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FACULDADE DE DIREITO
ELEMENTOS DO CONTENCIOSO
ADMINISTRATIVO
NAMPULA
2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOCAMBIQUE
FACULDADE DE DIREITO
ELEMENTOS DO CONTENCIOSO
ADMINISTRATIVO
Trabalho de carácter avaliativo, da cadeira de
Contencioso Administrativo I, leccionada pela
docente, Pincha Morais António, 4º ano, Pós -
laboral, curso de Direito.
NAMPULA
2023
Índice
Introdução..........................................................................................................................1
ELEMENTOS DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO............................................2
Origem do Contencioso Administrativo............................................................................2
Conceito de Contencioso Administrativo..........................................................................3
ELEMENTOS DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO............................................4
OS SUJEITOS...................................................................................................................5
As partes............................................................................................................................6
O Autor..............................................................................................................................6
O pedido............................................................................................................................7
O Ministério Público.........................................................................................................7
O Juiz.................................................................................................................................8
O OBJECTO......................................................................................................................8
A CAUSA DE PEDIR.......................................................................................................9
Conclusão........................................................................................................................11
Referências Bibliográficas...............................................................................................12
Introdução
Objectivo Geral:
Objectivo específico:
Apresentar as limitações dos tribunais no que concerne aos processos;
Estudar até que ponto as acções administrativas são eficazes;
Mostrar a importância do processo administrativo.
Quanto aos métodos usados na pesquisa é o método dedutivo, uma vez que visa descobrir
conhecimentos particulares através do conhecimento geral, é um processo de análise de
informação que nos leva a uma conclusão. E, para melhor compreensão do trabalho este
obedece a seguinte estrutura:
1
ELEMENTOS DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO
O contencioso administrativo tem a sua origem histórica em França onde começa a ser
construído a partir da Revolução Francesa e como reacção aos abusos dos “parlamentos” Os
revolucionários oitocentistas entendiam que o respeito pelo princípio da separação dos
poderes, que entretanto tinham proclamado como princípio básico da organização do Estado,
impedia que à jurisdição ordinária fosse confiada a tarefa de julgar as questões contenciosas
da Administração, razão pela qual a Assembleia rejeitou uma proposta no sentido de confiar o
contencioso administrativo aos Tribunais comuns, preferindo instituir Tribunais
administrativos pela Lei 16-24 de 1790.1
Acontece que, em 1790, a Lei 7-16 de Outubro e a Lei 6-11 de Novembro acabaram
por consagrar que as reclamações contra actos ilegais da Administração deveriam ser
deduzidas junto do Rei e, mais tarde, com a monarquia constitucional, essa competência era
atribuída aos Ministros.3
1
WLADIMIR, Augusto Correia Brito. O contencioso administrativo: generalidades, vol. 13, Lisboa, 2012, pág.
18-19.
2
WLADIMIR, Augusto Correia Brito. Ob. Cit. Pág.19.
3
WLADIMIR, Augusto Correia Brito. Ob. Cit. Pág.19.
2
Departamentos, os Conselhos de Prefeitura com funções contenciosas junto do Prefeito, que
as exerciam sem necessidade de homologação.4
4
WLADIMIR, Augusto Correia Brito. O contencioso administrativo: generalidades, vol. 13, Lisboa, 2012, pág.
19.
5
Marcello Caetano, Manual de Direito Administrativo, Vol. II, Ed. Almedina, 1980, pág. 1327.
6
WLADIMIR, Augusto Correia Brito. O contencioso administrativo: generalidades, vol. 13, Lisboa, 2012, pág.
16.
7
WLADIMIR, Augusto Correia Brito. Ob. Cit. Pág. 16.
