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AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL FEDERAL

DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE PALMAS, NO ESTADO DO


TOCANTINS
PROCESSO:
RECORRENTE: INSS
RECORRIDO: Harry Potter
HARRY POTTER, já qualificado nos autos de número em
epígrafe, por intermédio do/a patrono, presentada pelo
signatário da presente peça, no uso de suas atribuições
constitucionais e legais, vem, respeitosamente, perante Vossa
Excelência apresentar CONTRARRAZÕES AO RECURSO
INOMINADO interposto pelo INSTITUTO NACIONAL
DO SEGURO SOCIAL-INSS, pelos seguintes fatos e
fundamentos de direito, requerendo sejam os autos remetidos
ao competente juízo ad quem.
Palmas/TO, data certificada pelo sistema.

Fulano
OAB/xx 10000 E

AO GABINETE DO PRESIDENTE DA TURMA


RECURSAL DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA
1ª REGIÃO
CONTRARRAZÕES AO RECURSO INOMINADO
EGRÉGIA TURMA RECURSAL,
ÍNCLITO JUIZ (A) RELATOR (A),
EMÉRITOS JULGADORES,
DA SÍNTESE FÁTICA
A respeitável autarquia federal interpõe o presente recurso
com o intuito de reverter a decisão proferida pelo juízo de piso
no sentido de reconhecer o direito da requerente ao benefício.
Em suas razões o INSS argumenta o seguinte:
“Conforme se verifica da (s) tela (s) em anexo, extraída (s) do
site do DETRAN na internet, o (a)(s) integrante (s) de seu
núcleo familiar e/são titular (es) de veículo (s) automotor
(es), circunstância indicativa de situação
ecônomica/financeira incompatível com a de quem alega
estar em situação de miserabilidade e necessitar da ajuda do
Estado, através de um benefício assistencial de prestação
continuada. Qual a pessoa ou o núcleo familiar que esteja em
situação de miserabilidade, ou seja, que não consegue manter
o mínimo existencial, tem condições de abastecer um veículo
automotor, pagar uma prestação de aquisição do mesmo, ou,
ainda, pagar encargos como IPVA e taxas? Resposta:
nenhuma.
A titularidade de veículo automotor pelo núcleo familiar
significa que há renda no núcleo superior àquela necessária à
manutenção do mesmo. Não custa lembrar que dificuldades
econômicas não se enquadram em miserabilidade a ensejar a
intervenção estatal através do benefício assistencial
vindicado.”

Definitivamente as razões da autarquia não devem prosperar


de modo algum por estar completamente deslocada da
realidade fática da presente lide, mas também por conter vícios
processuais gravíssimos, como se verá a seguir.

DAS PRELIMINARES - FALTA DE DIALETICIDADE


RECURSAL
A dialeticidade recursal é um princípio fundamental quando
se fala na postulação de recursos. Em poucas palavras, por este
princípio entende-se que o apelante (ora recorrente) não pode
simplesmente apelar de uma decisão, sem atacar os
argumentos por ela trazidos. De toda sorte, o recurso
interposto pela parte litigante deve DIALOGAR com a sentença
a quo, ainda que para contestá-la.

Com isso subentende-se que não basta o recorrente


manifestar vontade de recorrer, mas pra que o recurso seja
válido, por óbvio, deve ser feito da maneira correta, ou seja,
atacando os pontos controvertidos da sentença. Esse
entendimento é sólido entre vários doutrinadores brasileiros,
veja por exemplo, o entendimento do renomado doutrinador
Nelson Nery Junior (2004):

“Vige, no tocante aos recursos, o princípio da dialeticidade.


