Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE ABERTA UNISCED

FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO


CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

1º Trabalho de Campo
Disciplina: Direitos Administrativos
Tema do trabalho: O Sistema Administrativo Moçambicano

Nome estudante: Machel Pedro Guidione Sarai

Código do Estudante: 51230984

Chimoio, Março de 2024


UNIVERSIDADE ABERTA UNISCED
FACULDADE DE CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM DIREITO

1º Trabalho de Campo
Disciplina: Direitos Administrativos
Tema do trabalho: O Sistema Administrativo Moçambicano

Trabalho de Carácter avaliativo, desenvolvido


no Campo a ser submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Direito,na
UnISCED.

Tutor:

Nome estudante: Machel Pedro Guidione Sarai

Código do Estudante: 51230984

Gondola, Março de 2023


Índice
CAPÍTULO I:NTRODUÇÃO................................................................................................ 2

1.1.Objectivos: ....................................................................................................................... 2

1.1.1.Geral .............................................................................................................................. 2

1.1.2.Específicos .................................................................................................................... 2

1.2.Metodologias .................................................................................................................... 2

CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................................................ 3

2.1.O Sistema Administrativo Moçambicano. ....................................................................... 3

2.1.1. Conceito ....................................................................................................................... 3

2.2.Evolução histórica da administração pública ................................................................... 3

2.2.1. Sistema administrativo tradicional ............................................................................... 3

2.2.2.Sistema administrativo de tipo britânico ou de administração judiciária...................... 3

2.2.3.Sistema administrativo de tipo francês ou de administração executiva ........................ 4

2.3.Princípios norteadores. ..................................................................................................... 5

2.4.1.A Administração Pública Em Dois Sentidos: ............................................................... 6

2.4.1.1.Sentido Orgânico ........................................................................................................ 6

2.4.1.2.Sentido Funcional Ou Material .................................................................................. 6

2.4.2.O princípio de imprescritibilidade................................................................................. 7

2.4.2.1.O princípio de intangibilidade das decisões individuais constitutivas de direitos. .... 7

2.4.2.2.O princípio de publicidade da atividade administrativa. ............................................ 7

As decisões, quer regulamentar quer individuais, são oponíveis aos particulares depois de
terem sido levadas ao seu conhecimento pela publicação ou pela notificação.( Artigo 7 e
Artigo 63 do Decreto n.° 30/2001, de 15 de Outubro) ........................................................... 7

2.4.2.3.O princípio de prossecução do interesse público ....................................................... 7

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 8

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS. .................................................................................. 9


CAPÍTULO I:NTRODUÇÃO

A função Administrativa é aquela que, no respeito pelo quadro legal e sob a direção dos
representantes da colectividade, desenvolve as atividades necessárias à satisfação das
necessidades colectivas. Para este trabalho traremos o sistema administrativo Moçambicano.

1.1.Objectivos:

1.1.1.Geral

Analisar o sistema administrativo moçambicano;

1.1.2.Específicos

Descrever a evolução histórica do sistema administrativo.


Falar dos princípios norteadores do sistema administrativo em Moçambique
Caracterizar o sistema administrativo moçambicano;
Descrever os princípios norteadores do sistema administrativo moçambicano.

1.2.Metodologias

Para a realização do presente trabalho foi usado a revisão literária e culminou com a escolha
de manuais que encontra referenciadas na última pagina.

2
CAPÍTULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1.O Sistema Administrativo Moçambicano.

2.1.1. Conceito

Os sistemas administrativos são o conjunto de elementos e métodos relacionados entre si


para realizar o controle administrativo nas organizações ou empresas , correspondendo
à administração que deve organizar e garantir os recursos humanos e técnicos. O
funcionamento do sistema administrativo consiste em manter uma base de dados onde são
registados pessoas, serviços, produtos, vendas, inventários ou facturas consoante o local onde
é efectuado o método, cada área é fiscalizada.( O que é Sistemas Administrativos ,oque-
e.com).

2.2.Evolução histórica da administração pública

2.2.1. Sistema administrativo tradicional

Este sistema era caracterizado pela inexistência de uma separação entre a função
administrativa e a função jurisdicional e pela não subordinação da Administração Pública ao
princípio da legalidade ao contrário do que hoje acontece, por exemplo, em Portugal, em que
os órgãos e agentes administrativos estão subordinados à Constituição e à lei e devem atuar
com respeito pelos princípios da igualdade, da proporcionalidade, justiça, da imparcialidade e
da boa-fé (artigo 266º nº2 CRP).

Não havia separação de poderes e as normas que regulavam a Administração Pública eram
normas avulsas que não constituíam um sistema e podiam ser afastadas e dispensadas.
Desta forma, podemos concluir que não havia Estado de Direito.

Com a Revolução americana de 1776 e a Revolução Francesa de 1789 foram proclamados


os direitos humanos como direitos naturais, anteriores mas também superiores aos do
Estado, a separação de poderes e o princípio da legalidade.

Um dos principais objetivos era instaurar o mecanismo de separação de poderes. No entanto,


não ocorreu a separação entre administração e justiça.

