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CÍVEL DE SERRA – ES
Processo nº 0014835-31.2015.8.08.0725
Por outro lado, com relação à tempestividade, tem-se que o prazo para
apresentação de impugnação ao cumprimento de sentença passa a fluir após o
término do prazo para garantia da execução, segundo dispõe os artigos 523 e
525 da Lei Adjetiva Civil:
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Assim, considerando a suspensão dos prazos entre os dias 20/12/2017 à
20/01/2018, e que este douto juízo intimou a ora Impugnante em 20/12/2017
(quinta-feira) a pagar o valor apresentado pelo Impugnado no prazo de 15
(quinze) dias, sob pena de multa cominatória prevista no § 1°, do art. 523 do
CPC/15, e também para em novo prazo de 15 dias, apresentar impugnação ao
cumprimento de sentença, e que o juízo foi devidamente garantido pela ora
Impugnante em 15/01/2018 (segunda-feira), adverte-se que o prazo para
apresentação da presente impugnação ao cumprimento de sentença iniciou-se
no primeiro dia útil seguinte ao término do prazo para pagamento, qual seja
22/01/2018 (segunda-feira), para findar-se em 09/02/2018 (sexta-feira).
II – DOS FATOS
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A Impugnante interpôs Recurso Inominado, ao qual foi negado provimento,
mantendo a Sentença por seus próprios fundamentos, e ainda, condenando a
Fundação Valia ao pagamento de custas processuais e honorários
advocatícios, arbitrados em 20% (vinte por cento) sobre o valor da
condenação. Ante acordão publicado em 27/09/2017:
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excessivo e sem respaldo algum tanto sob o aspecto contábil quanto sob o
prisma do regulamento do Plano de Benefícios.
III – DO MÉRITO
O art. 525 do novo Código de Processo Civil, através de seu §1º, destaca as
matérias que podem ser abordadas no mérito da presente impugnação ao
cumprimento de sentença, verbis:
Ocorre que, ao aplicar multa de 10% em três momentos de seu cálculo, deixa
de assistir razão o Impugnado, pois, conforme se observa através do
acompanhamento processual desta demanda, a Valia só seria condenada a
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multa de 10% caso ultrapassasse o prazo de 15 (quinze) dias para efetuar o
pagamento. Confira-se:
Com efeito, o Autor incluiu ao seu cálculo, de forma indevida, uma multa de
10% sobre o valor principal corrigido (R$ 6.032,97), no importe de R$ 603,30
(seiscentos e três reais e trinta centavos). Como se observa:
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Assim, considerando que a multa prevista no art. 523, § 1º do NCPC tem cunho
coercitivo, e visa compelir a parte devedora ao pagamento do débito
exequendo, devendo incidir após o transcurso do prazo estabelecido para
pagamento, é nítido que o Autor aplicou a referida penalidade de forma
indevida, visto que além de no momento do cálculo ainda não ter encerrado o
prazo de 15 (quinze) dias determinado no despacho, o Autor aplicou a multa
sobre três valores enquanto o correto seria, se não estivesse sido realizado o
pagamento pela Impugnante, ter aplicado apenas sobre o valor do débito.
Conforme prevê o artigo 523, §1° do NCPC:
“Art. 523.
Por análise lógica, a multa somente poderia ser aplicada previamente pelo
Autor e sobre o valor incorreto, para se tornar um instrumento que, de qualquer
modo, beneficiaria somente ao mesmo.
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transcurso do prazo estabelecido para o pagamento.
Primeiramente deve ser homologado o cálculo e oportunizada
ao exequente eventual complementação da diferença existente
entre o valor depositado e a quantia efetivamente devida, para
que depois, à míngua do pagamento da quantia, incidisse o
ônus em comento.
AGRAVO PROVIDO.
(TJ-SP 214100753201782260000 SP 53.2017.8.26.0000,
Relator: Maria Lúcia Pizzoti, Data do Julgamento: 20/09/2017,
30° Câmara do Direito Privado, Data de Publicação:
26/09/2017)”
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“Art. 525. (...) § 6o A apresentação de impugnação não impede a
prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o
juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com
penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito
suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o
prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de
causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação.”
Por força de lei específica e de seus preceitos regulamentares, atua sob o regime
de capitalização, não distribuindo qualquer parcela de seu patrimônio a título de
lucro ou participação de resultados, eis que reverte, integralmente, a totalidade de
suas receitas e seus recursos em prol de seu objetivo fundacional, qual seja, o
pagamento dos benefícios complementares aos seus participantes.
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assistidos. Logo, permitir-se o levantamento do valor em excesso discutido nos
presentes autos importará em prejuízos não só à própria Valia, mas
diretamente à todos seus beneficiários.
Desta forma, resta patente a necessidade de concessão de efeito suspensivo a
presente impugnação, sob pena de ocasionar-se prejuízos irreparáveis não só
à Impugnante, mas também à terceiros.
Nesse sentido é o entendimento consolidado pelo Egrégio Tribunal de Justiça
de Minas Gerais, autorizando-se a concessão do efeito suspensivo pretendido:
V – CONCLUSÃO
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a) Seja a presente Impugnação ao Cumprimento de Sentença recebido por
este Juízo com a concessão de efeito suspensivo para que se evite o
levantamento dos valores controvertidos, nos termos do §6º do art. 525
do NCPC;
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