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Licenciatura em direito
ISCED – Niassa
Lichinga
Discente: Docente:
Fátima Matanga
Lichinga
2021
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Licenciatura em direito
ISCED – Niassa
Lichinga
Discente: Docente:
Fátima Matanga
Lichinga
2021
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Índice
1. Introdução..................................................................................................................3
1.1. Objectivos...................................................................................................................3
1.1.1. Geral........................................................................................................................3
1.1.2. Específicos...............................................................................................................3
1.2. Metodologia............................................................................................................3
3. Garantias Administrativas..........................................................................................5
4. Conclusão.................................................................................................................14
5. Bibliografia..............................................................................................................15
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1. Introdução
As garantias são os meios criados pela ordem jurídica com a finalidade de evitar ou de
sancionar quer a violações do direito objectivo, quer as ofensas dos direitos subjectivos e
dos interesses legítimos dos particulares, pela administração pública. Elas são preventivas
ou repressivas, conforme se destinem a evitar violações por parte da Administração
Pública ou a sancioná-las, isto é, a aplicar sanções em consequência de violações
cometidas. Elas constituem os meios jurídicos de defesa dos particulares contra a
Administração Pública. A sua finalidade consiste na prevenção ou na sanção da violação
de direitos ou de interesses legalmente protegidos dos administrados, provocada por acção
ou por omissão da Administração Pública.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral
1.1.2. Específicos
1.2. Metodologia
Para a concretização do trabalho, foi necessário o uso de fontes bibliográficas, assim
como o uso de internet com vista sustentar o trabalho.
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Atribui-se aos particulares determinados poderes jurídicos que funcionem como protecção
contra os abusos e ilegalidades da administração pública, e a garantia dos particulares.
Segundo CAUPERS (2009), as garantias são os meios criados pela ordem jurídica com a
finalidade de evitar ou de sancionar quer a violações do direito objectivo, quer as ofensas
dos direitos subjectivos e dos interesses legítimos dos particulares, pela administração
pública.
Por sua vez, as garantias são garantias da legalidade ou dos particulares, consoante tenham
por objectivo primacial defender a legalidade objectiva contra actos ilegais da
Administração, ou defender os direitos legítimos dos particulares contra as actuações da
Administração Pública que as violem.
Estas garantias são efectivadas através dos órgãos políticos do estado, consistindo no
direito de resistência, consagrado no art. 21º CRP, e no direito de petição, quando exercido
perante um órgão de soberania, de acordo com o art. 52º CRP.
Este tem vantagem de poder ser exercido, não somente por nacionais, mas por quaisquer
pessoa que se encontrem ou residam em território. Para além de não estar sujeito qualquer
formalidade ou processo específico.
Ambas as garantias são insuficientes, uma vez que cobrem poucos casos e por serem
confiadas a órgãos políticos estão sujeitas a ser apreciadas de acordo com critérios de
convivência política, e nem sempre por critérios de imparcialidade.
3. Garantias Administrativas
Estas garantias são mais vantajosas para os particulares, uma vez que os órgãos
administrativos não atendem, geralmente, a motivação de carácter político. No entanto, os
órgãos da administração pública estão muitas vezes orientados na sua tomada de decisão
por critérios de eficiência na prossecução do interesse público, e não tanto pelo respeito a
legalidade e aos interesses dos cidadãos. Por este motivo surgiram as garantias
contenciosas (AMARAL, 2016).
Petitórias e Impugnatórias.
Entende-se por Garantias Petitórias, as garantias que têm por base a existência de um
pedido, por parte do particular, dirigido à Administração Pública e que não pressupõem a
prévia prática de um ato administrativo.
Dentro deste direito, cabe a faculdade de acesso aos arquivos e registos administrativos,
mesmo que não se encontre em recursos qualquer procedimento que diga directamente
respeito ao particular, o que confirma que, em princípio, qualquer pessoa tem legitimidade
para exercer este direito (FREITAS DO AMARAL, 2013).
Os funcionários podem exercer este direito quando estejam perante ordens ilícitas dos seus
superiores hierárquicos ou quando duvidem da autenticidade de tais ordens.
De acordo com o Prof. Diogo Freitas do Amaral, “há uma relação particular entre a queixa
e a denúncia: Toda a queixa é uma denúncia, pois em toda a queixa se faz a denúncia de
certo comportamento de alguém. Mas, nem toda a denúncia é uma queixa: só há queixa
quando ela tem por objecto o comportamento de uma certa entidade, ao passo que pode
haver denúncias que tenham por objecto outras realidades que não o comportamento de
pessoas singulares ou colectivas”.
Surge na ordem jurídica portuguesa após o 25 de Abril de 1974, esta consagrada no artigo
23º da CRP. É uma figura independente dos tribunais e da administração, tendo como
principal missão ouvir as queixas que os cidadãos tenham da actuação da administração,
podendo estas ser relativas tanto a acções ou omissões de poderes públicos como incidirem
sobre questões de mérito.
São as que perante um acto administrativo já praticado, os participantes são admitidos por
lei a impugnar esse acto, isto é, a ataca-lo com determinados fundamentos.