Segundo este, o recurso deverá ser dialético, isto é, discursivo.
O recorrente deverá declinar o porquê do pedido de reexame
da decisão. Só assim a parte contrária poderá contra-
arrazoá-lo, formando-se o imprescindível contraditório em
sede recursal. (…) As razões do recurso são o elemento
indispensável a que o Tribunal, para qual se dirige, possa
julgar o mérito do recurso, ponderando-se em confronto
como os motivos da decisão recorrida. A falta acarreta o não
conhecimento.
(NERY JUNIOR, Nelson. Teoria geral dos recursos. 6. ed. São
Paulo: RT, 2004, p. 176-177)”
Como não poderia deixar de ser, um entendimento tão sólido
quando esse, é positivado no Código de Processo Civil . No
artigo abaixo citado, vemos que para a postulação de apelação,
é imprescindível que haja as razões do pedido. Veja o que diz o
Art. 1.010 do CPC/2015:
“Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao
juízo de primeiro grau, conterá:
(...)
III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de
nulidade;”

No caso em análise percebe-se claramente que a sentença a


quo proferida pela Justiça Federal Tocantinense foi
extremamente acertada. E que no presente caso, o recorrente
de fato faltou com dialeticidade em sua apelação. A autarquia
pública tenta em seu recurso inominado complementar sua
parca defesa em sede de primeira instância, e o faz, inovando
em teses, e em provas (matéria que será abordada em
momento oportuno nesta peça). Veja que em todo o recurso de
apelação do INSS, sequer é feito qualquer menção a sentença
proferida pelo juízo de piso, seja por citação direta, ou indireta.
É bem verdade que a regra dos recursos é serem conhecidos,
e que por óbvio o não conhecimento é a exceção, até como
homenagem ao princípio do duplo grau de jurisdição. No
entanto, também é verdade que os recursos necessitam de
pressupostos de admissibilidade para que os mesmos tenham
um mínimo de técnica e facilite a apreciação pelo poder
judiciário.

A apreciação de recursos que carecem de técnica ferem


princípios como o da dialeticidade recursal, da duração
razoável do processo, da celeridade processual, e demonstra
um comportamento condenável no mundo jurídico,
popularmente conhecido como jus sperniandi, flertando até
com a litigância de má fé.
Assim sendo, entende-se que o presente recurso carece de
técnica por faltar com a dialeticidade recursal e até por isso
arguir-se a presente preliminar, bem como pugna-se desde já
pelo seu reconhecimento.

DAS PRELIMINARES - INOVAÇÃO


O presente recurso inominado não deve prosperar uma vez
que ele traz matéria fático jurídica inovadora em relação à
contestação. É sabido no mundo jurídico, que a contestação é o
momento oportuno para apresentação de TODA a matéria de
defesa, e assim mesmo são os ditames do Art. 336, CPC/2015.
“Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a
matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com
que impugna o pedido do autor e especificando as provas que
pretende produzir.”

Essa exigência legal de fazer TODA a defesa ter que


necessariamente ser exposta em sede de alegação acontece em
homenagem ao princípio do duplo grau de jurisdição. Imagine,
que uma prova ou uma tese quando juntada apenas em sede
recursal (como é o caso) suprime a apreciação do juízo de piso,
uma vez que sua primeira apreciação seria feita somente pelo
juízo de segundo grau. Essa conduta é bastante lesiva ao
processo, pois fere o devido processo legal, o direito ao
contraditório, e até atenta contra a dignidade da justiça. Neste
mesmo sentido são as determinações do Art. 77,
Inc. VI do CPC/2015.
“Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres
das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de
qualquer forma participem do processo:
(...)
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou
direito litigioso.
§ 1º Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá
qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua
conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade
da justiça.
§ 2º A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato
atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem
prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis,
aplicar ao responsável multa de até vinte por cento do valor
da causa, de acordo com a gravidade da conduta.

No caso em tela, observa-se que a contestação da autarquia


pública em primeira instância foi completamente genérica de
modo que contestou o fato de forma bastante superficial
apenas para não incorrer nas penas de revelia. Em apertada
síntese, na contestação, a autarquia pública se limita a explicar
o que é o benefício pleiteado, bem como seus requisitos.

