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Hamilton lucena
exame
XXXV
atualizado e revisado
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
1 CORREIA, Henrique; MIESSA, Élisson. “Súmulas e OJs do TST Comentadas. Salvador: Juspodivm, 2016.
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
B) Caso a sentença transite em julgado nos termos originais, de que forma será feito
o pagamento da dívida aos exequentes?(Valor: 0,65)
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Para os Estados, o pagamento das dívidas se fará por precatório quanto aos valores
acima de 40 salários mínimos e por RPV (requisição de pequeno valor) nos valores
inferiores a tal patamar, nos termos do art. 100 da CF e artigo 87, I, do Ato das Dispo-
sições Constitucionais Transitórias.
II - recurso ordinário;
III- recurso de revista;
IV- agravo.
4.3. UNIRRECORRÍBILIDADE
Pelo princípio da singularidade, não há a possibilidade da parte interpor mais
de um recurso contra uma mesma decisão desfavorável recorrível, ou seja, somente
admite-se uma espécie recursal como meio de impugnação a cada decisão judicial.
Nessa linha, a doutrina:
O princípio da unirrecorribilidade recursal (também denominado princípio da sin-
gularidade ou da consumação) significa que “para cada ato jurisdicional que se
deseja impugnar existe um recurso único e adequado” (TEIXEIRA FILHO, Manoel
Antônio. Sistema dos Recursos Trabalhistas, 11ª ed., São Paulo: LTr, 2011, p. 104).
Pelo referido princípio, “interposto o recurso, extingue-se, tour court, o direito de
impugnar o provimento, não importa se admissível ou não” (DE ASSIS, Araken.
Manual dos Recursos, Ed. Revistados Tribunais, 4ª Edição, p. 112).
Assim, há um recurso para cada caso. A jurisprudência do TST, vem decidindo
dessa forma:
Informativo 190 - RECURSO DE EMBARGOS EM EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
EM RECURSO DE REVISTA REGIDO PELA LEI Nº 13.015/2014. OPOSIÇÃO DE
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO SIMULTANEAMENTE À INTERPOSIÇÃO DE RE-
CURSO DE EMBARGOS. PRINCÍPIO DA UNIRRECORRIBILIDADE. PRECLUSÃO
CONSUMATIVA. À luz do princípio da unirrecorribilidade das decisões e da pre-
clusão consumativa, institutos vigentes no sistema recursal, é vedado interpor
mais de um recurso em face da mesma decisão. In casu, a reclamante, após a
publicação do acórdão da Turma, opôs embargos de declaração, e, em seguida,
antes do respectivo julgamento, interpôs recurso de embargos a esta Subseção.
Registre-se que não houve aditamento do recurso de embargos após o julgamen-
to pela Turma dos embargos de declaração. Nesse contexto, inviável o conheci-
mento do presente apelo, diante da incidência da preclusão consumativa. Recurso
de embargos não conhecido. (E-ED-RR - 24159-85.2015.5.24.0002, Relator Minis-
tro: Cláudio Mascarenhas Brandão, Data de Julgamento: 07/02/2019, Subseção
I Especializada em Dissídios Individuais, Data de Publicação: DEJT 15/02/2019)
“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO DAS FLS. 2447-2449. OMISSÃO. ESCLARECI-
MENTOS. Constatada omissão quanto à Súmula 383/TST, acolhem-se embargos
de declaração para prestar os esclarecimentos requeridos, sem a concessão de
efeito modificativo. Embargos de declaração acolhidos apenas para prestar es-
clarecimentos, sem a concessão de efeito modificativo. EMBARGOS DE DECLA-
RAÇÃO DAS FLS. 2451-2453. UNIRRECORRIBILIDADE. PRECLUSÃO. Incabíveis
embargos de declaração com o mesmo objeto de recurso anteriormente interpos-
to contra a mesma decisão. Aplicação do princípio da unirrecorribilidade e da pre-
clusão consumativa. Embargos de declaração não conhecidos.” (ED-AgR-ED-E-E-
D-ED-RR-201600-27.2006.5.15.0129, Relator Ministro: Hugo Carlos Scheuermann,
Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, DEJT 30/06/2017);
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA. PROCESSO SOB A ÉGIDE
DA LEI 13.015/2014. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO EM FACE
DO ACÓRDÃO PROFERIDO PELO TRIBUNAL REGIONAL EM GRAU DE RECURSO
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4.5. FUNGIBILIDADE
Pelo princípio da fungibilidade, quando a parte interpõe um recurso de forma er-
rada, este poderá ser convertido pelo órgão “a quo” em recurso correto. Apesar de não
ter previsão na CLT e no CPC, tal princípio tem aplicação no ordenamento jurídico em
razão do princípio da instrumentalidade das formas e na ideia da ausência de prejuízo.
