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EXCELENTÍSSIMO(a) SENHOR(a) DOUTOR(a) JUIZ(a) DA XXª VARA DO

TRABALHO DE XXXXXXXXX - XX

Processo n.º: XXXXXXX-XX.XXXX.X.XX.XXXX

XXXXXXX XXXXXXXX Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ


XXXXXXXXX, por seu advogado signatá rio, instrumento de mandato incluso, com
sede à XXXXXXXX, XXX – na cidade de XXXXXXXX–XX, local onde recebe
notificaçõ es, comparece perante esse Meritíssimo Juízo para oferecer
CONTESTAÇÃO à Reclamató ria Trabalhista que lhe move XXXXXXX XXXXXX,
mediante as razõ es que passa a expor:

I – DO CONTRATO DE TRABALHO E DA RECLAMAÇÃO TRABALHISTA


A autora alega que foi contratada pelo reclamado em XX/XX/2011, para exercer a
funçã o de Serviços Gerais - limpeza, tendo sido despedida sem justa causa no dia
XX/XX/20XX.

Percebeu como ú ltimo salá rio mensal o importe de R$ XXX,00, mais adicional de
insalubridade em grau mínimo.

Afirma que sua despedida foi discriminató ria em razã o de ser portadora de HIV
(AIDS) e requer a sua reintegraçã o ao trabalho e o pagamento de indenizaçã o por
danos morais.

Afirmou também que trabalhava em condiçõ es insalubres e que percebia adicional


em grau mínimo, todavia, fazia jus ao pagamento de adicional em grau má ximo.

Relatou ainda, que durante 30 dias, precisou realizar as suas funçõ es e ainda
atender a recepçã o (receber e enviar e-mail, atender telefone, atender o pú blico
direto no balcã o da recepçã o), porém nã o recebeu nenhum acréscimo no seu
salá rio pelo acú mulo de funçã o, e por ter que realizar atividade totalmente distinta
da qual foi contratada e com maior responsabilidade, requerendo ao final o
pagamento de plus salarial.
Atribuiu a causa o valor de R$ XX.XXX,XX (XXXXXX mil reais).

II – NO MÉRITO
1. Da inexistência de dispensa discriminatória e nulidade da despedida
A reclamada impugna o tó pico de nº 2 da exordial. Afirma a autora ser portadora
do vírus HIV (AIDS), e que em razã o de tal fato, presume-se que sua dispensa tenha
sido discriminató ria.

Ocorre Excelência que ao contrá rio do alegado pela reclamante, de que foi
dispensada em razã o de ser portadora do vírus HIV, pelo contrá rio a autora foi
contratado justamente por ser portadora do vírus e estar passando por situaçã o
precá ria.

Quando da sua contrataçã o, todos da diretoria da empresa sabia que a mesma era
portadora do vírus, sendo assim, totalmente descabida a afirmaçã o de que sua
dispensa ocorreu por essa razã o.

Sendo assim, incabível o pedido de nulidade de dispensa com reintegraçã o ao


trabalho e, tã o pouco, o pedido de indenizaçã o por danos morais.

Improcedente o pedido da inicial.

2. Da inexistência de diferenças de adicional de insalubridade


A reclamada impugna o tó pico de nº 03 da exordial, pois a autora nã o estava
sujeita, a condiçõ es de trabalho que caracterizem a mesma a ter direito a
percepçã o de adicional de insalubridade em grau superior ao mínimo.

Desta forma, nenhum valor é devida a autora, e se acaso nã o for este o


entendimento do julgador, cabe registrar que acaso deferido algum direito ao
adicional em grau superior ao mínimo, o que se fala apenas em argumentaçã o,
qualquer pagamento deve incidir sobre o salá rio mínimo da reclamante, conforme
entendimento pacífico da jurisprudência.
"107005281 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - BASE DE
CÁLCULO – O adicional de insalubridade deve ser calculado com
base no salário-mínimo, a teor do artigo 76 da CLT. (Enunciado
nº 228, do C. TST). (TRT 8ª R. - RO 5743/2002 - 4ª T. - Relª Juíza
Alda Maria de Pinho Couto - J. 07.02.2003)”

"187012875 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE - BASE DE


CÁLCULO - A base de cálculo do adicional de insalubridade é o
salário mínimo de que cogita o artigo 76 da CLT. (TRT 12ª R. -
RO-V 00662-2002-011-12-00-8 - (0158538404/2002) -
Florianópolis - 2ª T. - Rel. Juiz Dilnei Ângelo Biléssimo - J.
04.02.20"

Assim, indevido o pedido de pagamento de adicional de insalubridade em grau


má ximo ou médio, sendo indevido o pedido do tó pico de nº 03 da exordial.

3. Do alegado acúmulo de função


Afirma a reclamante em sua inicial, que durante 30 dias, precisou realizar as suas
funçõ es e ainda atender a recepçã o (receber e enviar e-mail, atender telefone,
atender o pú blico direto no balcã o da recepçã o), porém nã o recebeu nenhum
acréscimo no seu salá rio pelo acú mulo de funçã o, e por ter que realizar atividade
totalmente distinta da qual foi contratada e com maior responsabilidade, e
requereu por essa razã o o pagamento de plus salarial pelo acú mulo e ou desvio de
funçã o.

Todavia, a reclamante nem mesmo informa em quais datas ocorrerem tal acú mulo
de funçã o, sendo até mesmo difícil para a reclamada impugnar fatos do qual nem
mesmo sabe a data em que aconteceram.

