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UNIFACP – Centro Universitário de Paulínia

Aluna – Júlia Helena Hipólito da Silva RA 140579 – Direito 2º Sem/2022 – Not.

Direito Civil - Negócios Jurídicos – Prof. Juliana Giovanetti Pereira da Silva

AVALIAÇÃO ONLINE 2 - NEGÓCIOS JURÍDICOS


Realize uma pesquisa sobre as formas e provas dos negócios jurídicos.

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FORMA DO NEGÓCIO JURÍDICO

O negócio jurídico requer para sua validade "agente capaz, objeto lícito possível, determinado
ou determinável e forma prescrita ou não defesa em lei" (CC, art, 104, I, II e III). A forma é o
meio pelo qual se externa a manifestação da vontade nos negócios jurídicos, para que possam
produzir efeitos jurídicos.

Assim, podemos entender que a forma "é o conjunto de solenidades que se devem observar
para que a declaração de vontade tenha eficácia jurídica".

O sistema do Código Civil brasileiro inspira-se pelo princípio da forma livre, o que quer dizer que
a validade da declaração da vontade só dependerá de forma determinada quando a norma
jurídica explicitamente o exigir. É o que dispõe o art. 107 do Código Civil: "A validade das
declarações de vontade não dependerá de forma especial, senão quando a lei expressamente a
exigir".

Preceitua o Código de Processo Civil no art. 366 que, "quando a lei exigir, como da substância
do ato, o instrumento público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-
lhe a falta". Por outro lado, em seu art. 154, o Código de Processo Civil prescreve que "os atos e
termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a
exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade
essencial".

Limongi França, diferencia três espécies de forma, que são:

1) Forma livre ou geral — é qualquer meio de exteriorização da vontade nos negócios jurídicos,
desde que não previsto em norma jurídica como obrigatório. O negócio perfaz-se por qualquer
meio, pelo qual se apure a emissão volitiva: palavra escrita ou falada, mímica, gestos e até
mesmo o silêncio, que, como declaração tácita da vontade, conforme o caso, tem a mesma
validade das manifestações expressas. Admite-se a forma verbal, p. ex., para os contratos cujo
valor não exceda certo limite não ultrapassando o décuplo do maior salário mínimo vigente no
país ao tempo em que foram celebrados (CC, art. 227, entendido conforme dispõe o CPC, art.
401); para a doação de bens móveis de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição (CC,
art. 541, parágrafo único); para o mandato (CC, art. 656), casos em que, como é óbvio, podem
as partes adotar, também, qualquer das formas escritas permitidas por lei, não esquecendo que
o consentimento pode ser, ainda, dado de modo tácito, resultando do silêncio sob certas
circunstâncias.

2) Forma especial ou solene — é o conjunto de solenidades que a lei estabelece como requisito
para a validade de determinados negócios jurídicos; tem por finalidade garantir a autenticidade
dos negócios, assegurar a livre manifestação da vontade das partes, chamando a atenção para
a seriedade dos negócios que estão praticando e facilitar sua prova. A forma especial contém
três subdivisões:

a) A forma única é aquela que, por lei, não pode ser preterida por outra. P. ex.: Código Civil,
arts. 108, 215, 1.653, 1.227 e 1.245, que exige escritura pública para os pactos antenupciais,
contratos constitutivos, translativos, modificativos ou renunciativos de direitos reais
(propriedade, servidão, superfície, uso, usufruto, habitação, hipoteca, anticrese) sobre imóveis
de valor superior a trinta vezes o maior salário mínimo vigente no País1S0-A; desde que
assentada em registro competente, para dar-lhe publicidade, sua falta não acarreta nulidade,
apenas exclui oponibilidade contra terceiro (Lei n. 7.433/85; RT, 505:66, 507:111).

b) A forma plural ou múltipla ocorre quando a norma jurídica permite a formalização do


negócio por vários modos, sendo possível que a parte opte por um deles. P. ex.: pelo art. 1.609
do Código Civil, o reconhecimento voluntário de filho havido fora do matrimônio pode ser feito
no próprio termo do nascimento, por escritura pública ou particular, por testamento ou por
manifestação expressa e direta perante o juiz.

c) A forma genérica implica uma solenidade mais geral, imposta pela norma jurídica. P. ex.: o
art. 619 do Código Civil sobre empreitada que fala na necessidade de instruções escritas,
podendo ser estas apresentadas sob qualquer forma gráfica, desde simples epístola até a
escritura pública.

