano, engloba juros e correção monetária
e, assim, não serve sequer para repor as perdas inflacionárias da moeda.

Assinado eletronicamente por: GECIELI LORENZI VIAN - Juntado em: 07/08/2023 12:25:17 - 3a40538
Ainda que a decisão proferida pelo E. STF na ADC nº 58 não
tenha transitado em julgado, sua aplicação, caso confirmada, afigura-se imperiosa ante a
natureza vinculante que possui. Ocorre, contudo, que se afigura inviável, injusto e
antijurídico a aplicação exclusiva da taxa SELIC na fase judicial no processo, já que não
refletiria a efetiva incidência de juros e de correção monetária sobre a condenação.
A taxa SELIC, atualmente na ordem de 2% ao ano, não
corresponde sequer à inflação oficial do Brasil, o que bem revela que não serve sequer
para corrigir a dívida e manter o poder de compra do crédito alimentar aqui postulado,
quanto mais para sobre essa dívida fazer incidir juros moratórios ou de qualquer outra
natureza.
Haveria, se aplicada exclusivamente a decisão proferida na ADC
nº 58, evidente afronta ao direito de propriedade assegurado como cláusula pétrea da
Carta Magna, conforme previsão no art. 5º, XXII, da Constituição Federal. Isso se dá
porque sequer a reposição da inflação sobre a dívida trabalhista haveria, quanto mais,
repete-se, a incidência de juros moratórios ou compensatórios.
Por fim, tem aplicação ao caso presente, ainda que de forma
subsidiária, mormente ante a omissão reconhecida pelo próprio E. STF acerca do tema, a
legislação comum, nos termos do art. 8º da CLT. Assim, impõe-se que haja efetiva
incidência de juros moratórios ou compensatórios e a atualização monetária, além do
respeito ao direito constitucional de propriedade, bem como da aplicação do Princípio da
Restitutio in Integrum norteador da responsabilidade civil, o qual determina que a pessoa
lesada por um ato ilícito de outrem deve ter o dano sofrido reparado por toda a extensão,
nos termos do art. 404 e 944 do Código Civil.
Dessa forma, não é possível que a correção monetária e a
incidência de juros fiquem limitados à taxa SELIC, sob pena de não só afronta ao direito
de propriedade, o que já seria motivo suficientemente grave, mas, também, de ausência
de reparação integral do dano e, assim, afronta ao já citado Princípio da Restitutio in
Integrum previsto nos arts. 404 e 944 do Código Civil, de aplicação subsidiária autorizada
in casu pelo art. 8º da CLT.
A observância desse Princípio impõe que seja aplicada a efetiva
correção monetária, segundo índices oficiais reconhecidos como devidos pelo próprio E.
STF, ou seja, o IPCA-E, além dos juros simples de 1% ao mês previstos no § 1º do art.
39 da Lei nº 9. 177/91, in verbis:

“Art. 39. Os débitos trabalhistas de qualquer natureza, quando não


satisfeitos pelo empregador nas épocas próprias assim definidas em lei,
acordo ou convenção coletiva, sentença normativa ou cláusula contratual
sofrerão juros de mora equivalentes à TRD acumulada no período

Assinado eletronicamente por: GECIELI LORENZI VIAN - Juntado em: 07/08/2023 12:25:17 - 3a40538
compreendido entre a data de vencimento da obrigação e o seu efetivo
pagamento.
§ 1° Aos débitos trabalhistas constantes de condenação pela Justiça do
Trabalho ou decorrentes dos acordos feitos em reclamatória trabalhista,
quando não cumpridos nas condições homologadas ou constantes do
termo de conciliação, serão acrescidos, nos juros de mora previstos no
caput, juros de um por cento ao mês, contados do ajuizamento da
reclamatória e aplicados pro rata die, ainda que não explicitados na
sentença ou no termo de conciliação.”

