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AO DD JUÍZO DA 23ª VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO

DE PERNAMBUCO

Processo nº 0801140-68.2023.4.05.8305

CONSULPLAN CONSULTORIA E PLANEJAMENTO EM


ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – EIRELI, já qualificada nos autos do processo
acima referenciado, Ação de Obrigação de Fazer com Tutela de Urgência c/c Danos
Morais ajuizada em seu desfavor por JOSE MARIO DE SOUZA JUNIOR, vem r.
à presença de V. Ex.ª, por intermédio de seu procurador, mandato anexo,
apresentar Contestação aos termos da inicial, tendo a aduzir o que se segue:

Aduz o Autor em apertada síntese, que se inscreveu para o Exame de


Suficiência do Conselho Federal de Contabilidade, Edital 02/2023; que obteve o
número de 24 (vinte e quatro) pontos/acertos, tendo sido reprovado no exame,
que exigia pontuação mínima de 25 (vinte e cinco) pontos/acertos; que as questões
14, 30, 32 e 34 da prova Tipo 3 – Amarela, merecem ser anuladas, pois possuem
erro grosseiro; que em face dos erros na elaboração das referidas questões, o
Autor faz jus à indenização por danos morais. Assim, requer a anulação das
questões 14, 30, 32 e 34 da prova Tipo 3 Amarela, e como consequência, a
atribuição dos pontos ao Autor e a concessão do Registro Profissional em
Conselho Regional de Contabilidade ao Requerente, além da devida indenização
por danos morais.

Liminar não apreciada.


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PRELIMINAR DE IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DA INTERFERÊNCIA DO
JUDICIÁRIO NO MÉRITO ADMINISTRATIVO

O assunto já é pacificado em todos os Tribunais de instâncias do


Judiciário:

Notícias STF
Quinta-feira, 23 de abril de 2015.

Judiciário não pode interferir em critérios fixados por banca examinadora de concurso
“Os critérios adotados por banca examinadora de concurso não podem ser revistos pelo
Poder Judiciário.” Esta tese de repercussão geral foi fixada pelo Plenário do Supremo
Tribunal Federal, em sessão nesta quinta-feira (23), no julgamento do Recurso Extraordinário
(RE) 632853. Por maioria de votos, os ministros reafirmaram jurisprudência do Tribunal e
assentaram que, apenas em casos de flagrante ilegalidade ou inconstitucionalidade, a
Justiça poderá ingressar no mérito administrativo para rever critérios de correção e de
avaliação impostos pela banca examinadora. A decisão terá efeito em, pelo menos, 196
processos sobrestados em tribunais de todo o país, que discutem o mesmo tema.
O recurso foi interposto pelo governo cearense contra acórdão proferido pelo Tribunal de
Justiça do Ceará (TJ-CE) que confirmou a anulação de 10 questões de concurso público,
realizado em 2005, para preenchimento de vagas de enfermeiro no Programa Saúde da
Família. Os candidatos alegavam que alguns dos itens impugnados possuíam mais de uma
resposta correta e que existiam respostas baseadas em bibliografia que não constava do
edital.
O relator do RE 632853, ministro Gilmar Mendes, ressaltou que a jurisprudência do STF é
antiga no sentido de que o Poder Judiciário não pode realizar o controle jurisdicional sobre o
mérito de questões de concurso público. O ministro destacou que a reserva de administração
impede que o Judiciário substitua banca examinadora de concurso, por ser um espaço que
não é suscetível de controle externo, a não ser nos casos de ilegalidade ou
inconstitucionalidade. No entendimento do ministro, a jurisprudência do STF permite apenas
que se verifique se o conteúdo das questões corresponde ao previsto no edital, sem entrar
no mérito. Segundo ele, no caso dos autos, houve indevido ingresso do Judiciário na
correção das provas.
Ao acompanhar o voto do relator, o ministro Teori Zavascki observou que a interferência do
Judiciário em concursos públicos deve ser mínima, pois se os critérios da banca forem
modificados com fundamento em reclamação de uma parcela dos candidatos, todos os
outros concorrentes serão afetados, violando o princípio da isonomia. O ministro ressaltou
que, ao determinar a correção de questões, especialmente em áreas fora do campo jurídico,
o juiz precisaria substituir a banca por pessoa de sua escolha, pois não é especialista no
assunto.
Ficou vencido o ministro Marco Aurélio, que não conhecia do recurso por entender que as
teses sustentadas pelo governo do Ceará – interferência entre poderes e violação da
isonomia – não foram examinadas pelo TJ-CE. No mérito o ministro também ficou vencido,
pois considera ser possível questionar com maior abrangência a legitimidade de concurso
público no Judiciário.

