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TEXTO BÁSICO
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
A legalidade, como princípio de administração (artigo 37, caput, CF),
sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem-comum, e deles não
se pode afastar ou desviar, sob pena de praticar ato inválido e expor-se à
responsabilidade disciplinar, civil e criminal, conforme o caso. A eficácia de
toda atividade administrativa está condicionada ao atendimento da lei. Na
Administração Pública, não há liberdade nem vontade pessoal. Enquanto o
particular é lícito fazer tudo que a lei não proíbe, na Administração Pública só é
permitido fazer o que a lei autoriza. A lei para o particular, significa "pode fazer
assim"; para o administrador público significa "deve fazer assim".
As leis administrativas são, normalmente, de ordem pública, e seus
preceitos não podem ser descumpridos, nem mesmo por acordo ou vontade
conjunta de seus aplicadores e destinatários, uma vez que contém verdadeiros
poderes-deveres, irrevogáveis pelos agentes públicos.
Em suma, o princípio da legalidade representa noção capital do Estado
de Direito, sendo bússola norteadora da Administração Pública. O seu sentido
histórico decorreu da necessidade de se subordinar o governante,
irresponsável no fastígio do absolutismo, ao ordenamento jurídico, eliminando-
se favoritismos e desejos pessoais. Substituiu-se a vontade individual do
monarca pela vontade geral, materializada na lei, elaborada pelos
representantes do povo, na condução dos negócios públicos.
PRINCÍPIO DA MORALIDADE
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moralidade. Nas primícias, com habitat preponderante no direito privado, o
princípio, nos dias atuais, exerce incontestável influência no direito público,
traduzindo exigências do bem administrar.
Encontra-se, a partir de 05-10-88, previsto, expressamente, em nossa
Lei Maior, alargando o conceito de legalidade no que condiz com o controle
jurisdicional dos atos administrativos. O seu significado, e incontestável
importância nos quadrantes de nosso ordenamento jurídico, foi, com precisão
assim realçada:
PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
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Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e
início de seus efeitos externos. Daí porque as leis, atos e contratos
administrativos, que produzem conseqüências jurídicas fora dos órgãos que os
emitem exigem publicidade para adquirirem validade universal, isto é, perante
as partes e terceiros.
A publicidade, como fonte no Documento Constitucional, é um princípio
de fundamental importância no Direito Administrativo, calcada na moralidade
administrativa, e é requisito de eficácia, eis por que, na expressão de Hely
Lopes MEIRELLES, pela publicação, os atos irregulares não são convalidados,
nem os regulares a dispensam.
Em regra, todos os atos administrativos são publicados, exceto os que a
lei ou o regulamento eximem dessa imposição, em razão de segurança
nacional, investigação criminal ou interesse público, o que exige prévia
declaração e motivação em processo regular.
O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
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O Estado, embora se caracterize como instituição política, cuja atuação
produz efeitos externos e internos, não pode deixar de estar a serviço da
coletividade.
A evolução do Estado demonstra que um dos principais motivos
inspiradores de sua existência é justamente a necessidade de disciplinar as
relações sociais, seja propiciando segurança aos indivíduos, seja preservando
a ordem pública, ou mesmo praticando atividades que tragam benefício à
sociedade.
Não obstante, é impossível conceber que o Estado alcance os fins
colimados sem a presença de seus agentes.
Logicamente, o ordenamento jurídico há de conferir a tais agentes certas
prerrogativas peculiares à sua qualificação de prepostos do Estado,
prerrogativas estas indispensáveis à consecução dos fins públicos. Constituem
elas os poderes administrativos.
O poder administrativo representa uma prerrogativa especial de direito
público outorgada aos agentes do Estado.
Cada um destes terá a seu cargo a execução de certas funções. Ora, se
tais funções foram por lei cometidas aos agentes, devem eles exercê-las, pois
que seu exercício é voltado para beneficiar a coletividade. Ao fazê-lo, dentro
dos limites que a lei traçou, pode dizer-se que usaram normalmente os seu
poderes.
Uso de poder, portanto, é a utilização normal, pelos agentes públicos,
das prerrogativas que a lei lhes confere.
Assim sendo, o uso do poder é a prerrogativa da autoridade, mas o
poder há que ser usado normalmente, sem abuso; usar normalmente do poder
é empregá-lo segundo as normas legais, a moral da instituição, a finalidade do
ato e as exigências do interesse público.