3
É esta garantia jurisdicional, ou este conjunto de meios de reacção, que se coloca à
disposição do particular para jurisdicionalmente reagir contra actos da Administração em
defesa dos seus direitos e legítimos interesses, que começa por ser concebida como uma
garantia dos particulares contra a Administração e que vai evoluir, embora lentamente, para
uma garantia concedida a todos os sujeitos de direito (particulares ou pessoas colectivas,
mesmo que de direito público) contra actos definitivos e executórios da Administração
ofensivos de direitos ou de interesses legítimos.8
De seguida, o contencioso sofre uma evolução para passar a ser entendido como uma
garantia jurisdicional contra todos os actos ofensivos de direitos e de interesses legítimos,
mantendo-se ainda no quadro da ideia de que só a legalidade do acto e, em consequência, a
sua confirmação ou anulação estariam em causa e poderiam ser apreciadas e declaradas pelo
Tribunal. Finalmente, com a novíssima reforma do contencioso administrativo acaba por se
admitir, como iremos ver, um novo conceito, segundo o qual o contencioso se confunde com
a justiça administrativa, concepção esta que é, de certa forma, advogada por Sérvulo Correia
quando adopta uma concepção institucionalista de contencioso para o definir como “a
instituição caracterizada pelo exercício, por uma ordem jurisdicional administrativa, de
jurisdição administrativa segundo meios processuais predominantemente específicos.9
8
WLADIMIR, Augusto Correia Brito. Ob. Cit. Pág. 16.
9
WLADIMIR, Augusto Correia Brito. Ob. Cit. Pág. 16.
10
CHABULE, Alfredo. As Garantias dos Particulares, vol. I, Editora- Imprensa Universitária, Maputo, 2002,
pág. 101.
4
Caso falhe um destes elementos, é muito provável que a possibilidade de triunfo seja
reduzida. Quais são os elementos do recurso contencioso? Constituem elementos do recurso
contencioso:
a) Os sujeitos;
b) O objecto;
c) A causa de pedir;
d) O pedido.11
OS SUJEITOS
11
CHABULE, Alfredo. Ob. Cit. Pág. 101.
12
CHABULE, Alfredo. As Garantias dos Particulares, vol. I, Editora- Imprensa Universitária, Maputo, 2002,
pág. 102.
13
CHABULE, Alfredo. Ob. Cit. Pág. 102.
14
CHABULE, Alfredo. Ob. Cit. Pág. 102.
5
Marcelo Rebelo de Sousa diz que são elementos do recurso o pedi- do e a causa de
pedir, que integram o seu objecto. Não se confunda, no entanto, objecto do recurso, matéria
jurídica sobre que incide, com o objecto do direito ou bem protegido através deste. Também,
segundo este autor, são elementos do recurso, o recorrente e o autor do acto recorrido, pois,
apesar de preexistirem ao recurso, ganham nova feição jurídica após a sua interposição.15
Como se pode inferir trata-se de uma definição bastante criticável na medida em que
diz que...são elementos do recurso contencioso o pedido e a causa de pedir, que integram o
seu objecto. É irrelevante a ressalva que logo de seguida faz, pois que, mesmo assim, acaba
misturando os conceitos o que dificulta a compreensão. Por outro lado, o mesmo autor terá
olvidado a existência dos contra-interessados, com as consequências negativas da crítica que
ora se faz.16
As partes
O Autor
15
CHABULE, Alfredo. Ob. Cit. Pág. 103.
16
CHABULE, Alfredo. Ob. Cit. Pág. 103.
17
COUPERS, João. Introdução ao Direito Administrado, 11ª Edição, Âncora Editora, Lisboa, 2013, pág. 396.
18
COUPERS, João. Introdução ao Direito Administrado, 11ª Edição, Âncora Editora, Lisboa, 2013, pág. 396.
19
COUPERS, João. Ob. Cit. Pág. 396.
6
base, impedindo, como princípio, o acesso à justiça quando aquele que se lhe dirige não
consegue demonstrar que o litígio por si configurado afecta os seus interesses.20
O Réu
Como se disse já, é o autor quem "escolhe" o réu: é ele que aponta ao tribunal com
quem quer litigar, isto é, quem é, na sua versão do caso, o outro sujeito da relação material
controvertida. A legitimidade passiva pertence a este.22
O pedido
O Ministério Público
20
COUPERS, João. Ob. Cit. Pág. 397.
21
COUPERS, João. Ob. Cit. Pág. 397.
22
COUPERS, João. Ob. Cit. Pág. 399.
