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Hamilton lucena
exame
XXXV
atualizado e revisado
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
PETIÇÃO INICIAL
1. INTRODUÇÃO
A petição inicial, externa a manifestação do reclamante de obter tutela jurisdi-
cional para na satisfação do seu direito, rompendo a inércia da jurisdição (art. 2º do
CPC) para dar início ao processo trabalhista.
2. FUNDAMENTAÇÃO
A petição inicial tem fundamento no art. 840 da CLT, vejamos:
CLT, Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita ou verbal.
§ 1º - Sendo escrita, a reclamação deverá conter a designação do juízo, a qua-
lificação das partes, a breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio, o pe-
dido, que deverá ser certo, determinado e com indicação de seu valor, a data e a
assinatura do reclamante ou de seu representante.
ou
OBS: Não indicar o número da Vara do Trabalho, pois, ainda não houve distribui-
ção.
Art. 838 da CLT - Nas localidades em que houver mais de 1 (uma) Junta ou mais
de 1 (um) Juízo, ou escrivão do cível, a reclamação será, preliminarmente, sujeita
a distribuição, na forma do disposto no Capítulo II, Seção II, deste Título.
Plínio foi empregado da sociedade empresária Marca Alimentos S/A. Ele prestou
serviços nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, residindo hoje nes-
te último. Ao ser dispensado, ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade
empresária, a qual foi distribuída a 99ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte / MG. Na
audiência, a sociedade empresária apresentou exceção de incompetência, alegando
que a ação deveria ter sido ajuizada em São Paulo, local da contratação e sede da ré.
Diante disso, responda aos itens a seguir.
3.1.1.3. EXCEÇÃO 2
O TST vem permitindo o ajuizamento da reclamação trabalhista no domicílio
do reclamante quando a reclamada for empresa de grande porte e prestar serviços
em âmbito nacional, em homenagem ao princípio constitucional do amplo acesso à
jurisdição e ao princípio protetivo do trabalhado.
São requisitos para ajuizar a ação no domicilio do autor e não no local da pres-
tação de serviços.
> Empresa possua atuação nacional;
> Não se revele um embaraço à defesa;
Neste sentido, transcrevem-se os seguintes precedentes do TST:
Informativo 198 – TST- Competência territorial. Domicílio do reclamante. Pos-
sibilidade. Desnecessidade de coincidir com o local da prestação de serviços ou
com o da contratação ou arregimentação. Empresa de atuação nacional. Apli-
cação ampliativa do art. 651, caput e § 3º, da CLT. É possível reconhecer a com-
petência territorial do foro do domicílio do reclamante quando a empresa contra-
tante tiver atuação em âmbito nacional, não havendo necessidade de coincidir o
domicílio do empregado com o local da prestação de serviço ou com o da contra-
tação ou arregimentação. Trata-se de interpretação ampliativa dos critérios objeti-
vos do art. 651, caput, e § 3º, da CLT, de modo a garantir o acesso amplo à Justiça
sem prejuízo do direito de defesa. No caso, restou consignado que a contratação
do reclamante pela Petrobras, empresa notoriamente de atuação nacional, se deu
em Salvador/BA, com prestação de serviços no Estado da Bahia e em Macaé/RJ,
mas a ação foi ajuizada no domicílio do empregado, em Aracaju/SE, onde tam-
bém se localiza uma das sedes da empresa reclamada. Sob esse entendimento, a
SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência jurisprudencial,
e, no mérito, por maioria, negou-lhes provimento. Vencidos os Ministros Márcio
Eurico Vitral Amaro, relator, Walmir Oliveira da Costa e Alexandre Luiz Ramos. (Cf.
Informativos TST nºs 146, 156) (E-ED-RR-278-87.2015.5.20.0003, SBDI-I, rel. Min.
Márcio Eurico Vitral Amaro, red. p/ acórdão Min. Breno Medeiros, 6.6.2019)
Informativo – 156 do TST - RECURSO DE EMBARGOS EM RECURSO DE REVISTA
REGIDO PELA LEI Nº 13.015/2014. COMPETÊNCIA TERRITORIAL. RECLAMA-
ÇÃO TRABALHISTA AJUIZADA NO FORO DO DOMICÍLIO DO RECLAMANTE. LO-
CALIDADE DISTINTA DA CONTRATAÇÃO E PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS. Com
ressalva de entendimento deste Relator, esta Corte Superior firmou entendimento
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
3.1.1.5. EXCEÇÃO
O TST também permite o ajuizamento da ação trabalhista foro domicílio dos
reclamantes na hipótese de ação ajuizada por viúva e filhos menores de ex-empregado
falecido em decorrência de acidente de trabalho, na defesa de direito próprio, aplican-
do por analogia, o disposto no art. 147, I e II do Estatuto da Criança e do Adolescente,
de seguinte teor:
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
Plínio foi empregado da sociedade empresária Marca Alimentos S/A. Ele prestou
serviços nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, residindo hoje nes-
te último. Ao ser dispensado, ajuizou reclamação trabalhista em face da sociedade
empresária, a qual foi distribuída a 99ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte / MG. Na
audiência, a sociedade empresária apresentou exceção de incompetência, alegando
que a ação deveria ter sido ajuizada em São Paulo, local da contratação e sede da ré.
Diante disso, responda aos itens a seguir.
