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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA

VARA 5° VARA CIVEL DA COMARCA DE MACEIÓ – PODER JUDICIÁRIO


DO ESTADO DE ALAGOAS

Processo nº 00000000074787878/0000089

ALEXANDRE DA SILVA, já qualificado nos autos da presente


ação numerada em epígrafe, que move contra
o CONCESSIONARIA ALFA, também já qualificado, vem, por
intermédio de seu procurador, respeitosamente, à presença de
Vossa Excelência, com fundamento nos artigos 1.009 e seguintes
do novo Código de Processo Civil interpor

RECURSO DE APELAÇÃO

contra a sentença que revogou a liminar concedida, julgou


improcedente o pedido formulado na inicial e extinguiu o processo
sem resolução do mérito, com base no inciso VII do artigo 485 do
novo Código de Processo Civil, pelos fatos e fundamentos
jurídicos adiante expostos.

Após as formalidades de praxe, requer-se seja o recurso remetido ao Tribunal


de Justiça de ALAGOAS.

Termos em que pede deferimento.

MACEIO 05 DE JULHO DE 2021.

___________________

EMERSON DOS SANTOS

OAB/AL 003526
EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS

COLENDA CÂMARA

AUTOS Nº 00000000074787878/0000089

APELANTE: ALEXANDRE DA SILVA

APELADO: CONCESSIONARIA ALFA

RAZÕES DA APELAÇÃO

SÍNTESE DO RECURSO

O presente recurso insurge-se contra a sentença que julgou improcedente o


pedido formulado na inicial, e extinguiu o processo, sem resolução do mérito,
com base no inciso IIV do artigo 485 do novo Código de Processo Civil e art 12
do código do consumidor, que trata da responsabilidade do produto, e do
serviço. O apelante aproveita para também apresentar as razões do mérito e
também solicitar que o apelado ofereça contra razões de seu direito conforme
previsto no art 1010, §1.

§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze)


dias.

CABIMENTO

Como já sintetizado, esta lide possui peculiaridades fáticas que exigem uma
narrativa sobre acontecimentos que precedem a relação jurídica entre o
Apelante e o Apelado. Isso ocorre porque o direito que se busca com esta ação
está indiretamente relacionado a alguns fatos que não dizem respeito
diretamente ao Apelado. E seu cabimento encontra amparo legal no art 1012,
inciso III do CPC:

III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do


executado;

e art 12 do código do consumidor, que trata da responsabilidade do produto, e


do serviço.

Portanto, a fim de reformar a decisão supracitada, o Apelante busca o justo


socorro de Vossas Excelências.
TEMPESTIVIDADE

Apresenta-se tempestivo o recurso interposto na devida apelação, diante do


recebimento da decisão publicada no dia 01, tendo reconhecimento pela parte
representante no dia 02 de julho de 2021, estando dentro do prazo legal
tempestivo de acordo com o novo Código de processo civil art 1003, inciso IV:

§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para


responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

Com término no dia 22 de julho de 2021.

DOS EVENTOS FATICOS

O Apelante (qualificado nos autos), ajuizou ação de reparação de danos


matérias e morais, sofridos em face de uma relação de consumo com o
apelado (qualificado nos autos), devidamente comprovados no evento 01
(anexado nos autos). Consta no evento 13 (anexado nos autos) que a parte
apelada, apresentou uma contestação genérica, na qual não impugnou os
argumentos apresentados pelo apelante, gerando presunção de veracidade
sobre esses, e tampouco mencionou a existência de cláusula compromissória
no contrato de compra e venda. Após a apresentação de réplica, o MM. Juízo
da 5ª Vara Cível de Maceió intimou as partes, de ofício e com fundamento no
Art. 10 do CPC, para se manifestarem sobre a eventual ausência de jurisdição
do Poder Judiciário em virtude da existência de cláusula compromissória
existente no contrato de compra e venda. O apelante não apresentou
manifestação, enquanto a Concessionária Alfa defendeu que somente um
tribunal arbitral escolhido pelas partes possuiria competência para solucionar a
controvérsia sub judice. Em seguida, o MM. Juízo da 5ª Vara Cível de Maceió
acolheu a preliminar de convenção de arbitragem e extinguiu o processo, sem
resolução de mérito, na forma do Art. 485, inciso VII, do CPC. A sentença foi
publicada em 01/07/2021, quinta-feira, sendo certo que não possui omissão,
obscuridade ou contradição.

FUNDAMENTOS JURÍDICOS
A decisão insurgida, como já exposto anteriormente, não acolheu os pedidos
formulados na inicial. Neste contexto, o Apelante demonstrará as razões pelas
quais tal fundamento não merece perdurar. Como pode se observar:

1- Houve ausência de alegação no evento 13 (anexado nos autos) sobre a


existência de convenção de arbitragem, isso implica a aceitação da
jurisdição estatal e renúncia do juízo arbitral, na forma do Art. 337, § 6º,
do CPC.

§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma


prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdição estatal e renúncia ao juízo
arbitral.

2- O negócio jurídico celebrado em contrato de adesão somente seria eficaz se


Alexandre iniciasse o procedimento arbitral ou concordasse com sua instituição,
conforme Art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96

§ 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o


aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com
a sua instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a
assinatura ou visto especialmente para essa cláusula.

3- Vale ressaltar que o Art. 1.013, § 3º, inciso I, do CPC, postulando o


imediato julgamento do mérito pelo tribunal, tendo em vista o evento 13
a apresentação de contestação genérica.

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal


deve decidir desde logo o mérito quando:

I - reformar sentença fundada no art. 485 .

4- Ressalta-se o defeito no produto fornecido e a responsabilidade da


Concessionária Alfa que não foram especificamente impugnados na
sentença de primeiro grau. A lei 8078/1990 em seu art 12, CAPUT:

ART.12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador


respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos
causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação,
construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de
seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
utilização e riscos.

Vale ressaltar que se tem da parte apelada responsabilidade objetiva, conforme o art,
acima citado.
PEDIDOS

Diante do exposto, requer-se:

Ao final e no mérito, a reforma da sentença, a fim


de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx.

O Apelante é beneficiário da gratuidade judiciária, informação constante da


decisão de comprovação no evento 01, razão pela qual não são devidas custas
de preparo para este recurso;

A condenação do Apelado ao pagamento de honorários advocatícios e das


custas processuais.

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