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2º Ano
Faculdade Direito
2º Ano
Índice
Introdução.....................................................................................................................................4
1.1.Os poderes......................................................................................................................5
1.5.As protecções...............................................................................................................11
1.5.1.A protecção dos agentes da Administração (A).....................................................11
1.5.2.A protecção dos bens (B).........................................................................................13
Conclusão...................................................................................................................................14
Referências Bibliográficas..........................................................................................................15
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Introdução
De acordo com Freitas (2002), os Estados que têm um regime administrativo apresentam
caracteres diferentes, por um lado, todas as funções administrativas são fortemente centralizadas
e confiadas a um poder único; por outro lado, esse poder, enquanto que jurídico, isto é, enquanto
que encarregado de estabelecer as normas jurídicas que regularão a sua própria actividade e
actuação, não é o Poder judicial, mas o Poder Executivo, resultam dessa situação várias
consequências: os agentes administrativos não estão sob a autoridade directa dos tribunais
comuns e das leis gerais, mas sim sob a autoridade hierárquica de superiores que pertencem ao
Poder Executivo e a sua actuação é regulada por leis e regulamentos especiais; as autoridades
administrativas gozam do "privilégio da execução prévia", e as suas decisões gozam de
"executoriedade" sem que seja necessário nenhuma autorização prévia do Poder judicial; os
agentes administrativos processados em responsabilidade têm, até um determinado ponto, uma
garantia administrativa; não existe só uma espécie de jurisdição, mas uma dualidade de
jurisdições, isto é, há uma jurisdição administrativa ao lado da jurisdição comum, e essas duas
ordens de jurisdições são constitucionalmente separadas.
E é com base no tema acima mencionado que o presente trabalho tem como objectivo geral
descrever os fundamentos e efeitos do privilégio de execução; tendo como objectivos específicos
mencionar e caracterizar os fundamentos do privilégio de execução, e mencionar e caracterizar os
efeitos do privilégio de execução; e para a concretização destes objectivos utilizou-se como
metodologia, as referências bibliográficas.
b) Segundo, a Administração Pública beneficia de protecções especiais que lhes são concedidas,
pela ordem jurídica, contra a acção dos particulares.
1.1.Os poderes
De acordo com Rousset (1994), o privilégio da execução prévia resulta da possibilidade que a
Administração tem de tomar decisões executórias, isto é, a Administração é dispensada, para
realizar os seus direitos, do prévio recurso a um tribunal. Por outras palavras, o privilégio da
execução prévia significa que o acto é revestido de uma presunção de legalidade que obriga o seu
destinatário a executá-lo antes de qualquer contestação (N.° 1 do Artigo 29 da Lei n.° 9/2001).
Esta situação atribui à Administração, pelo menos, duas vantagens:
Primeiro, no âmbito do processo administrativo contencioso, o recurso contencioso não tem
efeito suspensivo da eficácia da decisão impugnada, isto é, o facto de que o particular recorre
do acto administrativo não impede este de ser executado e a Administração poderá executar
este acto apesar de ter um recurso deste pendente perante o juiz.
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Pode acontecer que o dono da obra opõe resistência activa ou passiva à ordem de demolição.
Neste caso, a regulamentação vigente prevê um procedimento, ao mesmo tempo, equilibrado e
cauteloso em relaçao aos direitos dos particulares e da própria Administração, (Decreto n.°
2/2004, de 31 de Março). Primeiro, a demolição não poderá ser ordenada sem que se proceda a
vistoria, com observação da execução das obras necessárias para corrigir más condições de
conservação, salubridade, solidez e segurança contra risco de incêndio.
Por outras palavras, a Administração deve tomar o cuidado de verificar se existe efectiva e
objectivamente uma situação factual contrária aos requisitos previstos na regulamentação vigente
considerados como essenciais para garantir o interesse público lato sensu. Assim, a demoliçao
tem lugar quando o prosseguimento das obras for irremediavelmente incompatível com o
projecto aprovado, com a segurança de pessoas ou bens, com os instrumentos de planeamento
territorial ou com a legislação sobre terras, ambiente e construção. Além disso, a demolição pode
também ter lugar quando, por razões de interesse público, os direitos de uso e aproveitamento da
terra hajam sido revogados ou as propriedades revertidas para o Estado, ou ainda quando as
construções se desenvolvam ilegalmente em zona de reserva.
Segundo, o interessado deve ser ouvido no processo para conhecer e avaliar o seu ponto de visto
e argumentos. Com efeito, de acordo com a regulamentação vigente, (Decreto n.° 2/2004, de 31
de Março). “A ordem de demolição (...) é antecedida de audição do interessado, que dispõe de 15
de dias a contar da data da sua notificação para se pronunciar sobre o seu conteúdo”. Terceiro, a
entidade ordenante procede à demolição da obra por conta do infractor.
