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Visualização de Recursos, Contra-Razões e Decisõess

RECURSO:
RECURSO ADMINISTRATIVO CONTRA INABILITAÇÃO

Brasília 14 de setembro de 2.020

Ilustríssimo Senhor Pregoeiro da


Autoridade Portuária de Santos S.A
“SANTOS PORT AUTHORITY”

Referência: PREGÃO ELETRÔNICO Nº 26/2020.


PROCESSO 96/20 - 31
DA COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO – CODESP.

PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA – EPP, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ / MF sob nº
04.291.396/0001-24, com sede na SRTVS QD. 701 Bloco O, Lote 04, Sala 354, ASA SUL – Brasília/DF, vem
tempestivamente, por intermédio do seu representante legal que esta subscreve, perante Vossa Senhoria, apresentar
com fundamento no art. 5º, Inciso XXXIV- “a”, e LV, e art. 37º, ambos da Constituição da República Federativa do
Brasil, combinados com as determinações contidas em conformidade com a Lei nº 10.520/02 e a Lei 8.666, de 21 de
junho de 1993, mais precisamente o artigo 109, inciso I, alínea “a” e demais dispositivos legais pertinentes à matéria,
vem, perante V.S.ª, interpor o presente RECURSO ADMINISTRATIVO contra a equivocada decisão proferida por esse
respeitável Pregoeiro que a julgou como inabilitada no presente certame, cujo objeto da presente licitação é a
contratação de pessoa jurídica para a prestação dos serviços de elaboração e implementação de ações pertinentes ao
Programa de Educação Ambiental do Porto Organizado de Santos, em atendimento à Licença de Operação Nº
1382/2017. Tudo conforme adiante segue, solicitando, desde já, que seja a presente dirigida à autoridade que lhe for
imediatamente superior, caso V.S.ª não se convença das razões abaixo formuladas.

1. DA TEMPESTIVIDADE:

É o presente Recurso Administrativo plenamente tempestivo, uma vez que a opção para interposição de recurso foi
efetuada em 10/09/2020. E conforme preceitua o item 11.3: “A recorrente que tiver sua intenção de recurso aceita
deverá registrar as razões do recurso, em campo próprio do sistema ComprasNet, no prazo de 3 (três) dias, ficando os
demais licitantes, desde logo, intimados a apresentar contrarrazões, também via sistema, em igual prazo, que
começará a correr do término do prazo da recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos elementos
indispensáveis à defesa dos seus interesses.” Assim, a PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA – EPP, conforme
este item 11.3 do EDITAL, tem até o dia 15/09/2020.

2. PRELIMINARMENTE:

Cumpre destacar inicialmente que a PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA formula o presente Recurso
exclusivamente com base em sua interpretação objetiva das disposições vinculantes do certame licitatório, sem se
olvidar, outrossim, do EDITAL DE LICITAÇÃO DESTE PREGÃO ELETRÔNICO Nº 26/2020, do disposto na Lei Federal n°
10.520/02 e Leis correlatas, bem como, na própria Constituição Federal.
Assim sendo, não tem por objetivo o presente Recurso voltar-se contra esta d. Pregoeiro, ficando por tal razão,
consignado o respeito para com ele e seus membros. Em primeiro plano, sobre o direito de petição, a RECORRENTE
transcreve ensinamento do professor José Afonso da Silva, em sua obra “Direito Constitucional Positivo”, ed. 1.989,
página 382:
“É importante frisar que o direito de petição não pode ser destituído de eficácia. Não pode a autoridade a que é dirigido
escusar-se de pronunciar sobre a petição, quer para acolhê-la quer para desacolhê-la com a devida motivação”.
Também o renomado Mestre Marçal Justen filho, “in” Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, 8ª
ed., pág. 647 assim assevera:
“A Constituição Federal assegura, de modo genérico, o direito de petição (art. 5º, XXXIV, a), como instrumento de
defesa dos direitos pessoais, especialmente contra atos administrativos inválidos. Além disso, a Constituição assegura a
publicidade dos atos administrativos (art. 37) e o direito ao contraditório e à ampla defesa (art. 5º, inc. LV).”
Assim, requer a RECORRENTE que as razões aqui formuladas sejam devidamente autuadas e, se não acolhidas, o que
se admite apenas e tão somente “ad argumentandum”, que haja uma decisão motivada sobre o pedido formulado.

3. RECURSO ADMINISTRATIVO:

Contra a decisão do digníssimo Pregoeiro que inabilitou a recorrente, demonstrando os motivos de seu inconformismo
pelas razões a seguir proferidas:
Acudindo ao chamamento do EDITAL DE LICITAÇÃO DESTE PREGÃO ELETRÔNICO Nº 26/2020 da COMPANHIA DOCAS
DO ESTADO DE SÃO PAULO – CODESP para este certame licitacional, a recorrente veio dele participar com a mais
estrita observância das exigências editalícias. No entanto, o Pregoeiro julgou a RECORRENTE inabilitada no certame sob
a alegação contida nas MENSAGENS DE SESSÃO PÚBLICA DO COMPRASNET do dia 14/08/2020 transcrita abaixo:

Pregoeiro fala:
(14/08/2020 09:14:40)
Portanto senhores, a empresa será inabilitada por não ter atendido ao item de habilitação técnica que remete a
necessidade de apresentação do constante no item 3.8 do Termo de Referência.
Pregoeiro fala:
comprasnet.gov.br/livre/Pregao/Termojulg2.asp?prgCod=844102&ipgCod=23228305&reCod=477435&Tipo=R&Tipo1=S 1/3
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(14/08/2020 09:11:53)
Diante do exposto, tendo como base a documentação apresentada pela licitante, entende-se que indicação de
profissionais para cada função (no caso de analista socioambiental e ajudante especializado/TMA) não atendem ao
quantitativo de equipe técnica mínima, de acordo com o preconizado no item 3.8.1 do do Termo de Referência.
Pregoeiro fala:
(14/08/2020 09:10:59)
Como pode-se observar no item 3.8.1 do Termo de Referência, algumas atividades previstas exigem equipe de até três
analistas socioambientais / três ajudantes especializados-TMA.

Por isso, teria desatendido dispositivo do Edital. Ocorre que, essa decisão não se mostra consentânea com a
documentação ESCLARECIMENTOS - WALM disponibilizada no site: www.comprasgovernamentais.gov.br, ONDE NÃO
FOI OBSERVADA, FERINDO O PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO (ESCLARECIMENTOS -
WALM) como adiante ficará demonstrado.

4. AS RAZÕES E JUSTIFICATIVAS DA RECORRENTE:

Verifica-se que o JULGAMENTO DA FASE DE HABILITAÇÃO elaborado pelo Pregoeiro da COMPANHIA DOCAS DO ESTADO
DE SÃO PAULO – CODESP , concluiu pela inabilitação da PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA
exclusivamente por não ter apresentado a comprovação exigida no item 3.8.1 do Termo de Referência do EDITAL.
A PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA apresentou toda a documentação completa e correta exigida neste
EDITAL DE LICITAÇÃO para este certame licitacional no atendimento à FASE DE HABILITAÇÃO. Se não, vejamos:

Primeiro

A PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA para a comprovação da EQUIPE TÉCNICA MÍNIMA se baseou na
pergunta 1. (um) do caderno de perguntas e respostas – ESCLARECIMENTOS – WALM divulgado pelo Pregoeiro
conforme disciplinado pelo EDITAL DO PREGÃO ELETRÔNICO Nº 26/2020 – “item 5.5. As respostas aos esclarecimentos
e à impugnação interposta serão disponibilizadas diretamente no site www.comprasgovernamentais.gov.br, em campo
apropriado, e no site da SPA www.portodesantos.com.br, no link correspondente a esta licitação, constituindo encargo
dos interessados consultar regularmente o sistema para verificar a existência de mensagens/informações do Pregoeiro.”

Pergunta 1. (um):
ESCLARECIMENTOS – WALM
1.Em relação à equipe técnica mínima necessária à execução do objeto contratual, o item 3.8.3 do Termo de Referência
indica os documentos relativos a cada categoria profissional. Entendemos que a indicação de um único profissional para
cada categoria (e apresentação dos documentos dos mesmos) é suficiente para a fase de habilitação técnica. O
entendimento está correto?
Se não for este o caso quantos profissionais devem ser apresentados para cada categoria?
Sim, o entendimento está correto.