http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=290101
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Portanto, impende informar que não cabe ao Judiciário se manifestar
acerca da situação, uma vez que a cláusula está inserta no poder discricionário da
Administração, que utiliza dentro de sua conveniência para elaborar o Edital do
certame.

No referido Recurso Extraordinário, o STF, em sede de repercussão


geral, afirmou que apenas em situações excepcionais seria permitido ao Judiciário
realizar juízo de compatibilidade do conteúdo das questões do concurso com o
previsto no edital do certame.

Todavia, no presente caso, não se verifica tal excepcionalidade, pois


não resta evidente que haja descompasso entre o edital e o conteúdo da questão
ou seus critérios de correção.

DO MÉRITO

Como é cediço, o concurso público não tem lei própria que


estabeleça regras gerais para a sua deflagração ou desenvolvimento, cabendo ao
edital delimitar todas as nuances do procedimento seletivo, tais como
modalidades de avaliação, forma de aplicação das provas, critérios de avaliação,
dentre vários outros pormenores que se fizerem necessários ao regular e fiel
deslinde do certame como um todo.

Em razão disso, a jurisprudência sedimentou o entendimento que o


edital é soberano ao delimitar as regras dos certames públicos, consagrando o
brocardo jurídico que diz que o edital é a “lei do concurso público”.

O edital é o instrumento que convoca toda a sociedade para


participar do certame e, principalmente, a tomar conhecimento de suas regras,
vinculando não só os candidatos, como também ao ente público que o deflagrou.

Logo, cumpre ao interessado em nele concorrer cientificar-se das


regras previamente estipuladas para o certame, para que, havendo inteira
concordância com o estipulado no edital, possa efetivar a respectiva inscrição.

Caso discorde de qualquer norma estabelecida no comando


editalício pode o candidato impugnar a tempo e modo; o que não ocorreu.

Significa dizer que, uma vez estabelecidas as regras do procedimento


e anuídas pelo candidato no momento da inscrição, estas devem ser seguidas à
risca por todos os envolvidos, não podendo delas se afastar, sob pena de ofensa
direta aos princípios da legalidade e da vinculação ao instrumento convocatório.
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Disso resulta que no momento de sua inscrição o Autor conhecia, ou
ao menos deveria conhecer de plano as regras exaradas pelo comando editalício.

Impende salientar que TODAS as questões foram desenvolvidas em


conformidade com o que preconiza o Conteúdo Programático do Edital que
deflagrou o referido Exame de Suficiência, sendo certo que na fase recursal, as
questões que continham algum vício foram anuladas ou tiveram o gabarito
alterado.

Imperativo destacar que a fase recursal foi superada, sendo certo que
o Autor NÃO interpôs recursos contra as questões agora impugnadas, ou seja, no
primeiro momento concordava com o gabarito indicado pela Banca.

Não se perca de vista que os recursos interpostos por outros


candidatos foram devidamente respondidos e fundamentados, portando deve
prevalecer a regra do Edital, no sentido de que a decisão da banca examinadora
será irrecorrível, consistindo em última instância para recursos, sendo soberana
em suas decisões:

10.16 A decisão da banca examinadora será irrecorrível, consistindo em última


instância para recursos, sendo soberana em suas decisões, razão pela qual não
caberão recursos administrativos adicionais, exceto em casos de erros materiais,
havendo manifestação posterior da Banca Examinadora.

Contudo, melhor sorte não lhe assiste, haja vista que a presente
demanda tem por escopo única e exclusivamente a dilatação da via recursal,
fazendo com que o Poder Judiciário faça as vezes da Banca Examinadora e se
preste a analisar matéria de cunho meramente administrativo.