B) No caso de acolhida a exceção pelo juiz, como advogado de Plínio, que medida
você adotaria? (Valor: 0,65) Resposta: Neste caso, como o juiz acolheu a exceção,
cabe recurso ordinário de imediato da decisão interlocutória, nos termos do art. 895,
I da CLT e do item “c” da súmula 214 do TST.
contém vício que gera a nulidade de todos os atos decisórios, pois tais atos, foram
proferidos por juízo incompetente.
Assim, o disposto no art. 286, II, do CPC, refere-se a regra de prevenção de
competência funcional horizontal, de modo que o seu desrespeito enseja nulidade
absoluta do processo, ante a necessidade de observância do princípio do juiz natural,
consagrado no art. 5º, XXXVII e LIII, da CF. Nesse sentido, o informativo, 192 do TST.
Informativo 192 – Ação rescisória. Art. 485, V, do CPC de 1973. Desrespeito à
regra do art. 253, II, do CPC de 1973. Nulidade absoluta. Princípio do juiz na-
tural. Violação do art. 5º, XXXVII e LIII, da CF. Configuração. O disposto no art.
253, II, do CPC de 1973 refere-se a regra de prevenção de competência funcio-
nal, de modo que o seu desrespeito enseja nulidade absoluta do processo, ante
a necessidade de observância do princípio do juiz natural, consagrado no art. 5º,
XXXVII e LIII, da CF. No caso, houve a extinção da primeira reclamação trabalhis-
ta, sem resolução do mérito, em virtude da ausência da reclamante na audiência
inaugural. Apresentada nova reclamatória com partes, causa de pedir e pedidos
idênticos, mas distribuída à Vara do Trabalho diversa da que extinguira o primeiro
processo, o TRT da 17ª Região deixou de anular a sentença proferida na segunda
ação ao fundamento de que se tratava de nulidade relativa e não houve prejuízo.
Ajuizada a ação rescisória pelo reclamado, o Tribunal Regional julgou-a proceden-
te por violação do art. 253, II, do CPC de 1973. Ao analisar o recurso ordinário
interposto pela reclamante, a SBDI-II, por unanimidade, deu-lhe provimento para
julgar improcedente a ação rescisória fundada em violação literal do art. 253, II,
do CPC de 1973, tendo em vista o óbice da Súmula nº 83 do TST. Todavia, ante
o efeito devolutivo do recurso ordinário em sua profundidade, que devolveu ao
TST os fundamentos da inicial e da defesa no que tange ao capítulo impugnado
(art. 485, V, do CPC de 1973), a Subseção, também à unanimidade, decidiu julgar
procedente a ação rescisória por violação do art. 5º, XXXVII e LIII, da CF, para, em
juízo rescindendo, desconstituir a sentença proferida na ação matriz e, em juízo
rescisório, anular todos os atos decisórios nela praticados e determinar o envio
dos autos à Vara do Trabalho que apreciou a primeira reclamação (juízo prevento).
TST-RO-74-70.2014.5.17.0000, SBDI-II, rel. Min. Maria Helena Mallmann, 12.3.2019
Outros julgados sobre o tema;
DISTRIBUIÇÃO POR DEPENDÊNCIA. ART. 253, DO CPC (Art. 286, CPC). APLICA-
ÇÃO AO PROCESSO DO TRABALHO. A distribuição por dependência é matéria de
ordem pública, que tem por fim impedir que a parte possa escolher o Juízo no qual
sua ação será processada e julgada, de acordo com seus interesses. O artigo 253,
do CPC (Art. 286, CPC), que trata da matéria, garante eficácia ao princípio do juiz
natural, representando, ainda, verdadeiro instrumento de moralização da atuação
processual, ao impelir as partes a agir de conformidade com os deveres proces-
suais, estampados no art. 14, do CP. Por se tratar de matéria de ordem pública e
ausente normativa própria na CLT, conclui-se que as regras atinentes à prevenção
previstas no CPC são plenamente aplicáveis à Justiça do Trabalho. No caso, o au-
tor ajuizou ação em Santo Antônio da Platina, onde inclusive é domiciliado, tendo
deixado de comparecer à audiência inaugural, o que acarretou o arquivamento da
reclamação. Evidentemente, a proposição da segunda ação, idêntica à primeira,
na Vara de Jacarezinho, esbarrou na incompetência funcional desta, sendo impo-
sitiva a remessa dos autos ao Juízo anterior, prevento nos termos do artigo 253, II,
do CPC. Recurso da ré provido. (Processo nº 00434-2012-017-09-00-4, 6ª Turma
do TRT da 9ª Região/PR, Rel. Sueli Gil El Rafihi. DEJT 08.03.2013).
CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. REPETIÇÃO DE AÇÃO. PREVENÇÃO
DO JUÍZO AO QUAL FOI DISTRIBUÍDA A PRIMEIRA AÇÃO. Sendo os pedidos e
as respectivas causas de pedir idênticos, formulados pelo mesmo trabalhador em
face da mesma empresa, a hipótese é de repetição de ação. Assim, competente
para processar e julgar a causa, por prevenção, é o Juízo que recebeu a primeira
ação. (Inteligência dos artigos 253, inciso II (Art. 286, CPC), e 301, § 2º (Art. 337,
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
O reclamante ajuizou idêntica demanda, autuada sob o número ____, cujo processo
foi extinto, sem resolução de mérito, em ___. Este processo tornou prevento o juízo da
__ª Vara do Trabalho, razão pela qual esta demanda foi dirigida para o referido juízo
nos termos do art. 286, II, do CPC. A referida ação, inclusive, interrompeu a prescri-
ção conforme entendimento da súmula 268 do TST e do §3º do art. 11 da CLT.
XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – Peça prática - [..] Marina ainda informou que
tinha ajuizado uma ação anteriormente e que, como perdera a confiança no antigo
advogado, não compareceu à audiência para a qual fora intimada. Essa ação havia
sido distribuída à 250ª Vara do Trabalho de São Paulo e, em consulta pela Internet, foi
verificado o seu arquivamento. [..] O candidato deverá elaborar uma Petição Inicial,
dirigida ao juízo do Trabalho de São Paulo-SP, com identificação das partes. Diante
do ajuizamento da ação anterior, deverá ser requerida a distribuição à 250ª Vara do
Trabalho de São Paulo, em razão da prevenção daquele juízo.
3.2.1.1.LEGITIMIDADE DO ESPÓLIO
O TST vem decidindo que o espólio tem legitimidade ativa para buscar o paga-
mento de verbas trabalhistas. Entretanto, nas ações de indenização por danos mate-
riais e morais, o espólio só possui legitimidade quando, o pedido de indenização está
amparado no prejuízo experimentado pelo próprio empregado, em razão de acidente
de trabalho, conforme determinado pelo art. 943 do Código Civil, por se tratar de parce-
las que integram o patrimônio deixado pelo ex-empregado.”
CC, Art. 943 - O direito de exigir reparação e a obrigação de prestá-la transmitem-
-se com a herança.
O art. 1.784 do Código Civil de 2002 determina a transferência dos direitos
sucessórios, possuindo os sucessores legitimidade para propor ação de indenização,
in verbis:
CC, art. 1.784 - Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos her-
deiros legítimos e testamentários.
A legitimidade ad causam do espólio alcança apenas as ações relativas a di-
reitos transmissíveis, não abrangendo, portanto, aqueles desprovidos de caráter here-
ditário, a exemplo do direito à indenização por danos morais sofridos individualmente
pelos herdeiros em razão de morte.
Nesse sentido, o informativo 136 do TST:
Informativo 136 do TST - Indenização por dano moral. Dano sofrido pelo em-
pregado. Ação proposta pelo espólio. Legitimidade ativa. O espólio tem legiti-
midade ativa para pleitear pagamento de indenização por danos morais quando
o prejuízo a ser reparado foi experimentado pelo próprio empregado, em razão de
acidente de trabalho. Hipótese que não se confunde com aquela em que o pleito
de indenização é oriundo do dano sofrido pelos herdeiros. Sob esse entendimento,
a SBDI-I, por unanimidade, conheceu dos embargos, por divergência jurispruden-
cial e, no mérito, por maioria, negou-lhes provimento. Vencidos os Ministros Brito
Pereira, relator, Renato de Lacerda Paiva, Walmir Oliveira da Costa e José Roberto
Freire Pimenta. TST-E-RR-1187-80.2010.5.03.0035, SBDI-I, rel. Min. Brito Pereira,
red. p/ acórdão Min. Márcio Eurico Vitral Amaro, 12.5.2016.
Em resumo, se o espólio não visa a reparação pelos danos morais que o empre-
gado falecido sofreu, mas sim, uma indenização decorrente da morte do empregado,
ele é parte ilegítima.
3.2.1.1.1.REPRESENTAÇÃO DO ESPÓLIO EM JUÍZO
A representação do espólio, nos termos do art. 75, VII, do CPC, cabe ao inventa-
riante.
CPC, Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente:
VII - o espólio, pelo inventariante;
Entretanto, a Lei 6.858/80 regula o direito à percepção dos créditos trabalhistas
devidos ao empregado falecido, a serem pagos apenas aos dependentes habilitados
perante a Previdência Social.
Lei n. 6.858/80 Art. 1º - Os valores devidos pelos empregadores aos empregados
e os montantes das contas individuais do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço
e do Fundo de Participação PIS-PASEP, não recebidos em vida pelos respectivos
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
1 - RR - 212100-21.2004.5.15.0066, Relator Ministro: Horácio Raymundo de Senna Pires, Data de Julgamento: 27/02/2008, 6ª Turma, Data de Publica-
ção: DJ 28/03/2008
2 SARAIVA, Renato; Linhares, Aryanna. Curso de Direito Processual do Trabalho. 15. ed. Salvador: JusPodivm, 2018.
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
“Normalmente, se o empregado não deixa bens ou tem filhos maiores não há por
que se falar em inventário. Nesses casos, tem-se entendido que a viúva e os filhos
ingressarão no polo ativo da ação em curso, mediante apresentação da certidão
de casamento e nascimento dos filhos ou por meio de certidão do INSS que com-
prove dependência das pessoas anteriormente mencionadas. Não havendo qual-
quer impugnação da reclamada, o fato é tolerado3 .”