Verifica-se que a resposta do Pregoeiro à pergunta 1. (um) que, em relação à EQUIPE TÉCNICA MÍNIMA (3.8.1) a
indicação de um único profissional para cada categoria, com a apresentação dos documentos dos mesmos é suficiente
para a fase de habilitação técnica, pois, este respondeu, Sim, o entendimento está correto. Verifica-se ainda que a
pergunta 1. (um) ainda questionou que se não fosse este o caso, quantos profissionais deveriam ser apresentados para
cada categoria, onde o Pregoeiro ao afirmar que o entendimento estava correto, concordou com a indicação de um
único profissional para cada categoria.
Sabe-se que o licitante ao deparar-se com qualquer questão no edital que abra a possibilidade de dois ou mais
entendimentos, deve-se fazer um questionamento, por escrito, para a Administração sobre qual a forma correta de
interpretação daquele tema.
Além de ser obrigação de a Administração responder dentro do prazo previsto, quando for o caso, também deve ser
dada a devida publicidade à resposta visando garantir o Princípio da Isonomia, ou seja, que todos os envolvidos no
processo Licitatório possam ter acesso ao entendimento dado por aquela Administração para aquele tema.
Sabe-se ainda que a resposta ao pedido de esclarecimento fará parte da regra da Licitação, assim como o próprio
EDITAL, e servirá para evitar a necessidade de se discutir administrativa ou judicialmente qual o entendimento mais
ajustado para o tema. A resposta objetiva dada ao questionamento é considerada como regra e parte integrante do
EDITAL.

Segundo

A PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA para a comprovação da EQUIPE TÉCNICA MÍNIMA se baseou
também no item 3.8.2 do TERMO DE REFERÊNCIA QUE DETERMINA:
“ITEM 3.8.2 - A licitante poderá designar um mesmo profissional para atuar em mais de um subprograma / ação
prevista no programa (ex: um mesmo analista socioambiental atuando tanto na “elaboração e implantação de projetos
de educação ambiental” e nas “ações de conscientização socioambiental”), desde tal medida não prejudique o
andamento adequado e satisfatório das atividades e não incorra em uma jornada acima de 8h/dia trabalhadas para o
profissional em questão.”
Verifica-se neste dispositivo que, o licitante poderá utilizar um mesmo profissional para atuar em mais de um
subprograma, e foi o que a A PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA fez, utilizando este dispositivo
regulamentador deste PREGÃO ELETRÔNICO Nº 26/2020.
Portanto vê-se que não houve nenhuma desobediência à qualquer dos dispositivos do EDITAL, configurando que a
inabilitação da PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA tratar-se de um equívoco do Pregoeiro.
Fácil perceber a importância dos princípios regedores do procedimento licitatório, principalmente quanto ao princípio da
razoabilidade, da isonomia; da legalidade e o da VINCULAÇÃO AO EDITAL DE LICITAÇÃO. Toda a doutrina ao
interpretar as referidas normas se posiciona no sentido de afastar qualquer tratamento diferenciado a qualquer dos
licitantes inscritos, devendo o julgamento do certame dar-se de maneira objetiva e adstrito às exigências formalmente
reguladas e a todos impostas.
Reservou-se à Administração a liberdade de escolha do momento de realização da licitação de seu objeto, da
especificação de condições de execução, das condições de pagamento etc. Essa competência discricionária exercita-se
no momento preparatório e inicial da licitação. Uma vez realizadas essas escolhas, exaure-se a discricionariedade e não
mais pode ser invocada – ou mais corretamente, se a Administração pretender renovar o exercício dessa faculdade,

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estará sujeita a refazer toda a Licitação. Assim, a Administração tem liberdade para escolher as condições sobre o
contrato futuro, porém, deverá valer-se dessa liberdade com antecedência, indicando exaustivamente suas escolhas.
Tais escolhas serão consignadas no ato convocatório da Licitação, que passará a reger a conduta futura do
administrador. Além da lei, o instrumento convocatório da licitação determina as condições a serem observadas pelos
envolvidos na licitação. Sabe-se que a vinculação ao instrumento convocatório complementa a vinculação à lei. ”
O artigo 3º da vigente Lei de Licitações é por demais suficiente para demonstrar o caráter vinculado do julgamento das
propostas apresentadas pelas licitantes inscritas no certame, não podendo esse respeitável Pregoeiro adotar critérios
diferenciados de exigibilidade pautados, exclusivamente, em entendimentos subjetivos quanto à documentação
apresentada pelas licitantes. Obrigatório é a análise restrita e objetiva das informações contidas nos documentos
apresentados. Segundo o Mestre Celso Antônio Bandeira de Mello, em sua obra “Curso de Direito Administrativo”,
Malheiros Editores, 6ª edição, 1995, pág.54, discorrendo sobre o Princípio da Razoabilidade, dispõe que:
“Pretende-se colocar em claro que não serão apenas inconvenientes, mas também ilegítimas – e, portanto,
jurisdicionalmente inválidas – as condutas desarrazoadas, bizarras, incoerentes ou praticadas com desconsideração às
situações e circunstâncias que seriam atendidas por quem tivessem atributos normais de prudência, sensatez, e
disposição de acatamento às finalidades da lei atributiva da discrição manejada. ”

5. CONCLUSÃO:

Evidencia-se, portanto, que o digníssimo Pregoeiro se equivocou ao Inabilitar a RECORRENTE, pois, agindo assim estará
descumprindo Princípios basilares da Licitação, ou seja, Princípios da Legalidade, da Razoabilidade, da Vinculação ao
instrumento convocatório e o da Isonomia, onde, O PREGOEIRO TEM O DEVER E A OBRIGAÇÃO DE FAZER UMA
ANÁLISE RESTRITA E OBJETIVA DAS INFORMAÇÕES CONTIDAS NOS DOCUMENTOS APRESENTADOS. Dessa forma, se
O PREGOEIRO EM SUA NOVA AVALIAÇÃO MANTER A INABILITAÇÃO DA RECORRENTE, estará agindo de forma
discricionária e arbitrária desvinculando-se totalmente DO EDITAL DE LICITAÇÃO. Sabe-se que o Pregoeiro deve agir de
forma VINCULADA AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO.
A doutrina e a jurisprudência modernas enfatizam a tendência de limitação ao poder discricionário da Administração, a
fim de possibilitar um maior controle judicial dos atos administrativos. Essa imposição de limites ao poder discricionário
visa a evitar o indevido uso da discricionariedade administrativa, como manto protetor de atos que, embora praticados
sob o fundamento da discricionariedade, revestem-se, em verdade, de arbitrariedade. Visa, também, a possibilitar um
maior controle judicial dos atos praticados pela Administração Pública. Em tempo, o abalizado professor Celso Antônio
Bandeira de Melo, em suas obras, preleciona:
“Não se confundem discricionariedade e arbitrariedade. Ao agir arbitrariamente o agente estará agredindo a ordem
jurídica, pois terá se comportado fora do que lhe permite a lei. Seu ato, em conseqüência, é ilícito e por isso mesmo
CORRIGÍVEL JUDICIALMENTE. Em rigor, não há, realmente, ato algum que possa ser designado, com propriedade,
como ato discricionário, pois nunca o administrador desfruta de liberdade total”.

6. DO PEDIDO:

Assim, diante de tudo ora exposto, a PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA requer deste respeitável
Pregoeiro que se digne de rever e reformar a decisão exarada, e que seja julgado provido o presente recurso, com
efeito, para que, reconhecendo-se o equívoco e ou a ilegalidade da decisão hostilizada, como de rigor, admita-se a
participação da recorrente na fase seguinte do Pregão, DECLARANDO-SE A RECORRENTE HABILITADA PARA
PROSSEGUIR NO CERTAME. Pois ficou demonstrado documentalmente que a recorrente referente AO PREGÃO
ELETRÔNICO Nº 26/202º, não incorreu em nenhuma desobediência à qualquer dos dispositivos do EDITAL. Igualmente,
lastreada nas razões recursais, requer-se que o Pregoeiro reconsidere sua decisão e, na hipótese não esperada de isso
não ocorrer, faça este subir, devidamente informado, à autoridade superior, em conformidade com o § 4°, do art. 109,
da Lei n° 8666/93.

Nestes Termos

P. Deferimento

______________________________________________
PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA - EPP
Fechar

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RECURSO:
À SANTOS PORT AUTHORITY (SPA), POR INTERMÉDIO DO SR. PREGOEIRO

Referente PREGÃO ELETRÔNICO Nº 26/2020 (licitação para “prestação dos serviços de elaboração e implementação de
ações pertinentes ao Programa de Educação Ambiental do Porto Organizado de Santos”)

TETRA TECH ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA., devidamente qualificada nos autos do processo administrativo
pertinente ao convite em epígrafe, vem, respeitosamente, com base no disposto nos art. 112 e ss. do Regulamento
Interno de Licitações e Contratos da SPA – RILC, como também dos itens 11 e ss. do edital em referência, proceder à
interposição de RECURSO ADMINISTRATIVO contra a decisão que habilitou e classificou a proposta da licitante
ECOSSIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS S/S LTDA.-EPP em primeiro lugar, nos termos e pelos fundamentos adiante aduzidos.

I. A DECISÃO RECORRIDA E CONSIDERAÇÕES PRELIMINARES.

Após concorrido certame, o Sr. Pregoeiro do portal Comprasnet entendeu por bem proclamar o resultado da análise das
propostas apresentadas pelas licitantes neste certame, classificando a proposta da ECOSSIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS
S/S LTDA.-EPP em primeiro lugar no certame, após este empresa ter se valido dos benefícios legais reservados às EPP e
ME para critério de desempate.

