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Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por SANDRA MARIA RIBEIRO PENNA TEIXEIRA e Tribunal de Justica do Estado

de Sao Paulo, protocolado em 22/06/2020 às 11:17 , sob o número WPRO20006190553.


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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL


CÍVEL DO FORUM CENTRAL DA COMARCA DA CAPITAL EM SÃO PAULO - SP

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1050325-89.2019.8.26.0100 e código 111110AB.
VITOR MIRANDA DE ALMEIDA, brasileiro, divorciado, inscrito
sob o RG n.º 200.488.465/SSPSP e CPF n.º 099.353.137-78, residente e domiciliado à
Amália de Noronha, 151, conj. 74 – Pinheiros – São Paulo – CEP 054.08-001, doravante
AUTOR, vêm mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seus procuradores
legalmente constituídos, subscritos para ajuizar

AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE NEGÓCIO JURÍDICO

em face de EDNA MARIA LOCATELLI, brasileira, solteira, professora, portadora do RG


n.º 81.145.322 e CPF n.º 843.022.408-49, residente e domiciliado à Rua Lydia Ferrari
Magnoli, 177, apto 101, Vila Avelino, São Paulo - SP, CEP 03227-085 e JUNIOR
D´IMÓVEIS E ADMINISTRAÇÃO DE BENS - EIRELI., pessoa jurídica de direito privado, a
ser citada na pessoa de seu representante legal, registrada sob o CNPJ
n.º 27.554.405/0001-28, com sede à R. Nakaya, 60 - Vila Mariana, São Paulo - SP, CEP
04015-030, doravante RÉUS, pelos fatos e fundamentos expostos a seguir:
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1. DOS FATOS

1.1. DO CONTRATO CELEBRADO ENTRE O AUTOR E A RÉ EDNA

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O Autor e a Ré Edna celebraram em Outubro de 2016
contrato de locação de imóvel, submetido à Lei do Inquilinato (Lei n. 8245/91),
instrumento transcrito nos doc. 01 a 07 da presente, sendo que tal celebração teve
como intermediária a Réu Junior D’imóveis que posteriormente também agiu como
representante da Ré Edna na execução da referida avença.

O contrato em questão foi celebrado pelo prazo de


30(trinta) meses, destinando-se o imóvel locado à moradia do Autor, tendo o mesmo
residido nesse local até abril de 2019, quando findou o prazo de vigência do referido
contrato, tendo cumprido o Autor, escrupulosa e honestamente, todas as
disposições contratuais estabelecidas até o termo do citado contrato.

1.2. DA ENTREGA DAS CHAVES À REPRESENTANTE DA RÉ EDNA E DOS


ATOS DE COBRANÇAS INDEVIDAS

Findo o prazo de locação, o Autor entregou ao funcionário


da Réu Junior D’imóveis chamado Donizete Júnior as chaves do imóvel, sendo que
esse mesmo funcionário realizou a vistoria no imóvel, considerando atendida a
exigência da cláusula 3.ª do contrato celebrado e recebendo as chaves do imóvel.

Ressalte-se que desde essa data o Autor não voltou a


entrar no imóvel, sozinho ou acompanhado de quem quer que seja, uma vez que
não tinha mais as chaves que lhe dariam acesso ao interior do mesmo.

No dia seguinte, porém, o mesmo funcionário Donizete


entrou em contato com o Autor, declarando que a Ré Edna, tendo adentrado o imóvel
nesse mesmo dia, considerou que havia reparos a serem realizados e que, nos
termos do contrato celebrado, caberia ao Autor realiza-los, citando o contrato
celebrado.
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Inicialmente, em 24/04, os Réus exigiram do Autor a


quantia de R$ 400,00(quatrocentos) reais, a título de reparos na pintura do imóvel,
sendo que foi demandado do Autor depositasse esse valor na contas de outro
funcionário da Réu Junior D’imóveis chamado Guilherme; mesmo o Autor

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considerando que a percepção da Ré Edna se baseava no desgaste normal do uso,
consentiu com a realização desse pagamento.

Entretanto, em 29/04, os Réus entraram novamente em


contato com o Autor, exigindo desta vez o valor R$ 700,00(quatrocentos) reais,
alegando a necessidade de mais reparos no imóvel, sem especifica-los, ao que mais
uma vez cedeu o Autor, no exercício da boa-fé.

