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398-22

AULA 01 – PROCESSO DO TRABALHO


TEMA: COMPETÊNCIA E AÇÃO TRABALHISTA
PROFESSORA MONITORA: ANA CAROLINA DESTEFANI NATALI
INTA: @anacarolinadestefani

Olá, tudo bem com vocês? Me chamo Ana Carolina Destefani e estarei
acompanhando vocês nas disciplinas de Processo do Trabalho, Direito do
Consumidor e Direito da Criança e do Adolescente.

O objetivo das nossas aulas é tirar todas as dúvidas de vocês. Agora, se eu não
responder você durante a aula ou se mesmo tendo respondido você não
entender, por favor, me mande mensagem pelo Instagran
(@anacarolinadestefani) ou pelo Facebook (Ana Carolina Destefani Natali). O
que não pode acontecer é vocês ficarem com dúvida, tá? Não pode. E outra
coisa, não existe pergunta boba. Se você não entendeu algo pergunte e se não
entendeu pergunte novamente até sanar a dúvida.

A disciplina de Processo do Trabalho é MUITO fácil. Tanto em primeira fase,


tanto na segunda fase. A minha meta é trazer durante nossas aulas questões de
primeira e segunda fase, para vocês verem como é fácil.

Se você não teve aula de Processo do Trabalho na faculdade ou se teve e não


entendeu nada, está tudo bem. Nós iremos ver os tópicos que mais caem na
OAB. Fique tranquilo. Acalme este coração e boráá !!!

Nós iremos ter 04 (quatro) aulas de processo do trabalho, isso mesmo... apenas
04 aulas. Então, faz um esforcinho para assistir todas elas. A nossa primeira aula
tem como tema Competência e Ação Trabalhista. Segue os tópicos:

COMPETÊNCIA
✓ Territorial
✓ Material

AÇÃO TRABALHISTAS
✓ Custas Processuais e Depósito Recursal;
✓ Reclamante x Reclamado
✓ Perempção;
✓ Prova Pericial;
✓ Jus Postulandi no Processo do Trabalho.
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COMPETÊNCIA

O art. 111 da CRFB/88 traz os órgãos da Justiça do Trabalho, sendo:

Art. 111. São órgãos da Justiça do Trabalho:

I - o Tribunal Superior do Trabalho;

II - os Tribunais Regionais do Trabalho;

III - Juízes do Trabalho.

Dessa forma, já começo indagando a vocês se o STF é um órgão da justiça do


trabalho? A resposta é não, pois segundo o art. 111 da CRFB/88 os órgãos da
justiça do trabalho são: TST, TRT e os Juízes do Trabalho.

Agora, um juiz estadual pode julgar matéria trabalhista? A resposta será


DEPENDE. Pois se não houver juízes de trabalho na região, ou seja, se não
houver vara trabalhista na região, o juiz estadual será competente para julgar a
matéria.

Assim, se o juiz estadual proferir uma sentença quem receberá o recurso? Neste
caso não será o Tribunal de Justiça, mas sim o TRT. Logo, será interposto um
Recurso Ordinário (isso mesmo, das sentenças proferidas cabe Recurso
Ordinário, famoso R.O) para o TRT.

Essas respostas nos encontramos no art. 112 da CRFB/88 e Súmula 10 do STJ.


Observe:

Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo,


nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la
aos juízes de direito, com recurso para o respectivo
Tribunal Regional do Trabalho

SÚMULA 10 DO STJ: instalada a Junta de Conciliação e


Julgamento, cessa a competência do Juiz de Direito em
matéria trabalhista, inclusive para a execução das
sentenças por ele proferidas.

COMPETÊNCIA TERRITORIAL

A competência territorial traz o local onde iremos ajuizar a ação trabalhista e esta
resposta encontramos no art. 651 da CLT. Observe:
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Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e


Julgamento é determinada pela localidade onde o
empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços
ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro
local ou no estrangeiro.

§ 1º - Quando for parte de dissídio agente ou viajante


comercial, a competência será da Junta da localidade em
que a empresa tenha agência ou filial e a esta o
empregado esteja subordinado e, na falta, será
competente a Junta da localização em que o empregado
tenha domicílio ou a localidade mais
próxima.