Neste ponto em especial, a recorrente pretende deixar bem claro a V.S.as que seu recurso vai muito além de uma mera
irresignação quanto ao fato de não ter apresentado a melhor proposta (que aliás, até apresentou, mas foi preterida em
razão de a ECOSSIS ser uma EPP), mas sobretudo – importante repisar – por uma questão de lealdade à SPA e às
licitantes que se seguiram na ordem classificatória, já que, ao que tudo indica, a ECOSSIS teria se equivocado quando
da elaboração de sua proposta comercial, considerando PREÇOS E CONDIÇÕES absolutamente inexequíveis quando da
composição de seu BDI.

Sabedora da criticidade que estes serviços licitados possuem para a SPA, o prosseguimento do certame e eventual
contratação nos moldes em que divulgado pela decisão classificatória fará com que a SPA se depare com uma
contratação em patamares absolutamente díspares ao que se observa no mercado, vindo futuramente a se deparar
com um quadro de inevitável inadimplência contratual e se veja obrigada a relicitar toda esta contratação.

Seja numa hipótese, seja noutra, neste ínterim seria perdido um precioso tempo à SPA, com evidente prejuízo à
segurança das áreas administradas pelo Porto e, num pior cenário, até mesmo perder a Licença de Operação n.
1382/2017 junto ao IBAMA, com uma possível responsabilização dos gestores da SPA.

É o que se passa a expor.

II. OBRIGATORIEDADE DE VINCULAÇÃO DAS PROPOSTAS APRESENTADAS AO EDITAL.

DESCLASSIFICAÇÃO DA PROPOSTA DA ECOSSIS COM BASE NOS ITENS 8.2, 9.4, 9.5 E 9.9 DO EDITAL E 20.2 E 20.4.2
DO TERMO DE REFERÊNCIA.

EVIDÊNCIA INCOSTESTÁVEL DE INEXEQUIBILIDADE DE DIVERSOS ITENS COMPONENTES DO BDI E POSSÍVEL


OCORRÊNCIA DE JOGO DE PLANILHAS.

Como se viu acima, o núcleo do presente recurso é a necessidade de desclassificação da proposta da ECOSSIS, em
razão da manifesta inexequibilidade que vicia a formação de seu BDI, especialmente quando considerada a duração
inicial do contrato de 24 (vinte e quatro) meses.

Na presente licitação, a importância da análise da exeqüibilidade dos preços unitários é especialmente significativa
(além de prevista em edital), já que o regime de execução será EMPREITADA POR PREÇO UNITÁRIO, como deixa bem
claro o item 3.1.3. do Termo de Referência.

Como o preço a ser pago pela SPA será correspondente às unidades efetivamente executadas – e não necessariamente
às previstas, que foram as consideradas para fixação do preço global – é de suma importância que os preços unitários
sejam exequíveis e adequados, ASSIM COMO TAMBÉM O BDI, sob pena de se consagrar a viciosa praxe do jogo de
planilhas, que as cortes de contas repudiam energicamente.

MARÇAL JUSTEN FILHO explica com clareza o problema:

“4.2) O chamado ‘jogo de planilha’

O tema vem merecendo atenção do TCU, especialmente em vista do chamado ‘jogo de planilha’, propiciado pelos
defeitos e insuficiências dos projetos sobre os quais a licitação é instaurada. Isso se passa quando o licitante identifica
a inadequação do projeto e localiza certo item da planilha que contempla quantitativos insuficientes, verificando que,
em outras passagens, há quantitativos sobejantes. O chamado ‘jogo de planilha’ consiste em formular preços
relevantes para os quantativos insuficientes e preços irrelevantes para os quantitavos excessivos previstos na planilha
anexa ao edital. Isso redunda em um preço global reduzido, que pode assegurar a vitória ao licitante. Iniciada a
execução, confirma-se a previsão realizada por ocasião da licitação. Logo, é necessário modificação contratual para
elevar os quantitativos dos itens que têm preços elevados e reduzir as quantidades dos itens que têm preços reduzidos.
O RESULTADO É UMA ALTERAÇÃO RADICAL DA PROPOSTA, REFLETINDO A INCOMPATIBILIDADE ENTRE O OBJETO
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LICITADO E AQUELE LEVADO À EFETIVA EXECUÇÃO.”

Note-se que na empreitada por preço unitário a questão torna-se ainda mais grave, pois não há nem mesmo a
necessidade da modificação contratual referida por Marçal para que a proposta seja desfigurada através de alteração de
quantitativos. Basta que, na prestação dos serviços, ocorra, de fato, esta alteração (para a qual a própria contratada
pode concorrer, valendo-se de seu poder de influência sobre os rumos do cumprimento da obrigação contratual), que
será detectada na medição.

Por força da própria natureza do regime de execução escolhido, o pagamento seguirá inexoravelmente a prática da
execução, ainda que seja ultrapassado o valor global previsto no orçamento da SPA, circunstância que, associada ao
jogo de planilhas, configura grave risco ao interesse público tutelado pelo instituto da licitação.

Observa-se que quanto a este específico item há um fato agravante: ao passo que a medição unitária de praticamente
todos demais itens planilhados se dará com base em critérios de produtividade, os serviços serão medidos de forma
mensal, bastando apenas à empresa recorrida aguardar passivamente o decurso do prazo inicialmente previsto para
garanta artificialmente uma robusta parcela de seu faturamento às custas de um BDi fictício e inexequível.

Explica-se: a partir do momento em que o valor final de cada serviço a ser medido é composto pela multiplicação dos
itens “valor unitário sem BDI e cargos sociais” pelo BDI de cada empresa, é evidente que quanto menor for o BDI
maior é a margem de manobra que os licitantes tem para aumentar o valor unitário de cada serviço, de forma que, ao
final e ao cabo, o preço total da proposta pareça minimamente equalizado com os demais licitantes.

No caso da proposta da ECOSSIS, percebe-se que o BDI de sua proposta final foi no percentual total de 10,67%, ao
passo de que o da recorrente foi de 29,45%.

Esta inexequibilidade do BDI da recorrida torna-se ainda mais evidente quando confrontada com os BDI das propostas
das demais licitantes que foram submetidas à SPA: GPR: 21,94%, FLORESTA: 33,15%, SALT 46,96% e PROGAIA
22,64%.

Observa-se que o BDI da ECOSSIS equivale a apenas 22,7% do valor do maior BDI apresentado, e a 48,6% do valor
do menor BDI apresentado, que foi o imediatamente superior ao apresentado pela ECOSSIS.

A título de curiosidade, o valor médio do BDI (calculado levando-se em considerações as propostas de todas as
licitantes acima, classificadas ou não) foi de 27,67%.

Se expurgado o valor proposto pela recorrida (já que nitidamente fora da curva e discrepante dos demais concorrente)
esta média aumentaria para 30,83%, evidenciando novamente o descompasso deste item da ECOSSIS face às demais
propostas, deixando explícita a inexequibilidade de preços, que certamente deixam de “refletir os preços praticados no
mercado” (item 20.4.2 do TR) e conduzem à desclassificação da proposta (itens 8.2, 9.4, 9.5 e 9.9 do edital).

Para piorar, se analisado agora os itens que compõem o BDI dos licitantes, de igual maneira revela-se explícita a
inexequibilidade da proposta da ECOSSIS, já que lá se vê itens de valores (i) irrisórios e (ii) incompatíveis com a
realidade de mercado e (iii) absolutamente díspares com as propostas demais licitantes.

É o que observa do item custos diretos, cuja média dos licitantes (incluindo a ECOSSIS) foi de 10,71%, ao passo que a
da ECOSSIS foi de ridículos 0,80%...

E assim se repete com os subitens que integram a conta “custos diretos”, tendo a ECOSSIS orçado 0,10% a título de
administração central (média geral de 3,85%) e despesas financeiras de 0,10% (média geral de 2,75%), assim se
repetindo de forma sistemática para os demais subitens.

Nitidamente a ECOSSIS tenta compensar o excesso dos valores unitários de sua proposta com a “falta” em outro,
discrepância esta que demonstra o jogo de planilhas praticado na orçamentação suscetível de sumária desclassificação.

Em resumo, de acordo com o edital (item 9.9), “considera-se inexequível a proposta que apresente preços global ou
unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários de mercado,
acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha estabelecido limites mínimos,
exceto quando se referirem a materiais e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a
parcela ou à totalidade da remuneração”, o que é justamente o caso.

E assim devem ser considerados diversos itens extraídos do quadro analítico doo BDI que, como visto acima, foram
orçados pela ECOSSIS em percentual equivalentes a 50% (cinqüenta por cento) ou menos da média observada para os
demais licitantes, ou mesmo do valor orçado (e não divulgado, porém certamente abaixo) pela SPA, o que caracteriza
sua inegável inexequibilidade e é fundamento para desclassificação da proposta da ECOSSIS.