É importante salientar que tanto a autarquia pública, quanto


a Procuradoria Geral Federal (quem faz suas defesas judiciais)
têm acessos a sistemas como o CNIS e o INFOSEG por
exemplo, que certamente poderiam acrescentar bastante em
sua peça de defesa. O ponto que se quer chegar, é que a
generalidade da peça de primeira instância somente escancara
o descaso da autarquia pública para com seus processos
judiciais e com seus segurados. Notadamente, o descaso com o
segurado não é um permissivo legal constante no
Art. 1014, CPC/2015 que possibilite a autarquia a arguir teses
novas somente em segundo grau de jurisdição. Veja os ditames
legais:
“Art. 1.014, CC/2002. As questões de fato não propostas no
juízo inferior poderão ser suscitadas na apelação, se a parte
provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.”
Especificamente, o INSS faz em seu recurso inominado que o
requerente teria propriedade sobre alguns veículos
automotores, e que isso o desenquadraria do recebimento do
benefício pleiteado uma vez que supostamente colocaria em
cheque o requisito socioeconômico do benefício pleiteado. Veja
as alegações do INSS:

“Conforme se verifica da (s) tela (s) em anexo, extraída (s) do


site do DETRAN na internet, o (a)(s) integrante (s) de seu
núcleo familiar e/são titular (es) de veículo (s) automotor
(es), circunstância indicativa de situação
econômica/financeira incompatível com a de quem alega
estar em situação de miserabilidade e necessitar da ajuda do
Estado, através de um benefício assistencial de prestação
continuada. Qual a pessoa ou o núcleo familiar que esteja em
situação de miserabilidade, ou seja, que não consegue manter
o mínimo existencial, tem condições de abastecer um veículo
automotor, pagar uma prestação de aquisição do mesmo, ou,
ainda, pagar encargos como IPVA e taxas? Resposta:
nenhuma.
A titularidade de veículo automotor pelo núcleo familiar
significa que há renda no núcleo superior àquela necessária à
manutenção do mesmo. Não custa lembrar que dificuldades
econômicas não se enquadram em miserabilidade a ensejar a
intervenção estatal através do benefício assistencial
vindicado.”
Pondera-se que o ataque a este ponto (propriedade de
veículos automotores) se dará na parte meritória da presente
peça, mas desde já esclarece que essas informações não foram
juntadas na contestação. Por este motivo é que são portanto
uma FLAGRANTE INOVAÇÃO RECURSAL, e por isso desde já
merecem essas alegações serem, de pronto, desconsideradas
por este juízo.

Com a ajuda da tecnologia percebe-se latentemente na peça


de defesa de primeira instância da autarquia pública, que a
mesma não há ocorrência das palavras “carro”, "veículo" e
“automotor”, fato esse que corrobora para provar que a
autarquia não alegou esses pontos em momento oportuno.
(aqui eu dei "ctrl+f" na peça de contestação do INSS e
procurei pelos termos "carro", "veículo", e "automotor", e
juntei aqui os prints da não ocorrência dos termos. Só não
deixei a imagem aqui por questões éticas uma vez que
aparece o número do processo e o nome do cliente)
De igual modo, a sentença também não faz menção a estes
itens. Aliás isso é óbvio, uma vez que não foram suscitados em
qualquer momento do processo, então naturalmente, não
haveria de haver apreciação pelo juízo de piso.

Por esse ponto não ter sido levantado em primeira instância,


é que se questiona novamente a falta de técnica do recurso
inominado do INSS uma vez que a autarquia está de certo
modo, recorrendo, de algo que sequer foi decidido. E
novamente tangencia-se a falta de dialeticidade, uma vez que
na medida que se recorre de algo que não foi decidido, resta
cristalino que o recurso não ataca a sentença.

Sedimentando a tese preliminar

“EMENTA: RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR.