2.2.2.Sistema administrativo de tipo britânico ou de administração judiciária

Sistema administrativo de tipo britânico ou de administração judiciária


Sistema administrativo de tipo britânico ou de administração judiciária

3
Uma das mais relevantes características deste sistema, por ser um elemento que
permite a perspicaz diferenciação deste sistema para com o sistema administrativo de tipo
francês prende-se com o facto de, no sistema britânico existir, de facto, uma sujeição da
administração aos tribunais comuns. Os litígios que surgiam entre as entidades
administrativas e os particulares eram resolvidos pelos tribunais comuns e não por um
tribunal especial, uma vez que a administração estava submetida ao controlo jurisdicional dos
primeiros. Deste modo, a Administração estava sujeita ao direito comum. Ademais, em
Inglaterra, era necessário que a administração fosse a um tribunal comum para obter deste
uma sentença para que a sua anterior decisão se tornasse imperativa no caso em concreto. Ou
seja, perante o cenário em que um órgão da Administração toma uma decisão que é
desvantajosa para um particular esta não pode, a seu bel-prazer, ordenar que o particular
satisfaça a sua ordem. Quero com isto dizer que, este tipo de administração não tinha
força executória própria. Outro dos elementos que caracteriza a administração judiciária é o
facto de os particulares, ao sentirem que algum dos seus direitos foi violado, poderem
recorrer para um tribunal superior (King’s Bench). O juiz dos tribunais comuns podia anular
decisões e ordenar às autoridades administrativas que cumpram a lei o que nos permite
afirmar que os tribunais comuns gozavam de plena jurisdição face à Administração Pública.4
É igualmente de salientar que, neste sistema administrativo, as autarquias locais tinham
autonomia face à administração central do Estado, não sendo, por isso, consideradas um
instrumentos do governo central.

2.2.3.Sistema administrativo de tipo francês ou de administração executiva

Sistema administrativo de tipo francês ou de administração executiva


O Estado Liberal afirmou os direitos fundamentais dos cidadãos, o princípio da
separação de poderes e o princípio da legalidade. No entanto, neste sistema, assistimos a uma
promiscuidade entre administração e justiça como irei, de seguida, demonstrar. Mas antes de
mais, é necessário perceber as razões que estiveram subjacentes a esta promiscuidade.
Em primeiro lugar, os tribunais franceses não eram vistos com bons olhos por parte dos
revolucionários franceses, dado que no período pós revolucionário os tribunais
continuavam nas mãos dos antigos titulares do poder jurisdicional que eram oriundos da
nobreza. Deste modo, os revolucionários preocuparam-se com o facto destes antigos titulares
do poder jurisdicional do antigo regime se fossem opor à nova administração. Para
além disso, em monarquia constitucional, a afirmação do poder do rei como chefe do
executivo e a afirmação de limites à sindicabilidade dos seus actos, em continuidade com o

4
estado pré constitucional. Por fim, o facto de se acreditar que a função administrativa apenas
fosse a de executar as decisões legislativas terá levado à crença de que esta não necessitava
de um controlo jurisdicional.

Passando às características deste sistema administrativo, podemos apontar em primeiro


lugar o facto de a administração estar sujeita à jurisdição dos tribunais
administrativos, uma vez que a lei proibia que os juízes comuns conhecessem dos litígios
contra a administração. No ano de 1799, foram criados os tribunais administrativos que eram
órgãos da administração e que tinham a função de fiscalizar a legalidade dos atos da
Administração e de julgar o contencioso administrativo. Concebeu-se aquilo que ficou
chamado de sistema do administrador juiz.5 Havia a convicção de que, como a
Administração tinha em vista prosseguir o interesse público de modo a satisfazer as
necessidades coletivas, esta poderia sobrepor-se aos poderes dos particulares. A
Administração tinha poderes de autoridade que os particulares não tinham. Um dos
poderes de autoridade que caracterizava a administração pública deste sistema era o facto de
a administração poder executar as suas decisões por autoridade própria, quando um particular
não se sujeitasse às suas ordens, sem ter de recorrer para o tribunal. A isso chama-se o
privilégio da execução prévia. As garantias que os particulares porventura tivessem contra a
administração, eram efetivadas através dos tribunais administrativos e não através dos
tribunais comuns.6 Ao contrário do que acontece hoje em dia, os particulares tem
varias garantias como as garantias petitórias e as garantias

impugnatórias. A administração tinha como função conferir um estatuto privilegiado à


administração. A administração era uma administração agressiva. Mais uma
característica deste sistema é o facto de existir uma enorme centralização do poder no
governo central. As autarquias locais, embora com personalidade jurídica própria, eram
instrumentos administrativos do poder central. Para o Prof. Doutor Vasco Pereira da
Silva, este período que corresponde aos séculos XVIII e XIX designa-se como o período do
pecado original ( bartelho, s.d.).

2.3.Princípios norteadores.

1. Legalidade: A Administração Pública deve agir em conformidade com a lei, ou seja, só


pode fazer aquilo que está previsto de forma expressa na legislação. Isso garante que os actos
administrativos sejam realizados dentro dos limites estabelecidos e de acordo com os
procedimentos legais.

