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O serviço público não pode parar e deve sempre atender ao interesse público. Excepcio-
nalmente, pode ocorrer sua interrupção, como segurança das instalações, melhoria (casos
de bairros que têm interrompidos os fornecimentos de água ou energia, por exemplo, para
reparos e melhorias). A interrupção também pode ocorrer por inadimplemento do particular. O
princípio da continuidade dos serviços públicos fundamenta a proibição de algumas catego-
rias entrarem em greve (como a segurança pública). A greve nesses casos só poderia ocorrer
se quem deu causa à mesma foi o Estado, por conta de negligência ou ilegalidade por ele
praticada. Quando a administração pública aplica a caducidade de um serviço público, pode
assumi-lo. A caducidade ocorre quando o particular não está prestando o serviço de maneira
correta (ex.: uma empresa que deveria prestar serviço de transporte público, mas não o exe-
cuta – a lei autoriza que a administração pública venha a prestar o serviço, podendo inclusive
realizar uma ocupação temporária).
O princípio da continuidade gera obrigação para a administração pública de prestar o ser-
viço para a comunidade de maneira correta.
Esse princípio é positivado, expresso em lei (que regulamenta concessão de serviços
públicos – Lei n. 8.987/1995).
Art. 6º
§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emer-
gência ou após prévio aviso, quando:
Obs.: se um raio atinge um transformador de energia que distribui energia para um bairro, o
serviço público será interrompido no bairro inteiro até que possa ser reestabelecido.
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Obs.: isso para proteger o particular: o banco pode não estar aberto para realização do
pagamento, por exemplo.
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(iii) impossibilidade, para quem contratada com a Administração, de invocar a cláusula da exceção
do contrato não cumprido (também não é uma vedação absoluta: em um contrato administrativo,
quando a administração atrasa os pagamentos por até 90 dias, o contratado deve continuar pres-
tando o serviço público. Só após 90 dias o contratado pode recorrer ao Judiciário e pedir a sus-
pensão do fornecimento da atividade. Ex.: uma empresa entrega merenda para as escolas e todo
dia 10 a administração realiza o pagamento. Se a administração não o realiza, o fornecedor deve
continuar o sérvio por 90 dias. Só após pode pedir ao Judiciário a suspensão do fornecimento da
atividade);
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A doutrina majoritária sustenta que o princípio da segurança jurídica pode ser dividido em
dois aspectos:
a. objetivo: garantia da estabilidade das relações jurídicas (objetivo porque está escri-
to na lei);
b. subjetivo: proteção à confiança do administrado (para alguns, o princípio da proteção à
confiança é um subprincípio do princípio da segurança jurídica), que deposita sua con-
fiança nos atos praticados pelo Poder Público. Pelo princípio da proteção à confiança
o administrado deposita sua confiança nos atos praticados pela administração. Dessa
forma, cria a expectativa de que serão respeitados pela própria Administração Pública.
Art. 5º, XXXVI, CF: a lei não prejudicará o direito, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (a lei não
pode alterar uma sentença que já foi dada pelo Judiciário). Quando a administração muda seu
posicionamento, os efeitos são ex nunc (dali em diante, não pode retroagir).
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DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/TJ-PR/JUIZ SUBSTITUTO/2017) De acordo com o art. 54 da Lei n.º 9.784/1999,
o direito da administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos
favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé. Trata-se de hipótese em que o legislador, em detri-
mento da legalidade, prestigiou outros valores. Tais valores têm por fundamento o princí-
pio administrativo da
a. presunção de legitimidade.
b. autotutela.
c. segurança jurídica.
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COMENTÁRIO
O ato é praticado e traz algum efeito favorável para o particular. Se tiver algum vício, a
administração tem 5 anos para fazer a anulação (salvo se o particular estiver de má-fé). Após
esse período, ocorre a convalidação tácita.
Ex.: um servidor aposenta, o ato já foi homologado pelo Tribunal de Contas, ele já rece-
beu a primeira parcela de seus proventos, e 3 anos depois, a administração descobre um
erro no processo de aposentadoria (o servidor ainda não tinha o tempo de contribuição exi-
gido pela Constituição). O ato nesse caso pode ser anulado. Se a administração descobre o
fato após 10 anos, não pode anular.
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Convalidação tácita: o ato se aperfeiçoa, não é possível alterá-lo mais.
Presunção de legitimidade: presume-se que os atos editados pela administração
são legais.
Princípio da autotutela: autocontrole.
Em relação aos princípios aplicáveis à administração pública, julgue o próximo item.
DIRETO DO CONCURSO
2. (CESPE/STJ/ANALISTA JUDICIÁRIO/2018) Em decorrência do princípio da segurança
jurídica, é proibido que nova interpretação de norma administrativa tenha efeitos retroati-
vos, exceto quando isso se der para atender o interesse público.
COMENTÁRIO
Mesmo se for para atender interesse público, uma nova interpretação não pode retroagir.
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procurou conjugar os aspectos de tempo e boa-fé, sendo certo que teve o objetivo funda-
mental de estabilizar as relações jurídicas pelo fenômeno da convalidação de atos admi-
nistrativos inquinados de vício de legalidade. Nesse contexto, de acordo com a doutrina
de Direito Administrativo, a citada norma aborda especificamente os seguintes princípios
reconhecidos da Administração Pública:
COMENTÁRIO
O ato pode ter vício em qualquer de seus elementos, se passar 5 anos, não é possível
alterá-lo mais, ele passa a ser válido.
Em relação aos princípios informativos da Administração Pública e aos atos administra-
tivos, julgue o item.
COMENTÁRIO
A nova interpretação jamais pode retroagir. Se beneficiar o particular, o particular no caso
utiliza a nova interpretação para ampliar seu direito, não é que a nova interpretação retroage.
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COMENTÁRIO
A administração pública tem relação vertical, mas precisa atender e respeitar os direitos
individuais.
GABARITO
1. c
2. E
3. b
4. E
5. d
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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