Você está na página 1de 20

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

OSVALDO IUATE LIGONHA

CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO:

O RECURSO CONTENCIOSO E SEUS ELEMENTOS

NAMPULA

2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

OSVALDO IUATE LIGONHA

CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO:

O RECURSO CONTENCIOSO E SEUS ELEMENTOS

Trabalho idividual de carácter


avaliativo referente à cadeira de
Contencioso Administrativo,
ministrada na Faculdade de Direito da
UCM, Licenciatura em Direito, 4°
Ano, 1° Semestre.
Docente: M.A. Pincha Morais

NAMPULA

2023

i
LISTA DE ABREVIATURAS

Art°-artigo;

CC- codígo civil;

DA- Direito Administrativo;

Ob. Cit-obra citada;

P- página;

P.p- páginas;

Séc- século;

ii
ÍNDICE

INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1
1. O PROCESSO CONTENCIOSO .................................................................................... 2
2. RECURSO ADMINISTRATIVO CONTENCIOSO ...................................................... 3
2.1. Noções Gerais .............................................................................................................. 3
2.2. Espécies de Recursos ................................................................................................... 5
2.2.1. Recurso contencioso de plena jurisdição ................................................................. 5
2.2.2. Recurso contencioso de anulação ............................................................................. 5
3. ELEMENTOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO CONTENCIOSO..................... 7
3.1. Sujeitos do Recurso ..................................................................................................... 7
3.2. Objecto do Recurso ...................................................................................................... 9
3.3. O Pedido .................................................................................................................... 10
3.4. Causa de Pedir ........................................................................................................... 10
4. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS .............................................................................. 11
4.1. A Personalidade Judiciária......................................................................................... 12
4.2. Capacidade Judiciária ................................................................................................ 12
4.3. Patrocínio Judiciário .................................................................................................. 12
4.4. Legitimidade .............................................................................................................. 13
CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................. 15

iii
INTRODUÇÃO
O contencioso administrativo é concebido como uma garantia dos particulares
não contra a Administração, mas sim contra os actos por esta praticados considerados como
ofensivos dos seus direitos e legítimos interesses. A tónica do contencioso residia na
legalidade do acto da Administração. Assim, podemos dizer que o contencioso administrativo
confundia-se com regras processuais reguladoras da actividade da jurisdição administrativa
tendentes a apreciar a legalidade de acto da Administração ofensivo dos interesses ou direitos
do particular. Ou, mais especificamente, o contencioso nasce como uma garantia de natureza
jurisdicional.

É esta garantia jurisdicional, ou este conjunto de meios de reacção, que se


coloca à disposição do particular para jurisdicionalmente reagir contra actos da Administração
em defesa dos seus direitos e legítimos interesses, que começa por ser concebida como uma
garantia dos particulares contra a Administração e que vai evoluir, embora lentamente, para
uma garantia concedida a todos os sujeitos de direito (particulares ou pessoas colectivas,
mesmo que de direito público) contra actos definitivos e executórios da Administração
ofensivos de direitos ou de interesses legítimos. De seguida, o contencioso sofre uma
evolução para passar a ser entendido como uma garantia jurisdicional contra todos os actos
ofensivos de direitos e de interesses legítimos, mantendo-se ainda no quadro da ideia de que
só a legalidade do acto e, em consequência, a sua confirmação ou anulação estariam em causa
e poderiam ser apreciadas e declaradas pelo Tribunal.

O contencioso administrativo embora deva se entendido também sob o ponto


de vista institucional, é essencialmente uma figura de natureza adjectiva ou processual pois
surgem em virtude da excussão das anteriores garantias existentes ao dispor do particular. Ou
seja, o particular se sentindo lesado de alguma forma pela Administração, intenta uma acção
de anulação daquela decisão anteriormente procedente.

Este trabalho segue uma estrutura lógica, estando dividido em partes, contendo
assim, os elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais, de modo a tornar mais fácil a
compreensão e manuseamento deste trabalho.

Palavras-chave: Contencioso, Recurso, Administração Pública, Tribunal Administrativo.

1
1. O PROCESSO CONTENCIOSO
O processo administrativo não finda necessariamente com o acto definitivo e
executório. A legalidade deste pode ainda ser examinada a sua validade discutida perante os
tribunais administrativos numa nova fase, a do recurso contencioso. 1 Desta forma, permitiu-se
que os particulares possam desde o início, defender os seus direitos e interesses em termos da
sua ressarcibilidade por actos lesivos da Administração, uma vez que, já não correm o risco
das acções desta perdurarem no tempo devido a eventuais conflitos negativos de
competência.2