Dito isto, vejamos a questão ora impugnada pelo Autor, de modo a


afastar totalmente as alegações acerca das infundadas ilegalidades levantadas em
sede de obrigação de fazer:

Uma sociedade empresária que atua exclusivamente como papelaria


apresentava os seguintes saldos no Ativo, em seu Balanço Patrimonial, em
31/12/2022:
• Disponibilidades: R$ 20.000,00;
• Veículo “Van” utilizada no transporte de funcionários: R$ 200.000,00;
• Seguro do veículo “Van” pago antecipadamente, apropriado mensalmente de
forma linear e vigente para os dois anos seguintes: R$ 12.000,00;

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• Estoques com previsão de venda em até 90 dias: R$ 40.000,00;
• Imóvel alugado a terceiros: R$ 80.000,00;
• Contas a receber em 05/01/2024: R$ 60.000,00;
• Adiantamento a diretores para recebimento em 05/06/2023: R$ 16.000,00; e,
• Móveis utilizados no negócio da empresa: R$ 20.000,00.
Considerando, unicamente, as informações disponibilizadas e o disposto na
Lei nº 6.404/1976, assinale a alternativa
que indica o total do Ativo Circulante em 31/12/2022:
A) R$ 60.000,00.
B) R$ 66.000,00.
C) R$ 72.000,00.
D) R$ 82.000,00.

RESPOSTA AOS RECURSOS:


Recurso Improcedente. Ratifica-se a opção divulgada no gabarito preliminar.
A questão pede o total do ativo circulante em 31/12/2022, a partir dos saldos
contidos no enunciado. Entre os saldos está o seguro do veículo pago
antecipadamente, apropriado mensalmente de forma linear e vigente para os dois
anos seguintes, no valor de R$ 12.000,00. Como o saldo em 31/12/2022 é de
R$12.000, vigente para os dois anos seguintes, percebe-se que o valor é válido
para os anos de 2023 e 2024. Independente de quando o valor foi pago, o saldo
será válido para os dois anos seguintes.

Fonte:
• BRASIL. Lei nº. 6.404 de 17 de dezembro de 1976 e modificações
• SANTOS et. al., Manual de Contabilidade Societária, ed. Atlas
• SZUSTER et. al., Contabilidade Geral, ed. Atlas

Considerando o disposto em legislação vigente sobre crédito tributário,


assinale a afirmativa correta.
A) A imposição de penalidade por parte da autoridade pública competente ilide o
pagamento integral do crédito tributário.
B) O pagamento de um determinado crédito importa em presunção de pagamento
total de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.
C) É vedado, legalmente, que sujeitos ativos e passivos de obrigações tributárias
celebrem transação que, mediante concessões mútuas, importe em determinação
de litígio e possa extinguir crédito tributário.
D) Se determinado sujeito passivo tiver, simultaneamente, dois ou mais débitos
vencidos com uma mesma pessoa jurídica de direito público, a autoridade
administrativa competente para receber os valores devidos poderá determinar que
sejam imputados, primeiramente, os débitos por obrigação própria e, somente
depois, os débitos decorrentes de responsabilidade tributária.

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RESPOSTA AOS RECURSOS:
Recurso Improcedente. Ratifica-se a opção divulgada no gabarito preliminar.
Todas as afirmativas a serem julgadas tiveram por base o disposto na LEI Nº 5.172
de 1966 - Sistema Tributário Nacional (e alterações posteriores). O conhecimento
sobre referido conteúdo é passível de ser exigido, pois consta do conteúdo
programático existente no edital do certame: “6. NOÇÕES DE DIREITO E
LEGISLAÇÃO APLICADA. d) Direito e Legislação Tributária: Aspectos gerais do
Direito Tributário. Sistema tributário Nacional (...). Suspensão da Exigibilidade do
Crédito Tributário. Extinção e Exclusão do Crédito Tributário. Garantias e Privilégios
do Crédito Tributário.” Não foram observados equívocos no enunciado da questão.
Dentre as 4 alternativas disponibilizadas como possíveis respostas, apenas 1
atende ao comando da questão. A questão em si e o respectivo questionamento
atende ao conteúdo programático passível de ser exigido, conforme edital
pertinente. Vide resolução da questão:

Fonte:
• LEI Nº 5.172, DE 25 DE OUTUBRO DE 1966. Dispõe sobre o Sistema Tributário
Nacional e institui normas gerais de direito tributário aplicáveis à União, Estados e
Municípios.