Nem sempre, o poder é utilizado de forma adequada pelos
administradores.
Como a atuação destes deve sujeitar-se aos parâmetros legais, a
conduta abusiva não pode merecer aceitação no mundo jurídico, devendo ser
corrigida na via administrativa ou judicial.
A utilização do poder, portanto, deve guardar conformidade com o que a
lei dispuser.
Podemos, então, dizer que o abuso de poder é a conduta ilegítima do
administrador, quando atua fora dos objetivos expressa ou implicitamente
traçados na lei.
São formas de abuso: excesso e desvio de poder.
A conduta abusiva dos administradores pode decorrer de duas causas:
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invade atribuições cometidas a outro agente, ou se arroga o exercício de
atividades que a lei não lhe conferiu.
Já o desvio de poder é a modalidade de abuso em que o agente busca
alcançar fim diverso daquele que a lei lhe permitiu. A finalidade da lei está
sempre voltada para o interesse público. Se o agente atua em descompasso
com esse fim, desvia-se de seu poder e pratica, assim, conduta ilegítima.
Por isso é que tal vício é também denominado de desvio de finalidade,
denominação, aliás, adotada na lei que disciplina a ação popular (Lei n.º
4.717/65, art. 2º parágrafo único, “e”).
PODER-DEVER DE AGIR
O poder tem para o agente público o significado de dever para com a
comunidade e para com os indivíduos, no sentido de quem o detém está
sempre na obrigação de exercitá-lo; esse poder é insuscetível de renúncia pelo
seu titular. Se para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o
administrador público é uma obrigação de atuar, desde que se apresente o
ensejo de exercitá-lo em benefício da comunidade. Daí por que a omissão da
autoridade ou o silêncio da Administração, quando deva agir ou manifestar-se,
gera responsabilidade para o agente omisso e autoriza a obtenção do ato
omitido por via judicial, notadamente por mandado de segurança, se lesivo de
direito líquido e certo do interessado.
DEVER DE EFICIÊNCIA
É o que se impõe a todo agente público de realizar com suas atribuições
com presteza, perfeição e rendimento funcional. A eficiência funcional é, pois,
considerada em sentido amplo, abrangendo não só a produtividade do
exercente do cargo ou da função como perfeição do trabalho e sua adequação
técnica aos fins visados pela Administração, para o que se avaliam os
resultados, confrontando-se os desempenhos e aperfeiçoa o pessoal através
de seleção e treinamento, assim, a verificação de eficiência atinge os aspectos
quantitativo e qualitativo do serviço.
DEVER DE PROBIDADE
Está constitucionalmente integrado na conduta do administrador público
como elemento necessário à legitimidade de seus atos; assim, o ato
administrativo praticado com lesão aos bens e interesses públicos também fica
sujeito a invalidação pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, por
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vício de improbidade, que é uma ilegitimidade como as demais que nulificam a
conduta do administrador público. Para Marino PAZZAGLINI FILHO, "a
improbidade administrativa é o designativo técnico para a chamada corrupção
administrativa, que, sob diversas formas, promove o desvirtuamento da
Administração Pública e afronta os princípios nucleares da Ordem Jurídica
(Estado de Direito, Republicano e Democrático), revelando-se pela obtenção
de vantagens patrimoniais indevidas às expensas do erário, pelo exercício
nocivo das funções e empregos públicos, pelo tráfico de influência nas esferas
da Administração Pública e pelo favorecimento de poucos em detrimento dos
interesses da sociedade, mediante concessão de obséquios e privilégios
ilícitos."
PODERES ADMINISTRATIVOS
PODER DISCRICIONÁRIO
É o que o Direito concede à Administração, de modo explícito ou
implícito, para a prática de atos administrativos com liberdade na escolha de
sua conveniência, oportunidade e conteúdo; discricionariedade é liberdade de
ação administrativa, dentro dos limites permitidos em lei; a faculdade
discricionária distingue-se da vinculada pela maior liberdade que é conferida ao
administrador; se para a prática de um ato vinculado a autoridade pública está
adstrita à lei em todos os seus elementos formadores, para praticar um ato
discricionário é livre, no âmbito em que a lei lhe concede essa faculdade.
A atividade discricionária encontra plena justificativa na impossibilidade
de o legislador catalogar na lei todos os atos que a prática administrativa exige.
