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REQUERIMENTO

PORTARIA Nº 0142/2023- CG.

AO SR.

CORONEL QOPM RICARDO DE ALMEIDA PORTO.

PRESIDENTE DA COMISSÃO PEERMANENTE DE TRABALHOS RESPONSAVEL PELA DEMANDAS


REFERENTES AOS CONCURSOS FINALIZADOS PARA OS CARGOS DE SOLDADOS E TENENTES PMCE.

Requerentes:

FRANCISCO HILDIRAN SILVA FARIAS

“Concurso público. Nomeações. Anulação. Devido processo legal. O Supremo Tribunal Federal fixou
jurisprudência no sentido de que é necessária a observância do devido processo legal para a
anulação de ato administrativo que tenha repercutido no campo de interesses individuais.” (RE
501.869-AgR, rel. min. Eros Grau, julgamento em 23-9- 2008, Segunda Turma, DJE de 31-10-2008.)
(...). “Ao lado das garantias de publicidade, isonomia, transparência, impessoalidade, entre outras, O
DIREITO À NOMEAÇÃO REPRESENTA TAMBÉM UMA GARANTIA FUNDAMENTAL DA PLENA
EFETIVIDADE DO PRINCÍPIO DO CONCURSO PÚBLICO.” (RE 598.099, rel. min. Gilmar Mendes,
julgamento em 10-8-2011, Plenário, DJE de 3-10-2011, com repercussão geral.) No mesmo sentido:
RMS 28.911, rel. min. Cármen Lúcia, julgamento em 13-11-2012, Segunda Turma, DJE de 4-12-2012.
Vide: MS 31.790-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, julgamento em 29-4-2014, Segunda Turma, DJE de
15-5-2014; ARE 661.760-AgR, rel. min. Dias Toffoli, julgamento em 3-9-2013, Primeira Turma, DJE de
29-10-2013; MS 24.660, rel. p/ o ac. min. Cármen Lúcia, julgamento em 3-2-2011, Plenário, DJE de
23-9- 2011.
I - DOS FATOS

1. O autor se inscreveu no Concurso Público destinado ao preenchimento de 2.850 (dois mil


oitocentos cinquenta) cargos de Soldado da PMCE, previstos no edital nº 1/2008 - PMCE, e
concluíram com êxito todas as etapas do certame conforme documentos referentes ao Curso de
Formação, prova objetiva final e Homologação da última fase (D.O.E. nº 121 de 01 de julho de 2010)
cujas cópias seguem em anexos.

2. Ocorre que, a Administração Pública, por força do edital suplementar de nº 79/2009 - PM/CE, em
pleno andamento do certame ampliou as vagas iniciais de 2.850(dois mil oitocentos cinquenta),
passando a disponibilizar 5.225 (cinco mil duzentas e vinte e cinco) cargos para aqueles que
atingissem a nota mínima.

3. Em que pese à ampliação do número de vagas, durante a vigência do certame em comento, não
fora publicada uma lista dos classificados, tampouco foram convocados os candidatos com as vagas
reservadas, plenamente aprovados, inviabilizando que os mesmos pudessem se beneficiar da
referida ampliação

4. A presente ilegalidade resultou na homologação final do certame com apenas 1.678 (mil
seiscentas e setenta e oito) aprovados, restando nada menos do que 3.547 (três mil quinhentos e
quarenta e sete) cargos ociosos conforme Edital de homologação 057/2010 – PMCE.

5. O Edital nº58/2010, reservou a vaga vindicada pelo autor, fazendo constar o compromisso do
demandado de GARANTIR a VAGA, para o candidato cuja classificação é a que consta do Anexo I do
Edital nº56/2010, em anexos. Alertando que a reserva das vagas foi à justificativa para fazer constar
os nomes dos autores no edital de homologação final.

6. SR. Presidente da comissão., o pretendente ficou classificado dentro do número de vagas


alçadas no Edital 56/2010 e seu nome consta no Edital nº57/2010 de Homologação Final, portanto,
seria preciso um processo administrativo disciplinar para sua exclusão dos quadros da corporação
castrense. Visto que, todo Ato Administrativo é jurídico e é perfeito (art.37, CF/88), sob pena de
anulação ou revogação.

7. Preclaro julgador, os vínculos jurídicos administrativos erigidos com as matriculas no Curso de


Formação de Soldado, aprovações tanto nas etapas deste como na prova objetiva final (art. 209, da
lei 13.729/2006) concomitante com o assento dos seus nomes no editalicio de homologação final
irradiando a total regularidade administrativa dos promoventes, ou seja, o administrador não podia
colocar os seus nomes no RESULTADO FINAL do certame, mesmo com ressalvas, eis que, a dita
homologação faz prova junto ao Tribunal de Contas do Estado do Ceará, de que o certame foi
encerrado e foram preenchidos todos os cargos anunciados no editalicio.