Todo gestor, antes de decidir por investir ou não, precisa fazer a estimativa
do payback. Esse indicador é um importante fator dentro da análise de
viabilidade de qualquer iniciativa, sendo essencial na hora de decidir a
atratividade de um investimento. Considerando o payback, analise as
afirmativas a seguir.
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I. Quanto menor for o payback, menor é o risco e maior é a atratividade do
investimento.
II. O payback é mais utilizado em projetos de longo prazo, ideal para negócios de
grande porte ou complexos.

Assinale a alternativa correta.


A) As duas afirmativas são falsas.
B) As duas afirmativas são verdadeiras.
C) A afirmativa I é falsa e a afirmativa II é verdadeira.
D) A afirmativa I é verdadeira e a afirmativa II é falsa.
RESPOSTA AOS RECURSOS:
Recurso Improcedente. Ratifica-se a opção divulgada no gabarito preliminar.
O conteúdo programático considerado para sustentar a elaboração da questão foi o
seguinte: “MATEMÁTICA FINANCEIRA: c) Matemática Financeira aplicada à
Contabilidade e Análise de Investimentos: Payback.” No enunciado da questão está
literal, objetivo e claro que as afirmativas a serem avaliadas se referem ao
PAYBACK. O enunciado da questão contextualiza o candidato. A opção por apenas
duas afirmativas a serem julgadas foi cuidadosamente avaliada, tendo em vista
trata-se de assunto que não é tão comum no dia-a-dia da maioria dos profissionais
de contabilidade recém-formados. Vide a seguir a resolução da questão:

Fonte:
• SAMANEZ, CARLOS PATRÍCIO. MATEMÁTICA FINANCEIRA. PEARSON
PRENTICE HALL, 2010.
• HTTPS://WWW.SUNO.COM.BR/ARTIGOS/PAYBACK/

Em 05/01/2023, determinada academia de ginástica adquiriu um aparelho de


musculação por R$ 50.000,00 com a intenção de utilizá-lo durante cinco anos.
O frete para o transporte do aparelho foi de R$ 2.000,00, enquanto os custos
com a montagem foram de R$ 4.000,00. Além disso, os custos de
desmontagem e remoção do aparelho após cinco anos eram estimados em R$
5.000,00. Já os custos estimados de restauração do local onde estava o
aparelho eram de R$ 8.000,00. Tendo por base as disposições da NBC TG 27
(R4) – Ativo Imobilizado, assinale a alternativa que indica o custo do aparelho
de musculação contabilizado no balanço patrimonial da academia de
ginástica na data de aquisição.

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A) R$ 52.000,00.
B) R$ 56.000,00.
C) R$ 61.000,00.
D) R$ 69.000,00.

RESPOSTA AOS RECURSOS:


Recurso Improcedente. Ratifica-se a opção divulgada no gabarito preliminar.
De acordo com a NBC TG 27 (R4) – Ativo Imobilizado, “16. O custo de um item do
ativo imobilizado compreende: seu preço de aquisição, acrescido de impostos de
importação e impostos não recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os
descontos comerciais e abatimentos; quaisquer custos diretamente atribuíveis para
colocar o ativo no local e condição necessárias para o mesmo ser capaz de
funcionar da forma pretendida pela administração; a estimativa inicial dos custos de
desmontagem e remoção do item e de restauração do local (sítio) no qual este está
localizado. Tais custos representam a obrigação em que a entidade incorre quando
o item é adquirido ou como consequência de usá-lo durante determinado período
para finalidades diferentes da produção de estoque durante esse período”. 56
Ainda, “17. Exemplos de custos diretamente atribuíveis são: custos de benefícios
aos empregados (tal como definidos na NBC TG 33 – Benefícios a Empregados)
decorrentes diretamente da construção ou aquisição de item do ativo imobilizado;
custos de preparação do local; custos de frete e de manuseio (para recebimento e
instalação); custos de instalação e montagem; custos com testes para verificar se o
ativo está funcionando corretamente, após dedução das receitas líquidas
provenientes da venda de qualquer item produzido enquanto se coloca o ativo
nesse local e condição (tais como amostras produzidas quando se testa o
equipamento); e honorários profissionais”. Portanto, o custo do ativo imobilizado no
balanço patrimonial é de: R$50.000+R$2.000+R$4.000+R$5.000+R$8.000=
R$69.000. Assim, deve-se responder a questão com base no enunciado. Como não
há qualquer menção que há necessidade de ajuste a valor presente, entende-se
que não é necessário fazer este ajuste. Se fosse necessário, o fato deveria ser
mencionado no enunciado.