As garantias jurisdicionais são assim conhecidas por se efetivarem nos


tribunais administrativos, onde aos particulares assiste o direito de intentarem ações junto dos
tribunais a fim de verem os seus interesses legítimos devidamente acautelados por esse órgão.
Quando a Administração Pública pratica certo ato administrativo lesivo dos interesses dos
particulares, por força da lei, aquele que for diretamente molestado, ainda fora da jurisdição
dos tribunais, pode apresentar uma reclamação sucinta perante o órgão administrativo que o
terá praticado na tentativa de que o ato em causa seja revogado ou ainda modificado. Se por
essa via o requerente não for bem-sucedido, é-lhe dada a possibilidade de apresentar um
recurso hierárquico com a finalidade de suspender a eficácia do mesmo ato. Finalmente, na
eventualidade de todas essas garantias administrativas se mostrarem inoperantes, a ordem
jurídica oferece uma outra de natureza jurisdicional, onde todo sujeito no pleno gozo dos seus
direitos civis e políticos pode dela se socorrer, tendo como objeto a sua declaração de
invalidade ou anulação.3 Pode-se perceber na sua concepção de garantias jurisdicionais que
dava relevo a expressão “judicial” abrangendo todas as garantias proporcionadas pelo acesso
dos interessados aos tribunais constituídos por juízes de carreira, gozando das imunidades da
magistratura, quer esses tribunais façam parte do poder judiciário ou não, quer sejam comuns
ou especiais.4

Para que exista um processo ou, com outros preferem dizer, uma relação
jurídica processual, é necessária desde logo, como é óbvio, a existência das partes, as quais se
poderá acrescentar, tendo em consideração o carácter triangular da relação processual, a

1
Marcello Caetano, Manual de Direito Administrativo, Vol. II, Ed. Almedina, 1980, p.ª 1330.
2
SALDANHA, Ricardo Azevedo, Introdução ao procedimento administrativo comum, 1ª Edição, Editora
Coimbra, Coimbra, 2013, pag. 252.
3
SOUSA, Marcelo Rebelo de Sousa, e MATOS, André Salgado de, Direito Administrativo Geral: Atividade
Administrativa, Tomo III, Lisboa, Dom Quixote, 2006, p.238.
4
CAETANO, Marcelo, Princípios Fundamentais do Direito Administrativo, 1.ª ed., Rio de Janeiro, Forense,
1977, pag. 531.
2
existência de tribunal, independentemente da competência, não havendo processo se a petição
for exigida a um órgão não judicial, a estes elementos se pode chamar, por isso, com toda
propriedade, condições de existência da acção, que constituem naturalmente elementos
essenciais da causa.5

2. RECURSO ADMINISTRATIVO CONTENCIOSO


2.1. Noções Gerais

Os recursos contenciosos são de mera legalidade e têm por objecto a


declaração de anulabilidade, nulidade e inexistência jurídica dos actos recorridos, exceptuada
qualquer disposição em contrário.6

Como decorre deste conceito de contencioso ou de recurso contencioso, este é


antes de mais uma segunda fase do processo administrativo, que tem duas fases, a graciosa e a
contenciosa, sendo esta última caracterizada pela apreciação jurisdicional da legalidade do
acto administrativo. Segunda fase do processo administrativo esta que decorre junto dos
Tribunais administrativos e que denota um conflito entre o particular e a Administração
provocado por acto desta considerado ilegal e lesivo dos direitos e interesses legalmente
protegidos.7

O acesso ao contencioso administrativo ocorria e continua a ocorrer,


basicamente, sob duas formas principais8: o contencioso ou recurso de jurisdição plena e o
contencioso de anulação ou recurso por excesso de poder. Ambos os recursos têm como
requisito prévio o que no ordenamento jurídico nacional poderia ser comparado com o
requisito do exaurimento da instância inferior antes da possibilidade de interposição de
recurso. Trata-se do chamado recurso administrativo, verdadeiro pedido de reconsideração
formulado perante o agente público e sem maiores requisitos formais.9

Importa referir que, no recurso contencioso não de trata de um julgamento do


órgão que praticou o acto ou a pessoa colectiva a que ele pertence. O que está em causa é a

5
ANDRADE, José Carlos Viera De, A Justiça Administrativa, 12ª Edição, Editora Almedina, Coimbra, 2012,
pag. 251.
6
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei no 07/2014 de 28 de Fevereiro, regula os procedimentos atinentes
aos processos contenciosos, publicada no BR no 18, série I, Imprensa Nacional de Moçambique, 28 de
Fevereiro de 2014, art. 32.
7
Marcello Caetano, Manual de Direito Administrativo…, Ob. Cit, p.ª 1327.
8
Tomando em consideração que existem outras formas peculiares.
9
BERNARDES FILHO, Hugo Gueiros. “Instituto da Jurisdição administrativa Francesa e o sistema jurídico
brasileiro”. In: Revista de Direito Público nº 91, Ano 22, Setembro 1991, pág. 101.
3
legalidade do acto, não o comportamento das pessoas. Reexamina-se o processo gracioso e a
sua decisão a luz dos preceitos legais aplicáveis, a fim de emitir a final não uma condenação
ou absolvição do pedido, mas um juízo de confirmação ou anulação meramente declaratório.
É necessário ter presente esta natureza do recurso contencioso para bem compreender os seus
termos processuais. Não há uma demanada, um litigio entre pessoas, uma questão contra a
autarquia ou o Estado, mas simples pedido de revisão jurisdicional de um acto arguido de
ofensivo da lei perante um órgão que embora independente, pertence ao Poder
administrativo.10