PODER HIERÁRQUICO
É o de que dispõe o Executivo para distribuir e escalonar as funções de
seus órgãos, ordenar e rever a atuação de seus agentes, estabelecendo a
relação de subordinação entre os servidores do seu quadro de pessoal;
Hierarquia é a relação de subordinação existente entre vários órgão e agentes
do Executivo, com distribuição de funções e garantias da autoridade de cada
um.; o poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar, controlar e
corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da Administração;
desse modo atua como instrumento de organização e aperfeiçoamento do
serviço e age como meio de responsabilização dos agentes administrativos,
impondo-lhes o dever de obediência; do poder hierárquico decorrem
faculdades implícitas para o superior, tais como a de dar ordens e fiscalizar o
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seu cumprimento; a de delegar e avocar atribuições e a de rever os atos dos
inferiores.
PODER DISCIPLINAR
É a faculdade de punir internamente as infrações funcionais dos
servidores e demais pessoas sujeitas à disciplina dos órgãos e serviços da
Administração; é uma supremacia especial que o Estado exerce sobre todos
aqueles que se vinculam à Administração por relações de qualquer natureza,
subordinando-se às normas de funcionamento do serviço ou do
estabelecimento que passam a integrar definitiva ou transitoriamente; uma
característica do poder disciplinar é seu discricionarismo, no sentido de que
não está vinculado a prévia definição da lei sobre a infração funcional e a
respectiva sanção; o administrador, no seu prudente critério, em relação ao
serviço e verificando a falta, aplicará a sanção que julgar cabível, oportuna e
conveniente, dentre as que estiverem enumeradas em lei ou regulamento para
a generalidade das infrações administrativas.
A apuração regular da falta disciplinar é indispensável para a legalidade
da punição interna da Administração; primeiramente deve-se apurar a falta,
pelos meios legais compatíveis com a gravidade da pena a ser imposta, dando-
se oportunidade de defesa ao acusado (requisitos fundamentais, sem o qual se
torna ilegítima e invalidável a punição).
A motivação da punição disciplinar é sempre imprescindível para a
validade da pena; não se pode admitir como legal a punição desacompanhada
de justificativa da autoridade que a impõe; destina-se a evidenciar a
conformação da pena com a falta e permitir que se confiram a todo tempo a
realidade e a legitimidade dos atos ou fatos ensejadores da punição
administrativa.
PODER REGULAMENTAR
É a faculdade de que se dispõem os Chefes de Executivo de explicar a
lei para sua correta execução, ou de expedir decretos autônomos sobre
matéria de sua competência, ainda não disciplinada por lei; é um poder
inerente e privativo do Chefe do Executivo (CF, artigo 84, IV), e, por isso
mesmo, indelegável a qualquer subordinado.
Regulamento é ato administrativo geral e normativo, expedido
privativamente pelo Chefe do Executivo, através de decreto, com o fim de
explicar o modo e forma de execução da lei (regulamento de execução) ou
prover situações não disciplinadas em lei (regulamento autônomo ou
independente); na omissão da lei, o regulamento supre a lacuna, até que o
legislador compete os claros da legislação; enquanto não o fizer, vige o
regulamento, desde que não invada matéria reservada à lei; o Congresso
Nacional tem competência para sustar atos normativos do Executivo que
exorbitem o poder regulamentar (CF, artigo 49, V).
PODER DE POLÍCIA
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É a faculdade de que dispõe a Administração Pública para
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos
individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado; podemos
dizer que o poder de polícia é o mecanismo de frenagem de que dispõe a
Administração Pública para conter os abusos do direito individual.
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reside no uso da liberdade legal da valoração das atividades policiadas e na
graduação das sanções aplicáveis aos infratores.
A autoexecutoriedade, ou seja, a faculdade de a Administração decidir
e executar diretamente sua decisão por seus próprios meios, sem intervenção
do Judiciário, é outro atributo do poder de polícia; no uso desse poder, a
Administração impõe diretamente as medidas ou sanções de polícia
administrativa necessárias à contenção da atividade anti-social que ela visa a
obstar.
A coercibilidade, isto é, a imposição coativa das medidas adotadas pela
Administração, constitui também atributo do poder de polícia, realmente, todo
ato de polícia é imperativo, admitindo até o emprego da força pública para seu
cumprimento, quando resistido pelo administrado; não há ato de polícia
facultativo para o particular, pois todos eles admitem a coerção estatal para
torná-los efetivos, e essa coerção também independe de autorização judicial; é
a própria Administração que determina e faz executar as medidas de força que
se tornarem necessárias para a execução do ato ou aplicação da penalidade
administrativa.