Não obstante esse segundo pagamento, em 02/05 os Réus


demandaram do Autor outro pagamento de R$ 400,00(quatrocentos) reais,
alegando que a pintura realizada não ficou a gosto da Ré Edna que, tendo visitado
mais vezes o local, teria identificado mais reparos a serem realizados. Exigiu-se
ainda que o Autor arcasse com o preço do material a ser utilizado, no valor de R$
1.100,00(mil e cem) reais.

Mesmo a contragosto, e quase acreditando ser vítima de


algum ilícito penal, diante da persistência inoportuna e quase abusiva dos Réus, o
Autor, ansioso por se livrar do assédio dos Réus, realizou esses pagamentos
igualmente.

Em 10/05, os Réus fizeram novo pedido de dinheiro, mais


uma vez alegando necessidade de reparos no imóvel, intimando o Autor a realizar
pagamento de R$ 280,00(duzentos e oitenta reais); assustado com a atitude quase
abusiva dos Réus, o Autor realizou esse pagamento. Todos esses pagamentos
encontram-se provados nos autos pelos docs. de 8 a 11.

Por fim, os Réus exigiram do que seria o aluguel do mês


vencido, no valor de R$ 2.900,00(dois mil e novecentos reais), o que representou
o limite da boa-fé do Autor.
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Cansado da atitude espoliativa dos Réus, o Autor recusou-


se a realizar esses pagamentos, considerando estar extinto o contrato desde a data
da entrega das chaves, em 21/04, ponderando ainda o autor a possibilidade de
ajuizar ação penal contra os Réus a fim de apurar algum eventual ilícito.

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Diante da resistência dos Réus, que continuam exigindo
valores indevidos, só restou ao Autor ajuizar a presente ação, pelo qual pretende o
Autor seja declarada a extinção do contrato no momento da entrega das chaves e a
consequente inexigibilidade dos débitos demandados por último.

O Autor destaca que não busca locupletar-se às custas dos


Réus, sendo prova da dessa boa-fé o comprovante de consignação do valor
demandado, que ora se junta aos autos.

2. DO DIREITO

2.1. DA COMPETÊNCIA DESTE DOUTO JUÍZO

De acordo com a cláusula 31 do contrato celebrado, “o foro


de eleição é o da situação do imóvel”; tal cláusula, ajustada com o artigo 3º, inciso I
da lei 9.099/95, afere-se que o Juizado Especial Cível tem competência para
conciliação, processo e julgamento das causas cíveis de menor complexidade desde
que o valor da causa não exceda 40 (quarenta) vezes o salário mínimo.

Assim, os regramentos apresentados acima justificam a


presença dos autos perante V. Exa, ressaltando que os mesmos se harmonizam
com a regra insculpida no art. 292, II do CPC/2015 que reza que “o valor da causa
constará da petição inicial ou da reconvenção e ser: (...) na ação que tiver por objeto
a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a
rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida.”
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2.2. DA LEGITIMIDADE DOS RÉUS EDNA e JUNIOR D´IMÓVEIS E


ADMINISTRAÇÃO DE BENS

O Autor demanda contra a Ré Edna na condição de parte

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contratante e contra o Réu Junior D’imóveis na condição de mandatário da Ré Edna
pois, ainda que exista jurisprudência entendendo que a imobiliária, sendo
mandatária da locadora, não tem vínculo contratual com o locatário, o que tornaria
o Réu Junior D’imóveis parte ilegítima passiva no caso em tela, tal legitimidade
subsiste.

De fato, pelos elementos constantes dos autos e pelas


provas que serão produzidas perante o alto descortino da presença de V. Exa., há
que se notar que, in casu, o Autor sequer sabia quem, de fato, era o locador, pois
seu único contato foi com o Réu Junior D’imóveis.

Foi o Réu Junior D’imóveis a quem o Autor procurou para


locar um imóvel, foi um de seus corretores que o levou a visitar o imóvel, foi na sede
do Réu Junior D’imóveis assinado o contrato, elaborado pelo próprio Réu.

Durante a vigência do contrato, foi o Réu Junior D’imóveis


que recebeu os valores locatícios, e foi o Réu Junior D’imóveis a quem o inquilino
procurou para resolver questões durante a locação. E quando, ao final da locação,
o Autor devolveu o imóvel e entregou as chaves, foi um preposto da imobiliária – e
não a Ré Edna – quem foi até o imóvel para fazer a vistoria.