Embora a SPA siga regramento próprio de licitações, devem ser seguidos (ao menos em caráter orientativo) a curva de
variação prevista na Lei n. 8.666/93, fixada em seu art. 48, § 1º:

“§ 1º Para os efeitos do disposto no inciso II deste artigo consideram-se manifestamente inexeqüíveis, no caso de
licitações de menor preço para obras e serviços de engenharia, as propostas cujos valores sejam inferiores a 70%
(setenta por cento) do menor dos seguintes valores:

a) média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% (cinqüenta por cento) do valor orçado pela
administração, ou

b) valor orçado pela administração”.

Ainda que seja considerada a média aritmética da alínea a) do dispositivo transcrito, a inexeqüibilidade está
caracterizada, como visto acima.

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Para facilitar o raciocínio, que se considere, por ficção, o valor mínimo desta média aritmética: 50% do valor orçado
(em tese, vez que não divulgado) pela SPA, que seria a média se todas as propostas contemplassem como valor de BDI
e seus componentes justamente o mínimo necessário para sua inserção na base de cálculo da média.

Nesta hipótese – que, matematicamente, seria a mais benéfica possível para a recorrida – seria inexeqüível o preço
inferior a 70% (setenta por cento) desta média (equivalente a 50% do preço orçado pela SPA). Basta uma operação
aritmética elementar (multiplicação de 70% por 50%) para concluir que o patamar mínimo de exeqüibilidade, na mais
tolerante das hipóteses, é 35% (trinta e cinco) por cento do valor orçado pela Administração Pública., patamar este que
deixou de ser atendido por uma considerável margem pela ECOSSIS.

A SPA não pode fechar os olhos para as mencionadas ilicitudes, que devem conduzir à desclassificação da proposta
mencionada.

Mesmo se considerando que o valor de um homem/hora é variável de acordo com inúmeros componentes de caráter
intrínseco e personalíssimo de cada empresa, incluindo-se aí margem de lucro, BDI, localização de sua sede e canteiros
de obras, etc.), a orçamentação dos itens acima destacados encontra-se sujeita a uma lógica de mercado, sendo que
qualquer valor excessivo fatalmente seria rejeitado por potenciais contratantes, como também um valor inferior atrairia
a tabela das demais concorrentes do mercado para um patamar mais baixo.

Ora, muito embora seja então tolerável determinada oscilação entre os preços ofertados pelos diversos concorrentes, é
certo que em condições normais de mercado (demanda e oferta) esta variação jamais chegaria a patamares tão
elevados como se verificou ocorrer com a proposta da recorrida e as dos demais licitantes.
Entender de modo diverso e se permitir contratar nestas bases, há que se concluir que (i) ou o orçamento interno da
SPA não considerou esta nova realidade de mercado (o que é difícil de se crer, tamanha a severidade e seriedade com
que a SPA trabalha na fase de planejamento e orçamentação de seus projetos) para fins de condução desta licitação;
(ii) a recorrida orçou estes itens em desconformidade com o edital; (iii) os preços por ela ofertados são inexeqüíveis;
(iv) ou obteve indevida vantagem sobre as demais licitantes.

Em qualquer hipótese, se não a revogação da licitação e adequação do orçamento interno aos parâmetros indicados
pela recorrida (caso esta esteja correta), nos demais casos deverá a proposta da ECOSSIS ser desclassificada.

III. CONCLUSÃO E PEDIDOS.

Por todo o exposto, pede a recorrente seja o presente recurso conhecido e provido, reformando-se a decisão proferida
para desclassificar a propostas de preço da ECOSSIS.

Caso assim não se entenda, que sejam os autos baixados em diligência, de forma que a composição dos custos e
tabela do BDI da recorrida seja examinada e verificada com precisão como tais valores foram compostos, nos termos
do item 10.9.1 do edital, embora no presente caso (i) não se trate de mero erro por parte da recorrida e (ii) qualquer
“retificação” por parte da ECOSSIS alterará substancialmente a sua proposta, o que seria vedado por conta do item
10.9 do edital.

São Paulo, 15 de setembro de 2020.

TETRA TECH ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.


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Visualização de Recursos, Contra-Razões e Decisõess

DECISÃO DO PREGOEIRO: NÃO PROCEDE


DO MÉRITO
a) Quanto a análise do dimensionamento da equipe técnica
O Edital que orientou o presente Processo Licitatório é pautado nos princípios
norteadores da Administração Pública e nas cominações legais que baseiam todo o processo
licitatório.
Sabe-se que o julgamento de qualquer Processo Licitatório deve ser fundamentado
em fatores concretos, exigidos pela Administração Pública em confronto com o ofertado pelas
empresas licitantes, dentro dos parâmetros fixados no Instrumento Convocatório.
Nesse sentido é o entendimento jurisprudencial:
APELAÇÃO CÍVEL - MANDADO DE SEGURANÇA - LICITAÇÃO - FALTA DE
DOCUMENTO EXIGIDO PELO EDITAL - INEXISTÊNCIA DE DIREITO LÍQUIDO E
CERTO - SENTENÇA MANTIDA - RECURSO DESPROVIDO - DECISÃO
UNÂNIME. - O edital tem caráter vinculatório entre as partes licitantes,
devendo ser cumprido na íntegra, sob pena de desclassificação. (Apelação
Cível – 0081888-2, Sexta Câmara Cível, Tribunal de Justiça do PR, Relator:
2 Parecer n. 00208/2020/CONJUR-CGU/CGU/AGU. Disponível em
file:///C:/Users/maria.mendes/Downloads/Parecer_00208_2020_CONJUR_CGU_CGU_AGU.pdf
Antônio Lopes Noronha, Julgado em 31/08/2000, Publicado em
13/11/2000). (grifo no original).
RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE SEGURANÇA. CONCORRÊNCIA
PÚBLICA. PROPOSTA FINANCEIRA SEM ASSINATURA. DESCLASSIFICAÇÃO.
PRINCÍPIOS DA VINCULAÇÃO AO INSTRUMENTO CONVOCATÓRIO E DO
JULGAMENTO OBJETIVO. 1. Se o licitante apresenta sua proposta financeira
sem assinatura ou rubrica, resta caracterizada, pela apocrifia, a
inexistência do documento. 2. Impõe-se, pelos princípios da vinculação ao
instrumento convocatório e do julgamento objetivo, a desclassificação do
licitante que não observou exigência prescrita no edital de concorrência.
3. A observância ao princípio constitucional da preponderância da proposta
mais vantajosa para o Poder Público se dá mediante o cotejo das propostas
válidas apresentadas pelos concorrentes, não havendo como incluir na
avaliação a oferta eivada de nulidade. 4. É imprescindível a assinatura ou
rubrica do licitante na sua proposta financeira, sob pena de a
Administração não poder exigir-lhe o cumprimento da obrigação a que se
sujeitou. 5. Negado provimento ao recurso. (grifo no original).
Assim, como se denota da manifestação da área técnica ainda em fase de análise
dos documentos de habilitação (1042/1046), a empresa PROGAIA deixou de atender aos
requisitos técnicos exigidos no Edital, tendo inclusive destacado, de forma pormenorizada as
inconsistências encontradas, em quadro sinótico que se repete abaixo:
No documento acima destacado é possível observar que, diferentemente do que
narrou a empresa recorrente, a inabilitação não se deu pela simples divergência no número
de integrantes da equipe técnica, mas sim, pelo fato de que tendo apresentado equipe com
composição numérica inferior a requerida pela SPA, “(...) não indicou quais funções cada
profissional apresentado exerceria dentro da equipe técnica mínima, conforme detalhado no
item 3.8 do Termo de Referência. Neste sentido, com base na documentação apresentada, não
foi possível avaliar o adequado atendimento deste item”.
Merece destaque ainda a diligência feita junto a empresa, para obter a indicação de
quais as funções exercidas por cada um dos profissionais indicados, cujo retorno foi avaliado
da seguinte forma pela área técnica da SPA:
“Conforme apontado nas avaliações anteriores, a licitante não havia indicado quais funções
cada profissional exerceria dentro da equipe técnica mínima, conforme detalhado no item 3.8 do Termo
de Referência. Nesse sentido, não foi possível determinar se tal critério (equipe técnica mínima) foi
atendido. Em resposta, a licitante encaminhou ofício com indicação de equipe técnica (Fl. 1066 do
Processo SDD 96/20-31), nomeando o Sr. Edmar Cabral da Silva Júnior Como coordenador Geral e
apenas o Sr. Ivar Gomes de Oliveira como Analista Socioambiental e a Sra. Raquel Filgueiras da Silva
como Ajudante Especializado – TMA. Nesse sentido, cabe aqui destacar o item 3.8.1 do Termo de
Referência: 3.8.1 Para o desenvolvimento dos trabalhos elencados nos itens acima, a licitante deverá
apresentar equipe técnica com a seguinte composição mínima:
Como pode-se observar, algumas atividades previstas exigem equipe de até três analistas
socioambientais / três ajudantes especializados-TMA. Diante do exposto, tendo como base a
documentação apresentada pela licitante (Fls. 926 a 1038 e fl. 1066 do Processo SDD 96/20-31),
entende-se que indicação de profissionais para cada função (no caso de analista socioambiental e
ajudante especializado/TMA) não atendem ao quantitativo de equipe técnica mínima, de acordo com o
preconizado no item 3.8.1 do Termo de Referência.”
Em suas razões recursais, a Recorrente PROGAIA alega haver formulado sua
proposta em estrita observância ao regramento editalício, o qual, no entanto, teria sido
complementado pelo esclarecimento prestado a potencial licitante WALM:
O questionamento feito, no entanto, não pode ser interpretado como pretende a
Recorrente. A menção à “categoria” não pode ser confundida com a quantidade de postos
para aquela qualificação.
Note-se que o objeto do contrato prevê a execução de diversas e diferentes ações
que preveêm a participação, em cada uma delas, de um determinado “conjunto” de
profissionais, estipulado justamente com base em critérios técnicos (descritos no Instrumento
Convocatório).
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Neste sentido, toma-se por exemplo a atividade identificada como “ELABORAÇÃO E
IMPLANTAÇÃO DE PROJETOS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL”, cuja equipe mínima para
execução, conforme especificações e justificativas constantes do Termo de Referência, prevêse contar com um 1
Analista Socioambiental e 2 Ajudantes Especializados/TMA. Os quais,
destaque-se, trabalharão simultaneamente, quando acionados.
Já a atividade identificada como “ELABORAÇÃO DE DIAGNÓSTICO SOCIOAMBIENTAL
DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA DO PORTO ORGANIZADO DE SANTOS”, tem indicativo de
equipe mínima formada por 3 Analistas Socioambientais e 3 Ajudantes Especializados. As
especificações e justificativas para tal exigência foram devidamente prestadas no Termo de
Referência.
Logo, tem-se que a leitura correta do esclarecimento prestado é a de que, sendo
possível o aproveitamento de um mesmo profissional para diferentes atividades, desde que
não comprometidas a qualidade e o prazo de execução, poderia haver indicação do mesmo
profissional, desde que atendida a quantidade mínima exigida.
O próprio termo de referência traz a possibilidade e os limites para a alteração da
composição da equipe requerida, no entanto, deixa clara a exata medida em que seriam
aceitos os acúmulos de posição.