CONTRATAÇÃO DE SERVIÇO. VÍCIO DE
CONSENTIMENTO. REQUERIMENTO DE DANO MORAL
EM RECURSO. VEDAÇÃO À INOVAÇÃO RECURSAL.
RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO. SENTENÇA
MANTIDA. 1. Cuida-se de recurso interposto para
conhecimento de danos morais, tendo como fundamento a
falha na prestação do serviço da fornecedora, bem como, o
fato de anteriormente o consumidor não estar representado
por advogado para requerer tal indenização
extrapatrimonial. 2. Pois bem. A tese recursal apresentada
pelo recorrente sequer foi mencionada na inicial, momento
processual próprio para que o requerente requeresse tudo o
que é lhe direito, expondo as razões de fato do seu caso. 3.
Portanto, trata-se de inovação recursal, sendo que o seu
conhecimento por esta colenda instância acarretará a
supressão de grau de jurisdição. Assim, deixo de conhecer a
tese de dano moral ante a vedação a inovação
argumentativa, nos termos do art. 1.014 do CPC. 4. Por todo
o exposto, conheço do recurso e nego-lhe provimento para
manter a sentença por seus próprios e jurídicos fundamentos.
A parte recorrente arcará com as custas processuais e
honorários advocatícios, estes fixados em R$ 1.000,00 (mil
reais), a teor do artigo 55 da Lei n.º 9.099/95, suspensa a
exigibilidade nos termos do art. 98, § 3º do Código de
Processo Civil. 5. Unânime. Acompanharam a relatora os
Excelentíssimos Senhores Juízes Deusamar Alves Bezerra e
Elias Rodrigues dos Santos, membros titulares. 6. Acórdão
lavrado na forma de súmula de julgamento, conforme
permissivo do art. 46, segunda parte, da Lei n.º 9.099/95.”

Assim sendo, entende-se que o presente recurso é inovador


por arguir teses e fatos novos em relação à contestação, e por
isso arguir-se a presente preliminar de inovação, bem como
pugna-se desde já pelo seu reconhecimento.

DO DIREITO
As alegações da recorrente não devem prosperar uma vez
que não estão condizentes com a realidade fática da lide, e
muito menos açambarcada pelos princípios do direito
previdenciário.

A lide não tem pontos controvertidos, uma vez que todos os


pontos levantados pelo INSS foram julgados improcedentes
pelo juízo de piso, e esses pontos não foram objetos de recurso
inominado, deixando a lide incontroversa. O objeto do
presente recurso, qual seja a propriedade de bens móveis (que
é tese inovadora) passa a impugnar.

No recurso inominado a autarquia pública questiona a


propriedade de um Ford Fiesta GL 1.0 2003/2003, e uma
Honda CG 125 Fan ES, que são avaliados em respectivamente
R$ 8.997,00 e R$ 5.554,00, e que supostamente seriam de
propriedade da prima do requerente.
No entanto, desde já esclarece que o Ford Fiesta GL 1.0
2003/2003 avaliado em R$ 8.997,00 (oito mil novecentos e
noventa e sete reais) não é mais de propriedade da família,
uma vez que o veículo já fora vendido, no entanto só não foi
transferido ainda.

Neste sentido a perícia social corrobora o argumento desta


recorrida, uma vez que a perita relata que a prima do autor é
dona de uma moto Honda Fan 125 2012/2012, de modo que
não fala absolutamente nada sobre o carro. Veja print da
perícia social:

Assim sendo nobre magistrado, uma moto avaliada em


pouco mais de cinco mil reais, com quase DEZ ANOS DE USO,
certamente não tem o condão de demonstrar riqueza e muito
menos de afastar a condição de vulnerabilidade social do
requerente e de sua família.

O INSS inova também, ao questionar a renda da família do


requerente, trazendo à tona que a mantenedora da casa (prima
do requerente) recebe mensalmente a quantia de R$ 1.900,00
(mil e novecentos reais). Ainda se utilizarmos os valores
trazidos pelo INSS a família ainda se encontra dentro dos
permissivos legais para a concessão do presente benefício.