8. Assim, seu nome consta como Soldado pronto e no serviço ativo para prestação de contas junto
ao Tribunal de Contas do Estado do Ceará, entretanto, empós homologação final do certame o autor
foi afastados do serviço ativo a alijados dos seus vencimentos, de forma despótica.

9. Sr.Presidente, o promovido submeteu-se ao Concurso Público para ingresso na PM-CE, vindo a se


matricular no Curso de Formação de Solado e a concluir o mesmo com êxito, mormente logrando
aprovação da prova objetiva final e laborando por vários anos.

O Edital nº56/2010 comprova as suas aprovações, por isso ostentam direito subjetivo a ocupação da
vaga reservada, consoante a jurisprudência dos sodalícios STJ e STF acima lançada.

10. Sr. presidente, diante dos pródigos estipêndios financeiros para formar o requerente inclusive
com o financiamento de vários cursos na área da Segurança Pública, tudo as expensas do Erário, por
isso seria menos vantajoso para a Administração Pública ficar sem os préstimos dos autores e
desperdiçar tudo o que foi gasto e despendido na formação do mesmo do que mantê-lo na
corporação castrense.

11. Resta lúcido alertar que os compromissos assumidos no Edital 58/2010, já foram vilipendiados
pelo administrador abrindo novos concursos e chamando alguns candidatos e outros não, para
reposição das pendências, malgrado no tocante às vagas reservadas poucas foram entregue aos
candidatos aprovados.

12. Em boa hora, outro ATO ADMINISTRATIVO espontâneo do demandado reascendeu as chamas do
direito dos ora requerentes, ou seja, o EDITAL DE RECLASSIFICAÇÃO nº23/2023 – PMCE, de 07 de
julho de 2023, dos candidatos com pendência nos certames 2006/2008, como fato novo ensejando o
vertente pleito (NOVA CAUSA DE PEDIR).

13. Sr.presidente , os autores não discutem nesta ação, problemas pretéritos ao ato homologatório
final do certame, ocorrido em 2010-EDITAL 57, visto que, seu interesse de agir, para este novo pleito,
se estriba no EDITAL DA 8º RECLASSIFICAÇÃO nº23/2023 – PMCE, de 07 de julho de 2023, dos
candidatos com pendência nos certames 2006/2008, como aprovado e no Edital 57/2010, de
Homologação Final ratificado pelo Edital 58/2010 reservando as vagas.

14. No intuito de esclarecer, missão incumbida ao patrono jurídico signatário, vejamos: os autores
obtiveram medida judicial que autorizou as suas matriculas no Curso de Formação de Soldado,
dentro do qual realizaram todas as demais etapas do certame, inclusive lograram aprovações na
prova objetiva final e laboraram por alguns anos, e, 3.547 (três mil quinhentos e quarenta e sete),
cargos ficaram ociosos. A decisão judicial, apenas autorizava as matriculas no curso. A gama de
resultados positivos são méritos dos autores ao azo de deliberação administrativa.

15. Portanto, não custa evidenciar que os autores não discutem nesta ação, as querelas dantes do
ato homologatório final do certame, já que este ato é administrativo, jurídico e perfeito, verificando
a consonância com os requisitos legais condicionadores de sua válida emissão, decorrente do
controle interno de legalidade, que confirma a legitimidade do procedimento.

16. No STJ, o Ministro Humberto Martins, destacou que a jurisprudência do STJ entende que, “(...)
Embora homologado o certame, permanece o interesse de agir do candidato, uma vez que
permanece no mundo jurídico o ato ilegal que o excluiu do certame (...)”.

II - DO ESCORÇO JURÍDICO E DA LEGITIMA INTERVENÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO.

1. A Constituição Federal garante que não escapara da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou
ameaça de lesão a direito subjetivo do jurisdicionado. Como vaticina o artigo 5º, XXXV: “A lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. O dispositivo em tela não quer
dizer apenas que todos têm direito a recorrer ao Poder Judiciário, mas também quer significar que
todos têm direito à tutela jurisdicional, adequada e tempestiva.

2. Da mesma sorte corrobora a intervenção do Poder Judiciário, para a análise dos atos vinculados e
discricionários, quanto a estes, somente no pertinente à legalidade. Como doutrina, Maria Sylvia
Zanella DI PIETRO: "Com relação aos atos vinculados, não existe restrição, pois, sendo todos os
elementos definidos em lei, caberá ao Judiciário examinar, em todos os seus aspectos, a
conformidade do ato com a lei, para decretar a sua nulidade e reconhecer que essa conformidade
inexistiu. Com relação aos atos discricionários, o controle judicial é possível mas terá que respeitar a
discricionariedade administrativa nos limites em que ela é assegurada à Administração Pública pela
lei”.

