Você está na página 1de 7

AO JUIZO DA 14º VARA CÍVEL DA COMARCA DE CAMPO GRANDE - ESTADO DE

MATO GROSSO DO SUL.

Ref.: Processo nº 0800427-85.2014.8.12.0026

ANTONIO ALBERTO RIBEIRO DOS SANTOS, já qualificado nos autos da ação


declaratória de inexistência de relação jurídica com pedido liminar de sustação de com
pedido liminar de sustação de Protesto c/c reparação de danos morais e protesto
ressarcimento de danos materiais que move contra ANA CRISTINA PEREIRA DA
SILVA, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, interpor:

RECURSO DE APELAÇÃO

que seguem em anexo requerendo que após a juntada aos autos sejam remetidos ao
Egrégio Tribunal de Justiça.

Nestes termos, espera deferimento.

Campo Grande, 11 de dezembro de 2023.

Advogado

OABRS

EXCELENTÍSSIMOS SENHORES DESEMBARGADORES DO EGRÉGIO


TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL.
RAZÕES À APELAÇÃO

Processo de Origem nº 0800427-85.2014.8.12.0026.

Vara de Origem: 14º Vara Cível da Comarca de Bataguassu - Estado de Mato Grosso
do Sul.

Apelante: Antonio Alberto Ribeiro Dos Santos. Apelado:


Ana Cristina Pereira Da Silva.

EGRÉGIO TRIBUNAL

NOBRES JULGADORES

I – SÍNTESE DO PROCESSO.

Trata-se de uma apelação interposta contra a sentença proferida pelo MM. Juiz
de Direito da 14º vara civil da comarca de Campo Grande, nos autos da ação
declaratória de inexistência de relação jurídica com pedido liminar de sustação de com
pedido liminar de sustação de Protesto c/c reparação de danos morais e protesto
ressarcimento de danos materiais, que julgou parcialmente procedente os pedidos
iniciais, confirmando a tutela concedida para declarar a inexistência da relação jurídica
entre as partes, condenar a requerida ao pagamento de indenização por dano moral

no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), que deve ser corrigido pelo IGP-M, desde o
arbitramento, acrescido de juros de 1% ao mês, desde o protesto e indeferiu o pedido
de indenização por dano material.

II – DAS RAZÕES DO RECURSO.

Apesar da sentença ter sido parcialmente procedente, houve ym equivoca na


analise da extensão dos danos em si, o que culminou fazendo com que o MM. Juiz
singular proferisse sentença que, de forma incomum, revelou – se desproporcional
com os critérios de razoabilidade. Vejamos:
Ante o exposto, com resolução de mérito, nos termos do art. 487, inciso I, do
CPC, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTES os pedidos iniciais, para o fim de,
confirmando a tutela concedida:

A) DECLARAR a inexistência da relação jurídica entre as partes;

B) CONDENAR a parte requerida ao pagamento de indenização por dano moral, no


valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), que deve ser corrigido pelo IGP-M, desde o
arbitramento, e acrescido de juros de mora de 1% (um por cento) ao mês, desde o
evento danoso (protesto); e
C) INDEFERIR o pedido de indenização por dano material, ante a inexistência de ato
ilícito por parte da demandada, capaz de causar o dano alegado.

Egrégio tribunal, é correto que a sentença proferida pelo juiz de Primeiro Grau
reconhecendo que nos autos o apelante não foi o comprador do animal declarando a
inexistência da relação jurídica entre as partes e condenando a apelada na reparação
pelos danos que lhe deram causa.

Ocorre que o MM. Juiz apegou – se ao fato do dano moral presumido, o que é
perfeitamente aplicável para o momento devendo a sustentação na sentença
quanto a esse ponto restar inalterável. Todavia apesar da presunção do dano, o
presente caso contém peculiaridades que exigem a discussão e
consequentemente majoração de danos.

O quantum indenizatório, repara a ofensa à dignidade da pessoa humana e


atenua a lesão imputada, tem-se revelado ínfimo. Denotando uma banalização dos
sentimentos negativos experimentados pelo ofendido em razão da lesão injusta. Na
ocasião, o Apelante experimentou enorme prejuízo e transtornos por culpa exclusiva
da apelada pois, foi negado ao mesmo o direito de movimentar seus reditos por
decorrência de protesto de uma relação jurídica que o apelante não participou.
Como foi confirmado através da sentença, o apelante jamais manteve negócios
ou relação jurídica com a apelada e ao não ser notificado pessoalmente do protesto
em questão, apenas ficou sabendo deste no momento em que tentou fazer um
empréstimo, mais precisamente um custeio rural, e foi impedido justamente por constar
contra seu nome o referido protesto. E ao verificar a certidão do cartório de protesto
restou comprovado o fato de que a apelada não declinou o endereço do mesmo. O
apelante é dono da propriedade e inúmeras pessoas dependem desta para seu
sustento, ao perder o custeio o mesmo teve prejuízos em seu empreendimento, e
acabou perdendo a linha de crédito que tinha com o banco ao ter reputação de bom
pagador. Ficou evidente que a apelada fez o protesto em nome de quem não comprou
os animais, ficando ainda mais claro quando a mesma diz que ‘‘Deveria ter verificado a
validade da nota promissória em questão antes de efetuar o seu protesto’’.
Através dos fundamentos de fatos e de direito comprova suas versões
apresentando o montante de danos sofridos com o indevido protesto e a repercussão
da lide.