Prova da OAB - (FGV - XIX EXAME) - Gustavo é gerente geral de uma agência bancária
e Paula é chefe de tesouraria na mesma agência. Gustavo chefia todos os gerentes
da agência e Paula comanda uma equipe de oito pessoas que lhe dá apoio nas
atividades diárias. Ambos recebem gratificação de função correspondente a 100%
do salário auferido, cumprem jornada de 2ª a 6ª feira das 9h00min às 20h00min e,
genuinamente, exercem funções de relevância na agência bancária. Ao serem dis-
pensados, ambos ajuízam reclamação plúrima, postulando o pagamento de horas
extras. Em defesa, o banco se insurge em preliminar contra o litisconsórcio ativo
e, no mérito, nega o direito às horas extras. Na instrução, os autores conduzem
três testemunhas que comprovam a jornada dita na inicial, e o banco não conduz tes-
temunhas nem junta controle de ponto. Diante da situação retratada, considerando
a CLT e o entendimento consolidado do TST, responda aos itens a seguir.
viável.
Prova da OAB - (FGV - XXV EXAME) - Na CIPA existente em uma sociedade empre-
sária, o empregado João da Silva foi indicado pelo empregador, e o empregado An-
tônio Mota, eleito pelos empregados da empresa. Ambos tomaram posse e logo em
seguida foram dispensados pelo empregador. Em razão disso, ajuizaram reclamação
trabalhista plúrima com pedido comum de reintegração. Diante do caso apresentado,
como advogado(a) da sociedade empresária, de acordo com a Lei e o entendimento
consolidado do TST, responda aos itens a seguir.
INTRODUÇÃO
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
CLASSIFICAÇÃO DO LITISCONSÓRCIO
Litisconsórcio necessário
É aquele cuja formação é obrigatória. O processo não pode prosseguir e o juiz não
pode julgar validamente, se não estiverem presentes todos os litisconsortes neces-
sários.
O parágrafo único do art. 115 do CPC dispõe que “Nos casos de litisconsórcio passi-
vo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam
ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo”. A
intervenção litisconsorcial, em tais casos, é exemplo seguro de litisconsórcio ulterior,
isto é, formado ao longo do processo.
Litisconsórcio facultativo
Litisconsórcio unitário
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
Litisconsórcio simples
Litisconsórcio inicial
O litisconsórcio pode ser inicial (quando formado desde o início do processo, com a
petição inicial).
Litisconsórcio ulterior
QUALIFICAÇÃO:
CAUSA DE PEDIR:
1. Mérito:
PEDIDO:
Lei 13.146/2015 - Art. 9º A pessoa com deficiência tem direito a receber atendi-
mento prioritário, sobretudo com a finalidade de:
VII - tramitação processual e procedimentos judiciais e administrativos em que for
parte ou interessada, em todos os atos e diligências.
de Previdência Social.
Para conseguir o benefício, basta a simples declaração do advogado, na petição
inicial, que o reclamante não tem condições de pagar às custas do processo sem pre-
juízo do sustento próprio ou de sua família. Nesse sentido, a súmula 463 do TST:
TST, SUM 463 - ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. COMPROVAÇÃO - I – A
partir de 26.06.2017, para a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa
natural, basta a declaração de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou
por seu advogado, desde que munido de procuração com poderes específicos
para esse fim (art. 105 do CPC de 2015);
Conforme item I da súmula 463 do TST, é necessário a outorga de poderes es-
peciais ao advogado para firmar declaração de hipossuficiência econômica, destinada
à concessão dos benefícios da justiça gratuita, conforme art. 105 do CPC:
CPC - Art. 105. A procuração geral para o foro, outorgada por instrumento pú-
blico ou particular assinado pela parte, habilita o advogado a praticar todos os
atos do processo, exceto receber citação, confessar, reconhecer a procedência
do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, re-
ceber, dar quitação, firmar compromisso e assinar declaração de hipossuficiência
econômica, que devem constar de cláusula específica.
Contudo, se a pessoa recebe mais que 40% (quarenta por cento) do limite má-
ximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social, deve provar no processo,
que necessita que não tem condições de pagar as custas do processo.
Nesse sentido:
CLT, Art. 790 – [..]
§ 4º - O benefício da justiça gratuita será concedido à parte que comprovar insu-
ficiência de recursos para o pagamento das custas do processo.
Como esse assunto foi cobrado na prova da OAB:
XXXIV EXAME DE ORDEM UNIFICADO – [..] Heitor ficou afastado em benefício previ-
denciário por acidente do trabalho (auxílio por incapacidade temporária acidentária,
antigo auxílio doença acidentário, código B-91), teve alta médica após 3 meses e
retornou à empresa com a capacidade laborativa preservada, mas foi dispensado,
sem justa causa, no mesmo dia.. [..] Considerando que o autor encontra-se desem-
pregado, e mesmo quando em atividade recebia 1,5 salário mínimo por mês, deverá
ser formulado requerimento de assistência judiciária gratuita.