Sendo o recurso contencioso um recurso de anulação, o seu fundamento só


pode ser a ilegalidade do acto recorrido, pois é o reconhecimento dessa ilegalidade que
acarretará, como sanção, a anulação ou a declaração de nulidade. Os factos aduzidos pelo
recorrente everao ser os necessários para estabelecer as circunstancias características da
situação a que deveriam apreciar-se determinados preceitos legais, demonstrando-se depois a
preterição ou violação destes. Como o acto pode ser arguido de violação de lei por erro de
facto, ou de desvio de poder com base em factos concretamento provados, o tribunal é
chamado, por sua via, a controlar os factos em que a Administração alicerçou a sua decisão
verificando se se produziram, se coincidem com os factos alegados e se foram bem
qualificados juridicamente.11

Constitui fundamento próprio do recurso contencioso a ofensa, pelo acto


recorrido, dos princípios ou normas jurídicas aplicáveis, designadamente: a) a usurpação do
poder; b) a incompetência; c) o vício de forma, neste se englobando a falta de fundamentação,
de facto ou de direito, do acto administrativo e a falta de quaisquer elementos essenciais
deste; d) a violação da lei, incluindo-se a falta de respeito pelos princípios da igualdade, da
proporcionalidade, da justiça e da imparcialidade e, ainda, o erro manifesto ou a total falta de
razoabilidade no exercício de poderes discricionários; e) o desvio de poder.12

E quanto aos efeitos, o recurso contencioso não tem efeito suspensivo do acto
recorrido. O recurso contencioso tem, porém, efeito suspensivo da eficácia do acto recorrido
quando, cumulativamente, esteja em causa apenas o pagamento de quantia certa, de natureza

10
Marcello Caetano, Manual de Direito Administrativo…, Ob. Cit, p.ª 1334.
11
Idem, p.ª 1331.
12
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei no 07/2014 de 28 de Fevereiro, regula os procedimentos atinentes
aos processos contenciosos, publicada no BR no 18, série I, Imprensa Nacional de Moçambique, 28 de
Fevereiro de 2014, art. 34.
4
não sancionatória, e tenha sido prestada caução por qualquer das formas admitidas nos termos
do Código de Processo Civil.13

2.2. Espécies de Recursos


2.2.1. Recurso contencioso de plena jurisdição

De forma resumida, o recurso de plena jurisdição tem objetivos menos gerais e


alcança debates mais subjetivos, vale dizer, diz respeito diretamente à situação jurídica do
interessado. Possibilita não apenas a anulação do ato, mas também a aferição de
responsabilidades. É realizado com sustentáculo no contexto fático e não de forma hermética
como o recurso por excesso de poder pretende ser. O recurso de jurisdição plena é usado mais
comumente para questões envolvendo contratos e responsabilidade do Estado. Este confere ao
tribunal administrativo o poder de examinar o caso, quanto ao fato e quanto ao direito e, se
necessário, o poder de substituir a decisão tomada por nova decisão.14 Mais adiante falaremos
em torno do nosso aspecto principal, o recurso de anulação.

2.2.2. Recurso contencioso de anulação

Comummente designado por “recurso contencioso de anulação”, este meio de


impugnação jurisdicional ocupou “um lugar de destaque no Contencioso Administrativo, não
apenas por razões históricas e de direito comparado, mas também devido ao «papel de actor
principal» do processo administrativo”.15 O recurso de contencioso de anulação, mais restrito
do que o contencioso de plena jurisdição, implica o simples pronunciamento de anulação do
acto, sem qualquer poder de reforma ou de condenação pecuniária, como ocorre no recurso de
plena jurisdição. A análise de validade do ato limita-se à legalidade, sendo possível, em
alguns casos, o exame da moralidade administrativa. A anulação com base em violação
contratual só é admitida no recurso de plena jurisdição.16

O recurso de anulação ou por excesso de poder, como o próprio nome indica,


busca a anulação do ato administrativo porquanto eivado de ilegalidade, realizado além dos
limites da legalidade indicadores máximos da atividade do agente público. O recurso por