Fonte:
• BRASIL. NBC TG 27 (R4) – Ativo Imobilizado.

Pois bem, não foi constatada nenhuma violação indicada pelo Autor,
uma vez que todas as questões foram embasadas estritamente com o informado
em edital.

O autor se indigna com a possível erro grosseiro na formulação das


questões, porém como já retratado acima, houve fase recursal, no qual todos os
recursos apresentados foram apreciados e respondidos de forma fundamentada,
sendo certo que neste momento não há possibilidade revisão do mérito
administrativos sobre as questões.

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Vale destacar, que o autor não usufruiu da fase recursal afim de
reparar as questões mencionadas na inicial, portanto, o Autor concordava tanto
com a formulação, quanto com as respostas dadas as questões.

Disponível em: https://d3du0p87blxrg0.cloudfront.net/concursos/1757%20/%2024_1695690.pdf

Assim, não merece qualquer reparo às questões, tampouco se mostra


plausível a intervenção do Poder Judiciário no caso em tela.

Não há, pois, razão aos fatos alegados pelo Autor, conforme restou
amplamente destacado acima, sendo certo que caso V. Exª. julgue procedente os
pedidos iniciais, estar-se-á ferindo de morte todos os princípios norteadores dos
atos da administração pública, mormente no que se refere aos princípios da
isonomia, legalidade, impessoalidade e vinculação do instrumento convocatório,
ao passo que estar-se-á dando vantagem indevida aos candidatos em detrimento
a todos os demais.

A Consulplan cumpriu com aquilo que lhe cabia, seguindo


estritamente as regras exaradas pelo edital normatizador do concurso público,
bem como pelas leis, decretos.

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Ora, somente se mostra factível a intervenção do Poder Judiciário em
concursos públicos nas hipóteses de erros substanciais evidentes nas questões. E,
o que pode ser qualificado dentro dessa locução só se faz possível ao se ter como
parametrização estabilizações temáticas, como as situações hauridas e favorecidas
pelos enunciados sumulares ou, v.g., pelos precedentes judiciais.

Indicativos de possíveis outras interpretações, fiando-se numa ou


noutra vertente jurisprudencial, dentre várias factíveis, não pode ser autorizativa
para que o Poder Judiciário intervenha e substituía o órgão de correção.

Promover esse tipo de incursão corretiva certamente geraria


consequências sistêmicas danosas no propósito desse perfil de processo seletivo,
que é a de selecionar os mais aptos. Com efeito, caso o Poder Judiciário venha a
intervir no feito, introduziria espelhos corretivos coexistentes e distintos, um
fornecido pela Banca e outro pelo Poder Judiciário. Agir assim seria introduzir
uma nota de confusão com potencial de neutralizar a vocação dos processos
seletivos.

É por esse motivo que a excepcionalidade e a cautela devem ser


utilizadas a qualquer tipo de ensaio interventivo por parte do Poder Judiciário,
que só está habilitado a intervir se somente se deparar com erro substancial
evidente, locução coincidente, sob o aspecto processual, com a abusividade.

Neste diapasão, as alegações do Impetrante não merecem prosperar,


vez que a exordial não foi capaz de demonstrar o direito líquido e certo
supostamente obstado pelo ato apontado como coator, tampouco trouxe aos autos
prova pré-constituída capaz de sustentar o alegado na peça inaugural.

Impende destacar ainda, que somente se mostra factível anulação de


questões de concursos nas hipóteses de erros substanciais evidentes. E, o que
pode ser qualificado dentro dessa locução só se faz possível ao se ter como
parametrização estabilizações temáticas, como as situações hauridas e favorecidas
pelos enunciados sumulares ou, v.g., pelos precedentes judiciais.

Indicativos de possíveis outras interpretações, fiando-se numa ou


noutra vertente jurisprudencial, dentre várias factíveis, não pode ser autorizativa
para que o Poder Judiciário intervenha e substituía o órgão de correção.