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Motivo: é a situação de direito ou de fato que determina ou autoriza a
realização do ato administrativo; pode vir expresso em lei como pode ser
deixado ao critério do administrador.
Objeto: a criação, modificação ou comprovação de situações jurídicas
concernentes a pessoas, coisas ou atividades sujeitas à ação do Poder
Público.
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através dela que se demonstram as razões da decisão administrativa, o porquê
da tomada de uma decisão e não de outra.
SIMPLES E COMPLEXO
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perante a Administração; só entram em vigor ou execução depois de
divulgados pelo órgão oficial, dado o interesse do público no seu
conhecimento.
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mais vantajosa para cada caso ocorrente; discricionários só podem ser os
meios e modos de administrar, nunca os fins a atingir.
ATOS NORMATIVOS
ATOS PUNITIVOS
São os que contém uma sanção imposta pela Administração àqueles
que infringem disposições legais, regulamentares ou ordinatórias dos bens e
serviços públicos; visam a punir e reprimir as infrações administrativas ou a
conduta irregular dos servidores ou dos particulares perante a Administração.
Exemplos:
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MULTA: é toda imposição pecuniária a que sujeita o administrado a título
de compensação do dano presumido da infração; é de natureza objetiva e se
torna devida independentemente da ocorrência de culpa ou dolo do infrator.
INTERDIÇÃO DE ATIVIDADE: é o ato pelo qual a Administração veda a
alguém a prática de atos sujeitos ao seu controle ou que incidam sobre seus
bens; deve ser precedida de processo regular e do respectivo auto, que
possibilite defesa do interessado.
DESTRUIÇÃO DE COISAS: é o ato sumário da Administração pelo qual se
inutilizam alimentos, substâncias, objetos ou instrumentos imprestáveis ou
nocivos ao consumo ou de uso proibido por lei.
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verifique a ilegalidade do ato e declare sua invalidade. Os efeitos da anulação
dos atos administrativos retroagem às suas origens, invalidando as
conseqüências passadas, presentes e futuras do ato anulado; e assim é
porque o ato nulo não gera direitos ou obrigações para as partes. A anulação,
consoante orientação firmada pela doutrina e jurisprudência de Direito
Administrativo, corresponde ao desfazimento do ato administrativo em
decorrência de razões diretamente resultantes de sua ilegalidade.
1. PRINCÍPIOS
2. CLASSIFICAÇÃO
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2.1 Serviços Públicos próprios e impróprios.
Serviço uti singuli ou individual, ao contrário do geral, é aquele que têm por
finalidade a satisfação individual e direta das necessidades do cidadão.
Podemos exemplificar com os serviços de energia elétrica, luz, gás, ensino,
saúde.Se o usuário não paga o imposto cobrado pelo serviço geral, o serviço
não é cortado, pois é essencial. Mas, se o usuário não paga pelo serviço
individual, tem-se entendido que é possível a suspensão do serviço por não
ter o caráter de essencialidade, mas é necessário um aviso prévio.
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A Constituição Federal indica, expressamente em seu art. 175: “Incumbe
ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.”
4. CARACTERÍSTICAS
O serviço público deve ser prestado de forma permanente, geral, eficiente, com
modicidade e cortesia.
Permanente, porque deve ser contínuo, sem interrupção.
Geral, porque deve ser prestado de forma igual a todos.
Eficiente, implica em atualização, ou seja, utilização dos meios mais
modernos para a prestação do serviço.
Modicidade significa a cobrança de tarifas razoáveis pelo serviço prestado.
A cortesia diz respeito ao bom tratamento do usuário.
5. TITULARIDADE
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Assim, tanto poderá prestá-los por si mesmo como poderá promover-lhes
a prestação conferindo a entidades estranhas ao seu aparelho administrativo
(particulares e outras pessoas de direito público interno ou da administração indireta
delas) titulação para que os desempenhem, isto é, para que os prestem segundo os
termos e condições que fixe e, ainda assim, enquanto o interesse público aconselhar
tal solução. Ou seja, poderá conferir autorização, permissão ou concessão de serviços
públicos para que sejam efetuados por tais pessoas. É obvio que nos casos em que o
poder público não detém a exclusividade do serviço, não caberá esta outorga, pois
quem o desempenhe prescinde dela para o exercício da atividade em questão.