3) Forma contratual — é a eleita pelas partes, pois o art. 109 do Código Civil estabelece que os
contraentes num contrato podem determinar, mediante uma cláusula, o instrumento público
para validade do negócio, desde que não haja imposição legal quanto à forma daquele contrato.

PROVA DO ATO NEGOCIAL

Intimamente ligada à forma está a questão da prova do negócio jurídico. Para Clóvis Beviláqua,
a prova é o conjunto de meios empregados para demonstrar, legalmente, a existência de
negócios jurídicos.

Antes da enumeração das provas, é necessário acentuar que a prova deve ser: admissível, não
proibida por lei, sendo aplicável ao caso em tela; pertinente, idônea para demonstrar os fatos
relacionados com a questão discutida; e concludente, apta a esclarecer pontos controversos ou
confirmar alegações feitas.

Em matéria de prova, levam-se em conta os seguintes princípios:

O ônus da prova incumbe a quem alega o fato e não a quem o contesta (CPC, art. 333, I e II);

Se o autor nada provar, o réu será absolvido; as declarações de ambas as partes são
equivalentes, só depois de comprovada é que se deve dar preferência a uma ou outra
declaração;
O juiz deve julgar pelo alegado e provado; prova-se o fato alegado e não o direito a aplicar;

Independem de prova os fatos notórios (CPC, art. 334, I);

Devem ser considerados verídicos os fatos incontroversos, sobre os quais não há debate entre
os litigantes; a anuência ou autorização de outrem (CC, arts. 1.647, 1.643 e 1.553).

O art. 212 do Código Civil enumera, de maneira exemplificativa e não taxativa, os meios de
prova dos negócios a que não se impõe forma especial. São eles:

1) Confissão (CPC, arts. 348 a 354; ADCOAS, n. 86.349, 1982), que é o ato pelo qual a
parte admite, judicial ou extrajudicialmente, a verdade de um fato, contrário ao seu
interesse e favorável ao adversário.

2) Documentos públicos e particulares (CC, art. 212, II; CPC, arts. 154, § 2a, 164,
parágrafo único) - que não se confundem com as escrituras públicas ou instrumentos
particulares.

3) Testemunhas (CPC, arts. 400 a 419 e 417, § Ia, com a redação da Lei n. 11.419/2006)
- que podem ser: judiciárias, pessoas naturais ou jurídicas representadas, estranhas à
relação processual, que declaram em juízo conhecer o fato alegado, por havê-lo
presenciado (testemunhas oculares) ou por ouvir (testemunhas auriculares), dizer algo
a seu respeito, ou, ainda, que podem falar da vida pregressa das partes (testemunhas
referenciais), e instrumentárias (CC, art. 227, e CPC, art. 401), quando se pronunciam
sobre o conteúdo do instrumento que subscrevem, sendo duas ou três (CC, arts. 1.864,
II, 1.868, III, 1.873 e 1.876, § I a) nas formas ordinárias de testamento e duas nas
escrituras públicas.

4) Presunção, que é a ilação tirada de um fato conhecido para demonstrar outro


desconhecido. É a consequência que a lei ou o magistrado tiram, tendo como ponto de
partida o fato conhecido para chegar ao fato ignorado. Elucidativo é o seguinte exemplo
de Silvio Rodrigues: "habitualmente o credor guarda consigo o título de crédito para
provar seu direito e só o entrega ao devedor quando do resgate da dívida. Este é o fato
conhecido; daí se deduzir que se o título se encontra em mãos do devedor é porque foi
pago ou remetido; o fato do pagamento ou da remissão é desconhecido, contestado e
não se encontra provado, visto que inexiste quitação ou qualquer testemunha que o
haja presenciado, mas, partindo-se daquela circunstância anterior, já conhecida,
presume-se verdadeiro" (CC, art. 324).

5) Perícias (CC, art. 212, V), provas decorrentes de análises de especialistas ou peritos.

Fonte de Pesquisa:

DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro

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