Promover esse tipo de incursão corretiva certamente geraria


consequências sistêmicas danosas no propósito desse perfil de processo seletivo,
que é a de selecionar os mais aptos.
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Com efeito, caso o Poder Judiciário venha a intervir no feito,
introduziria espelhos corretivos coexistentes e distintos, um fornecido pela Banca
e outro pelo Poder Judiciário. Agir assim seria introduzir uma nota de confusão
com potencial de neutralizar a vocação dos processos seletivos.

É por esse motivo que a excepcionalidade e a cautela devem ser


utilizadas a qualquer tipo de ensaio interventivo por parte do Poder Judiciário,
que só está habilitado a intervir se somente se deparar com erro substancial
evidente, locução coincidente, sob o aspecto processual, com a abusividade.

Reitera que todas as questões foram estritamente embasadas no que


estipulava a norma editalícia, não se afastando do que ali estava escrito em
momento algum, ou seja, o princípio da legalidade e da vinculação do
instrumento convocatório foram cumpridos à risca.

DANO MORAL

Todavia, não se pode associar a não aprovação ou não participação


no Exame Suficiência com o dano moral. O dano, nesse caso, que se origina a
partir de uma oportunidade perdida está lidando com uma probabilidade, uma
situação que possivelmente aconteceria caso a conduta do agente violador não
existisse.

A teoria da perda de uma chance, portanto, constitui situação em


que a prática de um ato ilícito ou o abuso de um direito impossibilita a
obtenção de algo que era esperado pela vítima, seja um resultado positivo ou
não ocorrência de um prejuízo, gerando um dano a ser reparado. No caso em
comento, não há ilicitude, tampouco abuso de direito.

Todos os atos do Exame de Suficiência foram elaborados a luz dos


princípios da isonomia, impessoalidade, publicidade e vinculação ao
instrumento convocatório. Todo o suporte necessário foi disponibilizado aos
candidatos, de modo que podiam apresentar recurso em face do gabarito
preliminar.

O Autor não apresentou qualquer questionamento quanto às


questões agora impugnadas.

Ademais, os fatos narrados na inicial não são suficientes para


demonstrar ilícito ou afronta à honra e moral do Autor.

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No que diz respeito à indenização por dano moral, para sua
caracterização, exige-se que o aborrecimento tenha decorrido de um ato ilegal,
o que não se realizou, posto que os fatos narrados não possuem nenhum lastro
probatório e mesmo que houvesse, a conduta da Consulplan sempre foi pautada
dentro dos limites legais, visando a melhor saída para os candidatos.

Para ser indenizável cumpre que o dano, ademais de incidente sobre


um direito, seja certo, vale dizer, não apenas eventual, possível. A participação no
Exame de Suficiência não é, e nunca foi, um investimento em que se tem retorno
certo, garantido; ao contrário, é um risco, uma tentativa em meio a várias
possibilidades.

Deste modo, o Autor tinha ciência de que sua participação no


exame talvez não lhe trouxesse o retorno esperado. Ao aceitar fazer o exame o
Autor assumiu todos os riscos de uma prova avaliativa.

Incabível, no caso em apreço, a constatação de dano moral sob a


alegação de que viu frustrado o sonho de um emprego. Não há qualquer
equivoco nas questões

Não há que se confundir o direito a participação em um exame


público, adquirido com o simples pagamento da taxa de inscrição, com os direitos
subjetivos advindos da aprovação e classificação dentro dos critérios
estabelecidos pelo Edital. O Autor já participou de outros exames, sendo
reprovado:

01/2022 com 24 (vinte e quatro) pontos.


02/2022 com 17 (dezessete) pontos.
01/2023 com 22 (vinte e dois) pontos.
02/2023 com 24 (vinte e quatro) pontos.

Não se pode enfim permitir que a louvável ideia da compensação


indireta aos efetivamente afetados no âmbito psicológico, por fatos graves, possa
levar ao efeito inverso da formação de uma sociedade histérica e preocupada com
a monetarização dos transtornos, na qual o dano moral seja visto como fonte de
receita e na qual cada incidente seja tanto mais bem-vindo quanto maior o
poderio econômico do agente causador.