As Garantias Impugnatórias, por sua vez, constituem os meios, criados pela ordem jurídica,
de que o particular se pode socorrer para solicitar a revogação, anulação, substituição ou
modificação de actos administrativos já praticados (arts.º 184.º/1 e 2 e 185.º/3 CPA),
permitindo que eles sejam impugnados perante a própria Administração Pública, isto é,
sem recorrer aos tribunais administrativos. Assim, são garantias que consubstanciam
mecanismos de fiscalização da actividade administrativa do Estado, os quais podem ser
usados sempre que sejam postos em causa direitos subjectivos ou interesses legalmente
protegidos dos administrados (art.º 186.º/1 CPA). Contudo, não poderá reclamar ou
recorrer administrativamente quem, sem reserva, tenha aceitado um ato administrativo
depois de praticado (art.º 186.º/2 CPA).
Existem quatro tipos de garantias de natureza impugnatória, consagradas nos artigos 191.º
a 199.º CPA
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A reclamação consiste no direito do particular que se considere lesado por um certo ato
administrativo de solicitar ao autor do mesmo a sua reapreciação (revogação ou
modificação) (art.º 191.º/1 CPA). A reclamação do acto administrativo nunca é uma
reclamação necessária, salvo lei especial. Tem, portanto, um carácter facultativo (art.º
185.º/2 CPA).
Regra geral, pode reclamar-se de qualquer acto administrativo, contudo não será possível
reclamar de um ato que decida anterior reclamação ou recurso administrativo, excepto com
fundamento em omissão de pronúncia (art.º 191.º/2 CPA).
O prazo para apresentar a reclamação, salvo lei especial, é de 15 dias (art.º 191.º/3 CPA),
enquanto o prazo de decisão sobre a reclamação por parte do órgão competente é de 30
dias (art.º 192.º/2 CPA).
O recurso hierárquico (arts.º 193.º a 198.º CPA), para o Prof. Diogo Freitas do Amaral, é
uma garantia administrativa dos particulares que consiste em requerer ao superior
hierárquico de um órgão subalterno a revogação ou anulação de um ato administrativo
ilegal por ele praticado ou a prática de um ato ilegalmente omitido pelo mesmo.
Pode ser de legalidade (particular pode alegar como fundamento a ilegalidade do ato
administrativo impugnado ou a ilegalidade da omissão de um ato devido); de mérito
(particular pode alegar como fundamento a inconveniência do ato impugnado ou da
omissão de um ato requerido); ou misto (particular pode alegar a ilegalidade e a
inconveniência do ato impugnado, ou optar por apenas uma destas, conforme o que for
mais satisfatório para os seus direitos ou interesses legítimos). Regra geral, os recursos
hierárquicos são de carácter misto (art.º 185.º/3 CPA), salvo quando a lei determine o
contrário (SILVA, 2000).
Art 185.º CPA - “(…) os recursos são necessários ou facultativos, conforme depende, ou
não, da sua prévia utilização a possibilidade de acesso aos meios contenciosos de
impugnação ou condenação à prática de ato devido.”
Este tipo de recurso apenas existe nos casos expressamente previstos por lei (art.º 199.º/1
CPA). São aplicáveis ao recurso hierárquico impróprio, com as necessárias adaptações, as
disposições reguladoras do recurso hierárquico (art.º 199.º/5 CPA).
O recurso tutelar (art.º 199.º/3, 4 e 5 CPA) consiste num recurso administrativo interposto
de um ato ou omissão de uma pessoa colectiva autónoma, perante um órgão de outra
pessoa colectiva pública que exerce sobre ela poderes de superintendência ou de tutela.
Assim, para que haja recurso tutelar, este não só deve estar expressamente previsto na lei
(carácter excepcional - art.º 199.º/1 CPA), mas também deve existir uma relação jurídica
de tutela administrativa ou de superintendência.
A este recurso aplicam-se as regras relativas ao recurso hierárquico, na parte em que não
contrariem a natureza própria deste e o respeito devido à autonomia da entidade que se
encontra tutelada (art.º 199.º/5 CPA).
1. Os cidadãos podem apresentar queixas por acções ou omissões dos poderes públicos ao
Provedor de Justiça, que as apreciará sem poder decisório, dirigindo aos órgãos
competentes as recomendações necessárias para prevenir e reparar injustiças.
Esta figura não tem poder decisório, pois não dispõe de competência para
revogar ou modificar actos administrativos. Contudo, tem poderes
persuasórios, pelo que estuda o caso concreto e, se entender que o
particular tem razão na queixa, dirige recomendações às autoridades
competentes (SOUSA, 2009).
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Pode também, usando a teoria dos poderes implícitos, dialogar com as autoridades
administrativas postas em causa e “pressioná-las” a cumprir a lei ou corrigir as suas
omissões ou erros.
São tipos de garantia que se efectiva através dos tribunais. São as mais eficazes a assegurar
a defesa dos direitos subjectivos e interesses legítimos dos particulares.
Actualmente, desde as reformas no contencioso de 2002 – 2004, o leque é mais amplo. Por
consequência, existem diversas garantias dos particulares, sendo as principais:
4. Conclusão
Diante do exposto, foi possível concluir que existem diversas garantias dos particulares
face a administração pública, podendo estas ser de carácter político, administrativos ou
contenciosos, consoante o órgão que as efectiva. Por outra, As garantia políticas traduzem-
se no direito de resistência e no direito de petição, consagrados respectivamente nos art.
21º e 52º da CRP. Neste caso, a actuação do Provedor de Justiça rege-se por princípios
fundamentais, nomeadamente o informalismo (deve procurar a verdade e o esclarecimento
dos factos através de todos os meios que estejam ao seu alcance) e o contraditório (não
pode censurar ou criticar algum órgão da Administração Pública, sem que lhe tenha
assegurado anteriormente o direito de esclarecer e fundamentar a sua posição).
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5. Bibliografia