Assim, indevido o pedido de pagamento de plus salarial pelo acú mulo e ou desvio
de funçã o, sendo indevido o pedido do tó pico de nº 04 da exordial.
4. Do novo regramento acerca dos honorários
A Lei que altera norma processual tem vigência imediata, inclusive para os
processos em curso, nos termos previsto no artigo 14 do Novo CPC:

“Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável


imediatamente aos processos em curso, respeitados os atos
processuais praticados e as situações jurídicas consolidadas sob
a vigência da norma revogada.”

Sobre honorá rios sucumbenciais, a regra processual vigente (art. 791-A da CLT)
prevê:

“Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria,


serão devidos honorários de sucumbência, fixados entre o
mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze
por cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença,
do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-
lo, sobre o valor atualizado da causa.
§ 1º Os honorários são devidos também nas ações contra a
Fazenda Pública e nas ações em que a parte estiver assistida ou
substituída pelo sindicato de sua categoria.
§ 2º Ao fixar os honorários, o juízo observará:
I - o grau de zelo do profissional;
II - o lugar de prestação do serviço;
III - a natureza e a importância da causa;
IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para
o seu serviço.
§ 3º Na hipótese de procedência parcial, o juízo arbitrará
honorários de sucumbência recíproca, vedada a compensação
entre os honorários.
§ 4º Vencido o beneficiário da justiça gratuita, desde que não
tenha obtido em juízo, ainda que em outro processo, créditos
capazes de suportar a despesa, as obrigações decorrentes de
sua sucumbência ficarão sob condição suspensiva de
exigibilidade e somente poderão ser executadas se, nos dois
anos subsequentes ao trânsito em julgado da decisão que as
certificou, o credor demonstrar que deixou de existir a situação
de insuficiência de recursos que justificou a concessão de
gratuidade, extinguindo-se, passado esse prazo, tais obrigações
do beneficiário.
§ 5º São devidos honorários de sucumbência na reconvenção.”

Assim, sendo julgado improcedente ou extinto o processo, requer a condenaçã o da


parte adversa ao pagamento de honorá rios sucumbenciais em favor do Procurador
da reclamada no percentual de 15% do valor da causa, com base no respectivo
dispositivo legal, ou, sucessivamente, fixada a sucumbência parcial que trata o §3º
do artigo 791-A da CLT caso procedente a demanda em parte.

Por fim, no caso de provimento da açã o, requer sejam os honorá rios advocatícios
do procurador da parte adversa limitados ao percentual má ximo previsto de 15%,
sem prejuízo de fixaçã o de percentual inferior, conforme regramento do §2º do
artigo 791-A da CLT.

Portanto, sã o improcedentes as pretensõ es de custas, correçã o monetá ria, juros e


honorá rios advocatícios, bem como a concessã o do benefício da Assistência
Judiciá ria Gratuita.

Improcedentes os pedidos correspondentes da inicial e requerimentos.

5. Da exibição de documentos
Por oportuno, frise-se que todos os documentos acostados aos autos sã o
suficientes para comprovar a inexistência de fundamento das alegaçõ es da
Reclamante, inclusive os ora juntados.
A despeito de a Reclamante nã o ter cumprido os requisitos elencados no artigo
356 do CPC, ressalta-se que o Reclamado, junta nesta oportunidade todos os
documentos necessá rios ao julgamento da lide.

Além disso, compete a Reclamante comprovar o alegado, conforme se argumenta


abaixo.

Requer, outrossim, seja permitido ao Reclamado juntar na fase de execuçã o os


documentos eventualmente necessá rios à liquidaçã o de sentença.

6. Impugnação aos documentos


Impugnam-se os documentos juntados pelo Reclamante, pois nã o sã o há beis a
provar as suas alegaçõ es. Tais documentos, ao contrá rio do pretendido pela parte
Reclamante, sã o inclusive suporte para a presente defesa.

Impugnam-se os subsídios jurisprudenciais juntados com a petiçã o inicial


porquanto as mesmas versam sobre suporte fá tico diverso do contido nos
presentes autos.

III- DOS PEDIDOS


Requer seja a pretensã o da Reclamante julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE
no mérito em relaçã o a todos os pedidos constantes da inicial, principais,
sucessivos e acessó rios, pelos fatos e fundamentos jurídicos sustentados no
decorrer da presente peça processual, que deverã o ser considerados como aqui
transcritos a fim de alicerçar o presente pedido.

Por cautela, requer, na eventual procedência da açã o, sejam deferidos os


abatimentos/deduçõ es de eventuais valores já pagos ao Reclamante em relaçã o à s
verbas pleiteadas na inicial.

REQUER, ad argumentandum tantum, na hipó tese de eventual condenaçã o no


pagamento de qualquer item no pedido, o deferimento dos competentes descontos
para o Imposto de Renda e Previdência Social.
Requer que a Reclamante apresente a última declaração de imposto de renda
para fins de AJG.

Requer, finalmente, seja permitido ao Reclamado a possibilidade de demonstrar os


fatos alegados por meio de todas as provas em Direito admitidas, mormente a
testemunhal, documental e a pericial.

O advogado signatá rio declara serem autênticas as có pias dos documentos ora
juntadas aos autos, conforme art. 830 da CLT.

O Reclamado impugna na totalidade a documentaçã o juntada aos autos pelo


Reclamante, haja vista que imprestá vel para fazer prova da pretensã o contida na
presente Reclamató ria.

Termos em que pede e espera deferimento.

XXXXXXXXXX, XX de março de 2018.

XXXXXX XXXXXX
OAB/XX nº. XX.XXX

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