5
2. Impessoalidade: Esse princípio visa garantir que os agentes públicos ajam de forma
imparcial, sem privilegiar pessoas ou grupos específicos. A Administração Pública deve
tratar todos os cidadãos de maneira igualitária, sem discriminações ou favorecimentos
indevidos.

3. Moralidade: A conduta ética é um pilar fundamental na Administração Pública. Os agentes


públicos devem se pautar por princípios como honestidade, probidade e boa-fé no exercício
de suas funções. A moralidade impede práticas corruptas, favorecimentos ilícitos e qualquer
ato que prejudique o interesse público.

4. Publicidade: A transparência é um dos alicerces da Administração Pública. Os actos,


contratos e decisões administrativas devem ser divulgados de forma clara e acessível a todos
os cidadãos. Garantir a publicidade das acções governamentais contribui para o controle
social e fortalece a democracia.

5. Eficiência: A Administração Pública deve buscar a melhor utilização dos recursos


disponíveis, visando alcançar os resultados desejados de forma ágil e econômica.

2.4.Administração Pública Mocambicano

A administração pública é concebida, do ponto de vista orgânico, como um sistema de


órgãos, serviços e agentes do Estado, bem como as demais pessoas coletivas que asseguram
em nome da coletividade a satisfação regular e contínua das necessidades coletivas tais como
A Segurança E Bem Estar (Caetano, 1997)

2.4.1.A Administração Pública Em Dois Sentidos:

· Orgânico; e
· Material ou Funcional.

2.4.1.1.Sentido Orgânico

A Administração Pública, em sentido Orgânico, é constituída pelo conjunto de órgãos,


serviços e agentes do Estado e demais entidades públicas que asseguram, em nome da
colectividade, a satisfação disciplinada, regular e contínua das necessidades colectivas de
segurança, cultura e bem-estar.

2.4.1.2.Sentido Funcional Ou Material

6
A administração pública, em sentido material ou funcional, pode ser definida como a
actividade típica dos serviços e agentes administrativos desenvolvida no interesse geral da
comunidade, com vista a satisfação regular e contínua das necessidades colectivas de
segurança, cultura e bem-estar, obtendo para o efeito os recursos mais adequados e utilizando
as formas mais convenientes. (CAETANO , 1997).

2.4.2.O princípio de imprescritibilidade

Nos termos da Constituição da República(,Artigo 3 do Decreto n.° 23/2007 de 09 de Agosto


de 2007) o regime jurídico dos bens do domínio público, bem como a sua gestão e
conservação deve respeitar o princípio da imprescritibilidade.

O princípio de imprescritibilidade significa que, praticamente, se um particular instala-se


numa parcela do domínio público, e mesmo se este permaneça nesta um número
indeterminado de anos, o referido particular jamais poderá adquirir a propriedade desta
parcela por prescrição aquisitiva como ele como o poderia fazer no caso em que o terreno
fosse propriedade de uma pessoa privada.

2.4.2.1.O princípio de intangibilidade das decisões individuais constitutivas de direitos.

A decisão individual constitutiva de direitos, torna-se, em princípio, intangível desde que


tenha produzido efeitos e a Administração já não a pode revogar, mesmo sendo ilegal.
(Artigo 126 da Lei n.° 14/2009, de 17 de Março) O princípio da intangibilidade das decisões
individuais constitutivas de direitos é uma das construções mais originais do regime
administrativo.

2.4.2.2.O princípio de publicidade da atividade administrativa.

As decisões, quer regulamentar quer individuais, são oponíveis aos particulares depois
de terem sido levadas ao seu conhecimento pela publicação ou pela notificação.( Artigo
7 e Artigo 63 do Decreto n.° 30/2001, de 15 de Outubro)

2.4.2.3.O princípio de prossecução do interesse público

Os particulares escolhem livremente os seus fins; a Administração está adstrita à prossecução


do interesse geral. (Artigo 5 do Decreto n.° 30/2001, de 15 de Outubro) e parcela por
prescrição aquisitiva como ele como o poderia fazer no caso em que o terreno fosse
propriedade de uma pessoa privada.

7
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema de administração publica em Moçambique teve grande contornos ate chegar aos
dias de hoje. O sistema administrativo em Moçambique pode orgânico ou funcional, com os
seguintes princípios norteadores: O princípio de imprescritibilidade, O princípio de
intangibilidade das decisões individuais constitutivas de direitos, O princípio de publicidade
da atividade administrativa e O princípio de prossecução do interesse público.

8
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

Sitoe, Ernesto Ismail (2022). Princípios basilares que norteiam a administração em


Moçambique. Moçambique.

https://www.bing.com/ck/a?!&&p=5713e59f7b829672JmltdHM9MTcxMDg5Mj...

Tânia Botelho Direito (s.d). Administrativo. A Evolução Histórica Do Direito Administrativo.


S.L.

O que é Sistemas Administrativos (oque-e.com)

Você também pode gostar