§ 2º - A competência das Juntas de Conciliação e


Julgamento, estabelecida neste artigo, estende-se aos
dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro,
desde que o empregado seja brasileiro e não haja
convenção internacional dispondo em contrário.

§ 3º - Em se tratando de empregador que promova


realização de atividades fora do lugar do contrato de
trabalho, é assegurado ao empregado apresentar
reclamação no foro da celebração do contrato ou no da
prestação dos respectivos serviços.

A regra é que a competência será na localidade onde o empregado, reclamante


ou reclamado, prestar serviços ao empregador.

Mas toda regra tem a sua exceção. A primeira é quando se tratar de agente ou
viajante comercial, sendo competente o local em que a empresa tenha agência
ou filial e na falta será onde o empregado tenha domicílio ou a localidade mais
próxima. A segunda exceção é quando se tratar de empregador que promova
realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, neste caso é
assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do
contrato ou no da prestação dos respectivos serviços

COMPETÊNCIA
TERRITORIAL

REGRA EXCEÇÕES

LOCAL DE EMPREGADOR QUE


PRESTAÇÃO DE AGENTE/VIAJANTE PROMOCA
SERVIÇOS COMERCIAL RFALIZAÇÃI DE
ATIVIDADE FORA
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Por sua vez, o art. 800 da CLT traz como deverá ser alegada a incompetência
territorial. Veja:

Art. 800. Apresentada exceção de incompetência territorial


no prazo de cinco dias a contar da notificação, antes da
audiência e em peça que sinalize a existência desta
exceção, seguir-se-á o procedimento estabelecido neste
artigo.

§ 1o Protocolada a petição, será suspenso o processo e


não se realizará a audiência a que se refere o art. 843
desta Consolidação até que se decida a
exceção.

§ 2o Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que


intimará o reclamante e, se existentes, os
litisconsortes, para manifestação no prazo comum de
cinco dias.

§ 3o Se entender necessária a produção de prova oral,


o juízo designará audiência, garantindo o direito de o
excipiente e de suas testemunhas serem ouvidos, por carta
precatória, no juízo que este houver indicado como
competente.

§ 4o Decidida a exceção de incompetência territorial, o


processo retomará seu curso, com a designação de
audiência, a apresentação de defesa e a instrução
processual perante o juízo competente.

Assim, quando o reclamado for citado deverá em 05 (CINCO) dias, a contar da


notificação, alegar a exceção de incompetência. Dessa forma, o processo irá
concluso para o juiz e terá seu andamento suspenso até que se resolva sobre a
exceção. Em seguida, o juiz intimará o reclamante para que em 05 (CINCO) dias
também se manifeste.

ATENÇÃO: o que é perguntado em prova é se é cabível audiência para produção


de prova oral, muito marcam a alternativa que não, pois associam ao fato de que
o processo está suspenso, mas na verdade o §3º do art. 800 da CLT traz que se
o juiz entender necessário será cabível a designação de audiência para resolver
eventuais conflitos.

Uma vez decidida sobre a exceção de incompetência territorial, se ficar


constatado que o juiz é incompetente, o processo será remetido ao juízo
competente, caso contrário seguirá normalmente com a designação de
audiência de conciliação, instrução e julgamento e por fim será proferido
sentença.
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O art. 114 da CRFB/88 traz sobre a competência material, a qual iremos estudar
inciso por inciso. Veja:

Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e


julgar:

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os


entes de direito público externo e da administração pública
direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios;

II as ações que envolvam exercício do direito de


greve;

III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos,


entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e
empregadores;

IV os mandados de segurança, habeas corpus e habeas


data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à
sua jurisdição

V os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição


trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;

VI as ações de indenização por dano moral ou patrimonial,


decorrentes da relação de trabalho;

VII as ações relativas às penalidades administrativas


impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização
das relações de trabalho;

VIII a execução, de ofício, das contribuições sociais


previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais,
decorrentes das sentenças que proferir;

IX outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho,


na forma da lei.

