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SUMÁRIO
PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS ......................................................................................................................... 2
1. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS ......................................................................... 2
1.1 – SENTIDO ............................................................................................................................................ 2
1.2 – CONSEQUÊNCIAS IMPORTANTES ..................................................................................................... 2
1.3 – POSSIBILIDADE DE INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO ................................................................ 3
2. PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE ........................................................................ 3
2.1 – SENTIDO ............................................................................................................................................ 3
2.2 – CONSIDERAÇÕES RELEVANTES ......................................................................................................... 4

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PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS
1. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS
1.1 – SENTIDO
Continuidade significa ausência de interrupção, sequência ou ação incessante.
Este princípio impede a interrupção na prestação dos serviços públicos, ou seja, os
serviços públicos não podem sofrer solução de continuidade.
Segundo o magistério do professor Celso Antônio Bandeira Mello, o princípio da
continuidade dos serviços públicos é um subprincípio, derivado do princípio da
obrigatoriedade do desempenho da atividade pública que é oriundo do princípio fundamental
da indisponibilidade.
Trata-se de um princípio implícito da Administração Pública.

1.2 – CONSEQUÊNCIAS IMPORTANTES


O princípio da continuidade gera consequências importantes para o serviço público, para
os servidores públicos e para os contratos administrativos.
Vejamos algumas dessas consequências:
I. Proibição geral de greve nos serviços públicos. Essa vedação, que antes se entendia
absoluta, está consideravelmente abrandada, pois a atual Constituição Federal, no art.
37, inciso VII, determina que o direito de greve será exercido “nos termos e nos limites
definidos em lei específica”.
O STF, considerando a inércia do Poder Legislativo de não regulamentar o referido
direito paredista outorgado pela nossa Constituição aos servidores públicos civis,
decidiu pela aplicação da Lei nº 7.783/89, que confere direito de greve aos
trabalhadores da iniciativa privada.
II. Necessidade de institutos como a suplência, a delegação e a substituição para preencher
funções públicas temporariamente vagas. Assim, por exemplo, durante o gozo de férias
ou de licenças dos agentes públicos, a Administração Pública deverá indicar os
respectivos suplentes ou substitutos, para que não haja descontinuidade na prestação
do serviço.
III. Impossibilidade, para quem contrata com a Administração, de invocar a exceptio nom
adimpleti contractus (exceção do contrato não cumprido) nos contratos que tenham por
objeto a execução de serviços públicos.
Diante dessa regra, não se admite que o particular contratado suspenda a execução de
um contrato administrativo por inadimplemento da Administração contratante.
Entretanto, a impossibilidade aqui tratada é relativa face ao disposto no art. 78, inciso
XV, da Lei nº 8.666/93, que autoriza, ressalvadas as situações excepcionais elencadas
como calamidade pública, grave perturbação da ordem ou guerra, o particular
contratado a suspender a prestação de serviços e buscar a rescisão judicial do contrato,
quando o atraso dos pagamentos devidos pela Administração Pública for superior a 90
dias.

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Neste caso, verifica-se que o princípio da continuidade guarda estreita pertinência com
o princípio da supremacia do interesse público. Em ambos se pretende que a
coletividade não sofra prejuízos em razão de eventual realce a interesses particulares.
IV. A possibilidade de encampação nos contratos de concessão de serviço público. Trata-se
a encampação como forma de extinção dos contratos de concessão de serviços públicos
por razões de interesse público, sendo realizada mediante autorização legislativa e
prévio pagamento de indenização à concessionária.
Neste caso, para que não haja descontinuidade na prestação do serviço público, os bens
pertencentes à concessionaria serão revertidos para o Poder Público concedente.

1.3 – POSSIBILIDADE DE INTERRUPÇÃO DO SERVIÇO PÚBLICO


Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção:
1. em situação de emergência;
2. motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e
3. por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

A Lei nº 14.015, de 15/6/2020, que promoveu alterações na lei de serviços públicos (Lei
nº 8.987/95), veda a suspensão da prestação de serviço em virtude de inadimplemento por
parte do usuário que se inicie na sexta-feira, no sábado ou no domingo, bem como em feriado
ou no dia anterior a feriado.

2. PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE


2.1 – SENTIDO
O princípio da razoabilidade conduz às ideias de adequação e de necessidade. Assim, não
basta que o ato da Administração tenha uma finalidade legítima. É necessário que os meios
empregados pela Administração sejam adequados à consecução do fim almejado e que sua
utilização, especialmente quando se trata de medidas restritivas ou punitivas, seja realmente
necessária.
Comportamentos imoderados, abusivos, irracionais, desequilibrados, incoerentes ou
desarrazoados não são compatíveis com o interesse público, pois geram a possibilidade de
invalidação administrativa ou judicial do ato deles resultantes.
Já o princípio da proporcionalidade representa uma das vertentes do princípio da
razoabilidade. Isso porque a razoabilidade exige, entre outros aspectos, que haja
proporcionalidade entre os meios utilizados pelo administrador público e os fins que ele
pretende alcançar. Se o ato administrativo não guarda uma proporção adequada entre os meios
empregados e o fim almejado, será um ato desproporcional, excessivo em relação a essa
finalidade visada.
Assim, sendo a decisão inadequada para alcançar a finalidade da lei, a Administração
Pública estará extrapolando os limites da discricionariedade administrativa, violando,
portanto, o princípio da proporcionalidade.
Tratam-se de princípios implícitos da Administração Pública, em que pese aparecerem de
forma expressa no art. 2º, parágrafo único, inciso VI, da Lei nº 9.784/99.

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“Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos


princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade,
proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório,
segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados,
entre outros, os critérios de:
(...)
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações,
restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público;”

2.2 – CONSIDERAÇÕES RELEVANTES


I. Tratam-se dos princípios da proibição de excessos. Segundo Celso Antônio Bandeira
de Mello, há duas formas de violação da proporcionalidade: pela intensidade e pela extensão
da medida adotada. Quanto à intensidade, haverá conduta desproporcional quando a força
da reação administrativa for incompatível com o baixo grau de lesividade do comportamento
a ser censurado. Por outro lado, quanto à extensão da medida a ser adotada, esta poderá ser
pessoal ou geográfica.
O professor Alexandre Mazza exemplifica a referida extensão:
“devido a existência de algumas casas de jogos eletrônicos no entorno de
escolas infantis, a prefeitura determina o fechamento de todas as lojas do ramo
dentro do Município. Nesse caso, não há ilegalidade no conteúdo (intensidade) da
decisão, mas quanto a sua abrangência territorial (extensão)”.

II. Impõem limitações à discricionariedade administrativa, ampliando-se o âmbito de


apreciação do ato administrativo pelo Poder Judiciário.
Ao explicar as limitações do poder discricionário da Administração Pública e o
consequente controle pelo Judiciário, a professora Fernanda Marinela adverte:
“Nessa situação, apesar de se reconhecer que o controle judicial não pode
atingir a conveniência e oportunidade, a discricionariedade do administrador, deve-
se admitir que o Poder Judiciário acabará interferindo no juízo de valor do
administrador, no mérito do ato administrativo, limitando a sua liberdade (assim, não
se admitem mais qualquer conveniência e oportunidade; essas devem ser razoáveis).
Essa interferência só será possível quando existir violação à razoabilidade, ofendendo
o texto constitucional e, consequentemente, o princípio da legalidade”.

III. Art. 5º, inciso LXXVIII, CF: “a todos, no âmbito judicial e administrativo, são
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua
tramitação”. Neste caso, trata-se da razoabilidade no prazo de tramitação dos processos
judiciais e administrativos.
A professora Maria Sylvia Zanella Di Pietro esclarece:

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“O intuito evidente é o de acelerar essa tramitação, o que somente será possível


com a criação de instrumentos adequados. Não adianta impor finalidades sem
outorgar os meios necessários. Uma medida que pode colaborar com a consecução
desse fim é a súmula vinculante (...). A súmula, uma vez aprovada pelo STF, será
obrigatória, não só para os demais órgãos judicias, como também para toda a
administração pública, direta e indireta, federal, estadual e municipal”.

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