Assim, ainda que o Réu Junior D’imóveis obviamente deva


repassar ao locador o valor dos locativos, bem como o valor das multas contratuais
porventura incidentes, não há dúvidas de que, na realidade da vida, é o Réu Junior
D’imóveis o sujeito com quem o Autor manteve, pelo menos materialmente, o
relacionamento contratual.

Quanto à legitimidade da Ré Edna, justifica-se a demanda


contra a mesma pela condição de locadora e proprietária do imóvel.
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2.3. DAS NULIDADES DO CONTRATO CELEBRADO

Trata-se no caso em tela de relação jurídica estabelecida

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entre as partes é de natureza privada, devendo ser regida nos termos do Código
Civil, com observância aos postulados da autonomia da vontade e da força
vinculante dos contratos.

Como relação de locação urbana, não há dúvida quanto à


aplicação da Lei 8245/91(Lei do Inquilinato), que dispõe em seu art. 45:

“Art. 45. São nulas de pleno direito as cláusulas do


contrato de locação que visem a elidir os objetivos
da presente lei, notadamente as que proíbam a
prorrogação prevista no art. 47, ou que afastem o
direito à renovação, na hipótese do art. 51, ou que
imponham obrigações pecuniárias para tanto.”.

A regra do art. 45 encontra correspondência na legislação


anterior e corporifica em tema de locação de imóveis urbanos a supremacia da
vontade estatal sobre os negócios privados, uma vez que a locação de imóveis, que
diretamente diz respeito ao direito de moradia, à disposição patrimonial, ao
desenvolvimento econômico, constitui hoje, matéria de ordem pública, embora
esteja contemplada pelo Direito Privado.

O objetivo maior da Lei nº 8.245/91 é garantir a segurança


jurídica dos contratos de locação urbana, resguardando os interesses de locadores
e locatários de modo a assegurar a estabilidade e o equilíbrio das relações locatícias.

No caso em tela, verifica-se que há evidente tentativa dos


Réus em frustrar esse objetivo, ao celebrar-se contrato prenhe de nulidades, onde
se verifica evidente abuso de direito por parte dos Réus.

Alega o autor a nulidade do contrato celebrado in totum,


diante da existência de cláusula puramente potestativa resolutiva, que colocou uma
das partes contratantes à inteira mercê da outra, o que é inadmissível à luz dos
princípios que regem as relações contratuais no Direito brasileiro.
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Conforme doutrina, há cláusula puramente potestativa


quando os efeitos de um contrato ficam ao puro e livre arbítrio de uma das partes.
Quanto ao tema, Carlos Roberto Gonçalves cita que:

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“Potestativas são as que decorrem da vontade de uma
das partes, dividindo-se em puramente potestativas e
simplesmente potestativas. Somente as primeiras são
consideradas ilícitas pelo artigo 122 do Código Civil,
que as inclui entre as condições defesas por sujeitarem
todo o efeito do ato ‘a puro arbítrio de uma das partes’,
sem a influência de qualquer fator externo.”(Direito
Civil – Parte Geral – Vol. 1 - Editora Saraiva – 2005 – pág.
120-121)

A condição ou cláusula puramente potestativa, como dito


acima, é considerada ilícita, conforme artigo 122 do Código Civil de 2002, bem como
é inválido o negócio jurídico a que lhe é subordinado, conforme preceitua o artigo
123, inciso II do mesmo Código.

A alegação de nulidade do contrato do Autor lastreia-se na


cláusula 3., parágrafo 3 do contrato celebrado, que reza :

“O aluguel correrá até a data da vistoria, porém


caso tenha alguma pendência, o valor do aluguel e
os encargos continuarão vigorando até a data que
as mesmas forem sanadas”

Observe-se que a potestividade da referida cláusula


resolutiva resulta de pertencer apenas a um dos sujeitos contratuais a prerrogativa
de realizar a vistoria, sem que seja dada ao outro contratante questionar esse juízo,
possibilitando-se uma prorrogação indevida do contrato, sem que haja a devida
contraprestação, em um verdadeiro exemplo de desequilíbrio contratual que não
poder ser admitido por este Douto Juízo.
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A ser interpretada conforme fazem os Réus, se pelo


capricho de um sujeito não se julgar o imóvel devolvido em “perfeitas condições”,
prorrogando-se as obrigações do locatário mas sem prorrogar-se as obrigações do
locador, haja visto que o imóvel já foi devolvido, se as “pendências” de que fala a

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referida cláusula perdurarem por 6 meses, os alugueis e encargos do período serão
devidos sem a contrapartida da habitação do imóvel, em um verdadeiro
enriquecimento sem causa do locador em prejuízo do locatário.