INCISO I

I as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público


externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios;

✓ Para entendermos este inciso I, precisamos ler a ADI 3395 que diz: a
Justiça do Trabalho não é competente para apreciar as ações entre o
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poder público e seus servidores estatutários ou que possuam com o


poder público outro regime jurídico administrativo.
✓ Logo, se a ação versar sobre servidores estatutários ou que possuam
com o poder público outro regime jurídico administrativo a justiça do
trabalho não será competente para julgar o caso.
✓ Por exemplo, João foi aprovado no concurso público para ser Defensor
Público. Assim, o Defensor Público é um servidor estatutário e eventual
ação envolvendo-o, será competente a justiça comum e não a justiça do
trabalho.
✓ Agora, imagine que João seja contratado para trabalhar em uma empresa
privada. Logo, será empregado celetista e eventuais ações acerca do seu
trabalho será decidida na justiça do trabalho, pois João é regido pela CLT.
✓ Atenção: a Súmula 363 do STJ diz que é compete à Justiça estadual
processar e julgar a ação de cobrança ajuizada por profissional liberal
contra cliente. Ex.: médico, advogado, arquiteto etc.

INCISO II

II as ações que envolvam exercício do direito de greve;

✓ Súmula 189 do TST. A Justiça do Trabalho é competente para declarar a


abusividade, ou não, da greve.

✓ Além deste inciso você precisa saber a respeito da Súmula Vinculante 23 que
diz: A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação
possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos
trabalhadores da iniciativa privada.

✓ Ação possessória é matéria que vocês iram estudar em Direito Civil, mas não
custa nada revisar aqui né. Boráá:

ESBULHO AÇÃO DE
REINTEGRAÇÃO DE
POSSE

TURBAÇÃO – PERDA AÇÃO DE


PARCIAL MANUTENÇÃO NA
POSSE

INTERDITO
AMEAÇA
PROIBITÓRIO
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INCISO III

III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e


trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores:

o Sindicatos x Sindicatos
o Sindicatos x Empregadores
o Sindicatos x Empregados

✓ Exceção: Sindicatos de servidores públicos.

INCISO IV

IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato


questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
✓ UMA DICA INFALÍVEL: O mandado de segurança, na maioria das vezes,
é utilizado para atacar decisões interlocutórias, pois as decisões
interlocutórias na justiça do trabalho são irrecorríveis = princípio da
irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias.

✓ OBSERVAÇÃO: no processo civil das decisões interlocutórias é cabível


agravo de instrumento, mas na justiça do trabalho NÃO. Aqui, o agravo
de instrumento tem como objetivo destrancar recurso. Fique tranquilo.
Vamos estudar isso na nossa última aula sobre recursos.

INCISO V
V - Conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista. (juiz do
trabalho x TRT x TST).

✓ Súmula 420 do TST: Não se configura conflito de competência entre


Tribunal Regional do Trabalho e Vara do Trabalho a ele vinculada.
✓ Exemplo: 20º Vara de Trabalho de São Paulo e o TRT da 2ª Região: não
há conflito de competência, pois há vinculação entre eles

A seguir coloquei três tabelinhas que irão te auxiliar para resolver os exercícios
que envolvam conflito de competência:
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CONFLITO COMPETÊNCIA

JUIZ DO TRABALHO X JUIZ DO TRABALHO TRT


(VINCULADO AO MESMO TRT)

JUIZ DO TRABALHO X JUIZ DO TRABALHO TST


(VINCULADO AO TRT DISTINTO)

TRT X TRT TST

CONFLITO (ART. 105, I, “d’, CFRB/88) COMPETÊNCIA

DICA: ÓRGÃOS DE JUSTIÇAS DIFERENTES STJ

EXEMPLO: JUIZ DE DIREITO X JUIZ DO TRABALHO STJ

CONFLITO (ART. 102, I, “d’, CFRB/88) COMPETÊNCIA

DICA: CONFLITO ENVOLVENDO TRIBUNAL STF


SUPERIOR

EXEMPLO: TST X STJ STF

INCISO VI
VI- Indenização por dano moral e material.
✓ Súmula Vinculante 22: A Justiça do Trabalho é competente para
processar e julgar as ações de indenização por danos morais e
patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por
empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não
possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação
da Emenda Constitucional nº 45/04.
✓ Súmula 392 do TST: indenização por dano material e moral, quando
decorrentes de vínculo de emprego, mesmo que ajuizada pelos seus
sucessores e dependentes.