Em muitos julgados, o TST vem decidindo que mesmo após a Lei nº 13.467/2017,
o entendimento de que a declaração do interessado, de que não dispõe de recursos
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
O reclamante declara sob as penas da lei, que não tem condições de pagar às custas
do processo sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família. Assim, requer que
lhe sejam concedidos os benefícios da gratuidade de justiça, consoante o disposto
no art. 790, par. 3º da CLT.
seja, ficou limitado a eficácia liberatória do acordo celebrado perante a CCP às parce-
las consignadas no termo de quitação, vejamos:
II - RECURSO DE REVISTA DA TELEMAR NORTE LESTE S.A . COMISSÃO DE
CONCILIAÇÃO PRÉVIA. ACORDO FIRMADO EXTRAJUDICIALMENTE. EFICÁCIA
LIBERATÓRIA. O Tribunal Regional entendeu que, apesar de não haver vício de
consentimento no acordo firmado entre as partes, a eficácia liberatória decorrente
da quitação passada pelo trabalhador alcança apenas os valores objeto de con-
ciliação. O entendimento majoritário desta Corte Superior era no sentido de que
a quitação dada pelo trabalhador ao firmar termo de conciliação em Comissão
de Conciliação Prévia enseja, por força do art. 625-E, parágrafo único, da CLT, a
eficácia liberatória geral quanto a todas as parcelas do contato de trabalho, sal-
vo em face da existência de parcelas expressamente ressalvadas ou de vício de
consentimento, não se admitindo interpretação analógica ou amplificada do texto
legal. Ocorre que o STF, no julgamento ADI nº 2.237/DF, Relatora Ministra Carmem
Lúcia, apreciando a constitucionalidade do art. 625-E, parágrafo único, da CLT, pro-
feriu decisão no sentido de que “a eficácia liberatória geral do termo neles contido
está relacionada ao que foi objeto da conciliação. Diz respeito aos valores discuti-
dos e não se transmuta em quitação geral e indiscriminada de verbas trabalhistas”
(DJE 20/02/2019 - ATA Nº 14/2019. DJE nº 34, divulgado em 19/02/2019). Logo,
a eficácia liberatória decorrente da quitação passada pelo trabalhador ao firmar o
mencionado acordo atinge apenas os valores objeto de conciliação, encontrando-
-se a decisão recorrida em conformidade com o entendimento esposado pelo STF,
no julgamento ADI nº 2.237/DF. Precedentes. Óbice da Súmula 333/TST. Recurso
de revista não conhecido . (ARR-351-96.2011.5.01.0207, 2ª Turma, Relatora Minis-
tra Maria Helena Mallmann, DEJT 01/07/2022).
“I- AGRAVO INTERNO. RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELAS LEIS Nos
13.015/2014 E 13.105/2015 . ACORDO FIRMADO PERANTE A COMISSÃO DE
CONCILIAÇÃO PRÉVIA. EFICÁCIA LIBERATÓRIA. ALCANCE. Demonstrada a di-
vergência jurisprudencial, merece processamento o recurso de embargos. Agravo
interno conhecido e provido. II - RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELAS LEIS
Nos 13.015/2014 E 13.105/2015 . ACORDO FIRMADO PERANTE A COMISSÃO
DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA. EFICÁCIA LIBERATÓRIA. ALCANCE. 1. A Eg. 5ª Tur-
ma deu provimento ao recurso de revista da reclamada, para, “reconhecendo a
eficácia liberatória geral do acordo homologado perante a Comissão de Concilia-
ção Prévia, extinguir o processo”. 2. O art. 625-E, parágrafo único, da CLT dispõe
que “o termo de conciliação é título executivo extrajudicial e terá eficácia liberató-
ria geral, exceto quanto às parcelas expressamente ressalvadas”. Quanto a esse
dispositivo de lei, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento da ADI
2.237/DF, concluiu que “a eficácia liberatória geral do termo neles contido está
relacionada ao que foi objeto da conciliação. Diz respeito aos valores discutidos e
não se transmuta em quitação geral e indiscriminada de verbas trabalhistas” (DJE
20.2.2019). Da leitura do acórdão do STF, conclui-se que a norma foi considerada
válida pelo Colegiado e que a palavra “geral” se refere ao que foi objeto de concilia-
ção. 3. Assim, no caso dos autos, em que as partes acordaram que, “com o rece-
bimento do valor deste acordo o empregado demandante dá plena quitação dos
valores e parcelas expressamente consignadas no presente termo”, que equivale a
ressalva, não há como se falar em quitação geral do contrato de trabalho, limitan-
do-se a eficácia liberatória do acordo celebrado perante a CCP às parcelas consig-
nadas no termo de quitação. Precedentes desta Subseção. Recurso de embargos
conhecido e provido” (E-ED-RR-307-50.2012.5.04.0404, Subseção I Especializada
em Dissídios Individuais, Relator Ministro Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira,
DEJT 19/02/2021).
“RECURSO DE EMBARGOS - INTERPOSIÇÃO SOB A REGÊNCIA DA LEI Nº
13.015/2014 - ACORDO - COMISSÃO DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA - EFICÁCIA LI-
BERATÓRIA - LIMITAÇÃO EXPRESSA NO TERMO DE QUITAÇÃO – PARCELAS.
Esta Corte firmou o entendimento de que não ofende ao artigo 625-E da CLT limi-
tar a eficácia liberatória geral do acordo de conciliação firmado perante a Comis-
são de Conciliação Prévia se, por vontade das partes, houve restrição da quitação
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
O reclamante foi admitido em ........... (dia, mês e ano) para exercer a função de
..................., recebendo como última remuneração o valor de R$......, e em .............