Sobre esse argumento, segundo Gilmar Alves de Azevedo,


o sistema jurídico de locação tem como finalidade não admitir

"Cláusula que conceda a uma das partes benefício ou


vantagem que a torne mais poderosa que a outra" (...)
"no contrato de locação a autonomia da vontade das
partes esbarra-se perante normas impostas pelo
legislador, que não podem ser ignoradas pelas partes e
por elas não podem deixar de ser cumpridas"
(AZEVEDO, Gilmar Alves de. Da locação . 2. ed. São
Paulo: Forum, 2007).

Portanto, a hipótese dos autos se configura como cláusula


puramente potestativa, sendo vedada pelo ordenamento jurídico pátrio, a teor do art.
122 do Código Civil que reza que “são lícitas, em geral, todas as condições não
contrárias à lei, à ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas
se incluem as que privarem de todo efeito o negócio jurídico, ou o sujeitarem ao puro
arbítrio de uma das partes.”

Inadmissível o argumento de que o Autor poderia


questionar a vistoria valendo-se do laudo de vistoria inicial do imóvel, uma vez que
o mesmo não foi disponibilizado pelos Réus ao Autor, por ocasião da devolução das
chaves.
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Oportuno dizer que a suposta vistoria deveria ter


constatado todas as eventuais necessidades imediatamente, e não ao longo de UM
MÊS após a entrega das chaves quando, repise-se, o Autor não tinha mais acesso
ao imóvel e não pode provar se os reparos eram devidos ou não.

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Igualmente, não se diga que as obras demandadas pelos
Réus impediriam uma nova locação, pois os trabalhos foram realizados
rapidamente, e qualquer alongamento no tempo deveu-se exclusivamente aos
próprios Réus, que demandaram sucessivos pagamentos por diferentes motivos que
não foram claramente explicados ao Autor.

Ao estabelecer tal cláusula que o pagamento do aluguel e


encargos será prorrogado, unilateralmente, de acordo com a vistoria do imóvel, se
não estiver o mesmo em “perfeitas condições de uso e manutenção”, está
completamente subordinado um dos contratantes ao outro, uma vez que o critério
de “perfeitas condições de uso” é extraordinariamente aberto, cabendo ao puro
arbítrio de um dos sujeitos contratuais estabelecer o que se deve entender por
“perfeitas condições”.

Mesmo que não se considere, apenas por amor ao debate,


que a referida cláusula não representa condição potestativa, é inescapável
considerá-la nula por si só, uma vez que seu conteúdo, evidentemente, contraria os
objetivos da Lei 8245/91, ao estabelecer um desequilíbrio contratual contrário aos
princípios da referida lei e do próprio Código Civil., o que desde já se requer, em
alternativa.

Por essa razão, pede o Autor seja o referido contrato


considerado nulo, e indevidos o aluguel e os encargos após a rescisão do contrato.
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3. DOS PEDIDOS

Em face do exposto, postula o Autor VITOR MIRANDA DE


ALMEIDA seja a presente demanda julgada TOTALMENTE PROCEDENTE,

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requerendo mui humildemente que se digne Vossa Excelência a:

3.1.) Determinar a citação dos Réus EDNA MARIA


LOCATELLI, e JUNIOR D´IMÓVEIS E ADMINISTRAÇÃO DE BENS - EIRELI.,
para, querendo, responder a presente, sob pena de revelia;

3.2.) Declarar a nulidade do contrato celebrado, diante da


presença de condição puramente potestativa(cláusula 3. do contrato celebrado),
com a consequente inexigibilidade de quaisquer débitos;

3.4.) Alternativamente, declarar realizada a entrega das


chaves na data de 21 de abril do corrente ano, com a consequente extinção do
referido contrato nessa data, com a consequente inexigibilidade de débitos
posteriores;

3.5.) Que o contrato entre o Autor e os Réus seja suspenso,


impedindo-se a cobrança de novos valores até decisão de mérito

3.6.) A condenação dos Réus no pagamento das eventuais


custas processuais e honorários advocatícios, estes na proporção de 20% (vinte por
cento) do valor dado à presente causa, em caso de recurso.