Veja-se:
3.8.2 A licitante poderá designar um mesmo profissional para atuar em mais de um
subprograma / ação prevista no programa (ex: um mesmo analista socioambiental atuando tanto na
“elaboração e implantação de projetos de educação ambiental” e nas “ações de conscientização
socioambiental”), desde tal medida não prejudique o andamento adequado e satisfatório das
atividades e não incorra em uma jornada acima de 8h/dia trabalhadas para o profissional em questão.
Note-se que a mesma exata diretriz foi repassada em outro esclarecimento:

Tem-se portanto, que a inadequação da proposta da Recorrente PROGAIA decorreu


da sua própria interpretação equivocada dos parâmetros balizadores dos requisitos técnicos
exigidos para atendimento do objeto, tal qual manifestado pela área responsável, quando da
análise das razões recursais, momento no qual demonstrou entendimento (fls. 1773/1779)
manutenção da inabilitação da recorrente, fundada na estrita observância do príncipio da
vinculação ao instrumento convocatório.
Isto posto, não cabe à esta GEJAD senão concordar com os fundamentos defendidos
pela área técnica, e recomendar o não acolhimento do recurso ora combatido, mantendo-se
a inabilitação da empresa PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA – EPP.
b) Quanto a análise composição do BDI e a suposta prática de “jogo de
planilha”:
É cediço que, por força do artigo 7º, §2ª, II da Lei n.º 8.666/93, - diga-se, não
suplantado pela Lei 13.303/2016), existe a obrigatoriedade de apresentação, pelas licitantes,
de orçamento detalhado (planilhas) em que haja a discriminação dos custos unitários do
objeto licitado.
Tais documentos, as planilhas, são, na verdade, instrumentos que possibilitam à
Administração, verificar se a contratação daquela licitante é segura e exequível.
Nesta mesma toada, a existência, ou o registro detalhado do orçamento concede à
Administração a possibilidade de acompanhar todas as construções orçamentárias feitas, e
que eventualmente possam vir a causar; ou tragam a demanda de analisar a aplicação de
eventual pleito de reequilíbrio contratual.
Em casos como o que aqui se analisa, a existência de planilhas fortalece também o
laço contratual entabulado entre as partes, já que dele podem se obter informações capazes
de ajustar ou fazer ajustar o instrumento contratual.
Neste ponto, é importante destacar entendimento recente da Corte Máxima de
Contas , ao defender que, diante da variabilidade intrínseca à alguns itens que compõe os
custos, é imprescindível que a planilha seja apresentada, para que a Administração possa
avaliar se os valores serão suficientes para cobrir, de forma satisfatória, a execução contratual.
“[...] 52. Inicialmente, cabe esclarecer que alguns dos elementos
integrantes da planilha de custos são variáveis, e dependem da
característica e estrutura de custos de cada organização. Outros são
decorrentes de lei ou acordos coletivos, sendo responsabilidade da
licitante informá-los corretamente. Caso a planilha apresentada
pelo licitante esteja dissonante do previsto em lei, e ainda assim, for
considerada exeqüível e aceita pela Administração, caberá ao
licitante suportar o ônus do seu erro.” (Acórdão TCU nº 963/2004 –
Plenário).
"[...] O TCU, concordando com o entendimento do órgão, destacou
que eventual erro na planilha teria de ser assumido pelo licitante.
Segue o trecho do relatório da Decisão 577/2001 - Plenário,
integralmente acatado no voto, que a representante expôs em suas
alegações (fls. 11/13): [...] ‘b) o mecanismo de convalidação previsto
no edital é, a nosso ver, admissível. “Não há modificação dos valores
globais da proposta, sempre respeitados, em qualquer hipótese.
Ocorre que esse valor vem acompanhado de sua memória de cálculo,
ou seja, da planilha demonstrativa dos componentes do custo, entre
os quais alguns que decorrem de lei e de acordos coletivos.
“Evidentemente espera-se não haver diferenças entre a informação
posta na planilha e aquela exigida pela lei ou pelo acordo. Mas, e se
houver? Só há duas alternativas, cuja validade cabe discutir:
“1ª) acata-se a proposta, mas o proponente tem que suportar o ônus
do seu erro (que resulta em uma oferta menos competitiva, se o
valor informado for maior que o exigido, ou em uma redução da
margem de lucro inicialmente esperada, na situação inversa); ou

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”2ª) desclassifica-se a proposta sumariamente, o que não deixa de
ser uma medida drástica, se considerarmos que a licitação não é um
fim em si mesma, mas meio para a Administração selecionar a oferta
que lhe for mais vantajosa, dentro dos limites de atuação
estabelecidos pelo legislador. Dentre essas alternativas, a [...] optou
pela primeira: mantém a proposta, se verificar que, mesmo com a
diminuição do lucro, a oferta ainda é exeqüível.
Essa decisão nos parece válida, já que:
“1º) o proponente continuará sujeito a cumprir a lei e os acordos
firmados; sua declaração contida na planilha não tem a faculdade
de afastar a incidência dessas obrigações; 2º) os valores globais
propostos não poderão ser modificados; a proposta obriga o
proponente, a quem cabe assumir as consequências de seus atos; e
3º) o procedimento previsto não fere a isonomia entre os licitantes
[...]” (Acórdão TCU nº 1.791/2006 – Plenário)
Neste sentido, não é demais destacar que o TCU, em material próprio
3 dispôs que
“Conceitualmente, denomina-se Benefícios ou Bonificações e Despesas Indiretas (BDI) a taxa
correspondente às despesas indiretas e ao lucro que, aplicada ao custo direto de um
empreendimento (materiais, mão-de-obra, equipamentos), eleva- o a seu valor final.”
A doutrina sobre o tema destaca que, costumeiramente, em contratações de serviços
simples de engenharia, muitos órgãos públicos, em razão da utilização de tabelas referências
na formação de seus orçamentos estimativos, acabam por “estipular” parâmetros de BDI, por
ela tidos, então como aceitáveis, e acabam por desclassificar as empresas que desatendam
tais balizas.
3 Disponível em file:///C:/Users/maria.mendes/Downloads/889-Texto%20do%20artigo-1759-1-10-20151016.pdf
O Tribunal de Contas, que já editou e validou inclusive fórmula para cálculo de BDI4
,o
que o fez a mero título de equalização dos itens de composição, vem firmando entendimento
de que não só a taxa de BDI tem estipulação livre, quanto a inexequibilidade das propostas
não pode ser observada e analisada considerando itens isolados:
Decidiu o Plenário do TCU:
“O licitante pode apresentar a taxa de BDI que melhor lhe convier, desde
que o preço proposto para cada item da planilha e, por consequência, o
preço global não estejam em limites superiores aos preços de
referência”. (Acórdão 2738/2015 – Plenário. Embargos de Declaração,
Relator Ministro Vital do Rêgo)
Acórdão 637/2017 TCU - Plenário traz o seguinte:
“A inexequibilidade de itens isolados da planilha de custos não caracteriza
motivo suficiente para a desclassificação da proposta (art. 48, inciso II, da
Lei 8.666/1993), pois o juízo sobre a inexequibilidade, em regra, tem como
parâmetro o valor global da proposta”. (Acórdão 637/2017 – Plenário.
Representação, Relator Ministro Aroldo Cedraz)
Isto porque, como é de amplo conhecimento, “o valor final da proposta não é apenas
focado no BDI, mas num conjunto de planilhas de formação de custos, que englobam valores
de mão de obra e respectivos encargos sociais, materiais empregados em cada serviço unitário
e BDI5
”.
Neste sentido, outra manifestação expressa do TCU ao julgar caso concreto no qual
se analisava a possibilidade e os impactos da inabilitação mediante questionamento de
composição de BDI, com destaque especial para o lucro proposto:
4 Disponível em file:///C:/Users/maria.mendes/Downloads/889-Texto%20do%20artigo-1759-1-10-20151016.pdf
5 Disponível em https://jus.com.br/artigos/65433/quando-o-erro-de-preenchimento-de-planilha-e-uma-tentativa-de-
chegadaa-uma-proposta-visivelmente-baixa
13. No tocante aos questionamentos quanto ao lucro indicado, no
percentual de 31,27%, destacou a empresa que, segundo o § 3º do art. 29-
A da IN 2/2008, da SLTI/MP, é vedado à entidade contratante fazer
ingerências na formação de preços privados. Além disso, consoante o
Acórdão 1.804/2012-Plenário, a proposta da licitante não pode ser
desclassificada levando em consideração apenas o BDI, a não ser que o
preço global também se revele excessivo (peça 17, p. 201).
(...)
42. É cediço que é por meio da planilha de custos e formação de preço
que se pode identificar todos os custos envolvidos na execução dos serviços.
Além disso, cabe à empresa participante arcar com as imprecisões na
composição dos seus preços.
43. No que tange aos preços propostos pela RCS para o fornecimento
de material, em que pese a preocupação da equipe técnica do órgão, bem
assim do Jurídico, com a possibilidade de “jogo de planilha”, não há
qualquer parâmetro objetivo que permita que se conclua pela
inexequibilidade da proposta da RCS. Tampouco é possível desclassificar
uma empresa em virtude do lucro proposto no BDI.
44. Como asseverou a representante, a proposta da licitante não pode
ser desclassificada levando em consideração apenas o BDI, a não ser que
o preço global também se revele excessivo, o que não foi observado no
caso concreto, uma vez que a majoração do BDI pode ser compensada
pela subavaliação de custos de serviços e produtos (Acórdão 1.804/2012-
Plenário).
45. A proposta com os valores de materiais muito abaixo da tabela
Sinapi e, de outro lado, com o lucro bem acima do usualmente praticado