Assim, pede a parte reclamante que seja observada a decisão


proferida na ADC nº 58 do Eg. STF, até porque possui efeito vinculante, porém na fase
judicial, ou seja, após o ajuizamento do processo, pede a aplicação concomitantemente
da correção monetária pelo IPCA-E e dos juros simples de 1% (um por cento) ao mês,
com a dedução da correção atinente à taxa SELIC. A dedução da taxa SELIC se dá para
evitar bias in idem, já que o que a parte autora postula não é auferir lucro e tampouco
lesar ninguém, mas, sim, receber o que é seu, com a preservação da efetiva correção
monetária pelos índices oficiais de inflação, ou seja, o IPCA-E e, ainda, a incidência de
juros simples de 1% ao mês, patamar legalmente previsto no já citado art. 39, § 1º, da Lei
nº 9.177/91 que, aliás, não foi declarado inconstitucional pelo E. STF.
Nesse critério estaria sendo observada a determinação expressa
na decisão da ADC nº 58 do Eg. STF e, contudo, garantido efetiva correção monetária
pelo índice oficial de inflação (IPCA-E) e juros compensatórios (estes de 1% ao mês
previstos no art. 39, § 1º, da Lei nº 9.177/91), o que assegura o respeito mínimo ao direito
de propriedade e ao Princípio da Restitutio in Integrum previsto nos arts. 404 e 944 do
Código Civil, de aplicação subsidiária autorizada in casu pelo art. 8º da CLT.
Dessa forma, a parte reclamante pede para que além da aplicação
da decisão proferida na ADC nº 58, ou seja, da correção monetária pelo IPCA-E na fase
pré-judicial e da taxa SELIC na fase judicial, seja, por respeito ao direito de propriedade
previsto no art. 5º, XXII, da CF e ao Princípio da Restitutio in Integrum previsto nos arts.
404 e 944 do Código Civil, que seja aplicado também, ou seja, de forma concomitante na
fase judicial (após o ajuizamento do presente feito), da correção monetária pelo IPCA-E e
dos juros simples de 1% (um por cento) ao mês, com a dedução da correção atinente à
taxa SELIC.

III – PEDIDOS:
Diante do exposto, nos termos da fundamentação supra,
postula a condenação da reclamada ao pagamento dos direitos abaixo elencados, com a
aplicação da exceção prevista no art. 324, incisos II e III, do CPC, ou sucessivamente a
aplicação de mera estimativa nos termos da IN n. 41, da Resolução nº 221 do Eg. TST:

Assinado eletronicamente por: GECIELI LORENZI VIAN - Juntado em: 07/08/2023 12:25:17 - 3a40538
a) – Preliminarmente que seja concedido o benefício da
Justiça Gratuita, dispensando o autor do recolhimento de custas,
honorários periciais, honorários advocatícios à parte contrária, em
caso de sucumbência, e emolumentos ou, por medida de cautela,
caso este MM. Juízo entenda que a documentação comprobatória
da situação de pobreza do reclamante, ora acostada, é
insuficiente à comprovação do estado hipossuficiente alegado,
requer, desde já, a aplicação do § 3º do art. 99 do CPC, norma
mais favorável ao empregado, presumindo-se verdadeira a
declaração firmada pelo reclamante, documento este que também
instrui a presente peça;
b) – Preliminarmente, que seja aplicado no presente feito, o
entendimento consolidado no âmbito do STJ (retratado em tópico
anterior) a respeito da possibilidade de relativização da exigência
de liquidação dos pedidos, bem como a exceção prevista no art.
324, §1º do CPC, em especifico quanto ao pedido de honorários
advocatícios sucumbenciais, juros e correção monetária, entre
outros pedidos aqui postulados;
c) – Indenização ou pagamento do seu salário maternidade, o
que deve ser feito nos termos do artigo 392 da Consolidação das
Leis do Trabalho (CLT) determina que o prazo de afastamento é
de 120 dias (cerca de 4 meses), sem prejuízo do emprego ou da
remuneração do trabalhador, o que a reclamante estima no
importe de R$ 5.448,00;
d) – declaração da estabilidade gestante prevista no art. 10, II,
alínea “b”, do ADCT, que compreende desde a concepção e até
cinco meses após o parto;
e) – considerando ser inviável a reintegração, requer a
estabilidade gestante consistente na indenização dos salários,
natalinas, férias com 1/3 e do FGTS com multa de 40% quanto ao
período estabilitário, assim compreendido aquele havido até cinco
meses após o parto, ou seja, 20.05.22, cujo valor a reclamante
estima no importe de R$ 6.800,00, com reflexos no importe de R$
2.000,00;