3.7.) A condenação dos Réus no pagamento das eventuais


custas processuais e honorários advocatícios, estes na proporção de 20% (vinte por
cento) do valor dado à presente causa, em caso de recurso.

Protesta-se pela produção de todos os meios de prova em


direito admitidos, especialmente o depoimento pessoal do representante legal da
requerida, oitiva de testemunhas, juntada de documentos, entre outras, se
necessário for.
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Dá à causa, para efeitos meramente processuais, o valor


de R$ 5.000,00(cinco mil reais), para efeitos de alçada.

Termos em que

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Pede Deferimento

São Paulo, 27 de Maio de 2019.

_____________________________________
IWAO CELSO TADAKYIO MURA SUZUKI
OAB N.º 183.401

_____________________________________
SANDRA M ARIA RIBEIRO PENNA TEIXEIRA
OAB N.º 159.569

ENDEREÇO DE INTIMAÇÕES
G REEN WO RK BO UL EV AR D J AB AQ UAR A
Rua Eng e n he i ro Arma nd a d e Arr ud a Pe re i ra , n. º 2 9 3 7
Bl o c o A – Sa l a 4 0 7 - J ab a q ua ra – Sã o Pa ul o / SP
CEP 0 4 3 0 9 - 0 1 1
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por MONICA CAMPELINO JULIAO DO NASCIMENTO e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, liberado nos autos em 26/06/2020 às 16:57 .
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Advocacia Campelino

Excelentíssimo S
Senhor Desembargador Relator
Re da
Colenda 36ª Câm
âmara de Direito Privado do Egrégio
Tribunal de Justi
stiça do Estado de São Paulo

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Processo nº1050325-89.2
9.2019.8.26.0100

EDNA MARIA LOCATELLI, já devidame


mente qualificado
nos autos da AÇÃO DECLA
CLARATÓRIA, que lhe move VITOR MIRANDA
DA DE ALMEIDA
e MARIA DALILA AGOST
OSTINI., vem, mui respeitosamente, à pres
resença de Vossa
Excelência, apresentar seus
eus

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Inicialmente, aponta-se o apreço pela


p exaustiva
fundamentação sobre todo
odos os pedidos exarados na r.acórdão. No
o entanto, com o
devido acatamento, a Emba
bargante ousa apontar que o acórdão apresen
sentou omissão no
dispositivo, que deve ser sanada,
sa com base no artigo 1.022 e seus incisos
inc do n. CPC,
de acordo com as razões a seguir
s explanadas:

DA OMISSÃO

É com imenso respeito que vem informar


in que o
acórdãoproferidp por Vossa
ssa Excelência apresenta OMISSÃO no disposi
ositivo da decisão,
com relação ao tópico a seguir
seg apontado.

Rua Benjamin Constat, 138, 9º


9 (11 3105-5181
(11)

Centro (Praça da Sé) – São


ão Pa
Paulo/SP (11)953
1)95328-5128
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Advocacia Campelino
A apelante, além de todas as razões apon
ontadas, requereu
a estes Nobres Desembarg
argadores a liberação do depósito feito pelo
elos apelados nos
autos em seu favor, já que
ue a mesma é credora de tal importância.

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Fato é que os Apelados depositaram o valo
alor em juízo para
que a Justiça declarasse
se se a quantia era EXIGIVEL ou não, ten
tendo em vista o
brilhante acórdão dessa
a Câmara, vem requerer respeitosamente
e que conste do
dispositivo a autorização
o expressa para que a apelada levante o valor
va na fase de
cumprimento de sentença,
a, tendo em vista que o dispositivo é que fara
a coisa
c julgada.

Requer, pois, sejam acolhidos os presen


entes embargos e
sanada a omissão, conform
rme exposto.

DOS PEDIDOS

Isto posto, requer sejam recebidos os pre


resente embargos
de declaração para que ao final, seja dado provimento para o fim
m de esclarecer a
questão acima abordada.

Termos em que,
Pede deferimento.
São Paulo, 23 de junho de 2020.