13
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei no 07/2014 de 28 de Fevereiro, regula os procedimentos atinentes
aos processos contenciosos, publicada no BR no 18, série I, Imprensa Nacional de Moçambique, 28 de
Fevereiro de 2014, art. 36.
14
MOREIRA, Egon Bockmann.”Processo Administrativo. Princípios Constitucionais e a Lei 9784/1999”. 3 ed.
Atual. rev. São Paulo: Malheiros. 2007, pag. 213.
15
PERREIRA, Vasco, Ventos de Mudança no Contencioso Administrativo, Almedina, 2005, p. 133.
16
GARCIA DE ENTERRIA, Eduardo; FERNANDEZ, Tomás-Ramón. Curso de direito administrativo. São
Paulo: Revista dos Tribunais, 1987, pag. 43.
5
excesso de poder é um recurso que não se atém, em um primeiro momento, à situação
subjetiva daquele que vem a juízo. Diz tratar-se de um contencioso objetivo, de um processo
sobre um fato. Por seu caráter objetivo e de anulação do ato, tem efeito geral e irrestrito,
atingindo a todos os envolvidos e interessados na realização do ato anulado. Confere ao
tribunal administrativo o poder de destruir o ato da Administração, caso esteja inquinado de
ilegalidade, sem, entretanto, nada colocar no lugar do ato desfeito. 17

Quanto aos prazos deste, o recurso de actos nulos ou juridicamente inexistentes


pode ser exercido a todo o tempo. O recurso de actos anuláveis é interposto no prazo de
noventa dias, salvo os casos de indeferimento tácito em que o prazo é de trezentos sessenta e
cinco dias. É, igualmente, de trezentos sessenta e cinco dias o prazo quando seja recorrente o
Ministério Público. À fixação do termo são aplicáveis, em caso de dúvida, as seguintes regras:
a) se o termo se refere ao princípio, meio ou fim do mês, entende-se como tal,
respectivamente, o primeiro dia, o dia 15 e o último dia do mês; se for fixado no princípio,
meio ou fim do ano, entende-se, respectivamente, o primeiro dia do ano, o dia 30 de Junho e o
dia 31 de Dezembro;

b) na contagem de qualquer prazo não se inclui o dia, nem a hora, se o prazo


for de horas, em que ocorrer o evento a partir do qual o prazo começa a correr; c) o prazo
fixado em semanas, meses ou anos, a contar de certa data, termina às 24 horas do dia que
corresponda, dentro da última semana, mês ou ano, a essa data; mas, se no último mês não
existir dia correspondente, o prazo finda no último dia desse mês; d) é havido,
respectivamente, como prazo de uma ou duas semanas o designado por oito dias ou quinze
dias, sendo havido como prazo de um ou dois dias o designado por 24 ou 48 horas; a) o prazo
que termine em sábado ou domingo ou dia feriado transfere-se para o primeiro dia útil; aos
domingos e dias feriados são equiparados às férias judiciais, se o acto sujeito a prazo tiver de
ser praticado em juízo.18

17
BOBBIO, Norberto, 1909. “A era dos direitos”. Trad: Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004,
3ª reimpressão, pag. 1011.
18
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei no 07/2014 de 28 de Fevereiro, regula os procedimentos atinentes
aos processos contenciosos, publicada no BR no 18, série I, Imprensa Nacional de Moçambique, 28 de
Fevereiro de 2014, art. 37.
6
3. ELEMENTOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO CONTENCIOSO

Os elementos do processo administrativo contencioso, são os componentes que


constituem o processo e sem os quais ele não existe, mais concretamente, os sujeitos, o
objecto, o pedido e a causa de pedir.19

3.1. Sujeitos do Recurso

A lógica da composição judicial dos conflitos é uma lógica essencialmente


egoísta: cada pessoa vai a juízo defender os seus interesses ou os interesses daqueles que
representa. O sistema judicial opera sobre esta base, impedindo, como princípio, o acesso a
justiça quando aquele que se lhe dirige não consegue demonstrar que o litígio por si
configurado afecta os seus interesses. Na grande maioria dos casos, a legitimidade do autor, a
legitimidade activa, assenta na titularidade de um interesse egoísta, no sentido de que o autor
procura obter uma vantagem pessoal: o pagamento de uma indemnização, a destruição de um
acto administrativo que o prejudicou ilegalmente, a tomada de uma decisão a que considera
ter direito, etc.20

O conceito de parte está associado a construção da relação jurídica processual


segundo um modelo de lide, que avultam, como sujeitos ou partes principais (também ditas
partes necessárias), as pessoas ou entidades que requerem e aquelas contra a qual é requerida
a providência judiciária.21

Neste sentido, na categoria dos sujeitos no recurso contencioso, temos as


figuras de recorrentes, por um lado, e recorrido ou recorridos, por um outro lado. Isto quer
dizer que as partes, num recurso contencioso, designam-se de recorrente, por um lado, e
recorrido, por outro. O Recorrente é a pessoa que interpõe o recurso, impugnando o acto
administrativo que considera de inválido e, como tal, solicita que o Tribunal Administrativo, n
uso dos seus poderes jurisdicionais, reconheça, por sentença a invalidade daquele acto.22
Recorrido é a pessoa contra quem se interpõe o recurso. É a pessoa que tem interesse em que

