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AO JUÍZO DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE VITÓRIA -

ES

Processo nº: 001234

BANCO XXG, já devidamente qualificados nos autos da ação que move em


face de ACÁCIA, por intermédio de sua advogada com procuração em anexo, vem
respeitosa interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

nos termos do art. 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil visando a


reforma de sentença proferida nestes autos, conforme razões de fato e de direito
expostas.
Por fim, requer à Vossa Excelência que seja o recurso devidamente recebido
em seu duplo efeito e devidamente processado, eis que tempestivo, já que interposto em
24/05/2021, ou seja, no prazo de 15 dias úteis, e cumprido com o preparado necessário,
conforme comprovante em anexo, encaminhando-se ao Egrégio Tribunal de Justiça
deste Estado e intimando da parte contrária para apresentação de contrarrazões.

Termos em que,
Pede Deferimento.
Local, data.
ADVOGADA
OAB/ UF
RAZÕES DA APELAÇÃO

Apelante: Banco XXG


Apelado(s): Acácia
Juízo De Origem: 1ª Vara Cível Da Comarca De Vitória
Processo Originário Nº: 001234

Egrégio Tribunal de Justiça;

I – SÍNTESE DOS FATOS


A apelada celebrou com o apelante contrato de empréstimo, no valor de R$
480.000,00 (quatrocentos e oitenta mil reais), a ser quitado em 48 parcelas mensais de
R$ 10.000,00 (dez mil reais), para aquisição de um apartamento situado na cidade de
Vitória, Espírito Santo, concedendo em garantia, mediante alienação fiduciária, o
referido apartamento, avaliado em R$ 420.000,00 (quatrocentos e vinte mil reais).
Ocorre que, após o pagamento das primeiras 12 parcelas mensais, totalizando
R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), a apelada parou de realizar os pagamentos ao
apelante, que iniciou o procedimento de execução extrajudicial da garantia fiduciária.
A apelada foi intimada e não purgou a mora, e o imóvel foi a leilão em duas
ocasiões, não havendo propostas para sua aquisição, de modo que houve a consolidação
da propriedade do imóvel ao apelante, com a quitação do contrato de financiamento.
Inconformada, a apelada ajuizou, em seguida, ação condenatória em face do
apelante, conforme consta número e distribuição em epígrafe, sob a alegação de que,
somados os valores do imóvel e das parcelas pagas, o apelante teria recebido R$
540.000,00 (quinhentos e quarenta mil reais), mais do que o valor concedido a título de
empréstimo.
Com isso, formulou pedido condenatório pretendendo o recebimento da
diferença, ou seja, R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), bem como postulou a concessão
dos benefícios da justiça gratuita, alegando não possuir condições financeiras para arcar
com as custas processuais e os honorários sucumbenciais.
O apelante, citado, apresentou sua contestação, afirmando que a pretensão não
encontraria respaldo jurídico, à luz do regime previsto na Lei nº 9.514/97, requerendo
a improcedência da pretensão.
Além disso, demonstrou que a apelada possui 4 (quatro) imóveis, além de
participação societária em 3 (três) empresas, e condição financeira apta ao pagamento
das custas e dos honorários, requerendo o indeferimento da justiça gratuita.
Contudo, foi concedido o benefício da justiça gratuita que havia sido postulado
na inicial em decisão interlocutória e, após, julgado procedentes os pedidos,
condenando o apelante a restituir o valor de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) e a arcar
com as custas processuais e os honorários sucumbenciais em 10% do valor da
condenação.
Diante da situação fatídica, o apelante recorre a este juízo ad quem para a
reforma da injusta sentença proferida pelo juízo a quo.

II – DO DIREITO
Preliminarmente, cumpre informar que, conforme já foi indicado em peça de
contestação, a apelada possui 4 imóveis e participação societária em 3 empresas,
possuindo condições de arcar com custas e honorários, não sendo hipótese de incidência
do Art. 98 do CPC.
Sendo assim, deve haver a revogação do benefício da justiça gratuita (Art.
1.009, §1º), não recorrido antes por não se sujeitar a recurso de Agravo (Art. 1.015).
Quanto ao mérito, a lei é prevê que se, no segundo leilão, o maior lance
oferecido não for igual ou superior ao valor da dívida, será considerada extinta e o
credor exonerado da obrigação de entregar ao devedor a importância que sobejar,
devendo o credor, no prazo de cinco dias a contar da data do segundo leilão, dar ao
devedor quitação da dívida, mediante termo próprio.
Portanto, é clarividente que o apelante seguiu estritamente o procedimento
previsto no Art. 26 e no Art. 27, §§ 5º e 6º, ambos da Lei nº 9.514/97, no qual prevê
expressamente o “perdão legal”, devendo a referida sentença ser devidamente
reformada no sentido que julgar totalmente improcedente os pedidos formulados pela
autora, ora apelada.

III – DOS PEDIDOS


Por todo o exposto, ao Egrégio Tribunal, requer a reforma da decisão que
concedeu a justiça gratuita, bem como da sentença, para julgar improcedente o pedido,
e, por fim a condenação da apelanda ao pagamento integral das custas e honorários,
majorados para fase recursal (Art. 85 do CPC).

Termos em que,
Pede Deferimento.
Local, data.
ADVOGADA
OAB/ UF

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