INCISO VII
VII - Penalidades administrativa imposta pelos órgãos de fiscalização.
✓ Por exemplo, caso o órgão fiscalize e atue determinada empresa, esta
poderá mover ação na Justiça do Trabalho para tentar impugnar ou anular
a atuação.
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✓ IMPORTANTE: A justiça do trabalho NÃO possui competência para julgar


ações penais, conforme decisão do STF na ADI 3.684-0 e súmula 62 do
STJ:
Súmula 62 do STJ: Compete à Justiça Estadual processar e julgar o crime de
falsa anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, atribuído à empresa
privada.

INCISO VIII

VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais (INSS) previstas no art.


195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que
proferir;
✓ Sentenças Condenatórias em Pecúnias - Súmula 368 do TST.
✓ Sentença Homologatória de Acordo.

Súmula nº 368 do TST: I - A Justiça do Trabalho é competente para determinar


o recolhimento das contribuições fiscais. A competência da Justiça do
Trabalho, quanto à execução das contribuições previdenciárias, limita-se às
sentenças condenatórias em pecúnia que proferir e aos valores, objeto de
acordo homologado, que integrem o salário de contribuição.

DE OLHO NA JURISPRUDÊNCIA

O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que cabe à Justiça


Comum julgar processos decorrentes de contrato de previdência
complementar privada. Recursos Extraordinários (REs) 586453 e 583050.

O Supremo Tribunal Federal (STF), na Ação Direta de Inconstitucionalidade


(ADI) 5326, entendeu que a competência é da Justiça comum para a
autorização de trabalho de menor.

AÇÃO TRABALHISTA

Quando houver lacuna na CLT o que teremos que fazer? Aplicar o Código de
Processo Civil. Porém, nem tudo que está no CPC se aplica a CLT. Observe:

Exceções:

1. Execução/liquidação trabalhista, em que se aplicará a Lei de Execução Fiscal


(LEF: 6.830/1980).

2. Art. 229 CPC/2015 - Prazo em dobro: na hipótese de litisconsortes com


diferentes procuradores, de advocacia distintos e os autos serem físicos. Esse
artigo é aplicável ao processo de trabalho? Em regra, NÃO. Pois contraria o
princípio da celeridade. OJ 310 SDI-1/TST.
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ATENÇÃO: a tabela seguinte mostra quem são os isentos de custas, isentos de


depósito recursal e quem deve realizar o depósito recursal pela metade. Futuros
advogados, vocês necessitam decorar essa tabela, pois ela é de extrema
importância e inclusive caiu no XXXIII exame.

ISENTOS DE ISENTOS DE DEPÓSITO RECURSAL


CUSTAS DEPÓSITO PELA METADE
RECURSAL

BENEFICIÁRIOS BENEFICIÁRIOS DA ENTIDADES SEM FINS


DA JUSTIÇA JUSTIÇA LUCRATIVOS.
GRATUITA. GRATUITA.

U, E, DF, U, E, DF, EMPREGADOR


AUTARQUIAS, AUTARQUIAS, DOMÉSTICO.
FUNDAÇÕES FUNDAÇÕES
PÚBLICAS. PÚBLICAS.
MINISTÉRIO MINISTÉRIO MICROEMPREENDEDORES
PÚBLICO DO PÚBLICO DO INDIVIDUAIS.
TRABALHO. TRABALHO.

MASSA FALIDA. MASSA FALIDA. EMPRESA DE PEQUENO


PORTE.
----------- ENTIDADES MICROEMPRESAS.
FILANTRÓPICAS.

----------- EMPRESA EM -----------


RECUPERAÇÃO
JUDICIAL.

RECLAMANTE PODE DESISTIR DA AÇÃO TRABALHISTA?

A resposta se encontra no art. 841, §3º, CLT. Veja: Art. 841, § 3o: Oferecida a
contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o
consentimento do reclamado, desistir da ação.

Logo, antes de oferecida a contestação o reclamante pode desistir da ação sem


anuência do reclamado. Agora, uma vez oferecida a contestação, ainda que
eletronicamente, o reclamante não poderá, sem o consentimento do reclamado,
desistir da ação.

Porém, se tratando de recurso o recorrente poderá desistir a qualquer momento,


não precisando da anuência do recorrido.
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O QUE ACONTECE QUANDO AS PARTES NÃO COMPARECEM A


AUDIÊNCIA?

Resposta: art. 844, caput, da CLT.

Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à


audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não-
comparecimento do reclamado importa revelia, além de
confissão quanto à matéria de fato.

§ 1o Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender


o julgamento, designando nova audiência.

§ 2o Na hipótese de ausência do reclamante, este será


condenado ao pagamento das custas calculadas na forma
do art. 789 desta Consolidação, ainda que beneficiário da
justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze
dias, que a ausência ocorreu por motivo legalmente
justificável.

§ 3o O pagamento das custas a que se refere o § 2 o é


condição para a propositura de nova demanda.

Portanto, se o reclamante não comparece a audiência o processo será


arquivado, devendo pagar as custas. Já se o reclamado não comparece a
audiência será considerado revel.

Reclamante: autor.
Reclamado: réu.

QUEM DEVE COMPARECER A AUDIÊNCIA:

Art. 843 - Na audiência de julgamento deverão estar


presentes o reclamante e o reclamado,
independentemente do comparecimento de seus
representantes salvo, nos casos de Reclamatórias
Plúrimas ou Ações de Cumprimento, quando os
empregados poderão fazer-se representar pelo Sindicato
de sua categoria.

§ 1º É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo


gerente, ou qualquer outro preposto que tenha
conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o
proponente.

§ 2º Se por doença ou qualquer outro motivo poderoso,


devidamente comprovado, não for possível ao empregado
comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar
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por outro empregado que pertença à mesma profissão, ou


pelo seu sindicato.

§ 3o O preposto a que se refere o § 1o deste artigo não


precisa ser empregado da parte reclamada.

Assim, o empregador pode ser substituído pelo gerente ou outro preposto que
tenha conhecimento dos fatos. Observe-se que não precisa ser necessariamente
funcionário do empregador: ou será o gerente ou qualquer outra pessoa que
tenha conhecimento dos fatos.

Já o empregado pode ser substituído por outro empregado que pertença à


mesma profissão ou sindicato, mas SOMENTE no caso de doença ou outro
motivo relevante, devidamente comprovado.

PEREMPÇÃO

A perempção trabalhista pode ser definida como a perda do direito de


movimentar o Judiciário devido à falta de iniciativa da parte no processo

Art. 786 - A reclamação verbal será distribuída antes de


sua redução a termo.

Parágrafo único - Distribuída a reclamação verbal, o


reclamante deverá, salvo motivo de força maior,
apresentar-se no prazo de 5 (cinco) dias, ao cartório ou à
secretaria, para reduzi-la a termo, sob a pena estabelecida
no art. 731.

Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor


reclamação verbal, não se apresentar, no prazo
estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou
Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de
perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar
perante a Justiça do Trabalho.

Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o


reclamante que, por 2 (duas) vezes seguidas, der causa
ao arquivamento de que trata o art. 844 (não comparecer
a audiência).

Existe duas formas de perempção no processo trabalhista, observe:

01. A reclamação pode ser realizada de duas formas: verbal ou escrita.


Quando a reclamação é verbal o reclamante comparecerá à vara
trabalhista para reduzi-la a termo no prazo de 05 (cinco) dias, salvo motivo
de força maior. Agora, se o reclamante não comparece dentro deste prazo
ou não justifica o não comparecimento, incorrerá na pena de perda, pelo
prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do
Trabalho.
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02. Outra forma de perempção, será quando o reclamante não comparecer à


audiência, dando causa ao arquivamento por duas vezes seguidas. Ou
seja, ajuíza uma ação, não comparece a audiência, processo será
arquivado (lembra: quando o reclamante não comparece a audiência o
processo é arquivado). Ai para ajuizar uma nova ação ele deve pagar as
custas da anterior, uma vez paga a custa ele ajuíza uma outra ação e
novamente não comparece a audiência. O processo será extinto
novamente e o reclamante não poderá ajuizar ação pelo prazo de 06
(seis) meses.

Portanto, a perempção ocorre quando o reclamante der causa, por 02 (duas)


vezes ao arquivamento OU não comparecer para reduzir a termo (05 dias).
Penalidade: 06 (seis) meses sem poder ajuizar uma ação trabalhista.

ATENÇÃO: no processo civil e no processo penal também existe a perempção,


porém não possui as mesmas causas e nem consequências que a do processo
do trabalho. Vou trazer aqui como sendo um plus aos seus estudos. Ok?

