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Licenciatura em Direito
Período: Laboral
3° Ano
Turma: B
Código: 007/17
Introdução
Crimes Contra a Fé Pública são aqueles que possuem como sujeito passivo (ou vítima), o
colectivo, pois não há necessariamente uma vítima em específico, pode - se dizer, então, que
estes crimes atuam directamente contra o Estado. Para a configuração deste crime deve haver a
existência do dolo e a alteração ou imitação da verdade.
Os crimes de moeda falsa, uso de documento falso, fraudes em certames de interesse público
estão presentes no título IV, da parte especial do Código Penal que, por sua vez, referem - se aos
crimes contra a fé pública. Estes crimes mencionados encontram-se respectivamente nos artigos
322; 323; 325, respectivamente do Código Penal.
A expressão “Fé Pública” significa confiança na legitimidade de alguma coisa, sendo necessária
à vida social. É o alicerce do mecanismo de autenticação e legitimação de actos, negócios ou
fatos jurídicos humanos, ou de certificação sobre acontecimentos naturais. Proveniente do
tabelião e do registrador, delegados da lei, qualifica os actos jurídicos a eles submetidos com a
presunção legal de veracidade.
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A escritura lavrada pelo Tabelião faz prova quanto à data e local de sua realização, da identidade
e capacidade das partes, bem como de clara manifestação de vontade, ficando eternamente
arquivada nas notas do Tabelião, assim como os documentos essenciais à sua lavratura, sendo
certo que a qualquer tempo, qualquer pessoa pode requisitar certidões a eles referentes. A
inexistência de fé pública e da publicidade do escrito acarreta em insegurança jurídica não
somente para as próprias partes envolvidas como para terceiros interessados.
O Estado pode decidir que a paz civil (a tranquilidade e a segurança da vida económica e social)
requer a sua intervenção preventiva em matérias consideradas importantes para essa paz,
confiando o seu poder de autenticação a um oficial público, que nomeia por concurso o Tabelião.
A aspiração preventiva do Estado, visando a paz pública, é uma opção política dos países do
sistema jurídico romano-germânico.
Tal atributo da escritura pública não se aplica à escritura particular sob o patrocínio do advogado
ou de outro profissional. Estes não são dotados de fé pública, mas apenas de “fé de seu grau”,
sendo certo que o documento por eles escrito, ainda que firmado por duas testemunhas
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presenciais, não tem força probatória. Além do mais, não parece possível aferir-se a qualquer
tempo sobre a legitimidade do documento produzido, nem ao menos a verificação sobre os
documentos analisados para a sua consecução.
Falsificação de documentos
Segundo (artigo 322 do CP), é punido com pena de prisão de 1 a 2 anos e multa correspondente,
quem, com intenção de causar prejuízo a outra pessoa ou ao Estado, de obter para si ou para
outra pessoa benefício ilegítimo, ou de preparar, facilitar, executar ou encobrir outro crime:
Agravação
Quem fizer uso dos documentos falsos declarados nos artigos antecedentes, ou dolosamente fizer
registar algum acto ou cancelar algum registo, será condenado como se fosse o autor da
falsidade, (Artigo 325).
Segundo (Artigo 325) Fora dos casos declarados no artigo anterior, quem, com intenção de
causar prejuízo a outra pessoa ou ao Estado, de obter para si ou para outra pessoa benefício
ilegítimo, ou de preparar, facilitar, executar ou encobrir outro crime, utilizar documento de
identificação ou de viagem emitido a favor de outra pessoa, é punido com pena de prisão até 2
anos e multa.
Na mesma pena incorre quem, com intenção de tornar possível o facto descrito no número
anterior, facultar documento de identificação ou de viagem a pessoa a favor de quem não foi
emitido.
Contrafacção de moeda
Segundo (artigo 326), Quem praticar contrafacção de moeda, com intenção de a pôr em
circulação como legítima, é punido com pena de prisão de 8 a 12 anos, aquele que, com intenção
de a pôr em circulação, falsificar ou alterar o valor facial de moeda legítima para valor superior é
punido com pena de prisão de 2 a 8 anos.
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Segundo (artigo 327) Quem, com intenção de a pôr em circulação como íntegra, depreciar moeda
metálica legítima, diminuindo por qualquer modo o seu valor, é punido com pena de prisão até 2
anos, com a mesma pena é punido quem, sem autorização legal e com intenção de a passar ou
pôr em circulação, fabricar moeda metálica com o mesmo ou com maior valor que o da legítima,
A tentativa é punível.
O crime de moeda falsa para muitos autores é configurado por meio do enriquecimento ilícito. A
consumação ocorre mediante processo de fabricação ou alteração do papel-moeda ou da moeda
metálica apta a iludir a fé pública.
O sujeito activo, ou seja, o agente que repassa a moeda falsa pode ser qualquer pessoa, não
exigindo qualidade especial do agente. Já o sujeito passivo é o Estado e, secundariamente, o
particular lesado pela conduta do agente, que são aqueles que sofrem com a conduta do agente.
Logo, o ordenamento jurídico prevê esse crime com o objectivo de garantir a credibilidade da
moeda circulante.
Segundo (artigo 329), é punido com pena de prisão de 2 a 8 anos, quem, por qualquer modo,
incluindo a exposição à venda, passar ou puser em circulação, como legítima ou intacta, moeda
metálica depreciada, pelo seu pleno valor, ou moeda metálica com o mesmo ou maior valor que
o da legítima, mas fabricada sem autorização legal.
É punido com pena de prisão de 1 a 3 anos ou com pena de multa, aquele que empregar como
legítimos ou intactos os referidos valores selados ou timbrados, quando falsos ou falsificados, ou
com a intenção referida no número anterior, adquirir, receber em depósito, importar ou por outro
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modo introduzir em Moçambique, para si ou para outra pessoa, os referidos valores selados ou
timbrados, quando falsos ou falsificados, 3. Se, no caso da alínea a) do número anterior, o agente
só tiver tido conhecimento de que os valores selados ou timbrados eram falsos ou falsificados
depois de os ter recebido, é punido com pena de prisão até 2 anos. Se a falsificação consistir em
fazer desaparecer dos referidos valores selados ou timbrados o sinal de já haverem servido, o
agente é punido com pena de prisão até 1 ano.
Conclusão
O presente trabalho visa a debruçar sobre os crimes contra a fé pública, e de definir que a fé
pública é uma autenticação da verdade dada aos actos de um servidor. Ela afirma que
autenticidade é a característica de algo cuja exactidão ou verdade são incontestáveis. Desta
forma, o documento tem uma força especial executiva que não pode ser contestada. Tal
incontestabilidade é dada pelo estado aos actos provindos da autoridade pública, porque apenas o
poder pode garantir ou obrigar sua execução dentre os documentos objecto de fé pública estão as
certidões de nascimento, de casamento, de óbito, de inexistência de feitos ajuizados em face do
vendedor, de débitos de tributos imobiliários, conjunta negativa de débito relativo aos tributos
federais e a dívida activa da União, negativa de débitos da receita federal, de débitos rurais e
previdenciários, imposto causa mortis e inter vivos, além de guias de pagamentos e
recolhimentos de vários impostos e taxas.
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Referenciais Bibliográficas
Código penal