Assinado eletronicamente por: GECIELI LORENZI VIAN - Juntado em: 07/08/2023 12:25:17 - 3a40538
f) – considerando que a autora foi obrigada a trabalhar por
sete meses, desde o início da vigência da Lei14.151/21, até a data
14.12.21, quando foi afastada pelo motivo do parto iminente,
requer a indenização pelos danos materiais sofridos, ou seja, no
importe de sete salários mensais, o que estima no valor de R$
9.550,00;
g) – danos morais sofridos pela reclamante que foi obrigada a
prestar serviços enquanto gestante e na vigência da Lei
Lei14.151/21, faz jus à indenização por danos morais, conforme
assegura o art. 5º, V e X, da Carta da República e do art. 186 do
Código Civil, o que a reclamante desde já postula, em valor a ser
arbitrado por Vossa Excelência, porém em importe não inferior a
R$ 20.000,00 (vinte mil reais);
h) – requer seja declarado que a dispensa se deu sem justa
causa após o término da estabilidade gestante, o que ocorreu dia
20.05.2022 (projetando a data da rescisão para o dia 26.06.22), a
autora postula o pagamento de todas as verbas rescisórias, a
saber:
1. Indenização do aviso prévio proporcional a 36 dias,
projetando a data da rescisão para 26.06.22, no importe
estimado de R$ 1.650,00;
2. Férias integrais e em dobro referentes ao período
aquisitivo de 15/01/2020 a 14/01/2021, acrescidas do
terço constitucional, no importe estimado de R$
3.640,00;
3. Férias integrais referentes ao período aquisitivo de
15/01/2021 a 14/01/2022, acrescidas do terço
constitucional, no importe estimado de R$ 1.820,00;
4. Férias proporcionais 5/12 (já considerada a projeção do
aviso prévio proporcional de 36 dias), acrescida do terço
constitucional, no importe estimado de 710,00;
5. Décimo terceiro ao ano de 2021, no importe de R$
1.360,00;
6. Décimo terceiro proporcional 6/12 (já considerada a
projeção do aviso prévio proporcional de 36 dias), ao
ano de 2022, no importe de R$ 670,00;

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7. Saldo de salário referente ao mês de dezembro de
2021, quanto a 20 dias de trabalho (pois somente
ganhou bebe dia 20.12 e por foça de Lei deveria estará
afastada do trabalho desde maio), no importe de R$
910,00;
8. Multa de 40% sobre o FGTS do contrato no importe
estimado de R$ 1.800,00;
9. Liberação do FGTS da contratualidade, incluindo a
multa de 40% sobre o FGTS postulada;
10. Seja determinado que a reclamada forneça as guias do
seguro-desemprego, sob pena de indenização das
cotas correspondentes, nos termos do art. 186 do CC.
11. Pela ausência no pagamento das verbas rescisórias,
requer seja a reclamada condenada ao pagamento, a
título da multa prevista no art. 477, §8º, da CLT, a maior
remuneração devida à reclamante durante o pacto
laboral em questão no importe estimado de R$
1.360,00;
12. Seja aplicado a multa de 50% prevista no art. 467 da
CLT no que tange às verbas rescisórias incontroversas,
caso não pagas na primeira audiência, no importe
estimado de R$ 1.520,00;
13. Requer, por fim, que seja a reclamada compelida a
proceder ao registro da data de saída na sua CTPS,
devendo constar como data de saída o dia 26.06.22 (já
considerada a estabilidade gestante de cinco meses
após o parto e a projeção dos 36 dias de aviso prévio),
sob pena de multa diária de R$ 200,00 (duzentos reais)
pelo descumprimento de obrigação de fazer, nos termos
do art. 461, § 4ª, da CLT;

g.1.) – caso Vossa Excelência entenda que não seja o caso de


demissão sem justa causa pelo empregador, sucessivamente
requer seja declarada a rescisão indireta do contrato de
trabalho, com fulcro no art. 483, alínea “a”, “c” e “d”, da CLT, ou
seja, em especial por não cumprir o empregador com as
obrigações do contrato – especialmente ausência de