Para fazer o cálculo da renda familiar, é importante


esclarecer que os valores gastos com remédios devem ser
excluídos, segundo a jurisprudência dominante em nosso país.
Veja os termos da Portaria Conjunta nº 7, de 14 de Setembro
de 2020 :

“Art. 1º A Portaria Conjunta MDS/INSS nº 3, de 21 de


setembro de 2018, passa a vigorar com as seguintes
alterações:
"Art. 8º .........................................................................
I - as informações do grupo familiar constantes no CadÚnico
serão utilizadas para a composição familiar considerada
para fins de BPC, conforme previsto no art. 4º, inciso V, do
Decreto nº 6.214, de 2007, observada a previsão do § 2º do
art. 13 desta Portaria.
III - .....................................................................................
f) nos termos da Ação Civil Pública nº 50444874-
222013.404.7100-RS, será deduzido da renda mensal bruta
familiar o valor mensal gasto com medicamentos,
alimentação especial, fraldas descartáveis e consultas na
área da saúde, desde que comprovada a prescrição médica
desses elementos e a negativa de seu fornecimento por órgão
da rede pública de saúde com essa atribuição em seu
município de domicílio.”
Veja abaixo prints da perícia social, em que é relatado que a
mantenedora da casa gasta R$ 80,00 (oitenta reais mensais)
de remédios com o requerente, e mais R$ 70,00 (setenta reais
mensais) de remédios com seu filho que tem autismo.
Totalizando assim R$ 150,00 (cento e cinquenta reais mensais)
que devem ser descontados do cálculo da renda familiar.

Assim sendo, dos R$ 1.900,00 (mil e novecentos reais)


mensais, que é a renda que o INSS alega que a prima do
requerente recebe, devem ser descontados R$ 150,00 (cento e
cinquenta reais), restando apenas R$ 1.750,00 (mil setecentos
e cinquenta reais).

Para chegar à renda per capita, é necessário dividir esse


valor entre o número de moradores da casa, que são quatro,
nomeadamente:

(Nome ocultado) - Requerente



 (Nome ocultado) - Prima do Requerente
 (Nome ocultado) - Filha da Prima do Requerente
 (Nome ocultado) - Filho da Prima do Requerente
Assim sendo, a renda familiar per capita (1750/4) é na
ordem de R$ 437,50 (quatrocentos e trinta e sete reais com
cinquenta centavos), que está dentro do permissivo legal. Cabe
lembrar que o permissivo legal atualmente (06/04/2021) é de
R$ 522,50 (quinhentos e vinte e dois reais e cinquenta
centavos), que corresponde a um meio do salário mínimo.

Caso este douto magistrado não siga as determinações


jurisprudenciais dos tribunais superiores, o que causaria
espanto a esta parte, e não determine o decote dos valores
gastos com remédios do cálculo da renda familiar, ainda sim a
família do requerente se encontra dentro do permissivo legal.

O cálculo sem o desconto dos valores dos remédios é de R$


1.900,00 (mil e novecentos reais) dividido por quatro pessoas,
que dá um valor de R$ 475,00 (quatrocentos e setenta e cinco
reais), que ainda sim é inferior ao permissivo legal de R$
522,50 (quinhentos e vinte e dois reais e cinquenta centavos).

Deste modo, o recurso da autarquia previdenciária não deve


de forma alguma prosperar uma vez que além de ter severos
vícios processuais, a parte meritória que é inovadora, não
encontra respaldo fático-jurídico uma vez que mesmo
realizando o cálculo da renda familiar com a renda trazida (em
caráter inovador) pelo INSS, mesmo assim o núcleo familiar do
requerente se encontra dentro dos permissivos legais.

DO PEDIDO
Ante o exposto, as patronas, no interesse do requerente
requer que, o presente recurso sequer seja reconhecido dado a
carência de técnica processual que enceja vícios, como o da
dialeticidade recursal, e da inovação ilegal. Caso superadas as
preliminares, requer que seja negado provimento ao recurso
inominado interposto pelo INSS, mantendo a sentença por
seus próprios fundamentos e pelos argumentos aqui expostos.

NESTES TERMOS

PEDE DEFERIMENTO

Palmas/TO, data certificada pelo sistema.


Fulano
OAB/xx 1000

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