(dia, mês e ano) foi dispensado sem justa causa (doc. ....). O reclamante trabalhava
de ...hs as ...hs com intervalo para refeição de ....hs (ou sem intervalo para refeição).
ou
PROBLEMAS NO CONTRATO DE TRABALHO + PQ ELE TEM DIREITO? + FUNDAMENTAÇÃO + PEDIDO DE
PROCEDÊNCIA
5 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 19. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2021.
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
Exemplo 02: Se o autor, empregado, alega que laborou mais que 6 horas no dia e
não teve o intervalo para refeição (causa de pedir próxima), o fundamento jurídico do
seu pedido é o art. 71, § 4º da CLT causa de pedir remota). A sua pretensão, será o
pagamento do período que ficou faltando para completar o período de intervalo com
o adicional de 50% (Pedido).
Exemplo 03: Se o autor, empregado, alega que trabalhou mais que 8 horas por dia e
não recebeu pelo trabalho em sobre jornada (causa de pedir próxima), o fundamento
jurídico do seu pedido é o art. 58 da CLT, Art. 7º, XIII e XVI da CF e Sumula 376, I e II
do TST (causa de pedir remota). A sua pretensão, será o pagamento de horas extras
com o adicional de 50%, assim como, seus reflexos em verbas trabalhistas. (Pedido).
Exemplo 04: Se o autor, empregado, alega que foi transferido provisoriamente para
outra cidade e que não recebeu o pagamento do respectivo adicional (causa de pedir
próxima), o fundamento jurídico do seu pedido é o art. 469, §3º da CLT (causa de
pedir remota). A sua pretensão, será o pagamento de adicional de transferência, no
importe de 25%, assim como, seu reflexo em verbas trabalhistas. (Pedido).
Exemplo 05: Se o autor, empregado, alega que trabalhou em área insalubre e que
não recebeu o pagamento do respectivo adicional (causa de pedir próxima), o funda-
mento jurídico do seu pedido é o arts. 189 e 192 da CLT (causa de pedir remota). A
sua pretensão, será o pagamento de adicional de insalubridade, no importe de 40%,
assim como, seus reflexos em verbas trabalhistas. (Pedido).
Exemplo 06: Se o autor, empregado, alega que trabalhou em área perigosa e que não
recebeu o pagamento do respectivo adicional (causa de pedir próxima), o fundamen-
to jurídico do seu pedido é o arts. 192 e 193, §1º da CLT (causa de pedir remota). A
sua pretensão, será o pagamento de adicional de periculosidade, no importe de 30%,
assim como, seus reflexos em verbas trabalhistas. (Pedido).
Exemplo 07: Se o autor, empregado, alega que foi dispensado sem justa causa com
aviso prévio indenizado e não recebeu a rescisão no prazo se 10 dias (causa de pedir
próxima), o fundamento jurídico do seu pedido é o arts. 477, §8º da CLT (causa de pe-
dir remota). A sua pretensão, será o pagamento da multa pelo atraso no pagamento
da rescisão, no importe de um salário. (Pedido).
Exemplo 09: Se a autora, empregada, alega que foi dispensada após o término do
contrato de experiencia, porém, estava grávida de 1 mês no ato da despedida, (causa
de pedir próxima), o fundamento jurídico do seu pedido é o art. 10, II, “b” do ADCT da
CF, art. 391-A da CLT e Sum 244, III do TST (causa de pedir remota). A sua pretensão,
será a reintegração no emprego bem como o pagamento dos salários vencidos e
vincendos. (Pedido).
Exemplo 10: Se o autor, empregado, alega que foi dispensado sem justa causa, po-
rém, era diretor sindical do sindicato de sua categoria, (causa de pedir próxima), o
fundamento jurídico do seu pedido é o art. 8, VIII, da CF, art. 543, §3º da CLT (causa
de pedir remota). A sua pretensão, será a reintegração no emprego bem como o pa-
gamento dos salários vencidos e vincendos. (Pedido).
Exemplo 11: Se o autor, empregado, alega que era humilhado diariamente por seu su-
perior hierárquico na frente dos demais colegas para servir de exemplo (causa de pe-
dir próxima), o fundamento jurídico do seu pedido é o art. 5º, inc. X, da Constituição
Federal e arts. 186, 927, 932, III, 933 do CC (causa de pedir remota). A sua pretensão,
será que a empresa seja responsabilizada civilmente pelos danos morais. (Pedido).
Exemplo 12: Se o autor, empregado, alega que gozou férias normalmente, porém o
pagamento só correu após uma semana do início do gozo de férias, (causa de pedir
próxima), o fundamento jurídico do seu pedido é os arts. 137, 145 da CLT, bem como
a súmula 450 do TST (causa de pedir remota). A sua pretensão, será que a empresa
seja responsabilizada pelo pagamento em dobro das férias. (Pedido).
Exemplo 13: Se o autor, empregado, alega que foi descontado do seu salário o valor
de XXX a título de contribuição confederativa, porém, não era filiado ao sindicato da
categoria, (causa de pedir próxima), o fundamento jurídico do seu pedido é a súmula
vinculante 40 do STF, Súmula 666 do STF, Precedente Normativo 119 do TST (cau-
sa de pedir remota). A sua pretensão, será que a empresa seja responsabilizada a
devolver o valor descontado indevidamente a título de contribuição confederativa.
(Pedido).