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pagamento de salários, não pagamento da estabilidade
gestante, não pagamento das verbas rescisórias e abandono
da trabalhadora, com o pagamento das mesmas verbas
postuladas no item “g” acima – pedidos de 1 ao 13;
i) – condenação das reclamadas ao pagamento das
diferenças de FGTS e INSS da contratualidade, segundo valores
que serão apurados em liquidação, inclusive daqueles meses
correspondentes em que não houve o pagamento de salário, no
importe estimado de R$ 4.400,00;
j) – ante o atraso no pagamento de salários e demais verbas,
com fulcro nos arts. 186 e 927 do Código Civil, bem como do art.
5º, V e X, da Carta da República, a reclamante postula
indenização por danos morais em valor a ser arbitrado por Vossa
Excelência, porém não inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais).
k) – sobre todas as parcelas postuladas na presente
reclamatória trabalhista que possuam natureza remuneratória faz
jus a reclamante ao recebimento da importância correspondente a
8% (oito por cento) a título de Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço (FGTS), cujos valores já foram discriminados em cada
item específico;
l) – Honorários advocatícios de sucumbência nos termos
acima postulados;
m) – Juros e correção monetária, estes com a aplicação da
decisão proferida na ADC nº 58, ou seja, da correção monetária
pelo IPCA-E na fase pré-judicial e, na fase judicial (após o
ajuizamento), a aplicação da taxa SELIC prevista na mencionada
decisão e de forma concomitante da correção monetária pelo
IPCA-E e dos juros simples de 1% (um por cento) ao mês, com a
dedução da correção atinente à taxa SELIC.

IV – DOS REQUERIMENTOS FINAIS:


Diante do exposto, requer digne-se Vossa Excelência, em receber
a presente ação pelo rito ordinário, mandando notificar as reclamadas, nos endereços
descritos no preâmbulo, de todos os termos da presente Reclamatória, para que
compareçam à audiência que for designada por essa MM. Vara do Trabalho, nela
apresentando, querendo, a defesa que tiver, sob pena de revelia e de serem presumidos
como verdadeiros os fatos articulados pelo reclamante.

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Requer que, ao final, sejam os pedidos formulados na presente
Reclamatória julgados totalmente procedentes, condenando a reclamada ao cumprimento
de todas as obrigações acima descritas e pagamento de todas as verbas pleiteadas, com
a devida atualização monetária, juros, honorários advocatícios, custas processuais e
demais cominações legais.
Requer que a notificação inicial sirva também de ordem de
exibição do contrato de trabalho, dos recibos de pagamento de salário do autor e
dos modelos indicados na presente, além dos controles de jornada e escalas, tudo
nos termos do art. 396 do Novo CPC e sob as penas do art. 400 da mesma Norma
Instrumentária Civil.
Requer ainda, com fulcro na Lei 1060/50, a concessão da
gratuidade da Justiça, por ser o reclamante pessoa pobre na acepção jurídica do termo
(declaração de situação econômica em anexo).
Pretende provar o alegado por todos os meios de provas em
direito admitidos, especialmente, pelo depoimento pessoal do representante da
reclamada, sob pena de confissão, oitiva de testemunhas, perícia técnica, além dos
documentos ora anexados.
Atribui à causa o valor de R$ 83.638,00 (oitenta e três mil,
seiscentos e trinta e oito reais).

Nestes termos,
Pede Deferimento.

Frederico Westphalen, RS, 18 de julho de 2023.

ANELISE CANCIAN COCCO GECIELE LORENZI


OAB/RS 70.459 OAB/RS 80.286A

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https://pje.trt4.jus.br/pjekz/validacao/23080712211640000000133592355?instancia=1
Número do documento: 23080712211640000000133592355

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