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pelas empresas do ramo, deveria, em tese, ter sido mais bem analisada e,
caso aceita, que fossem exigidos controles mais específicos da equipe de
gestão e de fiscalização contratuais ao longo de sua execução,
notadamente no que concerne a eventuais repactuações, aditivos ou
prorrogações, vedadas alterações posteriores desses custos com o fito de
trazer os valores propostos para os materiais, em números absolutos, aos
preços de mercado, de acordo com o art. 40, § 1º, da Instrução Normativa
SLTI/MP 2/2008. (ACÓRDÃO Nº 3001/2015 – TCU – 2ª Câmara. Relatora:
Ministra Ana Arraes)
Então de modo a poder corrigir o eventual erro de planilha individual (BDI) e atender
ao valor final proposto, seria possível que a empresa alterasse os demais valores constantes
na planilha de custos unitários, desde que respeitados os limites e regramentos vigentes –
estipulados em Edital ou dispostos em legislação ordinária.
É pacífica na jurisprudência do Tribunal de Contas da União, a idéia de que a planilha
de custos e formação de preços possui caráter acessório, subsidiário, numa licitação em que
o critério de avaliação das propostas é o de menor valor global.
Partindo desta premissa, e de maneira complementar, da leitura do § 3º do artigo 43
da Lei nº 8.666/936
, tem-se que é lícito – e recomendado - que a comissão de licitação ou o
pregoeiro, promova, a qualquer tempo ou fase no procedimento licitatório, que é possível
diligência com o objetivo de esclarecer ou a complementar a instrução do processo.
A realização de tal diligência, no entanto, não alcança a juntada de documento ou
informação que deveria constar originariamente da proposta.
O entendimento acima foi também manifestado pelo Tribunal de Contas da União,
pronunciando-se pela possibilidade de correção da planilha de custos, desde que referida
correção preserve o valor global da proposta. Vejamos:
“32. Trata-se de analisar se, no âmbito da Concorrência 1/2013, ora em
comento, o ato que desclassificou a representante, por ter detectado falhas
6 Art. 43. É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a promoção de diligência
destinada a
esclarecer ou a complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que
deveria
constar originariamente da proposta.
em sua proposta de preços, destoou dos princípios que regem as
contratações públicas.
“33. Para tal, deve-se verificar se a natureza dos erros de preenchimento
na planilha de preços da representante enquadram-se como meros erros
materiais, como alega, ou se travestem em erros impeditivos de
oportunizar-se sua correção.
“34. O erro material é tido como o erro de fácil constatação, cuja detecção
dispensa análise aprofundada, havendo flagrante desacordo entre a
vontade da parte e aquilo o que foi manifestado no documento. Exige a
correção da proposta, uma vez que retrata a inexatidão material, ou seja,
reflete uma situação ou algo que obviamente não ocorreu.
“35. Conforme se verifica, as falhas em comento disseram respeito,
comprovadamente, à atualidade do valor do ticket-alimentação e ao
cálculo do SAT, neste caso, tendo havido erro em operação matemática. Em
princípio, são erros facilmente perceptíveis de preenchimento da planilha,
sendo que a correção deles não caracterizaria alteração do teor da
proposta.
“36. Ressalta-se que ambos os erros apontados na proposta da
representante dizem respeito a obrigações da contratada em pagar os
devidos encargos trabalhistas, que advém da norma legal (art. 71 da Lei
8.666/93), pouco importando para tanto o indicado na planilha de custos
anexa aos editais de licitação. Além disso, um dos erros, uma vez corrigido,
minoraria o valor da proposta. Quanto ao outro, a representante
comprometeu-se a assumir os custos, reduzindo o percentual da margem
de lucro.
“37. Pelo que se verifica, a correção dos erros não macularia a essência da
proposta, não se vislumbrando prejuízos ao atendimento do interesse
público. Não se figura válido dizer que esse tipo de correção prejudicaria o
êxito do processo licitatório ou retardamento desmedido do início da
prestação dos serviços, pelo contrário, em um processo em que houve
apenas duas concorrentes, faria com que se buscasse a proposta mais
vantajosa, ponderados os critérios de técnica e preço, gerando economia
de mais de R$ 1,8 milhão.
“38. Nesse sentido, versa o art. 43, § 3º, da Lei 8.666/93:
É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da
licitação, a promoção de diligência destinada a esclarecer ou a
complementar a instrução do processo, vedada a inclusão posterior de
documento ou informação que deveria constar originariamente da
proposta.
“39. Quanto ao saneamento da proposta, o edital da Concorrência 1/2013
não é omisso, prevendo no item 14.2 (peça 3, p. 46) que: A CPL e a
Subcomissão Técnica, conforme o caso, poderão relevar aspectos
puramente formais nos documentos de habilitação e nas propostas
apresentadas pelas licitantes, desde que não comprometam a lisura e o
caráter competitivo da concorrência.
“40. Sobre o assunto, o Voto do Acórdão 4.621/2009-2C é esclarecedor,
inclusive, contendo exemplo aplicável à situação analisada, em que houve