23
CAUPERS, João, Introdução ao Direito administrativo, 11° edição, ancora, 2013, pág., 405
24
Idem, pág., 402
7
O Juiz
O OBJECTO
Presentemente, já não faz furor como em tempos fez a teoria do acto administrativo
definitivo e executório. Hoje parte-se da noção do dano ou da lesão. Havendo dano ou lesão,
haverá recurso contencioso. Deste modo, o Anteprojecto de Código do Processo
Administrativo dispunha no sentido de que São recorríveis quaisquer actos que lesem os
direitos ou interesses legalmente protegidos dos administrados. Assim, o que se pretende e
numa primeira análise, é saber se um determinado acto causa lesão ao particular. Porque, se
esse mesmo acto causa lesão na situação jurídica do particular, tem este o direito de o atacar
em tribunal. Não temos dúvidas de que este acto será acto administrativo, mas apenas no
25
COUPERS, João. Ob. Cit. Pág. 400.
26
CHABULE, Alfredo. As Garantias dos Particulares, vol. I, Editora- Imprensa Universitária, Maputo, 2002,
pág. 103.
27
CHABULE, Alfredo. Ob. Cit. Pág. 103.
8
sentido de que foi praticado pela Administração Publica, sem necessariamente trazer consigo
todos aqueles condimentos que já conhecemos e ensinados pela doutrina tradicional.28
O recurso não tem objecto, ou fica sem objecto quando não há acto administrativo, ou
porque não foi praticado ou entretanto já foi revogado.29
O recurso tem de ter por objecto o acto já praticado, sendo um absurdo em Direito que
se peça a anulação de actos futuros, portanto ainda não praticados, apesar de que se possa
prever a sua prática como consequência necessária daqueles cuja anulação se requerer.31
O presente não poderia ter-nos dado mais razão: numa formulação inequívoca, artigo
32 da Lei n.º 7/2014 de 28 de Fevereiro, dispõe Os recursos contenciosos são de mera
legalidade e têm por objecto a declaração de anulabilidade, nulidade e inexistência jurídica
dos actos recorridos, exceptuada qualquer disposição em contrário. Esta disposição suscita
duas observações.32
A CAUSA DE PEDIR
Não basta aludir que um dado acto administrativo é inválido: é necessário que se
especifique o tipo de invalidade, se é uma anulabilidade ou se é uma nulidade. Terá de se
especificar a fonte dessa invalidade, se é um vício do acto ou qualquer outra das fontes de
invalidade.34
28
CHABULE, Alfredo. Ob. Cit. Pág. 103-104.
29
CHABULE, Alfredo. Ob. Cit. Pág. 104.
30
CHABULE, Alfredo. As Garantias dos Particulares, vol. I, Editora- Imprensa Universitária, Maputo, 2002,
pág. 104.
31
CHABULE, Alfredo. Ob. Cit. Pág. 104.
32
. CHABULE, Alfredo. As Garantias dos Particulares, vol. I, Editora- Imprensa Universitária, Maputo, 2002,
pág. 107.
33
CHABULE, Alfredo. Ob. Cit. Pág. 104.
34
CHABULE, Alfredo. Ob. Cit. Pág. 107.
9
A causa de pedir num processo cautelar é bastante menos variada do que o pedido:
relaciona-se sempre com a probabilidade de o tempo necessário à decisão do processo
principal possibilitar ou consolidar a lesão do interesse do autor ou com a aparência da
situação jurídica do autor como sendo de uma situação que irá merecer protecção do tribunal
no processo definitivo (ou ambas as coisas).35
A causa de pedir consiste nos factos constitutivos da situação jurídica que o autor
pretende fazer valer em juízo. São, em termos simples, as razões pelas quais se pede aquilo
que se pede. Aqueles factos podem variar muito, dependendo das circunstâncias.
Exemplificando:36
Se o autor pede ao juiz que determine uma providência cautelar destinada a evitar a
consumação da lesão de um interesse para o qual pediu protecção judicial, lesão essa tornada
provável, ou até mesmo certa, pelo decurso do tempo, a causa de pedir reside nas
circunstâncias que estão na origem da probabilidade ou da certeza da produção de tal lesão.39
35
CHABULE, Alfredo. Ob. Cit. Pág. 107.
36
COUPERS, João. Introdução ao Direito Administrado, 11ª Edição, Âncora Editora, Lisboa, 2013, pág. 407.
37
COUPERS, João. Ob. Cit. Pág. 407.
38
COUPERS, João. Ob. Cit. Pág. 407.
39
COUPERS, João. Ob. Cit. Pág. 408.
10
Conclusão
11
Referências Bibliográficas
Legislação
Doutrina
12