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PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO ADMINISTRATIVO

A temática acerca da importância dos princípios constitucionais da administração


pública direta e indireta de qualquer dos poderes é suma relevância para entender a
respeito do próprio regime jurídico da administração pública, assim como a atuação da
administração pública no exercício da função administrativa.
Sabemos que o regime jurídico é composto por um conjunto de regras
positivadas de normas jurídicas e princípios que irão nortear a atuação da
administração, assegurando determinadas prerrogativas e privilégios nas relações
jurídicas estabelecidas com o particular, ao passo em que são fixados limites a esta
atuação, sempre visando o interesse público. O primeiro fator que se deve analisar em
relação ao tema é a previsão legal trazida pela Constituição da República Federativa do
Brasil- CRFB no artigo 37, onde é expresso os principais princípios constitucionais da
Administração Pública, onde diz: “A administração pública direta e indireta de qualquer
dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá
aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
conhecidos no mundo jurídico como LIMPE.
O caput do artigo 37, como podemos notar, trata da administração pública que é
claramente regida por vários princípios jurídicos, sendo eles encontrados em normas
constitucionais ou em leis. Nas normas constitucionais, os princípios abrangem todas
as esferas federativas. Com isso, os princípios constitucionais básicos devem ser
aplicados a todos sem qualquer restrição, tanto no Executivo como no Legislativo e
Judiciário teremos atividades administrativas. Diz-se que administrar é função típica do
Poder Executivo e atípica e interna nos outros, já que a função típica destes é legislar e
julgar. Os princípios são fundamentais e compõem o modo de agir da Administração
Pública, pois representam a conduta do Estado no modo e no exercício da atividade
administrativa, nas atividades administrativas de qualquer um desses, irão se aplicar os
princípios e as normas constitucionais aqui postas. Observa-se, ainda, que os princípios
elencados no caput do artigo, demonstram claramente o caráter analítico do constituinte
que preferiu consignar o óbvio (legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência). Dessa forma, iremos analisar essa obviedade, o princípio da legalidade é a
encarnação da máxima iluminista de um governo de leis e não de homens, e já é
expresso entre os direitos fundamentais (art. 5º, II, da CRFB); ainda assim preferiu o
constituinte repeti-lo, e a doutrina esclarecer que enquanto pelo princípio da legalidade
geral, ao administrador particular se faculta fazer tudo o que a lei não proíbe, ao
administrador público somente se autoriza fazer o que a lei determina, já o princípio da
moralidade, por mais singelo que pareça, implica que ao administrador se imponha um
dever ético de ação que o limite não somente pela legalidade do ato, mas pela atenção
aos fins sociais, já que nem tudo que é licito por vezes será ético; a impessoalidade,
traduzida na própria natureza da atividade gerencial das coisas alheias, a publicidade
que denota a transparência dos atos que devem ser publicados em regra na imprensa
oficial como condição de validade do ato administrativo, e a eficiência (incluída pela EC
n. 19/98), hoje aferida por procedimentos de avaliação periódica de desempenho, nos
termos do inciso III do § 1º do art. 41, passaram a mitigar até mesmo a tradicional
estabilidade do servidor público.
Portanto, é imprescindível o conhecimento dos princípios constitucionais, pois
eles fazem parte da Administração Pública, se mostra ainda mais premente que o
objetivo do Estado somente é alcançado se os princípios legalidade, impessoalidade,
moralidade, publicidade e eficiência forem aplicadas de forma correta.

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