19
SALDANHA, Ricardo Azevedo, Introdução ao procedimento administrativo comum…, Ob. Cit, pág. 252.
20
CAUPPERS, João, Introdução ao Direito Administrativo, 11ª ed., Editora Ancora, Lisboa, 2013, pág. 397.
21
ANDRADE, José Carlos Viera De, A Justiça Administrativa…, Ob. Cit, pág. 253.
22
AMARAL, Diogo Freitas Do, Grandes Linhas da Reforma do Contencioso Administrativo, Coimbra,
Almedina, 2002, pág. 111.
7
se mantenha o acto contra o qual se recorre. Situação no polo oposto ao do recorrente.23
Alguns autores nomeiam estes como autor e réu. A qualificação como parte no processo
administrativo contencioso, como qualquer processo judicial resulta da configuração da
relação processual feita por quem se dirige ao tribunal, neste caso, o autor. Quem se apresenta
em tribunal na qualidade de autor de uma acção funda a sua legitimidade para pedir aquilo
que pede na suposta titularidade da relação material controvertida. 24

Também podemos encontrar os recorridos particulares também designados de


contra-interessados, sendo estes aquelaspessoas que podem ser afectadas pela anulação do
acto administrativo. Se o recorrente está interessado em que o acto seja considerado inválido e
como tal anulado, os recorridos particulares ou contra-interessados, estão interessados em que
o acto seja declarado válido e mantido. É que eles podem ser prejudicados pela sentença do
tribunal, daí que tenham de ser chamados ao processo para deduzir oposição.25

A lei estabelece as entidades susceptíveis de legitimidade activa, Têm


legitimidade para interpor recurso contencioso os que se considerem titulares de direitos
subjectivos ou interesses legalmente protegidos que tivessem sido lesados pelo acto recorrido,
quando tenham interesse directo, pessoal e legítimo na interposição do recurso e, ainda: a) o
Ministério Público; b) os titulares do direito de acção popular; c) as pessoas colectivas,
mesmo em relação aos actos lesivos dos direitos ou interesses que a elas cumpra defender; d)
os presidentes e membros dos órgãos colegiais em relação aos actos praticados pelo órgão
respectivo; e) as autarquias locais, mesmo em relação aos actos que afectem o âmbito da sua
autonomia.26

Têm-se como entidade recorrida o órgão que tenha praticado o acto, ou que,
por alteração legislativa ou regulamentar, lhe tenha sucedido na respectiva competência, salvo
quando pertença à mesma pessoa colectiva ou mesmo ministério.27

23
CHAMBULE, Alfredo, As Garantias Dos Particulares, s/ed., V. I, Maputo, 2002, pág. 102.
24
CAUPPERS, João, Introdução ao Direito Administrativo…, Ob. Cit, pág. 396.
25
CHAMBULE, Alfredo, As Garantias Dos Particulares…, Ob. Cit, pág. 102.
26
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei no 07/2014 de 28 de Fevereiro, regula os procedimentos atinentes
aos processos contenciosos, publicada no BR no 18, série I, Imprensa Nacional de Moçambique, 28 de
Fevereiro de 2014, art. 44.
27
REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei no 07/2014 de 28 de Fevereiro, regula os procedimentos atinentes
aos processos contenciosos, publicada no BR no 18, série I, Imprensa Nacional de Moçambique, 28 de
Fevereiro de 2014, art. 49.
8
3.2. Objecto do Recurso

O recurso é interposto de um acto definitivo e executório praticado por um


órgão de quem a lei autoriza que se apele para o tribunal.28 O conceito de acto definitivo e
executório é um conceito da maior importância no Direito Administrativo, sobretudo porque é
nele que assenta a garantia do recurso contencioso ou seja, o Direito que os particulares têm
de recorrer para os Tribunais Administrativos contra os actos ilegais da Administração
Pública. Trata-se do acto administrativo completo, do acto administrativo total, do acto
administrativo apetrechado com todas as suas possíveis “armas e munições”, numa palavra, o
paradigma dos actos administrativos praticados pela Administração Pública. Com efeito, o
acto administrativo definitivo e executório é o acto de autoridade típico: é o acto em que a
Administração Pública se manifesta plenamente como autoridade, como poder. É
designadamente o acto jurídico em que se traduz no caso concreto o pode administrativo, sob
a forma característica de poder unilateral de decisão dotado do privilégio de execução
prévia.29

Quando tratamos do processo gracioso vimos que as autoridades


administrativas não ficavam nele dependentes de iniciativa, podendo em nome do interesse
público fazer seguir um processo de que o autor se desinteressasse, ampliar a respectiva
instrução e resolver além do pedido ou até coisa diversa do que se pediu, caso a matéria
inicial as conduzisse ao conhecimento de assuntos que por força da lei ou para defesa do
interesse geral conviesse regular. No processo contencioso achamo-nos perante um recurso
juriscionaizado e os juízes estão, por caso, na posição independente e imparcial que lhes
convem: já não são interessados, como órgãos da Administracao activa, devendo, ao
contrario, xaminar e decidir como simples interpretes da lei. Por isso, o tribunal tem de se
cingir ao pedido e daí a importância da determinação do objecto ou do âmbito do recurso. O
pedido é sempre a anulação ou a declaração de nulidade ou de inexistenciande um acto ilegal:
só excepionalmente poderá ser a reforma do acto.30