Desta forma, o que se espera é que seja o pedido de indenização por


danos morais julgado integralmente improcedente, a bem de cortar a veia incerta
da INDÚSTRIA DO DANO MORAL!
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A sensibilidade moral do Autor não pode alcançar a pretensão
indenizatória que reclama na inicial. Qualquer fato se transforma em motivo de
pedido de indenização por esse fundamento.

A esse respeito e trazer a transcrição o voto do Desembargador


SERGIO CAVALLIERI FILHO do Egrégio Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro,
no julgamento da Apelação Cível n° 8218/95, que assim se expressa:

A matéria de mérito cinge-se em saber o que configura e o que não configura o


dano moral. Na falta de critérios objetivos, essa questão vem se tornando
tormentosa na doutrina e na jurisprudência, levando o julgador à situação de
perplexidade. Ultrapassadas as fases da irreparabilidade do dano moral e da sua
inacumulabilidade com o dano material corremos agora o risco de ingressarmos na
fase da sua industrialização, onde o aborrecimento banal ou mera sensibilidade são
apresentados como dano moral, em busca de indenizações milionárias. Nessa linha
de princípio, só deve ser reputado como dano moral a dor, vexame, sofrimento ou
humilhação que fugindo à normalidade, interfira intensamente ao comportamento
psicológico do indivíduo, causando-lhe aflição, angústia e desequilíbrio em seu bem
estar. Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada
estão fora da órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte da
normalidade do nosso dia a dia no trabalho, no trânsito, entre amigos e até no
ambiente familiar, tais situações não são intensas e duradouras a ponto de romper
o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se assim não se entender, acabaremos por
banalizar o dano moral, ensejando ações judiciais em busca de indenizações pelos
mais triviais aborrecimentos (...)

Na mesma linha, afirma o Desembargador Antônio Saldanha


Palheiro:

“Especialmente nos Juizados Especiais Cíveis, onde o princípio legal e o número


avassalador de demandas inibe, se não impede, o aprofundamento investigativo, a
perplexidade se torna mais evidente, trazendo-nos o risco concreto de nos
transformarmos progressivamente em meros burocratas do direito, manipulados
pelos mais escusos interesses dos diversos grupos que se valem dos Juizados
Especiais como instrumento de suas especulações, perpetrando as conhecidas
práticas odiosas que os levaram à atual situação. Esperamos que a reflexão, o
debate e a prática reiterada na aplicação do direito concreto nos conduzam a uma
solução mais justa e eficiente na aplicação daquele que tem se revelado dos mais
importantes institutos do nosso século: o dano moral.” (PALHEIRO, Antônio
Saldanha. Dano Moral nos Juizados Especiais. Revista Direito em Movimento. Vol.
12. p.11,12 RiodeJaneiro. EMERJ/CEPES – 2º semestre 2010)

Em face de tais fundamentos, espera a Ré que seja o pedido de dano


moral julgado improcedente.

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13/14
DOS PEDIDOS

Isto posto, requer:

- seja indeferido o pedido de liminar formulado, uma vez que não


estão presentes os requisitos ensejadores do deferimento, especialmente do fumus
boni iures, uma vez que não há qualquer ilegalidade na formulação e correção da
questão 14, 30, 32 e 34 da prova tipo 3 – Amarela.

- seja extinto o feito sem resolução do mérito, ante a incompetência


do Poder Judiciário se manifestar contra o mérito administrativo ou pela
inadequação da via eleita;

- caso não seja entendimento de extinção do feito sem resolução do


mérito, requer sejam os pedidos julgados improcedentes, haja vista não ter a
Banca realizado qualquer tipo de irregularidade no que se refere a formulação
das provas/questões, tampouco feriu o direito de recurso do Autor, sendo certo
que sua nota corresponde aos acertos conforme gabarito definitivo publicado,
sendo certo que todos os procedimentos foram realizados em conformidade com
o que determina o Edital, reitera pela improcedência dos pleitos iniciais.

- seja o pedido de dano moral e danos materiais julgado inteiramente


improcedente, diante de todos os argumentos exaustivamente apresentados e da
documentação que atesta as verossimilhanças da tese de resistência.

- a condenação do Autor aos ônus sucumbenciais.

Requer provar o alegado por todos os meios de provas em direito


admitidos.

Espera deferimento.

Garanhuns, PE, 29 de novembro de 2023.

Nilo Sérgio Amaro Filho


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