4. A legislação pertinente, lei 13.729/2006, no art. 209, deixa bem claro como se dar a inclusão na
corporação militar, ou seja, através da matricula no Curso de Formação de Soldado, a decisão judicial
determinava a matricula no curso, o desempenho de lograr êxito nas demais etapas e prova objetiva
final, laborar por vários anos, realizando prisões e guarnecendo a Segurança Publica do nosso estado,
pertence ao autor, sendo que, o direito de usufruir dos seus préstimos militares incumbe a Sociedade
Cearense, que pagou para isso. Destaco o dispositivo mencionado: Art.209. Os militares estaduais
começam a contar tempo de serviço na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiros Militar do Ceará a
partir da data da sua inclusão no posto ou na graduação. Parágrafo único. Considera-se como data da
inclusão, para fins deste artigo:

I - a data do ato em que o militar estadual é considerado incluído em Organização Militar Estadual;

II - a data de matrícula em órgão de formação de militares estaduais;

III - a data da apresentação pronto para o serviço, no caso de Nomeação.

5. Nobre COMISSÃO, não existe discricionariedade em nomear candidatos aprovados cujos nomes
constam do Edital de Homologação Final, pelo contrario existe um dever do administrador que
atestou a higidez do procedimento estava escorreita, por isso reconhece a sua legalidade, ficando
vinculado ao número de vagas que publicou, e que informou ao Tribunal de Contas do Estado do
Ceará, no presente caso, 3.547 (três mil quinhentos e quarenta e sete) cargos, ficaram ociosos
conforme Edital de homologação 057/2010 – PMCE. E as vagas reservadas ficaram hibernando em
relação aos candidatos. Embora o sol tenha brilhado para alguns.

III - DA NECESSIDADE DO DEFERIMENTO DA MEDIDA DE URGÊNCIA E EVIDENCIA DETERMINANDO


O CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE FAZER CONTIDA NOS EDITAIS Nº 57 e 58, AMBOS DE 2010.

Sr.Presidente , consta nos autos arcabouço probatório suficiente para embasar o pleito antecipatório
da vaga requestada. Poderia ser requerida medida antecipatória antecedente, deixando a
fungibilidade ao poder geral de cautela do julgador.

cargos ficaram ociosos para serem preenchidos, ainda, os vínculos jurídicos erigidos com as
matriculas no Curso de Formação de Soldado, bem como as respectivas aprovações no curso e na
prova objetiva, ao azo do art. 209 da Lei 13.729/2006. Sobremaneira a homologação do resultado
final com o nome do autor e o exercício do cargo por anos, agregado ao DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO
nº158 de 25 de agosto de 2015.

. As medidas de urgência consagrada nos regramentos da Lei nº 12.153/2009, aplicam-se, conforme


o caso, com subsídio do CPC, este clama a prova inequívoca e o convencimento do magistrado da
verossimilhança das alegações, para o deferimento da medida antecipatória de tutela.

. Ao seu turno o art. 3º da Lei nº 12.153/2009, autoriza o deferimento para evitar dano de difícil ou
de incerta reparação.

Analisando os dispositivos pertinentes, tem-se que os editais acima relatados consistem na prova
inequívoca de tudo que foi postado nas vertentes considerações, espera-se que sejam entendidas
como verossímeis por Vossa Excelência.

A medida vergastada se justifica para evitar o perecimento do direito do demandante, pelo viés
prescritivo, visto que o ato homologatório data de julho de 2010.

. Assim, com azo no art. 3º da Lei nº 12.153/2009, roga o

DEFERIMENTO da medida para evitar dano de difícil ou de incerta reparação ao seu direito, de
modos a propiciar ao postulante cujo nome consta do Edital 57/2010 (homologação final, no status
de aprovado), o direito de assumir uma das vagas reservadas no Edital 58/2010, restabelecendo a
sua Numeração _____ da PMCE, Matricula Funcional nº.______, que se encontram em abertos.

9. Sr. Presidente, como já demonstrado acima, mais 3.547 vagas ficaram ociosas conforme Edital de
homologação nº 58/2010 – PMCE (D.O.E. nº 121 de 01 de julho de 2010). Então, tal vaga deve ser
assumida pelo candidato aprovado inclusive, com seu nome constando no Edital 57/2010 de
homologação final. Irradiando o DIÁRIO OFICIAL DO ESTADO nº22 de 07 de julho de 2023 8º
reclassificação, referente aos concursos 2006/2008.
10. DIANTE DO EXPOSTO REQUER O SEGUINTE: A concessão de medida de urgência e evidencia,
para determinar que o Estado do Ceará, cumpra a obrigação de fazer compreendida no compromisso
público e formal contido no Edital 58/2010, de reservar a vaga do candidato inserido no Edital nº
57 /2010 de Homologação Final do certame e outorgar ao autor a vaga reservada, restabelecendo a
sua Numerações/PMCE, Matricula Funcional, que se encontra em aberto, tudo em consonância com
as recentes decisões.; Seja, ao final, julgado procedente o pleito do autor e confirmada, em
definitivo, a vaga reservada para o cargo de Soldado da PMCE, que assegura ao autor o mesmo
direito garantido a outro candidato do mesmo certame em igual situação, pela via administrativa.

Nestes termos, pede deferimento.

FORTALEZA, 21 de dezembro de 2023.

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