O objecto do recurso contencioso de anulação é o acto administrativo. Mas, tem de se ter


em conta que a noção de acto administrativo tem de ser entendida de uma forma dialéctica, no

28
Marcello Caetano, Manual de Direito Administrativo…, Ob. Cit, p.ª 1328.
29
BRITO, Wladimir Augusto Correia, Lições de Direito Processual Administrativo, 2.ª ed., Coimbra, Coimbra
Editora, 2008, 121.
30
Marcello Caetano, Manual de Direito Administrativo…, Ob. Cit, p.ª 1328.
9
sentido de que dimana de uma autoridade, porque só dessa forma se abrirá o leque maior com
vista a proteção dos direitos subjetivos e interesses legítimos dos particulares.31

3.3. O Pedido

O pedido é a pretensão formulada pelo recorrente. Há-de ser sempre o pedido


para que o Tribunal Administrativo declare a nulidade ou inexistência ou anulação de um
dado acto administrativo cuja validade é impugnada. Se o acto é anulável, pede-se a sua
anulação; se é nulo, pede-se a declaração da sua nulidade, se é inexistente, pede-se a
declaração da sua inexistência.32

Este consiste nos efeitos jurídicos pretendidos pelo autor, ou seja, na pretensão
do autor deduzida no juízo, cujo conteúdo há-de relacionar-se com o litígio emergente de uma
relação jurídica administrativa. Tendo em consideração os efeitos pretendidos, os pedidos
podem ser, tal como as respectivas sentenças de provimento, declarativas ) simples apreciação
ou reconhecimento), condenatórias (ou intimatórias) ou constitutivos (invalidatários ou
suspensivos), esta universalidade dos pedidos admissíveis corresponde a plenitude da
protecção jurisdicional que a reforma trouxe a justiça administrativa.33

O que o requerente pretende para cimentar as suas certezas, é uma sentença.


Estipula-se que o requerimento seja apresentado no prazo para a interposição do recurso do
acto revogatório e antes do transito em julgado da decisão que julgue extinta a instancia. É
que, que por outro lado, com a revogação do acto recorrido, e sanada ou levantada a
ilegalidade que se atacava com a interposição do recurso, este ficaria sem objecto.34 Em
suma, o pedido do recurso é sempre a anulação ou declaração de nulidade ou inexistência do
acto recorrido.

3.4. Causa de Pedir

A causa de pedir consiste nos factos constitutivos da situação jurídica que o


autor pretende fazer valer em juízo. São em termos simples, as razões pelas quais se pede
aquilo que se pede.35 É constituída pelos factos concretos e pelas razões de direito em que se
fundamenta a ação e há-de ser adequada a fundamentar cada acção em concreto, variando
31
CHAMBULE, Alfredo, As Garantias Dos Particulares…, Ob. Cit, pag. 103.
32
AMARAL, Diogo Freitas Do, Grandes Linhas da Reforma do Contencioso Administrativo, Coimbra,
Almedina, 2002, pág. 115.
33
ANDRADE, José Carlos Viera De, A Justiça Administrativa…, Ob. Cit, pág. 256.
34
CHAMBULE, Alfredo, As Garantias Dos Particulares…, Ob. Cit, pág. 106.
35
CAUPPERS, João, Introdução ao Direito Administrativo…, Ob. Cit, , p.p. 407-408.
10
naturalmente em função dos pedidos. Consiste na invalidade do acto administrativo, podendo
consistir, nesta medida, numa nulidade ou anulabilidade.36 Não basta aludir que um dado acto
administrativo é inválido: é necessário que se especifique o tipo de invalidade, se é uma
anulabilidade, se é um vício do acto ou qualquer outra das fontes de invalidade.37

É a invalidade do acto recorrido, as mais das vezes resultante da sua


ilegalidade. Os Tribunais Administrativos não podem substituir-se à Administração activa no
exercício da função administrativa: só podem exercer a função jurisdicional. Por isso não
podem modificar os actos administrativos, nem praticar outros actos administrativos em
substituição daqueles que reputem ilegais, nem sequer podem condenar a Administração a
praticar este ou aquele acto administrativo.

Isto leva-nos a concluir que o recorrente terá de estabelecer as circunstâncias


características da situação a que devam aplicar-se determinados preceitos legais,
demonstrando-se depois a preterição ou violação destes. Como o acto pode ser arguido de
violação de lei, por erro de facto, ou desvio de poder com base em factos concretamente
provados, o tribunal é chamado, por sua via, a controlar os factos em que a Administração
alicerçou essa decisão, verificando-se se produziram, se coincidem com os factos alegados e
se foram bem qualificados juridicamente.38

4. PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS

Os pressupostos processuais, são em poucas palavras, os elementos de cuja


verificação depende, num determinado processo, o poder-dever do juíz de se pronunciar sobre
o fundo da causa. São os elementos que permitem ao juíz apreciar o mérito do pedido
formulado e de sobre ele proferir uma decisão. São condições para que o juíz possa decidir de
mérito, para que possa compor definitivamente o litígio. Os “pressupostos processuais” são as
condições de interposição do recurso, isto é, as exigências que a lei faz para que o recurso
possa ser admitido.39 São regra geral, pressupostos que assentam nas características que o
CPC já define para todos processos de natureza cível, embora se detectem aqui algumas notas
especiais. Para este contexto, falaremos apenas dos pressupostos subjectivos.