DO DANO MATERIAL

Devido às necessidades dos animais e considerando que os mesmos não tem


culpa da atitude de sua proprietária, o autor vem tratando dos animais, com pastagens,
rações e tudo o quanto necessário para a boa saúde e nutrição dos equinos.
O custo mensal de cada animal é no valor de R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais), por
mês, assim, estando depositados no imóvel referido, a Égua e seu potro, a despesa
mensal é de R$ 500,00 (quinhentos reais). Referidos animais estão na propriedade desde
26 de outubro de 2013, de modo que assim, até o momento, já geraram ao autor o
prejuízo material de R$ 2000,00 (dois mil reais), cujo valor deve ser ressarcido ao
apelante acrescido mês a mês até a data da retirada efetiva do animal, visto que o autor,
como dito, não comprou nenhum animal da requerida.
Conforme os artigos 186 e 927 CC:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou
quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano
implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.

DOS HONORÁRIOS SUCUMBENCIAIS


Conforme sentença em juízo a quo, a fixação de honorários sucumbenciais foi a
seguinte:
‘‘Consequentemente, condeno a parte autora ao pagamento de 1/3 (um terço)
das custas e despesas processuais, ficando a parte requerida condenada ao
pagamento de 2/3 (dois terços) das mesmas.

Outrossim, condeno a parte autora ao pagamento de honorários advocatícios

em favor do patrono da demandada, os quais fixo, por apreciação equitativa, em R$


500,00 (quinhentos reais), observando-se também a natureza da causa e o trabalho
por ele desenvolvido (art. 85, §§2º e 8º, do CPC).

Condeno ainda a parte requerida ao pagamento de honorários advocatícios em


favor do patrono do autor, os quais fixo em 12% (doze por cento) do valor da
condenação, observando-se a natureza da causa e o trabalho por ele desenvolvido
(art. 85, §2º, do CPC).’’.
Egrégio Tribunal, o não cumprimento voluntário do sucumbente ao pagamento
ou a obrigação devida em sentença, obriga o advogado a aumentar o seu trabalho
processual, nesses casos sendo arbitramento de honorários específicos à fase
recursal, previsto nos termos do artigo 85, § 1º, § 2º e § 11 do CPC.
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao
advogado do vencedor.
§ 1º São devidos honorários advocatícios na reconvenção, no
cumprimento de sentença, provisório ou definitivo, na execução,
resistida ou não, e nos recursos interpostos, cumulativamente.

§ 2º Os honorários serão fixados entre o mínimo de dez e o máximo


de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito
econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor
atualizado da causa, atendidos:
I - o grau de zelo do profissional; II -
o lugar de prestação do serviço;

III - a natureza e a importância da causa;

IV - o trabalho realizado pelo advogado e o tempo exigido para o


seu serviço.
§ 11. O tribunal, ao julgar recurso, majorará os honorários fixados
anteriormente levando em conta o trabalho adicional realizado em
grau recursal, observando, conforme o caso, o disposto nos §§ 2º a
6º, sendo vedado ao tribunal, no cômputo geral da fixação de
honorários devidos ao advogado do vencedor, ultrapassar os
respectivos limites estabelecidos nos §§ 2º e 3º para a fase de
conhecimento.

Menciona – se também que o apelante reside em Bataguassu – MS local onde


contratou o advogado durante a instrução e teve gastos deslocando – se para as
audiências realizadas em Campo Grande – MS, prolongando seus trabalhos através
desta apelação.

Por fim, diante da fase recursal, os honorários sucumbenciais devem ser fixados

na quantia de 20% sobre o valor da condenação conforme o CPC.

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer aos Nobres Julgadores sejam apreciadas as


contrarrazões do recurso de Apelação, para confirmar a decisão prolatada pelo
Nobre Julgador a quo na íntegra.

Nestes termos, espera deferimento.

Campo Grande, 11 de dezembro de 2023.


ADVOGADO
OAB

Nomes: Bianca Zambon e Pamela do Rosario.

Você também pode gostar