O enunciado 104 do FPPC diz que: o “princípio da fungibilidade recursal é com-
patível com o CPC e alcança todos os recursos, sendo aplicável de ofício”.
4.5.1. REQUISITOS PARA FUNGIBILIDADE.
a) Não haver erro grosseiro e má-fé.
OJ 152 da SDI-2 do TST - AÇÃO RESCISÓRIA E MANDADO DE SEGURANÇA. RE-
CURSO DE REVISTA DE ACÓRDÃO REGIONAL QUE JULGA AÇÃO RESCISÓRIA
OU MANDADO DE SEGURANÇA. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. INAPLICABILI-
DADE. ERRO GROSSEIRO NA INTERPOSIÇÃO DO RECURSO - A interposição de
recurso de revista de decisão definitiva de Tribunal Regional do Trabalho em ação
rescisória ou em mandado de segurança, com fundamento em violação legal e
divergência jurisprudencial e remissão expressa ao art. 896 da CLT, configura erro
grosseiro, insuscetível de autorizar o seu recebimento como recurso ordinário, em
face do disposto no art. 895, “b”, da CLT.
TST, OJ n. 412 da SDI-1 - AGRAVO INTERNO OU AGRAVO REGIMENTAL. INTER-
POSIÇÃO EM FACE DE DECISÃO COLEGIADA. NÃO CABIMENTO. ERRO GROS-
SEIRO. INAPLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE RECURSAL (nova
redação em decorrência do CPC de 2015) - Res. 209/2016, DEJT divulgado em
01, 02 e 03.06.2016 - É incabível agravo interno (art. 1.021 do CPC de 2015, art.
557, §1º, do CPC de 1973) ou agravo regimental (art. 235 do RITST) contra deci-
são proferida por Órgão colegiado. Tais recursos destinam-se, exclusivamente,
a impugnar decisão monocrática nas hipóteses previstas. Inaplicável, no caso, o
princípio da fungibilidade ante a configuração de erro grosseiro.
b) Haver dúvida em qual recurso interpor.
TST, SUM-421- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CABIMENTO. DECISÃO MONO-
CRÁTICA DO RELATOR CALCADA NO ART. 932 DO CPC DE 2015. ART. 557 DO
CPC DE 1973.
I – Cabem embargos de declaração da decisão monocrática do relator prevista
no art. 932 do CPC de 2015 (art. 557 do CPC de 1973), se a parte pretende tão
somente juízo integrativo retificador da decisão e, não, modificação do julgado.
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4.6. DIALETICIDADE
Segundo Luiz Fux4, “O princípio da dialeticidade recursal exige a impugnação
específica dos fundamentos da decisão recorrida e, nesse contexto, os recursos cujas
razões fiquem adstritas à mera repetição do recurso anterior não reúnem condições
de procedibilidade, a teor do que dispõem as Súmulas 284 e 287 do Supremo Tribunal
Federal, in verbis:”
STF, SUM 284. É inadmissível o recurso extraordinário, quando a deficiência na
sua fundamentação não permitir a exata compreensão da controvérsia”.
STF, SUM 287. Nega-se provimento ao agravo, quando a deficiência na sua fun-
damentação, ou na do recurso extraordinário, não permitir a exata compreensão
da controvérsia.
E continua o renomado Ministro: “é que, impõe-se ao recorrente o ônus de evi-
denciar os motivos de fato e de direito suficientes à reforma da decisão objurgada, tra-
zendo à baila argumentações capazes de infirmar todos os fundamentos do decisum
que se pretende modificar, sob pena de vê-lo mantido por seus próprios fundamentos”.
Assim, o princípio da dialeticidade exige que o recorrente faça exposição da
fundamentação recursal (causa de pedir: error in judicando e error in procedendo) e do
pedido (que poderá ser de anulação, reforma, esclarecimento ou integração).
Nesse sentido, a súmula 422 do TST:
TST, SUM 422 - RECURSO. FUNDAMENTO AUSENTE OU DEFICIENTE. NÃO CO-
NHECIMENTO
I – Não se conhece de recurso para o Tribunal Superior do Trabalho se as razões
do recorrente não impugnam os fundamentos da decisão recorrida, nos termos
em que proferida.
