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ADMINISTRATIVO
Introdução
A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) preconiza
que os princípios do Direito Administrativo poderão ser utilizados
quando a legislação for omissa, pelo que se depreende que são eles
que dão o sentido geral das normas, buscando um sentido para o
ordenamento jurídico. Na Administração Pública, não é diferente, e
o Direito Administrativo possui diversos princípios, que são normas
gerais e obrigatórias que definem as condutas a serem praticadas
pelos indivíduos.
Neste capítulo, você vai ler sobre alguns dos princípios perten-
centes ao Direito Administrativo, como o princípio da continuidade
do serviço público, o princípio da moralidade administrativa e os
princípios da eficiência e da segurança jurídica. Você também verá
por que esses princípios são tão importantes e essenciais para o
Direito Administrativo.
água;
energia elétrica;
saúde pública.
posterior, para que seja totalmente aplicada. Dessa forma, a greve no serviço
público, para ser respaldada na legalidade, deveria seguir a legislação que
regulamenta o exercício da greve. Entretanto, apesar de o STF ter reconhecido,
em outras ocasiões, a ausência da norma e determinado sua produção, o órgão
legislativo se manteve inerte. Neste passo, o STF altera sua postura e passa,
não só a reconhecer a ausência da lei para estabelecer algumas condições para
o exercício do direito, determinando a aplicação da lei de greve dos demais
trabalhadores aos servidores públicos. Assim, enquanto não elaborada a lei
de greve do serviço público, o STF vem definindo os parâmetros pertinente
a esse exercício.
Art. 6º [...]
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção
em situação de emergência ou após prévio aviso, quando:
[...]
II — por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade
(BRASIL, 1995, documento on-line).
2 Moralidade administrativa
De acordo com o princípio da moralidade, a conduta do administrador público
deve ser sempre guiada pela moral, pela ética e pelos bons costumes. Os
agentes públicos não podem agir de modo duvidoso, com desonestidade. A
população precisa confiar naqueles que a administram e que a representam.
Segundo Scatolino e Trindade (2016, p. 63):
Art. 37 [...]
§ 4º [...]
a) suspensão dos direitos políticos;
b) a perda da função pública;
Os gestores públicos devem agir de modo a que suas condutas sejam as mais honestas,
dignas de confiança da população. Como detentores do poder público, eles têm
a obrigação de agir com moralidade, não se aceitando por parte deles quaisquer
condutas que possam ferir a ética e os bons costumes. Os administradores devem
agir com presteza e de forma a atender aos anseios da sociedade, mas de forma legal
e, acima de tudo, leal para com os cidadãos. Uma conduta imoral, além de ferir o
princípio da moralidade, fere também o princípio da legalidade, pois as leis deveriam
ser constituídas por dispositivos que tendem a fazer a moralidade administrativa ser
cumprida em sua totalidade.
Os atos da Administração Pública não poderão retroagir para retirar benefícios conce-
didos mediante uma ilegalidade, pois, em tese, os administrados não têm culpa dos
atos falhos e eivados de vícios praticados pelos agentes públicos ou ditados por uma
legislação inconsistente. Também não pode a Administração Pública conferir efeito
retroativo a uma nova norma. Os efeitos serão sempre ex nunc, ou seja, do momento
presente em diante, e nunca ex tunc, retroativo.
Leituras recomendadas
BRASIL. Lei nº. 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Regula o processo administrativo no
âmbito da Administração Pública Federal. Diário Oficial da União, 1 fev. 1999. Disponí-
vel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm. Acesso em: 24 set. 2019.
BRASIL. Lei nº 14.129, de 29 de março de 2021. Dispõe sobre princípios, regras e instru-
mentos para o Governo Digital e para o aumento da eficiência pública e altera a Lei
nº 7.116, de 29 de agosto de 1983, a Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 (Lei de
Acesso à Informação), a Lei nº 12.682, de 9 de julho de 2012, e a Lei nº 13.460, de 26 de
junho de 2017. Diário Oficial da União, 2021. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/lei/l14129.htm. Acesso em: 21 mar. 2022.