36
ANDRADE, José Carlos Viera De, A Justiça Administrativa…, Ob. Cit, pág. 258.
37
AMARAL, Diogo Freitas Do, Grandes Linhas da Reforma do Contencioso Administrativo…, Ob. Cit, pág.
115.
38
CHAMBULE, Alfredo, As Garantias Dos Particulares…, Ob. Cit, pág. 107.
39
ANDRADE, José Carlos Viera, A Justiça Administrativa…, Ob. Cit, pág. 277.
11
4.1. A Personalidade Judiciária

A personalidade judiciária consiste na possibilidade de requerer ou de contra si


ser requerida, em próprio nome, qualquer das providências de tutela jurisdicional
reconhecidas na lei. É a susceptibilidade de ser parte no processo. Todas as pessoas, sejam
singulares ou colectivas, desfrutam dessa mesma susceptibilidade de serem partes. Na lei
civil, corresponde grosso modo à personalidade jurídica, através do chamado critério da
“coincidência”.40

4.2. Capacidade Judiciária

O conceito de capacidade, enquanto medida concreta de uma suscetibilidade


abstrata (de uma qualidade jurídica), não é inteligível no discurso jurídico se, no ato
comunicativo em causa, não se pressupuser a existência dessa mesma suscetibilidade. É uma
exigência lógico-jurídica: certo sujeito só é capaz de um direito ou obrigação se, em abstrato,
for suscetível de direitos e obrigações. A Capacidade é um conceito que, por muitas vezes, é
confundido com a personalidade. Entretanto, existe diferença entre esses dois conceitos. A
Capacidade é a projecção da personalidade de determinada pessoa, que pode ser quantificada
para definir a aptidão para titularizar direitos, assumir deveres, praticar actos e celebrar
negócios jurídicos. A capacidade de alguém é a aptidão que o agente possui de contrair
obrigações e adquirir direitos.41

É a susceptibilidade de alguém estar, por si próprio, em juízo. Normalmente, é


um pressuposto que se aplica sobretudo às partes particulares, pois é relativamente a estas que
se costumam colocar questões de existência de personalidade jurídica a que não corresponde
uma capacidade de exercício efectivo do direito no tribunal sozinho ou desacompanhado.

4.3. Patrocínio Judiciário

Trata-se aqui de representação técnica, e não forma de suprimento de


incapacidade judiciária, entenda-se. O patrocínio judiciário consiste na representação e
assistência técnica das partes por profissionais de foro que conduzem técnico-juridicamente o
processo, mediante a prática de atos processuais adequados e respeitando as regras legais. O
patrocínio judiciário é em determinadas acções obrigatório, impondo a lei a constituição de

40
, ANDRADE, José Carlos Viera, A Justiça Administrativa…, Ob. Cit, pág. 277.
41
DA SILVA, J. A. Curso de Direito Constitucional Positivo, 31.ª Edição, Malheiros Editores, São Paulo, 2008,
pág. 122.
12
advogado Esta obrigatoriedade prende-se com razões técnicas, pois os interesses das partes
são melhor acautelados por profissionais, que dispõem de conhecimentos técnico-jurídicos
que não estão ao alcance dos litigantes, sendo necessário conhecer o Direito aplicável e as
regras processuais. Avultam, também, razões psicológicas, visto que apenas profissionais
conseguem atuar com a serenidade desinteressada necessária para ajuizar objectivamente as
situações e ponderar racionalmente os direitos e deveres das partes. Por fim, destacam-se
razões de natureza pública, uma vez que a adequada e competente condução processual das
acções contribui para a boa administração da justiça.42

4.4. Legitimidade

A legitimidade enquadra-se no campo do exercício jurídico. O exercício


jurídico lato senso corresponde a uma atuação humana relevante para o Direito, sendo, em
sentido estrito, a concretização, por um sujeito de uma situação jurídica, ativa ou passiva, que
lhe tenha sido conferida, ou melhor, reconhecida, pelo Direito.43

A legitimidade é uma qualidade processual das partes (que, como vimos, têm
que dispor previamente de personalidade e capacidade judiciárias) sem a qual não podem ir ao
processo discutir a causa concreta, por não serem sujeitos da relação material controvertida,
tal como ela é configurada pelo recorrente.