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Autarquia - principais características:
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Na denominação genérica de empresas estatais ou governamentais
incluem-se as empresas públicas, as sociedades de economia mista e as empresas
que, não tendo as características destas, estão submetidas ao controle do Governo.
As empresas estatais são pessoas jurídicas de Direito Privado cuja criação
é autorizada por lei específica, com patrimônio público ou misto, para a prestação de
serviço público ou para execução de atividade econômica de natureza privada.
Serviço público, no caso, entendido no seu sentido genérico, abrangendo também a
realização de obras (estradas, edifícios, casas populares, etc.).
Na verdade, as empresas estatais são instrumentos do Estado para a
consecução de seus fins, seja para atendimento das necessidades mais imediatas da
população (serviços públicos), seja por motivos de segurança nacional ou por
relevante interesse coletivo (atividade econômica).
A personalidade jurídica de Direito Privado é apenas a forma adotada para
lhes assegurar melhores condições de eficiência, mas em tudo e por tudo ficam
sujeitas aos princípios básicos da Administração Pública. Bem por isso, são
consideradas como integrantes da Administração indireta do Estado.
Empresas públicas são pessoas jurídicas de Direito Privado, instituídas pelo Poder
Público mediante autorização de lei específica, com capital exclusivamente público,
para a prestação de serviço público ou a realização de atividade econômica de
relevante interesse coletivo, nos moldes da iniciativa particular, podendo revestir
qualquer forma e organização empresarial.
As empresas públicas são geralmente destinadas à prestação de serviços
públicos industriais ou atividades econômicas em que o Estado tenha interesse
próprio ou considere convenientes à coletividade.
O que caracteriza a empresa pública é seu capital exclusivamente público,
de uma só ou de várias entidades, mas sempre capital público.
Sua personalidade é de Direito Privado e suas atividades se regem pelos
preceitos comerciais.
É uma empresa, mas uma empresa estatal por excelência, constituída,
organizada e controlada pelo Poder Público.
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4) Outras pessoas jurídicas vinculadas ao Estado:
4.1.1) Serviços sociais autônomos: são todos aqueles instituídos por lei,
com personalidade de Direito Privado, para ministrar assistência ou ensino a certas
categorias sociais ou grupos profissionais, sem fins lucrativos, sendo mantidos por
dotações orçamentárias ou contribuições parafiscais.
São entes paraestatais, de cooperação com o Poder Público, com
administração e patrimônio próprios, revestindo a forma de instituições particulares
convencionais (fundações, sociedades civis ou associações) ou peculiares ao
desempenho de suas incumbências estatutárias.
São exemplos desses entes os diversos serviços sociais da indústria e do
comércio (SENAI, SENAC, SESC, SESI), com estrutura e organização especiais,
genuinamente brasileiras.
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Neste contexto, a outorga de serviço público ou de utilidade pública é feita
às autarquias, fundações públicas e às empresas estatais, pois que a lei, quando as
cria, já lhes transfere a titularidade dos respectivos serviços.
Entretanto, delegação é utilizada para o transpasse da execução de
serviços a particulares, mediante regulamentação e controle do Poder Público.
A delegação é essencial para a legalidade da prestação do serviço por
parte do particular, sob pena de se tornar “clandestina”, isto é, sem a indispensável
regulamentação e controle público.
1 - AGENTE PÚBLICO
agentes políticos;
servidores públicos;
militares; e
particulares em colaboração com o Poder Público.
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a) os servidores estatutários, sujeitos ao regime estatutário,
estabelecido em lei por cada uma das unidades da federação e modificável
unilateralmente, desde que respeitados os direitos já adquiridos pelo servidor. Quando
nomeados, eles ingressam numa situação jurídica previamente definida, à qual se
submetem com o ato da posse. São ocupantes de cargos públicos.
1.3 MILITARES
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3. Como gestores de negócio que, espontaneamente, assumem
determinada função pública em momento de emergência, como epidemia, incêndio,
enchente etc.
Desta forma, podemos concluir que todo cargo tem função, mas pode
haver função sem cargo. As funções do cargo são definitivas; as funções
autônomas são, por sua índole, provisórias, dada a transitoriedade do serviço
que visam a atender, como ocorre nos casos de contratação por prazo
determinado, conforme dispõe o art. 37, IX, CF.