II – O entendimento referido no item anterior não se aplica em relação à motiva-
ção secundária e impertinente, consubstanciada em despacho de admissibilidade
de recurso ou em decisão monocrática.
III – Inaplicável a exigência do item I relativamente ao recurso ordinário da compe-
4 Processo Ag. Reg. no Recurso Ord. em Mandado de Segurança nº 30842/DF, 1ª Turma do STF, Rel. Luiz Fux. j. 24.02.2017, unânime, DJe 13.03.2017.
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§ 5o A decisão proferida com base neste artigo é impugnável por agravo de ins-
trumento.
A 5ª possibilidade de recurso imediado de decisão interlocutória, ocorre quan-
do o juiz da execução acolher ou rejeitar o incidente o incidente de desconsideração
da personalidade jurídica solicitado pelo exequente, senão vejamos:
CLT, Art. 855-A - Aplica-se ao processo do trabalho o incidente de desconsidera-
ção da personalidade jurídica previsto nos arts. 133 a 137 da Lei n° 13.105, de 16
de março de 2015 - Código de Processo Civil.
§ 1° Da decisão interlocutória que acolher ou rejeitar o incidente:
I - na fase de cognição, não cabe recurso de imediato, na forma do § 1° do
art. 893 desta Consolidação;
II - na fase de execução, cabe agravo de petição, independentemente de ga-
rantia do juízo;
III - cabe agravo interno se proferida pelo relator em incidente instaurado ori-
ginariamente no tribunal.
§ 2° A instauração do incidente suspenderá o processo, sem prejuízo de conces-
são da tutela de urgência de natureza cautelar de que trata o art. 301 da Lei n°
13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil)
5.1.2. EXCEÇÃO
Se for requerida a concessão de gratuidade da justiça em recurso, o recorrente
estará dispensado de comprovar o recolhimento do preparo, incumbindo ao relator,
neste caso, apreciar o requerimento e, se indeferi-lo, fixar prazo para realização do re-
colhimento, conforme determinado pelo art. 99, § 7°, do CPC de 2015. Nesse sentido,
o item II da OJ 269 da SDI-1 do TST.
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6.1.2. LEGITIMIDADE
Possuem legitimidade para recorrer as partes vencidas, o terceiro prejudicado e
o Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica. Vejamos o que diz
o art. 996 do CPC:
CPC, Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro pre-
judicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
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Assunto cobrado no Exame XIV - Sérgio Alcântara moveu ação contra a empresa
Delta Promoções e Imagens, da qual foi empregado, pleiteando o pagamento de in-
denização por dano moral de R$ 10.000,00 e horas extras. Na sentença foi deferido o
pagamento de indenização por dano moral de R$ 5.000,00 e as horas extras no quan-
titativo desejado na petição inicial. Somente a empresa interpôs recurso ordinário,
e o TRT da Região manteve a sentença em todos os seus aspectos. Então, o recla-
mante interpôs recurso de revista pretendendo a majoração da indenização por dano
moral para R$ 10.000,00, tal qual desejado na exordial. Diante da situação, responda,
fundamentadamente, aos itens a seguir.
O Ministério Público também possui prazo dobrado para recorrer, senão veja-
mos:
CPC, Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para manifestar-se
nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos termos do art.
183, § 1o.
A) O prazo para recurso das empresas é diferenciado, haja vista terem procuradores
diferentes? (Valor: 0,65) Resposta: O prazo não será diferenciado mesmo possuindo
procuradores diferentes, porque o TST entende que o disposto no Art. 229 do CPC
é inaplicável ao Processo do Trabalho, face a incompatibilidade com o princípio da
celeridade, conforme OJ 310 da SDI-1 do TST, que diz que é inaplicável ao processo
do trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC, em razão de in-
compatibilidade com a celeridade que lhe é inerente.
11.419/06) A consulta referida nos §§ 1o e 2o deste artigo deverá ser feita em até 10
(dez) dias corridos contados da data do envio da intimação, sob pena de considerar-se
a intimação automaticamente realizada na data do término desse prazo. (Art. 5º, § 3º
da Lei 11.419/06)
6.2.1.3.5.AUSÊNCIA DE EXPEDIENTE FORENSE
6.2.1.3.5.1.FERIADO LOCAL X ÚLTIMO DIA DE PRAZO
O TST por meio do item I da Súmula 385 determina o que “incumbe à parte o
ônus de provar, quando da interposição do recurso, a existência de feriado local que
autorize a prorrogação do prazo recursal (art. 1.003, § 6º, do CPC de 2015). No caso
de o recorrente alegar a existência de feriado local e não o comprovar no momento da
interposição do recurso, cumpre ao relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias para que
seja sanado o vício (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015), sob pena de não conhe-
cimento se da comprovação depender a tempestividade recursal”.
