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LEI 8.

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Lei nº 8.112/1990 e suas alterações
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LEI Nº 8.112/1990 E SUAS ALTERAÇÕES

Depois da aplicação das provas, o responsável pelo concurso público realiza a homolo-
gação do certame. Trata-se de um ato administrativo que confirma a validade do concurso.
Trata-se de um ato importante, pois é após a homologação que começa a contar o prazo
de validade do concurso, que pode ser de até dois anos, podendo ser renovado uma única
vez por igual período.
Depois da homologação, os aprovados serão nomeados. Em seguida, os nomeados assi-
narão o termo de posse dentro do prazo de até 30 dias. O próximo passo é entrar em efetivo
exercício, o que pode acontecer dentro do prazo de até 15 dias após a posse.
Após a entrada em exercício, começa a contar o prazo do estágio probatório e o período
para a aquisição da estabilidade. Além disso, é após o exercício que a remuneração começa
a ser paga.

Da Nomeação

Art. 9º A nomeação far-se-á:


I – em caráter efetivo, quando se tratar de cargo isolado de provimento efetivo ou de carreira;
5m

Obs.: vale lembrar que o cargo isolado é aquele em que o servidor entra em uma determi-
nada classe e nela permanece ao longo de toda a sua vida. Esse tipo de cargo está
em desuso atualmente, visto que a maioria dos cargos hoje são de carreira, em que
o servidor progride ao longo de sua vida profissional para novos níveis ou classes.

II – em comissão, inclusive na condição de interino, para cargos de confiança vagos. (Redação


dada pela Lei n. 9.527, de 10/12/1997)
Parágrafo único. O servidor ocupante de cargo em comissão ou de natureza especial poderá ser
nomeado para ter exercício, interinamente, em outro cargo de confiança, sem prejuízo das atri-
buições do que atualmente ocupa, hipótese em que deverá optar pela remuneração de um deles
durante o período da interinidade. (Redação dada pela Lei n. 9.527, de 10/12/1997)

Ou seja, o servidor que ocupa interinamente o cargo de outro servidor, seja em razão de
sua saída ou de algum afastamento, poderá optar por receber a remuneração do seu cargo
ou do cargo de quem substituir.
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Outro ponto importante a se destacar é o fato de que a jurisprudência entende que o ser-
vidor aprovado dentro do número de vagas previstas para um concurso público tem direito
subjetivo à nomeação.
Tal questionamento foi objeto de discussão pelo Plenário do STF que, nos autos do RE
598099, firmou o seguinte entendimento:
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“Quando se afirma que a Administração Pública tem a obrigação de nomear os aprova-
dos dentro do número de vagas previsto no edital, deve-se levar em consideração a possi-
bilidade de situações excepcionalíssimas que justifiquem soluções diferenciadas, devida-
mente motivadas de acordo com o interesse público. Para justificar o excepcionalíssimo não
cumprimento do dever de nomeação por parte da Administração Pública, é necessário que a
situação justificadora seja dotada das seguintes características:
a) Superveniência: os eventuais fatos ensejadores de uma situação excepcional devem
ser necessariamente posteriores à publicação do edital do certame público;
b) Imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias,
imprevisíveis à época da publicação do edital;
c) Gravidade: os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser extrema-
mente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de
cumprimento efetivo das regras do edital;
d) Necessidade: a solução drástica e excepcional de não cumprimento do dever de
nomeação deve ser extremamente necessária, de forma que a Administração somente pode
adotar tal medida quando absolutamente não existirem outros meios menos gravosos para
lidar com a situação excepcional e imprevisível. De toda forma, a recusa de nomear candi-
dato aprovado dentro do número de vagas deve ser devidamente motivada e, dessa forma,
passível de controle pelo Poder Judiciário.”
(RE 598099, Relator Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, julgamento em 10/08/2011,
DJe de 03/10/2011, com repercussão geral – tema 161).
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DIRETO DO CONCURSO
1. (CESPE/TJDFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA) Para o STJ, o candidato
aprovado em concurso público, mas classificado fora do número de vagas previstas
no edital, tem direito subjetivo à nomeação se o candidato imediatamente anterior na
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ordem de classificação, aprovado dentro do número de vagas e convocado, tiver mani-


festado a sua desistência.

COMENTÁRIO
Caso ocorra a desistência do candidato que foi aprovado em último lugar na ordem de clas-
sificação, então o próximo candidato aprovado, mas que esteja fora do número de vagas
previstas em edital pode exigir a sua nomeação.