Em todo caso, a execução forçada de um acto ilegal bem como a execução forçada irregular de
um acto legal são ambos fontes de responsabilidade (N.° 2 do Artigo 58 da Constituição). É
também o caso quando o Instituto Nacional de Viação ordena a apreensão de veículos quando
não tenham a matrícula regularizada ou o título de registo de propriedade regularizados, quando
sejam encontrados a transitar estando o respectivo livrete apreendido ou quando sejam
encontrados a transitar sem o respectivo número de matrícula ou com um número diferente
(Artigo 43.° do Código da Estrada).
1.5.As protecções
A segunda vertente das prerrogativas administrativas é constituída pelas “protecções” especiais
que beneficiam à Administração. Entende-se que em razão das missões e tarefas que a
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Administração desempenha, esta deve-se beneficiar de algumas “protecções” que lhes permitem
realizar eficazmente essas. Nesta perspectiva, pode-se distinguir dois tipos de protecção: a dos
seus agentes (A); e a dos seus bens (B).
dos órgãos e aos agentes da pessoa colectiva de direito público, ou seja, pelos danos produzidos é
responsável, única e exclusivamente, a pessoa do seu autor.
Todavia, a “imunidade” do funcionário não é total; a administração tem um direito de regresso
contra o seu agente para pedir-lhe o reembolso dos indemnizações pagas à entidade prejudicada,
(N.° 2 do Artigo 58 da Constituição; alínea c) do Artigo 16 do Decreto n.° 30/2001).
Conclusão
Relativamente as consequências jurídicas, causadas na aplicação do privilégio de execução
prévia, ficou claro que, o privilégio de execução prévia, lesa os direitos subjectivos dos
particulares, uma vez que não existe igualdade entre a administração pública e o particular,
relativamente ao processo de indemnização, muita das vezes, esta indemnização não é feita
conforme, tendo em conta que o particular perde determinados direitos em função da execução
prévia. Portanto quando um direito do particular é violado, este, tem o direito de ser compensado
ou substituído, porém muita das vezes a indemnização não tem sido favorável ou justa para o
particular, uma vez que na negociação o estado também tem estado acima do particular. Munido
do seu poder de autoridade, não dando muitas escolhas ao particular, por exemplo, a execução
para destruição de um património de luxo de um particular, para a construção de um hospital,
todavia o hospital é benéfico para todos, ou seja é de interesse colectivo, porém o estado também,
no acto de indemnização deve olhar para todos aspectos relativamente ao edifício do particular,
ou seja a indemnização deve ser feita de acordo com o valor real do património de luxo do
particular.
Todavia o particular goza de reais garantias, porém ficou claro que estas garantias não
conseguem fazer face ao privilégio de execução prévia, uma vez que, mesmo com as garantias, o
particular, tem visto os seus direitos a serem violados. Entretanto a morosidade processual
contribui para que o interesse do particular seja violado.
investimentos de empresas estrangeiras assim como internas, para o progresso deste país.
Contudo a administração pública, diante de um interesse colectivo não pode ficar paralisado, por
conta de um interesse privado, tendo em conta que estes interesses vão beneficiar a colectividade,
por isso que o estado dotou ao órgão administrativo ou seja a administração pública de poder para
vencer as injustificadas resistências do particular.
Referências Bibliográficas
1. ANDRADE, Vieira de, Lições de Direito Administrativo, 5ª edição. Coimbra, 2017.
2. FREITAS, DO Amaral Diogo, Curso Direito Administrativo, Voll. II, 3 ed. Almedina 2002;
3. MACIE, Albano, lições de direito administrativo Moçambicano, em especial, Vol. III,
Maputo 2018;
4. WEIL, P. O Direito Administrativo, Coimbra, Ed. Almedina, 1977.
5. BRAIBANT, G., STIRN, B., Le droit administratif français. Paris. Presses de la Fondation
Nationale des Sciences Politiques/Dalloz 4.ª.ed. 1997.
6. ROUSSET, M. Droit administratif. Vol. I, Grenoble, PUG, 1994.
7. LAUBADÉRE, A, DE., J. C. VENEZIA., GAUDEMET, Y., Traité de Droit administratif.
Tome I. Paris. 13.ª Ed., LGDJ, 1994.
8. Constituição da Republica de Moçambique de 2004 actualizada em 2018.
9. WACKENHUT MOÇAMBIQUE, LIMITADA, 30 de Outubro de 2007, Proc. 06/2007-1ª.
10. Decreto n.º 30/2001, de 15 de Outubro.
11. n.° 1 do Artigo 822.° do Código de Processo Civil.
12. Decreto n.° 19/2005, 22 de Junho de 2005.
13. Decreto n.° 2/2004, de 31 de Março.
14. Decreto-Lei n.° 39, de 6 de Novembro de 1959.
15. Decreto n.° 54/2005, de 13 de Dezembro.
16. Decreto n.° 9/2007, 30 de Abril de 2007.
17. Decreto n.° 35/2007, de 27 de Junho de 2007.