Assunto cobrado no Exame XIV - Dia 28/04 é feriado municipal em Tribobó do Oes-
te. Em ação ajuizada por Paulo, cuja sentença foi de improcedência, o último dia do
prazo recursal recaiu em 28/04. Assim, o advogado de Paulo interpôs o recurso em
29/04, juntando cópia autenticada do diário oficial dispondo sobre o feriado local. O
juiz substituto em exercício negou seguimento ao recurso em razão de intempestivi-
dade. Com base no caso apresentado, responda aos itens a seguir.
B) O que deverá ser alegado por Paulo em seu recurso? Fundamente. (Valor: 0,65)
Resposta: Paulo deverá alegar que comprovou o feriado local no ato da interposição
do recurso e, sendo feriado, o prazo estaria prorrogado para o dia seguinte, tudo na
forma da Súmula 385, I do TST, que diz que incumbe à parte o ônus de provar, quando
da interposição do recurso, a existência de feriado local que autorize a prorrogação
do prazo recursal (art. 1.003, § 6º, do CPC de 2015). No caso de o recorrente alegar
a existência de feriado local e não o comprovar no momento da interposição do re-
curso, cumpre ao relator conceder o prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o
vício (art. 932, parágrafo único, do CPC de 2015), sob pena de não conhecimento se
da comprovação depender a tempestividade recursal.
6.2.2. REPRESENTAÇÃO
Na justiça do trabalho os empregados e os empregadores poderão postular
pessoalmente em juízo, ou seja, sem a presença de advogado porque eles possuem
capacidade postulatória. Nesse sentido:
CLT, Art. 791 - Os empregados e os empregadores poderão reclamar pessoalmen-
te perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
Caso as partes optem em demandar na justiça do trabalho, por meio de um
advogado, a procuração é o instrumento hábil para habilitar o advogado para a prática
dos atos processuais, conforme art. 104 do CPC:
CPC, Art. 104. O advogado não será admitido a postular em juízo sem procura-
ção, salvo para evitar preclusão, decadência ou prescrição, ou para praticar ato
considerado urgente.
Segundo a súmula 395 I do TST, é válido é o instrumento de mandato com pra-
zo determinado que contém cláusula estabelecendo a prevalência dos poderes para
atuar até o final da demanda (§ 4º do art. 105 do CPC de 2015). Se há previsão, no
instrumento de mandato, de prazo para sua juntada, o mandato só tem validade se
anexado ao processo o respectivo instrumento no aludido prazo.
A juntada de nova procuração aos autos, sem ressalva de poderes conferidos
ao antigo patrono, implica revogação tácita do mandato anterior, conforme entende a
OJ 349 da SDI-1 do TST.
6.2.2.1.PROCURAÇÃO ESPECÍFICA PARA AJUIZAMENTO DE MANDA-
DO DE SEGURANÇA E AÇÃO RESCISÓRIA
O TST por meio da OJ 151 da SDI-II, entende que a procuração outorgada com
poderes específicos para ajuizamento de reclamação trabalhista não autoriza a propo-
situra de ação rescisória e mandado de segurança. Constatado, todavia, o defeito de
representação processual na fase recursal, cumpre ao relator ou ao tribunal conceder
prazo de 5 (cinco) dias para a regularização, nos termos da Súmula nº 383, item II, do
TST.
6.2.2.2.IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO NA FASE DE CONHE-
CIMENTO
O TST por meio do item I da súmula 456, entende que é inválido o instrumento
de mandato firmado em nome de pessoa jurídica que não contenha, pelo menos, o
nome do outorgante e do signatário da procuração, pois estes dados constituem ele-
mentos que os individualizam.
Quando for verificada a irregularidade de representação da parte na instância
originária, o juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício. Des-
cumprida a determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito, se a provi-
dência couber ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a providência lhe
couber (art. 76, § 1º, do CPC de 2015), conforme item II da súmula 456 do TST.
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6.2.2.3.2.MANDATO TÁCITO
O advogado tem mandato tácito quando comparece à audiência representando
seu cliente e pratica atos processuais sem qualquer necessidade de manifestação da
parte ou do próprio advogado.