MONICA CAMPELINO JULIAO DO NASCI


SCIMENTO
OAB/SP 320.612

Rua Benjamin Constat, 138, 9º


9 (11 3105-5181
(11)

Centro (Praça da Sé) – São


ão Pa
Paulo/SP (11)953
1)95328-5128
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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

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Registro: 2020.0000496699

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração


Cível nº 1050325-89.2019.8.26.0100/50000, da Comarca de São Paulo, em que

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE HENRIQUE ARANTES THEODORO, liberado nos autos em 02/07/2020 às 16:02 .
são embargantes/embargados VITOR MIRANDA DE ALMEIDA e MARIA DALILA
AGOSTINI, são embargados/embargantes EDNA MARIA LOCATELLI e JUNIOR
D"IMOVEIS E ADMINISTRAÇÃO DE BENS - EIRELI.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 36ª Câmara de Direito


Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão:
Rejeitaram os embargos. V. U., de conformidade com o voto do relator, que
integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores WALTER


EXNER (Presidente) e PEDRO BACCARAT.

São Paulo, 2 de julho de 2020.

ARANTES THEODORO
Relator
Assinatura Eletrônica
fls. 15

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 1050325-89.2019.8.26.0100/50000


EMBARGANTES Edna Maria Locatelli e outro

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1050325-89.2019.8.26.0100 e código 1137AB6F.
EMBARGADOS Vitor Miranda de Almeida e outro

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE HENRIQUE ARANTES THEODORO, liberado nos autos em 02/07/2020 às 16:02 .
VOTO Nº 37.807
EMENTA Embargos de declaração. Inocorrência do
vício alegado pelos recorrentes. Embargos rejeitados

Cuida-se de embargos declaratórios opostos contra


acórdão que, em autos de ação aforada por locatário de imóvel e sua fiadora com
o fim de ver declarada a inexigibilidade do aluguel referente ao período
compreendido entre a entrega das chaves e a conclusão dos reparos do imóvel,
deu parcial provimento ao recurso dos réus.

Os embargantes afirmam que ao assim decidir o


acórdão incorreu em omissão quanto ao pedido de liberação do depósito feito nos
autos pelos embargados.

Assim, eles pedem que “conste do dispositivo a


autorização expressa para que a apelada levante o valor na fase de cumprimento
de sentença”.

É o relatório.

Como consignam os recorrentes em seus embargos, o


levantamento do depósito há de ocorrer na fase de cumprimento de sentença.

Logo, pedido naquele sentido há de ser naquela

Embargos de Declaração Cível nº 1050325-89.2019.8.26.0100/50000 -Voto nº 2


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PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

ocasião processual apresentado ao Juiz, motivo pelo qual em respeito à instância


natural não havia o acórdão de a ele se antecipar e dispor a respeito.

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1050325-89.2019.8.26.0100 e código 1137AB6F.
Não se identifica, pois, omissão a ser agora sanada.

Em suma, os embargos ficam rejeitados.

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JOSE HENRIQUE ARANTES THEODORO, liberado nos autos em 02/07/2020 às 16:02 .
(assinado digitalmente)
ARANTES THEODORO
Relator

Embargos de Declaração Cível nº 1050325-89.2019.8.26.0100/50000 -Voto nº 3


fls. 17

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
SJ 3.3.6.2 - Serv. de Proces. da 36ª Câmara de Dir. Privado
Pátio do Colégio, nº 73, 9º andar - Páteo do Colégio - Sala 911

Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/sg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1050325-89.2019.8.26.0100 e código 11452477.
CERTIDÃO

Processo nº: 1050325-89.2019.8.26.0100/50000


Classe Assunto: Embargos de Declaração Cível - Locação de Imóvel
Embargante/Embargado: Vitor Miranda de Almeida e outro

Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por JANAINA QUEIROZ DA SILVA, liberado nos autos em 06/07/2020 às 16:36 .
Embargado/Embargante: Edna Maria Locatelli e outro
Relator(a): ARANTES THEODORO
Órgão Julgador: 36ª Câmara de Direito Privado

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO

CERTIFICO que o v. Acórdão foi disponibilizado no DJE hoje.


Considera-se data da publicação o 1° dia útil subsequente.

Advogado
Sandra Maria Ribeiro Penna Teixeira (OAB: 159569/SP) - Sandra
Maria Ribeiro Penna Teixeira (OAB: 159569/SP) - Iwao Celso
Tadakyio Mura Suzuki (OAB: 183401/SP) - Iwao Celso Tadakyio
Mura Suzuki (OAB: 183401/SP) - Monica Campelino Julião do
Nascimento (OAB: 320612/SP) - Monica Campelino Julião do
Nascimento (OAB: 320612/SP)

São Paulo, 6 de julho de 2020.

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Janaina Queiroz da Silva - Matrícula M352790
Escrevente Técnico Judiciário

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