PROCESSO CIVIL: a perempção ocorrerá quando o autor der causa, por 03


(três) vezes seguidas, à extinção do processo. A penalidade é que não poderá
ajuizar a mesma ação, conforme art. 486, §3º, do CPC.

Art. 486. § 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a


sentença fundada em abandono da causa, não poderá
propor nova ação contra o réu com o mesmo objeto,
ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de
alegar em defesa o seu direito.

PROCESSO PENAL: as hipóteses para que ocorra a perempção no processo


penal se encontra no art. 60 do CPP, tendo como consequência a extinção de
punibilidade do querelado. Observe as hipóteses:

Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante


queixa, considerar-se-á perempta a ação penal:

I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover


o andamento do processo durante 30 dias seguidos;

II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua


incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir
no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias,
qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o
disposto no art. 36;

III - quando o querelante deixar de comparecer, sem


motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva
estar presente, ou deixar de formular o pedido de
condenação nas alegações finais;
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IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se


extinguir sem deixar sucessor.

JUS POSTULANDI

O jus postulandi é o direito da parte de ingressar com uma ação trabalhista sem
a assistência de advogado, conforme art. 791, caput, da CLT. Veja:

Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão


reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e
acompanhar as suas reclamações até o final.

A súmula 425 do TST traz as hipóteses em que não será cabível o Jus
Postulandi:

Súmula 425 do TST: "O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da
CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não
alcançando a ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os
recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho.“

DECORE: O jus postulandi na justiça do trabalho NÃO é MARAA!!!

M: mandado de segurança
A: ação rescisória
R: recursos para o TST
A: ação cautelar
A: acordo extrajudicial

DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa


própria, serão devidos honorários de sucumbência, fixados
entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15%
(quinze por cento) sobre o valor que resultar da liquidação
da sentença, do proveito econômico obtido ou, não sendo
possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa.

Lembre-se: na justiça do trabalho os honorários advocatícios são de no mínimo


5% e no máximo 15%. Já no processo civil são de no mínimo 10% e no máximo
20%.
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DA JUSTIÇA GRATUITA

Art. 790. Nas Varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos


Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de
pagamento das custas e emolumentos obedecerá às
instruções que serão expedidas pelo Tribunal Superior do
Trabalho.

§ 3o É facultado aos juízes, órgãos julgadores e


presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância
conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da
justiça gratuita, inclusive quanto a traslados e instrumentos,
àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40%
(quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios
do Regime Geral de Previdência Social.

§ 4o O benefício da justiça gratuita será concedido à parte


que comprovar insuficiência de recursos para o
pagamento das custas do processo.

Portanto, na justiça do trabalho a gratuidade da justiça poderá ser concedida


através de ofício ou requerimento.

Há duas formas de requerer a justiça gratuita:

1. àqueles que perceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por


cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência
Social.

2. que comprovar insuficiência de recursos para o pagamento das custas do


processo

Lembre-se que a gratuidade da justiça poderá ser feita de ofício.

DA PROVA PERICIAL

Quando haverá produção de prova pericial?

✓ Decorrência de lei. Exemplo: adicional de periculosidade e insalubridade.


✓ Quando necessária para a prova do fato.

Quando não haverá produção de prova pericial?

✓ Bombeiro Civil - art. 6º da Lei n. 11.901/2009.


✓ Pagamento Espontâneo feito pelo empregador - Súmula 453 do TST.
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✓ Frentista - Súmula 39 do TST (tem direito à periculosidade e não será


produzida prova pericial).
✓ Técnico de Radiologia - art. 16 da Lei n. 7.394/1985.

CURIOSIDADES:

A OJ 278, SDI-1, TST prevê que quando o local de trabalho estiver fechado ou
não for possível produzir a prova pericial de alguma forma, outros meios de prova
poderão ser utilizados.

Súmula 293 do TST: a verificação mediante perícia da prestação de serviços em


condições nocivas, considerado agente insalubre diverso do apontado na
inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade.

Assim, o juiz pode deferir o pedido de adicional de insalubridade por uma causa
diferente da qual foi apontada na petição inicial? Sim. Mas a sentença não seria
extra petita, ele não estaria deferindo algo diferente do que foi postulado? Não,
pois o TST entende que é possível.