42
DA SILVA, J. A. Curso de Direito Constitucional Positivo…, Ob. Cit, pág. 134.
43
MENEZES CORDEIRO, ANTÓNIO, Tratado de Direito Civil Português, Parte Geral, Tomo IV, Rep. Da
Edição de Março de 2005, pág. 9

13
CONCLUSÃO

O recurso contencioso nasceu da necessidade de conciliar o princípio da


separação de poderes com o controlo da actividade administrativa. Pode dizer-se que esta
conciliação indispensável se fez em torno de três conceitos básicos: o conceito de acto
administrativo, espécie de criação jurídica de um “alvo” em direcção ao qual se vai orientar a
garantia contenciosa; o conceito de Tribunal Administrativo, como órgão especializado da
Administração (e não da jurisdição); o conceito de recurso contencioso, como meio de
apreciação da conformidade legal de um acto administrativo, o processo feito ao acto.

O recurso contencioso trata-se de um meio de impugnação de um acto


administrativo, interposto perante o Tribunal Administrativo competente, a fim de obter a
anulação ou a declaração de nulidade ou inexistência desse acto. Com efeito: trata-se de um
recurso, ou seja, de um meio de impugnação de actos unilaterais de uma autoridade pública, é
um recurso e não uma acção; trata-se de um recurso contencioso, ou seja, de uma garantia que
se efectiva através dos Tribunais; trata-se de um recurso contencioso de anulação, isto é, o que
com ele se pretende e se visa é eliminar da ordem jurídica de um acto administrativo inválido,
obtendo, para o efeito, uma sentença que reconheça essa invalidade e que, em consequência
disso, o destrua juridicamente. A actual regulamentação do recurso contencioso revela, por
um lado, uma confluência de elementos de índole objectivista e de índole subjectivista; por
outro, a existência de dois modelos principais de tramitação, um mais subjectivista do que o
outro.
Conclui-se, portanto que, o recurso contencioso apresenta-se como um
importante e demonstrativo liame relativo ao Estado de Direito Democrático e do princípio de
acesso aos tribunais consagrados na Constituição da República. Conforme decorre do texto
legal, está aqui em causa um recurso excepcional, apenas admissível quando algum dos
pressupostos identificados esteja verificado, sendo que a decisão quanto a saber se, no caso
concreto, estes estão preenchidos, cabe, numa apreciação preliminar sumária, a uma formação
constituída por juízes da secção de contencioso administrativo.

14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LEGISLAÇÃO

 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei no 07/2014 de 28 de Fevereiro, regula os


procedimentos atinentes aos processos contenciosos, publicada no BR no 18, série I,
Imprensa Nacional de Moçambique, 28 de Fevereiro de 2014.

DOUTRINA

 AMARAL, Diogo Freitas Do, Grandes Linhas da Reforma do Contencioso


Administrativo, Coimbra, Almedina, 2002.
 ANDRADE, José Carlos Viera De, A Justiça Administrativa, 12ª Edição, Editora
Almedina, Coimbra, 2012.
 BERNARDES FILHO, Hugo Gueiros. “Instituto da Jurisdição administrativa
Francesa e o sistema jurídico brasileiro”. In: Revista de Direito Público nº 91, Ano
22, Setembro 1991.
 BOBBIO, Norberto, 1909. “A era dos direitos”. Trad: Carlos Nelson Coutinho. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2004.
 BRITO, Wladimir Augusto Correia, Lições de Direito Processual Administrativo, 2.ª
ed., Coimbra, Coimbra Editora, 2008.
 CAETANO, Marcelo, Princípios Fundamentais do Direito Administrativo, 1.ª ed.,
Rio de Janeiro, Forense, 1977.
 CAUPPERS, João, Introdução ao Direito Administrativo, 11ª ed., Editora Ancora,
Lisboa, 2013.
 CHAMBULE, Alfredo, As Garantias Dos Particulares, s/ed., V. I, Maputo, 2002.
 DA SILVA, J. A. Curso de Direito Constitucional Positivo, 31.ª Edição, Malheiros
Editores, São Paulo, 2008.
 GARCIA DE ENTERRIA, Eduardo; FERNANDEZ, Tomás-Ramón. Curso de direito
administrativo. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1987.
 Marcello Caetano, Manual de Direito Administrativo, Vol. II, Ed. Almedina, 1980.

15
 MENEZES CORDEIRO, ANTÓNIO, Tratado de Direito Civil Português, Parte
Geral, Tomo IV, Rep. Da MOREIRA, Egon Bockmann.”Processo Administrativo.
Princípios Constitucionais e a Lei 9784/1999”. 3 ed. Atual. rev. São Paulo:
Malheiros. 2007.
 PERREIRA, Vasco, Ventos de Mudança no Contencioso Administrativo, 1ª Edição,
Almedina, Lisboa, 2005.
 SALDANHA, Ricardo Azevedo, Introdução ao procedimento administrativo
comum, 1ª Edição, Editora Coimbra, Coimbra, 2013.
 SOUSA, Marcelo Rebelo de Sousa, e MATOS, André Salgado de, Direito
Administrativo Geral: Actividade Administrativa, Tomo III, Lisboa, Dom Quixote,
2006.

16

Você também pode gostar