A Justiça do Trabalho, aceita o mandato tácito por meio da OJ 286 da SDI-1 do
TST, que determina que “a juntada da ata de audiência, em que consignada a presença
do advogado, desde que não estivesse atuando com mandato expresso, torna dispen-
sável a procuração deste, porque demonstrada a existência de mandato tácito. Configu-
rada a existência de mandato tácito fica suprida a irregularidade detectada no mandato
expresso”.
6.2.2.3.3.MANDATO APUD ACTA
No mandato apud acta, os poderes são conferidos para o foro em geral pelo
Juiz em audiência, mediante ato formal, solene, devidamente registrado na ata de au-
diência. Veja bem, o advogado por meio do mandato apud acta, não possui poderes
especiais.
Veja o que diz o §3º do art. 791 da CLT:
§ 3o A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser
efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal
do advogado interessado, com anuência da parte representada.
6.2.2.4.SUBSTABELECIMENTO
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do CPC de 2015).
Item II – É válido o recurso assinado, ao menos, na petição de apresentação ou
nas razões recursais.
6.2.4. PREPARO DOS RECURSOS
Diferente do processo civil, que exige apenas o pagamento das custas para fins
recursais, no processo do trabalho há exigência não só do recolhimento das custas
como também do depósito recursal9.
O pagamento da multa por litigância de má-fé não é pressuposto para conheci-
mento de recurso, conforme entende o TST por meio da Orientação Jurisprudencial nº
409 da SDI-I, senão vejamos:
TST, OJ 409 da SDI-I - MULTA POR LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. RECOLHIMENTO.
PRESSUPOSTO RECURSAL. INEXIGIBILIDADE - Res. 209/2016, DEJT divulgado
em 01, 02 e 03.06.2016 - O recolhimento do valor da multa imposta como sanção
por litigância de má-fé (art. 81 do CPC de 2015 – art. 18 do CPC de 1973) não é
pressuposto objetivo para interposição dos recursos de natureza trabalhista.
A exceção fica por conta do pagamento da multa entre um e cinco por cento
do valor atualizado da causa, nos casos de improcedência em votação unânime do
agravo interno interposto contra decisão proferida pelo relator do recurso, conforme
entendimento exposto na Orientação Jurisprudencial nº 389 da SDI-I do TST
TST, OJ 389 da SDI-I - Constitui ônus da parte recorrente, sob pena de deserção,
depositar previamente a multa aplicada com fundamento nos §§ 4º e 5º, do art.
1.021, do CPC de 2015 (§ 2º do art. 557 do CPC de 1973), à exceção da Fazenda
Pública e do beneficiário de justiça gratuita, que farão o pagamento ao final.
Nesse sentido, o informativo 228 do TST, vejamos:
Informativo TST – nº 228 - Agravo. Embargos. Recolhimento da multa do art.
1.021, §4º, do CPC. Requisito objetivo para admissibilidade do recurso de em-
bargos. Ausência de comprovação tempestiva. Deserção. O recolhimento da
multa do art. 1.021, § 4º, do CPC é requisito objetivo de admissibilidade do recurso
de embargos e a inobservância do prazo para sua comprovação implica deserção.
Assim, o recolhimento da multa, com a respectiva comprovação, deve-se dar no
prazo estipulado para a interposição do recurso. No caso, o recolhimento da mul-
ta imposta pela Turma julgadora foi realizado dentro do prazo para interposição
do recurso de embargos, contudo, sua comprovação deu-se apenas quando da
interposição do agravo interno. O princípio da primazia da resolução do mérito
e o da instrumentalidade das formas não autorizam que todo e qualquer vício
sejam sanados, sob pena de se causar insegurança jurídica e de se subverter a
natureza dos atos processuais. Ademais, há de se observar a natureza sanciona-
tória da multa em comento, que tem o intuito de coibir a interposição de recursos
protelatórios e a quebra do dever de cooperação e boa-fé processual, não se ad-
mitindo qualquer flexibilização. Aplica-se, por analogia, o disposto no art. 7º da
Lei nº 5.584/70, bem como o entendimento da Súmula nº 245 do TST. Sob esses
fundamentos, a SBDI-I, por unanimidade, conheceu do agravo interno da reclama-
da e, no mérito, negou-lhe provimento. TST-Ag-E-Ag-AIRR-249-43.2015.5.05.0621,
SBDI-I, rel. Min. Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 29/10/2020.