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erro de preenchimento de planilha, cuja correção não acarretou aumento
da proposta, uma vez que coberta por diminuição na margem de lucro da
empresa.
“Releva ainda saber o procedimento a ser adotado quando a Administração
constata que há evidente equívoco em um ou mais dos itens indicados pelas
licitantes.
“Não penso que o procedimento seja simplesmente desclassificar o
licitante. Penso sim que deva ser avaliado o impacto financeiro da
ocorrência e verificar se a proposta, mesmo com a falha, continuaria a
preencher os requisitos da legislação que rege as licitações públicas - preços
exequíveis e compatíveis com os de mercado.
Exemplifico. Digamos que no quesito férias legais, em evidente desacerto
com as normas trabalhistas, uma licitante aponha o porcentual de zero por
cento. Entretanto, avaliando-se a margem de lucro da empresa, verifica-se
que poderia haver uma diminuição dessa margem para cobrir os custos de
férias e ainda garantir-se a exequibilidade da proposta.
“Em tendo apresentado essa licitante o menor preço, parece-me que
ofenderia os princípios da razoabilidade e da economicidade desclassificar
a proposta mais vantajosa e exequível por um erro que, além de poder ser
caracterizado como formal, também não prejudicou a análise do preço
global de acordo com as normas pertinentes.=
“Afirmo que a falha pode ser considerada um erro formal porque a sua
ocorrência não teria trazido nenhuma consequência prática sobre o
andamento da licitação. Primeiro, porque não se pode falar em qualquer
benefício para a licitante, pois o que interessa tanto para ela quanto para
a Administração é o preço global contratado. Nesse sentido, bastaria
observar que a licitante poderia ter preenchido corretamente o campo
férias e de forma correspondente ter ajustado o lucro proposto de forma a
se obter o mesmo valor global da proposta. Segundo, porque o caráter
instrumental da planilha de custos não foi prejudicado, pois a
Administração pôde dela se utilizar para avaliar o preço proposto sob os
vários aspectos legais.
“Em suma, penso que seria um formalismo exacerbado desclassificar uma
empresa em tal situação, além de caracterizar a prática de ato
antieconômico. Rememoro ainda que a obrigação da contratada em pagar
os devidos encargos trabalhistas advém da norma legal (art. 71 da Lei
8.666/93), pouco importando para tanto o indicado na planilha de custos
anexa aos editais de licitação.
“41. No mesmo sentido, o Acórdão 2.371/2009-P determinou a certa
entidade que se abstivesse de considerar erros ou omissões no
preenchimento da planilha de custos e formação de preços como critério de
desclassificação de licitantes, por contrariar o artigo 3º da Lei 8.666/93 e a
jurisprudência deste Tribunal Acórdãos 2.104/2004, 1.791/2006 e
1.179/2008, todos Plenário, e Acórdão 4.621/2009, da 2ª Câmara.
“42. No Relatório que acompanha a Decisão 577/2001-P, delineia-se a
hipótese fática ora apresentada, em que, constatado o erro, a licitante
propõe-se a corrigi-lo, arcando com os custos necessários para manter sua
proposta global:
“Evidentemente espera-se não haver diferenças entre a informação posta
na planilha e aquela exigida pela lei ou pelo acordo. Mas, e se houver? Só
há duas alternativas, cuja validade cabe discutir:
“1ª) acata-se a proposta, mas o proponente tem que suportar o ônus do
seu erro (que resulta em uma oferta menos competitiva, se o valor
informado for maior que o exigido, ou em uma redução da margem de lucro
inicialmente esperada, na situação inversa); ou

“2ª) desclassifica-se a proposta sumariamente, o que não deixa de ser uma


medida drástica, se considerarmos que a licitação não é um fim em si
mesma, mas meio para a Administração selecionar a oferta que lhe for mais
vantajosa, dentro dos limites de atuação estabelecidos pelo legislador.
“43. Aponta-se, também, julgado convergente do Tribunal de Justiça do
Distrito Federal:
“DIREITO ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. TOMADA DE PREÇOS. ERRO
MATERIAL NA PROPOSTA. IRRELEVÂNCIA. O ERRO MATERIAL CONSTANTE
DA PROPOSTA MAIS VANTAJOSA PARA A ADMINISTRAÇÃO, FACILMENTE
CONSTATÁVEL, NÃO É ÓBICE À CLASSIFICAÇÃO DA MESMA. (TJDFT
5043398 DF, Relator: ANGELO PASSARELI, Data de Julgamento:
18/11/1999, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: DJU 09/02/2000 Pág. :
17)
“44. Assim, embora esteja previsto no art. 48, I, da Lei 8.666/1993, que as
propostas que não atendam as especificações contidas no ato convocatório
da licitação devem ser desclassificadas, fato é que o rigorismo excessivo na
apreciação das propostas vem sendo mitigado, com fulcro em outros
princípios, tais quais os da proporcionalidade, da razoabilidade e da
supremacia do interesse público.
“45. Esse último princípio não pode ser afastado, no presente caso, sob a
alegação de que malferiria o princípio da isonomia entre licitantes. Isso
porque não se está falando em oportunizar apresentação de proposta de
preços nova, por uma licitante, negando-se esse benefício à outra, mas
apenas de correção de erros materiais, que não impactam no valor global

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da proposta.
“46. Ademais, diante de aparente conflito, não haveria que se mitigar o
atendimento do melhor interesse da Administração, que, com a ampliação
da competitividade, obteria proposta mais vantajosa.
“47. No caso avaliado, verifica-se que a rejeição da proposta da
representante torna-se mais prejudicial ao interesse público, do que a sua
manutenção, inobstante os erros apontados em seu conteúdo.
[...]
“71. Ao analisar os elementos constantes do processo, juntamente com as
manifestações do MEC e da única licitante classificada na concorrência
(itens 18-31 desta instrução), observou-se que a desclassificação da
proposta da representante, por erros preenchimento da planilha, não
encontrou amparo nos princípios da proporcionalidade, da razoabilidade e
do interesse preponderante da Administração nas contratações públicas.
“72. Os equívocos citados não foram substanciais, não alteraram o teor da
proposta, nem tampouco o seu valor global, motivo pelo qual, sem razão
afirmar-se que sua correção representaria oportunidade de apresentação
de nova proposta, ferindo o princípio da igualdade entre os licitantes (itens
32-52 desta instrução).”(Acórdão TCU nº 187/2014 - Plenário. Data de
Julgamento 05/02/2014)
Assim, tendo em vista o caráter acessório das planilhas orçamentárias, harmonizandose os princípios do julgamento
objetivo e do princípio da vinculação ao instrumento
convocatório com a busca pela proposta mais vantajosa e a necessidade de utilização do
formalismo moderado, entende-se possível a correção de erros formais e materiais de fácil
constatação nas planilhas de custos, em todas as modalidades de licitação, desde que não
haja alteração do valor global da proposta e essa se mantenha exequível.
Disso resulta que, ao revés do apregoado pelas Requerentes, a proposta mais
vantajosa foi obtida, sendo certo que a adequação dos valores unitários aos parâmetros
definidos pela própria Administração não possui o condão de caracterizar “jogo de planilha”
ou, ainda, gerar desequilíbrio na equação econômico-financeira do contrato, ou ainda,
conforme já tratado pela área técnica em sua manifestação, representar inviabilidade de
execução ou desconexão com os aspectos concretos exigidos para cumprimento contratual.
Sobre o “jogo de planilha”, esclarece Marçal Justen Filho :
“(...) Isso se passa quando o licitante identifica a inadequação do projeto e localiza
certo item da planilha que contempla quantitativos insuficientes, verificando que, em outras
passagens, há quantitativos sobejantes. O chamado ‘jogo de planilha’ consiste em formular

preços elevados para os quantitativos insuficientes e preços irrelevantes para os quantitativos


excessivos previstos na planilha anexa ao edital. Isso redunda em um preço global reduzido,
que pode assegurar a vitória ao licitante. Iniciada a execução, confirma-se o equívoco no
projeto em que se fundamentou a licitação. Logo, é necessário modificação contratual para
elevar os quantitativos dos itens que têm preços elevados e reduzir as quantidades dos itens
que têm preços reduzidos. O resultado é uma alteração radical da proposta, refletindo a
incompatibilidade entre o objeto licitado e aquele levado à efetiva execução.”
Todavia, esse não é o caso em tela, em que a própria Administração, como visto,
diligenciou no sentido da adequação dos valores unitários da proposta da primeira classificada
aos parâmetros previstos em sua planilha referencial, o que se deu com manutenção do preço
global da proposta.
Inclusive aqui, merece destaque o apontamento trazido pela área técnica, que de
forma sintética, conseguiu demonstrar sua correta atuação e o lastro legal que a fundamenta,
no que se refere a permissão e aceite do ajustamento de proposta realizado. Veja-se:
“Quanto à inexequibilidade dos itens componentes do BDI, para a avaliação da proposta
comercial a equipe seguiu o preconizado no Edital, a saber:
9.9. Considera-se inexequível a proposta que apresente preços global ou unitários
simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos insumos e salários
de mercado, acrescidos dos respectivos encargos, ainda que o ato convocatório da
licitação não tenha estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais
e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele renuncie a parcela ou
à totalidade da remuneração.
Ainda quanto ao tema, a Lei 13.303/2016 dispõe:
Art. 56. Efetuado o julgamento dos lances ou propostas, será promovida a verificação de
sua efetividade, promovendo-se a desclassificação daqueles que: (Vide Lei nº 1.4002, de
2020) (...)