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Empregos públicos são núcleos de encargos de trabalho permanentes a
serem preenchidos por agentes contratados para desempenhá-los, sob relação
trabalhista. Quando se tratar de empregos permanentes na Administração direta ou
em autarquia, só podem ser criados por lei.
3.4. PROVIMENTO
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transitório por pessoa de confiança da autoridade competente para preenchê-los, a
qual também pode exonerar livremente, quem os esteja titularizando.
3.5 ESTABILIDADE
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3.6 VACÂNCIA
FUNDAMENTO DA LICITAÇÃO
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negócio mais vantajoso para a Administração e o segundo, assegurar aos
particulares o direito de participar do negócio em condições de igualdade.
Situações ocorrem em que a contratação direta, caracterizada pela
informalidade, possibilita ao administrador campo mais amplo de escolha, e,
por conseqüência, mais flexibilidade para negociar junto ao maior rol de
interessados, resultando em contrato mais vantajoso para a Administração.
Não obstante, justamente para atender aos princípios constitucionais da
isonomia, da moralidade e da impessoalidade, que norteiam toda a atividade
administrativa, estabeleceu-se como regra a licitação, restando à contratação
direta constituir a exceção.
LEGISLAÇÃO
MODALIDADES LICITATÓRIAS
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CONVITE – tem por objeto transações de baixos valores, com publicidade
mínima, pois processa-se entre os que operam no ramo pertinente à licitação
(no mínimo três, cadastrados ou não), convidados por escrito a fazerem suas
propostas.
TIPOS DE LICITAÇÃO
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Havendo empate entre propostas, a teor do art. 45, § 2º c/c o art. 3º, §
2º, da LLC, dar-se-á preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: a)
produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional; b)
produzidos no país; e c) produzidos ou prestados por empresas brasileiras.
Persistindo o empate, o desempate será por sorteio, em ato público
previamente convocado, vedado qualquer outro processo.
A Emenda Constitucional n. 6, de 15 de agosto de 1995, em seu art. 3º,
revogou o art. 171, § 2º, da Constituição, que estabelecia a necessidade de o
Poder Público dar tratamento preferencial à empresa brasileira de capital
nacional, sustentáculo legal do privilégio discriminatório dedicado a essas
empresas pelo § 2º do art. 3º da LLC. Resta, pois, eivado de
inconstitucionalidade este dispositivo legal, e o único critério válido que
subsiste é o sorteio, tal como previsto no art. 45, § 2º, da referida lei.
DISPENSA E INEXIGIBILIDADE
DISPENSA
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possibilidade de competição. Precisamente por constituírem exceção, a sua
interpretação deve ser feita em sentido estrito.
Ante as implicações diretas com o instituto da dispensa, impende definir
licitação deserta, licitação fracassada e licitação frustrada. Deserta é a licitação
quando não acorrem licitantes; fracassada é a licitação quando, na fase de
habilitação, verifica-se que nenhum dos licitantes atende aos requisitos
exigidos, após oportunizada a reapresentação da documentação, escoimada
dos anteriores vícios; e frustrada é aquela em que, embora existentes licitantes,
as propostas apresentadas são inadmissíveis.
Somente estará legitimada a contratação direta, tal como autoriza o art.
24, inc. V, da Lei n. 8.666/93, à medida que se façam presentes os seguintes
pressupostos: a) ter havido uma licitação anterior com objeto idêntico, que
restara deserta pela ausência de interessados; b) potencialidade de prejuízo
financeiro ou administrativo para a Administração Pública se o certame tiver
que ser repetido; c) contratação direta em condições idênticas àquelas da
licitação anterior.
INEXIGIBILIDADE
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pessoal (ou coletivo) expressado em características técnicas, científicas e/ou
artísticas.
Quanto à notória especialização, o § 1º do art. 25 da LLC assim dispõe:
Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito
no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos,
experiências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de
outros requisitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu
trabalho é essencial e indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do
objeto do contrato. Essa definição, por sua perfeição didática, não merece
reparos.