9 LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 8ª Ed. São Paulo: LTr, 2010. Pag. 714
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
valor das custas e do depósito recursal, a sociedade empresária diz que está acumu-
lando capital para abrir novas filiais e ampliar sua rede, de modo que, no momento,
em razão de suas prioridades internas, só tem valor disponível para as custas. Con-
siderando a narrativa dos fatos e os termos da CLT, responda às indagações a seguir.
B) Analise se, tecnicamente, a decisão que negou seguimento ao recurso está cor-
reta. (Valor: 0,60) Resposta: A jurisprudência consolidada preconiza que basta a
simples afirmação do declarante ou de seu advogado quanto ao seu estado de mi-
serabilidade para que se configure a situação econômica que justifique a concessão
de tal benefício, na forma do enunciado da súmula 463, I do TST, que diz que para
a concessão da assistência judiciária gratuita à pessoa natural, basta a declaração
de hipossuficiência econômica firmada pela parte ou por seu advogado, desde que
munido de procuração com poderes específicos para esse fim (art. 105 do CPC de
2015).
2) As entidades filantrópicas;
3) As empresas em recuperação judicial (CLT, art. 899, § 10);
4) Empregado;
5) os entes de direito público externo (TST-IN nº 3,X);
6) a União, os Estados, o Distrito Federal, os municípios, as autarquias e as
fundações de direito público que não explorem atividade econômica (TST-IN nº 3, X);
OBS: As sociedades de economia mista e as empresas públicas sujeitam-se
ao regime jurídico próprio das empresas privadas, nos termos do artigo 173, §
1º, inciso II, da Constituição Federal, não fazendo jus, portanto, aos privilégios
concedidos à Fazenda Pública.
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
a) ordinário;
b) de revista;
c) de agravo de petição, salvo quando já estiver garantido o juízo;
d) agravo de instrumento (50% do valor do depósito recursal do recurso que se
busca destrancar);
e) embargos de divergência no TST;
ATENÇÃO! Depósito recursal não é obrigatório para apresentação de recurso
extraordinário de matéria trabalhista. O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF),
em sessão virtual, decidiu que não é necessário o depósito recursal para a admissibili-
dade de recurso extraordinário. A Corte aprovou a seguinte tese de repercussão geral
(Tema 679):
“Surge incompatível com a Constituição Federal exigência de depósito prévio
como condição de admissibilidade do recurso extraordinário, no que não recep-
cionada a previsão constante do § 1º do artigo 899 da Consolidação das Leis
do Trabalho, sendo inconstitucional a contida na cabeça do artigo 40 da Lei nº
8.177/1991 e, por arrastamento, no inciso II da Instrução Normativa nº 3/1993 do
Tribunal Superior do Trabalho”.
B) A empresa “B” deverá efetuar depósito recursal para viabilizar o recurso, no qual
insistirá na sua absolvição por não integrar com a litisconsorte um grupo econômi-
co? (Valor: 0,60) Resposta: Será desnecessário o depósito recursal pela empresa
“B”, pois havendo condenação solidária e já havendo recolhimento pela empresa “A”,
que não requereu sua exclusão da lide, o depósito por ela feito poderá ser aprovei-
tado pela empresa “B”, na forma da Súmula n. 128, III, do TST, que diz que havendo
condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por
uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não plei-
teia sua exclusão da lide.
7. EFEITOS
7.1. DEVOLUTIVO
No processo do trabalho, os recursos terão efeito meramente devolutivo, salvo
as exceções previstas em lei, permitida a execução provisória até a penhora (CLT, art.
899)
7.2. SUSPENSIVO
É admissível a obtenção de efeito suspensivo ao recurso ordinário mediante
requerimento dirigido ao tribunal, ao relator ou ao presidente ou ao vice-presidente do
tribunal recorrido. (TST, Sum 414, I)
Após a apresentação do requerimento, a eficácia da decisão recorrida poderá
ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos:
- Houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e
- Ficar demonstrada a probabilidade de provimento do recurso.
8. RECURSO ADESIVO
SEGUNDA FASE | DIREITO DO TRABALHO
A) Analise a possibilidade de o autor recorrer, ou não, dos pedidos em que foi ven-
cido, e de que maneira isso se daria, se possível for. (Valor: 0,65) Resposta: Ainda
é possível ao reclamante manifestar seu inconformismo, que deverá materializar-se
num recurso ordinário adesivo, já que aplicável o art. 997 do CPC - em sede trabalhis-
ta. SUM 283 do TST.