O juiz nomeia o perito, o qual apresenta o laudo pericial. Após a nomeação desse
perito, as partes têm o prazo de 15 dias (conforme art. 465, § 1º do CPC), quando
podem arguir o impedimento ou suspeição do perito, apresentar quesitos
(perguntas) para o perito responder no laudo pericial, e indicar assistentes
técnicos. Depois disso, o perito apresentará o laudo pericial no prazo fixado pelo
juiz.

Quanto ao laudo pericial, as partes têm o direito de se manifestar. No


procedimento ordinário (quando o valor da causa ultrapassa 40 salários-
mínimos), o prazo será fixado pelo juiz. Já no procedimento sumaríssimo
(quando o valor da causa não exceder 40 salários-mínimos), o prazo será
comum de 5 dias por determinação do art. 852-H, § 6º, da CLT.

Art. 479 do CPC: O juiz não fica adstrito ao laudo pericial, podendo formar seu
convencimento com base em outros fatos ou elementos provados nos autos,
indicando na sentença os motivos que o levaram a considerar ou a deixar de
considerar as conclusões do laudo, levando em conta o método utilizado pelo
perito.
HONORÁRIOS PERICIAIS
Art. 790-B. A responsabilidade pelo pagamento dos
honorários periciais é da parte sucumbente na pretensão
objeto da perícia, ainda que beneficiária da justiça
gratuita.

§ 1o Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá


respeitar o limite máximo estabelecido pelo Conselho
Superior da Justiça do Trabalho.
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§ 2o O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários


periciais.

§ 3o O juízo não poderá exigir adiantamento de valores


para realização de perícias.

§ 4o Somente no caso em que o beneficiário da justiça


gratuita não tenha obtido em juízo créditos capazes de
suportar a despesa referida no caput, ainda que em outro
processo, a União responderá pelo encargo

ATENÇÃO: DE ACORDO COM A NOVA ADI 5677 DO STF: é inconstitucional


a expressão “ainda que beneficiária da justiça gratuita” do caput do art. 790-B,
bem como declarou inconstitucional o seu § 4º.

Portanto, se a parte que perdeu a perícia for beneficiária da justiça gratuita a


União que arcará com os custos do perito.

Agora que você já sabe que os honorários periciais serão pagos pela parte
sucumbente da ação, ou seja, pela parte que perder o objeto da perícia, caso o
juiz peça o adiantamento dos honorários periciais? Você como advogado o que
deverá fazer?

Primeiramente já sabemos que não é cabível recorrer das decisões


interlocutórias. Então a única saída é impetrar Mandado de Segurança, pois
estamos diante de um direito líquido e certo, conforme OJ 98 da SDI-II/TST. Veja:

OJ 98 da SDI-II/TST – MANDADO DE SEGURANÇA.


CABÍVEL PARA ATACAR EXIGÊNCIA DE DEPÓSITO
PRÉVIO DE HONORÁRIOS PERICIAIS. Inserida em
27/09/2002 (nova redação – DJ 22/08/2005) É ilegal a
exigência de depósito prévio para custeio dos honorários
periciais, dada a incompatibilidade com o processo do
trabalho, sendo cabível o mandado de segurança visando
à realização da perícia, independentemente do depósito.

HONORÁRIOS DO ASSISTENTE TÉCNICO

Já se tratando de assistente técnico quem pagará será a própria parte que


contratou, conforme súmula 341 do TST.

Súmula 341 do TST: os honorários do assistente técnico serão pagos pela parte
que o contratou.

Portanto, os honorários periciais serão pagos pela parte que for sucumbente na
pretensão objeto da perícia, ou seja, pela parte que perdeu o objeto da perícia.
Agora, os assistentes técnicos serão pagos pela parte que o contratou.
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Futuros advogados: essa foi a nossa primeira aula! Caso você possui alguma
dúvida entre em contato comigo que farei de tudo para sanar (insta:
@anacarolinadestefani). Ah, se tiver alguma crítica ou sugestão peço
encarecidamente que também entre em contato comigo! Quero que vocês
tenham o melhor material possível.

Siga seus estudos com muita fé e muita perseverança, pois dará certo! Já estou
na torcida por vocês. Tenham uma ótima semana!

Com muito carinho: Ana Carolina Destefani Natali.

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