A singularidade do serviço e a notória especialização, para que possam
fazer incidir a regra legal da inexigibilidade de licitação, obrigatoriamente
devem coexistir, não sendo suficiente que apenas uma esteja presente. Não
basta que o contratado detenha notória especialização, mister se faz, também,
que o objeto do contrato esteja enquadrado no padrão de singularidade exigido
pela Administração. Urge ressaltar a existência de situações em que, a
despeito da singularidade do objeto do contrato (bem ou serviço), existe a
possibilidade de haver mais de uma pessoa (física ou jurídica) com notória
especialização e capacidade para prestá-lo. Diante de tal ocorrência, há de se
admitir que a Administração defina seu interesse mediante opção discricionária,
vale dizer, posicionando-se com base em critério subjetivo, para escolher
aquele que lhe pareça o mais conveniente.
Por último, cumpre averbar que, sendo comprovadamente inexigível a
licitação, ante a impossibilidade de estabelecer-se a competição, a insistência
do agente público em realizar um certame inócuo constituiria manifesto desvio
de finalidade. Estar-se-ia procedendo a uma licitação fugidia do escopo de
selecionar a melhor proposta para a Administração, porquanto, de antemão, já
se sabe quem será o vencedor. Deve a Administração abster-se de licitar.
Trata-se de um dever e não de mera faculdade, isto porque a licitação seria
inútil, contrária ao interesse público.
DELIBERAÇÃO INTERNA
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de licitantes. Nessa fase a Administração, analisando a possibilidade jurídica,
contábil, financeira, física, econômica e política da obra, serviço, compra ou
alienação, opta pela realização do certame, definindo seu objeto, modalidade
licitatória, alocando os recursos hábeis para a despesa e designando a
comissão de licitação.
EDITAL
HABILITAÇÃO
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junta comercial ou cartório competente), ou pela apresentação da cédula de
identidade, no caso de pessoa física.
CLASSIFICAÇÃO E JULGAMENTO
ADJUDICAÇÃO
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administrativo pelo qual a comissão julgadora determina, reconhece, declara e
aceita a proposta mais vantajosa, considerando o proponente habilitado à
futura celebração do contrato.
A Comissão, ao adjudicar, apenas formaliza o julgamento, emite
provimento administrativo ao declarar que o licitante "X", ganhador da licitação,
constitui-se na situação de proponente único perante ela.
Convém lembrar que o julgamento das propostas se completa com a
adjudicação. Compete exata e somente à Comissão Julgadora apontar o
vencedor do certame licitatório, em decisão (adjudicação) que em seguida é
submetida a um ato de controle (homologação) pela autoridade superior.
A adjudicação, por não se confundir com a contratação, é direito
adquirido do licitante vencedor e produz os seguintes efeitos:
a) constitui uma situação jurídica imutável;
b) proíbe a contratação do objeto da licitação com outro que não o
adjudicatário;
c) obriga o licitante vencedor a assinar o contrato, salvo se a recusa se der
justificadamente;
d) impõe ao adjudicatário o cumprimento das obrigações decorrentes do edital
e de sua proposta; e
e) enquanto em vigor, veda a realização de novo certame.
HOMOLOGAÇÃO
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EXTINÇÃO DA LICITAÇÃO
REVOGAÇÃO
ANULAÇÃO
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Apraz esclarecer a orientação sumulada, quanto ao direito à
indenização, sobre a nulidade a que não tenha dado causa o licitante vencedor,
ou seja, aquela imputável exclusivamente à Administração. Esta ensejará o
direito à recomposição dos prejuízos experimentados pelo adjudicatário do
objeto da licitação, mesmo que ainda não tenha firmado o contrato. Trata-se de
aplicação analógica do parágrafo único do art. 59 e do § 2º do art. 49, ambos
da LLC, que, não obstante aludirem ao «contratado», aplicam-se também ao
licitante vencedor que, embora ainda não tendo firmado o contrato, haja
despendido recursos para se habilitar no certame.
RECURSOS ADMINISTRATIVOS
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5- interposto o recurso, serão dele cientificados os demais licitantes, para
que possam aderir aos seus termos ou contraditá-los;
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Referências bibliográficas:
(Autores citados e trabalhos consultados)
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo, Atlas, SP, 18º ed.,
2005.
FILHO CARVALHO, José dos Santos, Lumen Juris, RJ, 21º Ed., 2009.
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 15. ed. São Paulo:
Texto sobre licitação baseado na monografia de Paulo Afonso Brum Vaz, Juiz
Federal da 1ª Vara da Circunscrição Judiciária de Criciúma-SC e Professor de
Direito Administrativo da UNISUL-SC.
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