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
Exemplo 14: Se o autor, empregado, alega que foi contratado para exercer a função
de assistente de estoque, mas, em parte do horário de trabalho, também realizava
as tarefas de um analista de compras, pois seu chefe determinava que ele fizesse
pesquisa de preços e comparasse a sua evolução ao longo do tempo, atividades
estranhas ao seu mister de assistente de estoque, (causa de pedir próxima), o fun-
damento jurídico do seu pedido é o art. 456 § único CLT, art. 13, I Lei 6.615/78, Art. 8
da Lei 3.207/57 (causa de pedir remota). A sua pretensão, será que a empresa seja
responsabilizada a pagar um plus salarial de 40% pelo acúmulo de função e seus
reflexos em verbas trabalhistas. (Pedido).
Exemplo 15: Se o autor, empregado, alega que teve seu e-mail particular monitorado
pela reclamada, ferindo sua intimidade (causa de pedir próxima), o fundamento jurí-
dico do seu pedido é o art. 5º, inc. X, da Constituição Federal e arts. 21, 186, 927, do
CC (causa de pedir remota). A sua pretensão, será que a empresa seja responsabili-
zada civilmente pelos danos morais. (Pedido).
Exemplo 16: Se o autor, empregado, alega que foi dispensada sem justa causa, po-
rém, era portador de deficiência e sua demissão não foi acompanhada da contra-
tação de outro em condição semelhante (causa de pedir próxima), o fundamento
jurídico do seu pedido é o art. 93, § 1º, Lei 8.213/91, art. 36, § 1º, do Dec. 3.398/99
(causa de pedir remota). A sua pretensão, será a reintegração no emprego bem como
o pagamento dos salários vencidos e vincendos. (Pedido).
Considerando que a reclamada não concedeu o intervalo mínimo para refeição pre-
visto no art. 71 da CLT, requer que a mesma seja condenada a pagar a remuneração
do período correspondente com um acréscimo de no mínimo 50% sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho, nos termos do art. 71, §4° da CLT.
3.2.8. PEDIDO
O pedido, como expressão da pretensão do reclamante, é o objeto da demanda
proposta em juízo (objeto da ação e do processo).
Como decorrência lógica da causa de pedir, o pedido deve ser certo e determi-
nado (com suas especificações – art. 319, IV, do CPC), sob pena de inépcia da peça
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
inicial.
Pela aplicação do princípio da iniciativa processual (princípio do dispositivo)
art. 2º do CPC, o juiz está adstrito ao pedido da parte (princípio da congruência), ou
seja, deverá decidir a lide nos limites em que foi proposta, sendo-lhe proibido conhecer
de questões não suscitadas, a cujo respeito à lei exige a iniciativa da parte.
Exceção ao princípio do dispositivo:
TST, SUM 211 - JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA6. INDEPENDÊNCIA
DO PEDIDO INICIAL E DO TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL - Os juros de mora e a
correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que omisso o pedido inicial
ou a condenação.
TST, SUM 293 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. CAUSA DE PEDIR. AGENTE
NOCIVO DIVERSO DO APONTADO NA INICIAL - A verificação mediante perícia
de prestação de serviços em condições nocivas, considerado agente insalubre di-
verso do apontado na inicial, não prejudica o pedido de adicional de insalubridade.
TST, SUM 396 - ESTABILIDADE PROVISÓRIA. PEDIDO DE REINTEGRAÇÃO. CON-
CESSÃO DO SALÁRIO RELATIVO AO PERÍODO DE ESTABILIDADE JÁ EXAURIDO.
INEXISTÊNCIADE JULGAMENTO “EXTRA PETITA”.
I - Exaurido o período de estabilidade, são devidos ao empregado apenas os sa-
lários do período compreendido entre a data da despedida e o final do período de
estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração no emprego.
II - Não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário
quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT.
TST, SUM 401 - AÇÃO RESCISÓRIA. DESCONTOS LEGAIS. FASE DE EXECUÇÃO.
SENTENÇA EXEQUENDA OMISSA. INEXISTÊNCIA DE OFENSA À COISA JULGA-
DA - Os descontos previdenciários e fiscais devem ser efetuados pelo juízo execu-
tório, ainda que a sentença exequenda tenha sido omissa sobre a questão, dado
o caráter de ordem pública ostentado pela norma que os disciplina. A ofensa à
coisa julgada somente poderá ser caracterizada na hipótese de o título exequen-
do, expressamente, afastar a dedução dos valores a título de imposto de renda e
de contribuição previdenciária.
O pedido deve ser certo (CPC, 322) e determinado (CPC, 324).
Para Bezerra Leite7:
O pedido, assim, primeiramente, deve ser certo, isto é, expresso, exteriorizado,
inconfundível. Por isso que o autor, na inicial, não deve deixar transparecer pe-
dido tácito.
Também é requisito imprescindível do pedido a sua determinação, isto é, ele
deve ser definido e delimitado, em sua qualidade e quantidade. É preciso, pois,
que o pedido seja expresso, exteriorizado, inconfundível, definido e delimitado
para que o Juiz possa se pronunciar com eficiência e presteza sobre se o pedi-
do é ou não procedente, quando da prolação da sentença.