Jurisprudência:

Na hipótese de posse em cargo público determinada por decisão judicial, o servidor não
faz jus a indenização, sob fundamento de que deveria ter sido investido em momento ante-
rior, salvo situação de arbitrariedade flagrante. [Tese definida no RE 724.347, rel. min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. min. Roberto Barroso, P, j. 26/02/2015, DJE 88 de 13/05/2015, Tema 671.]
TEMA 838 – Editais de concurso público não podem estabelecer restrição a pessoas
com tatuagem, salvo situações excepcionais em razão de conteúdo que viole valores cons-
titucionais.
EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO.
CONCURSO PÚBLICO. TESTE DE APTIDÃO FÍSICA. CANDIDATA GESTANTE. DIREITO
À REMARCAÇÃO SEM PREVISÃO EDITALÍCIA. TEMA 335 DA REPERCUSSÃO GERAL.
RE 630.733. INAPLICABILIDADE. DIREITO À IGUALDADE, À DIGNIDADE HUMANA E À
LIBERDADE REPRODUTIVA. PRINCÍPIOS DA IMPESSOALIDADE E DA EFICIÊNCIA NO
CONCURSO PÚBLICO. RECONHECIDA A EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL.

Obs.: em resumo, a ementa do julgado acima aponta que a candidata gestante tem direito
a remarcar o seu teste de aptidão física em um concurso público.
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O servidor público, exceto alguns cargos específicos, tem o direito a fazer greve. Nessa
situação, o órgão ou entidade irá descontar os dias de paralisação do salário dos servidores
que aderiram à greve, salvo quando houver um acordo entre o sindicato e o órgão, entidade
ou Estado.
É o que aponta o julgado a seguir:
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“A administração pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes


do exercício do direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vín-
culo funcional que dela decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto
será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita
do Poder Público.” (RE 693.456/RJ).
Ou seja, se a greve foi provocada por conduta ilícita do poder público, então não se pode
descontar os dias de greve dos servidores.
Exercicio do direito de greve por policiais civis – funções relacionadas à manuten-
ção da ordem pública – ilegalidade:
“I – Os Policiais Civis do Distrito Federal exercem funções correlacionadas à manutenção
da ordem pública. II – O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), em 5/4/2017, no julga-
mento do Recurso Extraordinário com Agravo (ARE) 654432, com repercussão geral, assen-
tou que é inconstitucional o exercício do direito de greve por parte de policiais civis e demais
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública.”

DIRETO DO CONCURSO
2. (CESPE/2021/TC-DF/PROCURADOR) A vedação ao enriquecimento ilícito de servidor
público civil autoriza a administração pública a descontar-lhe os dias de paralisação
relativos ao exercício do direito de greve, ainda que este tenha sido invocado em decor-
rência de conduta ilícita do poder público.

COMENTÁRIO
A conduta ilícita do poder público impede o desconto dos dias de greve.
25m

3. (CESPE/2021/TC-DF/PROCURADOR) Acerca do direito de greve e de serviços essen-


ciais, julgue o item a seguir, de acordo com o entendimento jurisprudencial do STF.
É vedado o exercício do direito de greve a todos os servidores públicos que atuem dire-
tamente na área de segurança pública.

COMENTÁRIO
Os servidores da área de segurança pública são impedidos de fazer greve.
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4. (FGV/2022/PC-RJ/INVESTIGADOR) O prefeito do Município Beta, sensível com a situ-


ação de Joana, pessoa extremamente competente e confiável, com elevado poder de
liderança e que se encontrava desempregada, decidiu aproveitá-la em sua gestão.
Para tanto, solicitou que sua assessoria lhe indicasse como isso poderia ser feito, sen-
do-lhe respondido, corretamente, que Joana poderia ser nomeada:
a. para cargo de provimento efetivo, cargo em comissão ou função de confiança;
b. apenas para cargo em comissão ou função de confiança;
c. tão somente após a aprovação em concurso público;
d. apenas para uma função de confiança;
e. apenas para cargo em comissão.

COMENTÁRIO
Joana não pode exercer função de confiança, pois não é servidora efetiva, mas pode exer-
cer cargo em comissão.

Concurso Público

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em duas etapas,
conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de carreira, condicionada a inscri-
ção do candidato ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu custeio, e
ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente previstas.
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado uma única
vez, por igual período.

A prorrogação de um concurso público é ato discricionário da Administração Pública.


Todavia, em razão dos custos em se fazer um concurso público, quase sempre eles são
prorrogados.

Art. 12, § 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados em
edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso anterior
com prazo de validade não expirado.

Apesar da vedação expressa em se abrir um novo concurso na vigência de um anterior,


prevista no dispositivo acima, a Constituição Federal de 1988 traz uma previsão diferente:
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Art. 37, IV – durante o prazo improrrogável previsto no edital de convocação, aquele aprovado
em concurso público de provas ou de provas e títulos será convocado com prioridade sobre
novos concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira;

Ou seja, a Constituição Federal de 1988 permite que seja aberto um novo concurso
público dentro do prazo de validade de um concurso anterior, contudo, é preciso nomear pri-
meiro os aprovados do concurso mais antigo.
Em prova, é preciso observar a qual norma legal a banca se refere.

GABARITO
1. C
2. E
3. C
4. e

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Rodrigo Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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