III - apresentem preços manifestamente inexequíveis;


(...)
§ 4º Para os demais objetos, para efeito de avaliação da exequibilidade ou de sobrepreço,
deverão ser estabelecidos critérios de aceitabilidade de preços que considerem o preço
global, os quantitativos e os preços unitários, assim definidos no instrumento
convocatório.
Por sua vez, o TR dispõe o seguinte acerca da apresentação do BDI:
20.1.2 A licitante deverá informar os preços unitários de cada serviço, as porcentagens
dos Encargos Sociais e BDI, bem como o valor global da proposta.
20.1.3 A planilha do BDI deverá ser apresentada de forma detalhada e pormenorizada,
contendo os respectivos pesos percentuais de cada item. IMPORTANTE:
• Por determinação do Tribunal de Contas da União – TCU, a itemização do BDI “deve
conter apenas gastos que contabilmente são classificados como despesas indiretas, quais
sejam: Administração Central, ISS, PIS, COFINS, despesas financeiras e
seguros/imprevistos.
Qualquer outro gasto deve ser incluído analiticamente na planilha orçamentária como

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custo direto”.
• Eventuais custos relativos à Administração Local devem estar contemplados nos itens
da Planilha de Quantidades e Preços;
• Os tributos IRPJ e CSLL não devem integrar o cálculo do BDI, nem tampouco a Planilha
de Quantidades e Preços; e
20.2 O não atendimento das determinações para apresentação do BDI implicará na
desclassificação da proposta da licitante.
Tendo como base o acima exposto, ao se avaliar a proposta comercial apresentada,
entendeu-se que não houve nenhum item na proposta comercial apresentada pela
licitante ECOSSIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS S/S LTDA (CNPJ Nº 08.022.237/0001-85) que se
enquadrasse nos critérios de inexequibilidade definidos em no item 9.9 Edital (...preços
global ou unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os preços dos
insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos encargos...).
Quanto aos percentuais de BDI, os referidos valores foram apresentados de forma
detalhada, atendendo ao disposto no Termo de Referência (itens 20.1.2, 20.1.3 e 20.2)e
não incorrendo em valores unitários e global inexequíveis na composição de custos.
Por fim, uma vez a Ecossis manteve-se os mesmos valores unitários e percentuais de BDI
para itens iguais distribuídos ao longo dos diferentes serviços previstos no Termo de
Referência, entende-se não ter havido o jogo de planilhas nesse sentido.
Diante do exposto, entende-se que, do ponto de vista da área técnica, não há óbices para
a manutenção da habilitação da proposta da licitante ECOSSIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS
S/S LTDA (CNPJ Nº 08.022.237/0001-85).
Com tal escopo, e dada a natureza das razões do recurso, não seria viável à esta GEJAD
recomendar outra postura, senão o acompanhamento da manifestação da área técnica, pelo
não acolhimento das razões recursais da empresa TETRA TECH, e pela manutenção da
habilitação da empresa Recorrida, e da declaração de resultado do certame.
DA CONCLUSÃO
Assim, após detida análise das razões apresentadas, obedecendo aos princípios que norteiam
a Licitação e a Administração Pública, conclui-se por CONHECER dos Recursos Administrativos
interpostos pelas empresas PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA – EPP e TETRA
TECH ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA, opinando pelo NÃO PROVIMENTO de ambos.
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Visualização de Recursos, Contra-Razões e Decisõess

DECISÃO DA AUT. COMPETENTE: MANTÉM DECISÃO PREGOEIRO


Conforme relatório da pregoeira de 21/09/2020 no processo digital 96/20-31 (fls 1761-1765), relatório da área técnica
de 28/09/2020 (fls 1772-1778), parecer jurídico SUJUD/GEJAD Nº 205/2020 de 26/10/2020 (fls 1779-1812) e decisão
do Diretor Presidente de 29/10/2020 pela negativa do provimento do recurso administrativo (fls 1815-1817), segue
operacionalização da decisão de não provimento dos recursos no sistema Comprasnet conforme Resolução DIPRE nº
111.2020 DE 22/06/2020. Segue decisão do Sr. Diretor-Presidente:

Trata-se de pedido de análise, sob o prisma jurídico, dos Recursos Administrativos interpostos pelas empresas PROGAIA
ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA – EPP e TETRATECH ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA, ambas amparadas na
previsão do item 11 Edital, respaldado no Decreto n.º 5.450, de 31/05/2005; a Lei n.º 10.520, de 17/07/2002; e a Lei
Complementar n.º 123, de 14/12/2006; a Lei nº 13.303, de 30/06/2016, e o Regulamento Interno de Licitações e
Contratos da SPA – RILC, em face da decisão final do certame referente ao Pregão Presencial nº 26/2020, cujo objeto é
a contratação de pessoa jurídica para a prestação de serviços para a elaboração e execução do programa de educação
ambiental do Porto Organizado de Santos, visando ao atendimento às condicionantes 2.3.7 e 2.5.3 da Licença de
Operação n° 1382/2017.
Conforme se observa do relatório emitido pela Sra. Pregoeira (fls. 1762/1766) a sessão de abertura do Pregão
Eletrônico nº 26/2020 ocorreu em 12/05/2020.
Nota-se da cópia da Ata do Pregão (fls. 1732/1752), que foram cadastradas inicialmente 20 propostas, sendo uma
delas desclassificada por apresentar valor notadamente inexequível.
Da leitura do relato da Sra. Pregoeira se depreende ainda que, após finalização da etapa de lances, a classificação dos
primeiros colocados (com propostas válidas) foi assim registrada:
1. NATURA TECNOLOGIA E SOLUÇÕES AMBIENTAIS LTDA - R$ 224.280,00
2. GRP COMUNICAÇÃO, CONSULTORIA E REPRESENTAÇÃO LTDA - R$ 229.000,00
3. FLORESTAS SEGURANÇA DO TRABALHO E MEIO AMBIENTE LTDA - R$ 230.280,00
4. SALT ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA - R$ 650.000,00
5. PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA - R$ 699.999,99
6. ECOSSIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS S/S LTDA - R$ 883.986,99
7. TETRA TECH ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA - R$889.000,00
Após a realização do ciclo de análises pela Sra. Pregoeira, com o devido suporte da área técnica, que faz parte da
rotina do processo licitatório, o seguinte cenário foi estabelecido:
1. NATURA TECNOLOGIA E SOLUÇÕES AMBIENTAIS LTDA – Proposta recusada
2. GRP COMUNICAÇÃO, CONSULTORIA E REPRESENTAÇÃO LTDA – Não apresentou documentação completa para
habilitação técnica
3. FLORESTAS SEGURANÇA DO TRABALHO E MEIO AMBIENTE LTDA – Não conseguiu atender às exigências da
habilitação técnica
4. SALT ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA - Não conseguiu atender às exigências da habilitação técnica
5. PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA - Não conseguiu atender às exigências da habilitação técnica
6. ECOSSIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS S/S LTDA – Após desempate com a licitante TETRA TECH, teve a proposta aceita e
foi habilitada.
7. TETRA TECH ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA
Nota-se, às fls. 1755/1757, as razões recursais interpostas pela empresa PROGAIA, as fls. 1758/1760 a peça oposta
pela empresa TETRA TECH, e por fim, as fls. 1767/1769, as contrarrazões da empresa ECOSSIS SOLUÇÕES
AMBIENTAIS S/S/ LTDA.
Dando sequência ao procedimento, considerando a natureza essencialmente técnica dos fundamentos trazidos pelas
Recorrentes, o expediente foi encaminhado à área responsável, GESUS - Gerência de Sustentabilidade, que apresentou
manifestação às fls. 1773/1779.
Insurge-se a empresa PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA em desfavor do resultado do certame acima
epigrafado, resumidamente, sob o argumento de equívoco na sua inabilitação. Defende a Recorrente que cumpriu
adequadamente todas as normas editalícias, inclusive aquelas referentes aos requisitos de habilitação técnica.
Insurge-se a empresa TETRA TECH ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA em desfavor do resultado do certame acima
epigrafado, resumidamente, quanto aos seguintes pontos: a) Inexequibilidade de diversos itens do BDI; b) possível
ocorrência de jogo de planilhas. Defende a Recorente que a ECOSSIS não satisfaz às exigências mínimas postadas no
Instrumento Convocatório, tendo apresentado proposta eivada de falhas, as quais comprometem a sua utilização e
validação. Aponta que os dados que compõem o BDI são inexequíveis, e não refletem as adversidades típicas da
atividade, o que o faz por meio comparativo entre a proposta apresentada pela Recorrida e as demais participantes
classificadas.
Instada a se manifestar, a Recorrida ECOSSIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS S/S LTDA apresentou contrarrazões dentro do
lapso temporal que lhe impunha o regramento constante do instrumento convocatório. Em síntese, refuta os
argumentos apresentados por ambas as Recorrentes, apontando, no que tange ao Recurso da empresa PROGAIA, que a
inabilitação da mesma por não apresentar equipe mínima de acordo com o exigido no Termo de Referência, foi
acertada, uma vez que a composição apresentada pela Recorrente não seria suficiente para atender ao volume de
trabalho a ser executado, nas condições e projeções dispostas no Termo de Referência e demais documentos
instrutores do Instrumento Convocatório.
A área Jurídica, através do Parecer SUJUD/GEJAD nº 205/2020, procedeu com sua respectiva análise e concluiu pelo
não provimento do referido Recurso.
Decido:
Conheço da defesa apresentada, por preencher os pressupostos de admissibilidade e, no mérito, com base no
entendimento técnico e no Parecer SUJUD/GEJAD nº 205/2020, nego provimento a ambos os recursos.
Determino à GECOS que proceda com manutenção do resultado do certame, declarando como vencedora a empresa
ECOSSIS SOLUÇÕES AMBIENTAIS S/S LTDA.
Por fim, determino à GECOS que cientifique as empresas PROGAIA ENGENHARIA E MEIO AMBIENTE LTDA e TETRA
TECH ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA acerca da presente decisão.
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