O pedido nas reclamações trabalhistas interpostas a partir da vigência da Lei
13.467/2017 (11/11/2017) devem conter o valor, isto é, devem ser líquidos, além da
necessidade de o pedido ser certo e determinado, conforme nova redação do §1º do
art. 840 da CLT. O não atendimento, pelo reclamante, do disposto no §1º deste artigo
(não for liquidado) importará na extinção do processo sem julgamento de mérito.
6 STJ, REsp (repetitivo) REsp 1.112.524/DF: A correção monetária é matéria de ordem pública, integrando o pedido deforma implícita, razão pela qual
sua inclusão ex officio, pelo juiz ou tribunal, não caracteriza julgamento extra ou ultra petita, hipótese em que prescindível o princípio da congruência
entre o pedido e a decisão judicial (STJ, REsp 1.112.524/DF, Corte Especial, j. 01.09.2010, rei. Min. Luiz Fux).
7 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 19. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2021.
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
Reflexo em;
> Condenação subsidiária da segunda reclamada. (Se houver está causa de pedir)
3.2.8.2.CUMULAÇÃO DE PEDIDOS
Segundo o art. 327 do CPC, é lícita a cumulação, em um único processo, contra
o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
(1) os pedidos sejam compatíveis entre si;
(2) seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
(3) seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
Segundo o Marcelo Moura8:
O rito sumaríssimo é obrigatório, não tendo direito o reclamante de optar em
demandar pelo rito ordinário. O legislador instituiu o rito sumaríssimo para cau-
sas de menor valor, com a expressa intenção de abreviar o procedimento e,
consequentemente, atender à rápida prestação jurisdicional. A escolha de rito
pelo autor poderia frustrar a intenção legal.
A cumulação de pedidos pode ser própria ou imprópria. A cumulação própria de
divide em simples e sucessiva. Já a cumulação imprópria, se divide em alternativa e
subsidiária. Vejamos cada uma:
3.2.8.2.1. CUMULAÇÃO PRÓPRIA
3.2.8.2.1.1. Cumulação simples
Incide quando há mais de um pedido e estes não possuem uma relação de pre-
judicialidade entre eles, podendo ser acolhidos de forma simultânea.
Exemplo: pedido de horas extras, danos morais, verbas ...
3.2.8.2.1.2. Cumulação sucessiva
Segundo Daniel Amorim9:
Na cumulação sucessiva há uma relação de prejudicialidade entre os pedidos,
8 CLT para Concursos. Ano 2016. Juspodivm. pag. 1027
9 Novo CPC Comentado Artigo por Artigo. Ano 2016. Juspodivm.
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a contestação, desde que sejam novos, seja para fazer prova de fatos ocorridos após o
momento para defesa, seja para contrapor outros documentos produzidos nos autos.
Dessa forma, em ambas as exceções, constitui pressuposto indispensável para a junta-
da que o documento seja novo, ou seja, não seja pré-constituído (art. 397 do CPC).”
Outro julgado sobre o tema:
O momento regular à juntada de documentos é a petição inicial para o autor e a
contestação para o réu, sob pena de preclusão, salvo se destinados à prova de
fato superveniente ou à contraprova daqueles que já se encontram nos autos, o
que não ocorreu na espécie. Inteligência dos artigos 396 e 397 do CPC de 1973,
aplicável ao Processo do Trabalho, subsidiariamente, nos termos do art. 769 da
CLT. (RR nº 20965-48.2014.5.04.0009, 8ª Turma do TST, Rel. Maria Cristina Irigo-
yen Peduzzi. j. 16.08.2017, Publ. 18.08.2017).
OBS: Para o juiz, não há preclusão no que se refere ao momento de determinar
a juntada de documentos, podendo requerê-los a qualquer tempo.
CLT, Art. 765 - Os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção
do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar
qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.
Lembre-se: Não se aplica no processo do trabalho o art. 357, §4º do CPC por
ser incompatível com o arts. 825 e 845 da CLT.
CPC, Art. 357 § 4º - Caso tenha sido determinada a produção de prova testemu-
nhal, o juiz fixará prazo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes
apresentem rol de testemunhas.
CLT, Art. 825 - As testemunhas comparecerão à audiência independentemente de
notificação ou intimação.
CLT, Art. 845 - O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência acompa-
nhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais provas.
Modelo de solicitação de provas:
DAS PROVAS
Valor da causa R$
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data.
Advogado, UF.
4. TUTELAS PROVISÓRIAS
A tutela provisória pode fundamentar-se em: (CPC, Art. 294)
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XXII EXAME DE ORDEM UNIFICADO – [..] Marina foi contratada como auxiliar de pro-
dução, com admissão em 20/09/2014 a 30/12/2016, quando foi dispensada sem
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
Nos termos do art. 118 da Lei 8.213/91, o empregado que sofreu acidente do traba-
lho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato
de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independen-
temente de percepção de auxílio-acidente.
Desta forma, a despedida do reclamante, foi ilegal, pois aquele, preencheu os requi-
sitos exigidos pelo TST por meio da Súmula 378, II, para ser detentor da estabilidade
do art. 118 da Lei 8.213/91, ou seja, ficou afastado por mais de 15 dias (3 meses) e
recebeu auxílio doença acidentário.
Desta forma, requer a concessão da liminar, para antecipar os efeitos da tutela sem
a oitiva da outra parte, nos termos do art. 300 do CPC, determinando a imediata rein-
tegração do reclamante.
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